Débora Artes 09/06/2021
Complexo, denso e excruciante
O livro ?We need to talk about Kevin? é escrito pela jornalista Lionel Shriner, e essa informação é crucial para com o rumo da leitura, por simplesmente compreender que os sentimentos acerca da maternidade compulsória empregada no livro é ação de uma autora familiarizada com o rumo que a história precisa tomar. E é por isso que a história é muito complexa, densa e excruciante.
Há 3 anos, eu tentei ler este livro, mas não me encontrava em um momento que fosse condizente para com a leitura, li a metade do livro e o abandonei. Esses dias me vi relendo o livro e finalmente concluindo.
O livro ele é narrado em primeira pessoa, o que reforça o ponto de vista da Eva, ainda mais, quando se é sabido o que ocorreu naquela quinta-feira. Assim sendo, a autora entrega uma personagem verossímil, porque apesar da narração ser feita unicamente pela Eva, é perceptível suas aversões e comentários preconceituosos, visto que, ela é uma mulher armênia nos Estados Unidos. Eu gosto muito dessa construção de personagem, e também de enredo. Pois, além da premissa importante, apontada com os feitios ? de violência nas escolas ? do Kevin, o livro aborda com clareza sobre a maternidade compulsória e todas as outras coisas adjacentes à essa temática. Que acho super válida, e que deve ser cada vez mais abordada e emancipada, com a visibilidade necessário que ela exige.
Ou seja, a Eva não queria ser mãe, e se viu impelida e/ou instigada a ser mãe para um ilusório aprimoramento do relacionamento com o Franklin, que é outro personagem que nos é apresentado no decorrer da história. O Franklin é o típico personagem que ama seu país, patriota, conservador, que tem o sonho de construir uma família, porém, é necessário ser observado que assim como na realidade, na ficção também fica claro que as renúncias para mulheres, para que possa viver a maternidade tem um peso maior do que para com o pai em circustâncias atrelada a paternidade. Assim, sendo, fica evidente a carga pesada e custosa que é a maternidade para a Eva, onde ela precisa abdicar da sua admirável empresa e independente vida.
A leitura nos leva a refletir sobre uma indagação muito importante quando ocorre esses casos: ?será que tínhamos como saber? será que tínhamos como prever e, portanto, impedir tal desastre?? E por tais disquisição que compreendo a narrativa de corroborar com a perspectiva da Eva, pois ela presenciava comportamentos considerados inadequados do Kevin, onde claramente era desacredita, pelo menos, até aquela quinta-feira. E que torna algo que era ruim, para algo muito, muito ruim. Que no qual é outro ponto que nos é confrontado repetidas vezes quando algo ignóbil acontece: a culpabilidade da mãe nos comportamentos criminosos dos filhos.
Sabendo dos possíveis gatilhos que a história possui, onde não me encontrava na minha zona de conforto, concluo que esse livro é necessário, e que além de recomendá-lo, eu também agradeço a sugestão que me foi dada há 3 anos.