Bruna Sousa 28/03/2021
Diferente do filme?
Então, Vamos falar sobre o Kevin?
O livro é escrito de forma epistolar, o que para mim, nos torna mais íntimos das personagens. Por meio das cartas de Eva, a mãe de Kevin, vamos descobrindo a sua relação com seu marido Frank(lin), com o filho Kevin, com a filha Celia e de seu trabalho como editora de guias de viagem - no livro, ao contrário do filme, fica bem claro o quanto ela era uma executiva bem sucedida e toda a transformação que a vida dela teve com a chegada do primeiro filho, Kevin.
Mesmo com toda a emoção e choques envolvidos, em geral, achei a narrativa de Eva bastante lúcida e serena - até estranho usar essa palavra para explicar, mas é porque eu estava receosa que a narrativa virasse algo muito dramático, mas a autora soube como manter o equilíbrio no decorrer das páginas. Como a minha leitura recente havia sido Casos de Família (logo postarei a resenha desse livro também), não pude não comparar Suzane Richthofen ao Kevin, eles se assemelham na frieza e ausência de remorsos. Além de ambos virem de lares com uma família aparentemente bem estruturada, claro que que isso não justifica o crime cometido por Suzane, mas talvez a relação com os pais dela possa ter feito com que ela tomasse a decisão de matá-los - imagino que não havia vínculos profundos entre ela e os pais, assim como, aparentemente, o Kevin também não sentia nada, nenhuma empatia, pela mãe e nem por ninguém.
Terminei o livro com a sensação de que ser mãe é meio que se jogar em um planeta totalmente desconhecido, é um ato de coragem - ainda que a mãe não tenha consciência disso. Não há respostas. Simplesmente amei! Minha dica é, assista ao filme e leia o livro. Assisti ao filme primeiro e fiquei estarrecida com a história.
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"Só porque você se acostuma com algo, não quer dizer que você gosta. Você está acostumado comigo."
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