spoiler visualizarxxhplyana 20/08/2023
Uma história mal executada
Várias pessoas começaram sua resenha falando a respeito disso, mas acho muito importante ressaltar quem era Marion Zimmer Bradley. Caso não saiba, aconselho pesquisarem. Quando ganhei o livro, também não tinha ideia a respeito.
Dito isso, acredito que tenho muito a dizer. Acho interessante como casa pessoa tem gostos e percepções diferentes da história, porém a minha não foi nada boa, sinceramente ler esse livro foi um tremendo sacrifício e uma grande tortura.
Temos muitos problemas nesse livro, o mais grave de todos o incesto que de certa forma, a autora tentou normaliza-lo. A escrita da autora também foi muito cansativa, e apesar de ser escrito de uma forma poética ela da muitas voltas nos capítulos, capítulos esses que poderiam ser escritos com metade das páginas se a escrita não fosse tão cansativa e enrolada. Algumas passagens desse livro foram tão confusas que só consegui entender assim que o capítulo chegava ao final.
A proposta principal se trata de um livro de fantasia escrito pelo ponto de vista das mulheres das história arturianas, um livro feminista que não se sustenta na proposta principal. A fantasia e o universo de Avalon apesar de explorado, não chega a ser muito bem trabalhado. Essa pegada feminista acaba sendo totalmente esquecida quando grande parte do livro acaba sendo baseada em mulheres mesquinhas que passam mais tempo fazendo fofocas e pensando em homens. A fantasia, a parte fantástica não acontece.
Muitas coisas acontecem no livro, ao mesmo tempo você sente que nada aconteceu. Pois nada é bem escrito, a história continua sem ser bem explorada e os eventos se tornam mal amarrados. Você não consegue sustentar a história. Falta algo como ação, um tempero.
Falando agora sobre as três irmãs: Igraine, Morgause e Viviane.
Igraine tinha muito potencial e se tornou chata, um peão de Viviane, se tornando submissa na história.
Tive muita antipatia por Viviane, que apesar de extremamente intrigante, foi a verdadeira ruína de Avalon e Camelot. Fica claro que apesar de todo o julgamento a respeito dos cristãos, também era uma fanática que fez coisas extremas pelo que acreditava. Tinha momentos que ela dizia fazer "a vontade da deusa", mas parecia muito mais a vontade e julgamento da própria.
Morgause foi uma das personagens extraordinárias do livro, definitivamente não era a mocinha por quem torcia, mas teve um final terrível e desperdiçado.
Ler os capítulos narrados por Gwenhwyfar foi um sacrifício. Apesar de uma personagem boba que acreditava em tudo que padres diziam, ela era uma narradora chata, insuportável, egocêntrica e extremamente fanática. Tudo a sua volta girava em torno dela e tudo que ela condenava ela fazia igual.
Morgana foi outra personagem desperdiçada, extremamente poderosa e que passou por coisas muito ruins, muitas as quais ela não escolheu. A melhor parte foi quando deixou Avalon e desafiou Viviane.
Por fim, devo dizer que o tema central a respeito da intolerância religiosa é bem colocado. Mas deve ser observado que tanto cristãos e pagãos foram fanáticos nesse livro.
Apesar do final bem interessante, achei mal escrito e confuso.