Dai Angelina 15/06/2018
Uma luz no fim da estrada .. não, pera
Após 5 longos anos afastados, decidi fazer as pazes com o homem que mais vezes quebrou meu coração: Nicholas Sparks.
Sempre digo que minha relação com ele é de amor e ódio, pois:
Amo sua escrita e a forma tão natural que ele tem de expor a natureza humana, com personagens reais e mostrando os sentimentos de uma maneira coerente.
Mas odeio os desfechos que quase sempre são tão trágicos e a meu ver, as vezes sem necessidade, apenas com o único propósito de impactar.
Sei que a vida não é cor de rosa e que coisas ruins acontecem, mas não gosto do fato dele usar isso como uma fórmula padrão, além do mais, acaba se tornando repetitiva. A cada livro novo, já existe aquela apreensão e a certeza de que não haverá um ‘felizes para sempre’.
Foi por esse motivo que acabei dando uma pausa nos livros dele e ela durou bem mais do que eu esperava. Porém, não sei por qual motivo, vi esse livro na estante e decide dar uma chance. Gostei da sinopse, o enredo me pareceu instigante. Só que como não queria sofrimento, ou pelo menos não muito, decidi dar uma bisbilhotada no final para me certificar de que não terminaria com o coração partido (mais uma vez). E assim comecei a leitura...
Devo confessar que já havia me esquecido de como gosto das narrativas de Sparks. São tão gostosas e fluem tão bem que as páginas voam sem nem a gente perceber.
Amei, amei, amei os personagens, tanto os principais, quanto os secundários. E o romance vai se desenrolando de um forma tão natural, que imediatamente desejei vê-los juntos. É tão divertido ver Miles inseguro, totalmente enferrujado quando o assunto é encontro amoroso. Sei lá, causa muita ternura. E o que dizer da Sarah tentando facilitar as coisa para ele? Woun, muito fofo. Essa parte da história é deliciosa, sem dúvida.
Mas então o passado vem à tona e tudo muda.
É claro que entendo tudo o que Miles passou e o quanto significava chegar a verdade, mas em muitos momentos fiquei irritada com sua obsessão. E porque ele insistia tanto em se comportar feito um babaca? Fala sério, não é porque você está sofrendo que tem o direito de fazer os outros sofrerem. Além de injusto, é egoísmo, mas enfim...
Apesar de já conhecer o desfecho, os últimos capítulos são de tirar o fôlego e em muitos momentos fiquei apreensiva esperando pelo pior. Mas, para uma romântica incurável como eu, o final foi o esperado, embora bem inusitado se levarmos em conta quem é o autor, rs.
O que achei bem legal no livro é que alguns capítulos são narrados pela pessoa que causou o acidente, dessa forma, podermos saber com riqueza de detalhes como tudo ocorreu. É claro que a leitura teria sido diferente se eu já não soubesse quem era essa pessoa, mas meu medo de sofrer foi mais forte do que a vontade de usar meu faro investigativo, rs. Mas de igual maneira, desfrutei bastante da leitura.
Ah, não posso deixar de mencionar Charlie. Gostei muito de sua postura, pois ele deixou claro o real significado da amizade. Um amigo de verdade é aquele que sabe dizer “não” mesmo quando isso pode te irritar. É aquele que faz o certo e que te protege quando você está tão cego que não consegue ver nada além daquilo que quer ver. O que seria da vida sem esses amigos, não é?
Enfim, como já deu pra perceber, gostei muito do livro. Sparks com certeza ganhou alguns pontinhos comigo (aqueles mesmos pontinhos que havia perdido no passado, kkkk).
E pra mim, a grande lição que fica é: Perdoar é difícil, mas necessário. Sem ele, não é possível ter paz. E o caminho mais fácil para o perdão é o amor. Pois é, sempre o amor.