Ezeq 26/01/2019
"Enfrentamos o agouro"
(Primeiramente, é importante ressaltar que este é 'apenas' o meu livro favorito desde 2014, muito embora seja a primeira vez que escrevo sobre ele, agora que o reli).
Alex é um garoto de 10 anos que mora em Belfast (Irlanda do Norte) apenas com sua mãe - que já tentara suicídio mais de uma vez - e seu cãozinho Woof. Sua vida nunca foi fácil: desde pequeno, testemunhou coisas horríveis às quais nenhuma criança deveria ser submetida. Isso tudo afetou o menino de tal modo que ele passou a ver demônios e, mais do que isso, tornou-se 'melhor amigo' de um - o Ruen, que, dentre outras coisas, adora Mozart. Após um determinado ocorrido, Alex é encaminhado a uma psiquiatra que tentará entender qual o real significado por trás de tudo aquilo que ele alega ver, e que acredita que o garoto possui traços de uma esquizofrenia precoce.
Engana-se quem pensa que este livro se trata de mais uma história infantil sobre amigos imaginários: a trama aborda temas fortes, sociais e místicos ao mesmo tempo em que busca mostrar a frágil visão de mundo de uma criança que teve de aprender a crescer praticamente por conta própria.
Partindo um pouco para o lado pessoal, devo admitir que em muitas vezes e em alguns aspectos me identifiquei bastante com Alex; meus olhos se encheram de água em alguns momentos e a cada página que se passava mais aumentava a minha vontade de abraçá-lo e dizer que ia ficar tudo bem; que ele não precisava carregar o mundo todo em suas costas sozinho, mesmo quando parecesse que tudo iria desabar se ele não o fizesse; e, principalmente, que embora ninguém demonstrasse isso, ele tem importância. Para mim, O Menino que via Demônios é, sobretudo, a respeito de manter a esperança, ainda que tudo esteja de mal a pior.