Puro

Puro Andrew Miller




Resenhas - Puro


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Glauber 28/01/2021

Romance histórico
É um romance histórico, que mistura realidade e ficção para falar de um momento de eminente transição entre o mundo feudal e o mundo burguês.

O protagonista recebe a missão de destruir um cemitério e uma igreja em Paris, representantes da impureza de um tempo, e ao longo da missão percebe que ela é apenas um prenúncio de uma mudança ainda maior.
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Ket 13/10/2021

Purificar para o futuro. Seja ele qual for.
Uma boa ficção histórica sobre a Paris pré-revolução, que mostra o desmanche e retirada do grande cemitério Les Innocents do coração da cidade. Além de uma ameaça à saúde pública, o lugar também representa o passado; a Paris antiga e virulenta que precisa passar pela destruição para nascer de novo, dentro dos moldes higienistas.

Uma coisa curiosa sobre a história é que, apesar de haver um movimento do poder administrativo para a obra (afinal, o cheiro faz mal aos Ministros e ao Rei...), a população que vive no entorno do Les Innocents não parece desejar sua retirada. O cemitério faz parte da identidade das pessoas, algo que sempre esteve lá. Apagar o cemitério parece ser também apagar as pessoas pobres e humildes em seu entorno.

Um bom livro, cheio de metáforas sobre o passado x o futuro (a revolução que está batendo na porta).



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Literatura 27/05/2013

O que há de podre dentro de nós
Sempre tive voltar de viver em um tempo diferente, longe desse. Onde as pessoas se respeitassem, fossem dóceis e andar na rua não fosse mais tão perigoso. Posso ir ainda mais para trás - que tal no tempo dos Iluministas, das grandes óperas, das belas roupas (apesar do povo não gostar de banho, eca) e das grandes intrigas. Bom, não sei se você tem a vontade de reviver essa época da história, mas eu tenho.

Já que ainda não inventamos a famosa Máquina do Tempo (pelo menos que eu saiba), dedico-me a viajar através dos romances históricos. Alguns são ruins, confesso, mas por causa do autor preguiçoso que não quis pesquisar direito, fracos e sem noção, o que me dá vontade de jogar o danado longe. Mas, quando o autor consegue fazer o trabalho de casa direitinho, ganha mais um fã: eu.

Andrew Miller conseguiu fazer isso com o seu Puro, lançado pela Editora Bertrand. A história dá uma carona para a gente até 1785, onde Jean-Baptiste Baratte, um jovem engenheiro cheio de ideias iluministas, recebe a missão de livrar o povo da Igreja e do Cemitério de Les Innocents. As paredes que dividiam subterraneamente o lugar estão ruindo, permitindo que a carne pútrida e seu cheiro nauseabundo inunde tudo, envenenando a cidade. Achando que vai fazer a diferença no mundo, Jean-Baptiste topa a empreitada, sem saber que na verdade está enterrando a si próprio.

Como um conto de fadas para adultos, sombrio e cheio de uma morbidez incomparável, Andrew Miller brinca com os conceitos de limpar o velho, cultivar o novo, deixar que o mundo provenha os povo a novos ares, uma clara referência ao tempo Pré-Revolução no qual a França passa na época. É um ano de escavação que Jean-Baptiste passa, com os maiores contratempos, maculando a pureza que dá nome ao livro. O moço é mudado pelo ambiente, já que se esquece de que a sujeira é parte de nós também, e retirar esse "entulho" de nossas vidas pode ocasionar nossas maiores rupturas com a consciência.

Veja resenha completa no site:
http://migre.me/eKlEE
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Márcio_MX 22/08/2013

A MORTE DE UM CEMITÉRIO
Gosto de livros que fazem essa mistura de realidade histórica com ficção. Trazem cultura com diversão, além de sempre povoar nossas mentes do que realmente é realidade ou não.

Em “Puro” vivemos na época da pré-revolução francesa, quando o cemitério de Lês Innocents, torna-se um problema para a população, pois com o crescimento da cidade, este acumulou gerações e mais gerações de despojos funerários tornando o ar “pesado”, o solo e a água contaminados com o excesso de matéria orgânica.

Até o filósofo Voltaire descreveu a situação: “Os cachorros vêm aqui para cavoucar os ossos; um vapor grosso exala dali”.

A população adoecia. Para resolver o problema o governo contrata o engenheiro Jean-Baptiste Baratte para retirar o cemitério tornando o lugar novamente habitável. Uma tarefa difícil tanto na execução prática, quanto na parte psicológica dos envolvidos direta e indiretamente.

A tradução é ótima, usando uma linguagem rebuscada nos traz ainda mais perto de 1785. O tema é interessantíssimo, os personagens marcantes, mas ainda sim não é um livro daqueles inesquecíveis, apenas bom e que esquenta mesmo só no seu final. Está muito longe de ser uns dos 10 melhores romances históricos de todos os tempos como diz o the Guardian logo na capa do livro.
De qualquer forma vale à pena ler, ainda mais quando se faz uma pesquisa na internet, visualizando desenhos da época ou fotos das atuais catacumbas parisienses.
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Eduardo Garcia 06/07/2020

Leia como romance sem base na revolução
Dentro do interesse sobre a Revolução Francesa, achei esse livro no meu kindle unlimited, pensando ler algo com base na pré-revolução, mas, o romance mostra o cotidiano de uma Paris imunda, com personagens enigmáticos e uma trama acerca da demolição de uma igreja e de seu cemitério, ambos, abandonados a cinco anos. Traços de uma tensão entre o partido do futuro e as tradições enraizadas no falido reino de Luis XVI são colocados em doses menores, e, num certo momento, se pensa num paralelo com a queda da Bastilha quatro anos depois, mas, não há ligações aparentes.
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Valério 24/10/2014

Potencial mal aproveitado
O livro tem um grande tema a ser explorado, o real esvaziamento do cemitério Les Innocents, em Paris.
Mas me pareceu que o autor se perde. Muitos acontecimentos parecem ter sido colocados na trama para um desdobramento, mas nada acontece.
As consequências de ações tomadas pelo protagonistas poderia render brilhantes diálogos e acontecimentos marcantes. Mas nada acontece.
No final, há aquela sensação que faltou algo.
Bom livro pelo seu valor histórico.
Mas falta paixão, falta acontecimento, falta muita coisa.
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Uiara 27/08/2018

Ótimo
O enredo e as personagens são fascinantes, uma pena que o autor tenha deixado os capítulos finais escritos de uma forma apressada, sem grande desenvolvimento.
cid 21/12/2018minha estante
Concordo. O autor poderia ter se dedicado mais para finalizar a história.




Tony 21/04/2020

Mal cheiro
A descrição do mal cheiro exalando dos corpos em decomposição é de assustar...
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Giovani 17/06/2023

Puro, apesar da grande vida, morre
Inegável a qualidade histórica do livro e como ela parece de transportar, mesmo com a ficção, à França pré-revolução. Mas puro, como o cemitério em que passa seu enredo, morre. Digo morre porque o livro parece abrir tantas possibilidades de climax mas não escolhe, e por consequência não fecha, nenhuma. Pensei por um momento em desistir da leitura. Felizmente, ao final, o livro começa a dar uma engatada. De toda forma, não surpreende e, pior, não anima.
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Nica 01/07/2013

Puro
Puro de Andrew Miller, um Romance Histórico diferente. Ambientado na França de 1787, num período que antecedia a Revolução Francesa, embora o autor não se detenha nesse tema, alguns locais, incidentes e até clima de ansiedade prenunciam a sua ocorrência, como uma ave de canto agourento. Surpreendentemente, Andrew Miller desenvolveu sua trama em um ponto bem mais centralizado e específico, longe da amplidão que foi a revolução. Tudo acontece também no centro de Paris, mas em volta da histórica remoção do Cimetière des Innocents. O tema instigante num tom gótico e até macabro, não nos deixa esquecer a força da lamina da guilhotina que se avizinha.
O jovem, porém não muito jovem, Jean-Baptiste Baratte, engenheiro, foi convocado pelo ministro do rei Luiz XVI a uma desafiadora empreitada: remover, destruir, livrar-se de qualquer jeito, do Cemitério dos Santos Inocentes e a sua igreja conjugada. O famoso asilo de ossos, localizado no centro de Paris, já está fechado há cinco anos, mas cumpriu seu papel por algumas centenas de anos, e sua lotação se justifica, principalmente, por ter servido em seus últimos anos para valas comuns, chegando a ter até milhares de corpos para cada vala. Quando em épocas de guerras e pestes era lá o desembarcadouro. Agora a sua super lotação associado ao clima chuvoso da cidade contribuem para as insuportáveis condições insalubres, causada pelo mal uso do espaço, e pela decomposição incompleta dos cadáveres. Os mortos estavam matando os vivos. As pessoas que viviam na vizinhança do cemitério estavam sendo envenenadas pelo ar contaminado. Se não houvesse um fim rápido para esse problema, o envenenamento chegaria à Versalhes e o próprio rei e seus ministros seriam contaminados - O pior é que chegou e o rei não percebeu. O mau cheiro era insuportável, mas nada que não fosse habituado. Sim, as pessoas se habituam a tudo, até ao cheiro de podre de decomposição humana. O odor estava na roupa, na comida, no suar, no hálito, na urina, nas fezes. Tudo isso, se imaginarmos os maus hábitos de higiene e a nenhuma noção de sistema sanitário urbano, a cidade deveria ser um bolsão de podridão. Puxa! Quer ir a Paris, siga o seu nariz!
Apesar do clima grotesco e aparentemente cômico, o que temos em Puro é uma metáfora dramática, num tom irônico, de um período que serviu de combustível a uma sociedade à beira de uma explosão. O clima é tenso. Sempre há o que se esperar, seja pela peste de ratos, seja pela brecha no teto, pelas loucuras explícitas, sussurros, suicídios, estupros, incêndios... Muitos mistérios em volta das escavações e exumações de todo aquele espaço, sem contar com a destruição da igreja. Mas tudo é arte do narrador, ele desafia as convenções humanas e o bom comportamento moral, o seu desejo é criar um ar sinistro em volta de sua narrativa até às ultimas linhas. Com tudo isso não há grandes surpresas nem um grand finale e o romance vale pelo prazer da leitura, principalmente aos apreciadores de livros adultos que mistura de História, cultura e acima de tudo que seja provocador. Tenha certeza, aqui temos um romance humano. Humano em todas as suas frustrações, fragilidade, simplicidade e excrementos.

site: http://www.lereomelhorlazer.com/2013/06/puro-andrew-miller.html
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Só Sobre Livros 14/08/2013

Purificando Les Innocents
Confira resenha no blog http://sosobrelivros.blogspot.com.br/2013/08/purificando-les-innocents-carla.html
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Fabio Martins 07/08/2015

Puro
É bem interessante o que uma visita despretensiosa a uma livraria pode te proporcionar. Em uma dessas ocasiões em que fui apenas passear em uma livraria para dar uma “folheada” em alguns livros, me deparei com o livro Puro, de Andrew Miller. O que mais me chamou atenção foram os prêmios vencidos pelo autor e a indicação do jornal The Guardian, que elegeu a obra um dos dez melhores romances históricos de todos os tempos.

O livro baseia-se parcialmente em fatos reais. Nos anos pré-Revolução Francesa, os cemitérios de Paris representavam um grande incômodo para a população local. O maior deles, o cemitério conhecido como Les Innocents, estava entupido de corpos enterrados e as pessoas que moravam ao redor começaram a ficar doentes devido à contaminação do solo que eles corpos provocavam.

Para resolver essa situação, foi feita uma verdadeira limpa nos cemitérios de Paris, e os ossos de milhões de pessoas foram levados para túneis subterrâneos já existentes no subsolo da cidade. Atualmente, as famosas “Catacumbas de Paris” oferecem um tour fascinante e sinistro ao longo de quilômetros de corredores banhados de ossos.

No livro, o jovem engenheiro Jean-Baptiste Baratte é contratado diretamente pelo Ministro do rei para realizar tal tarefa. Em princípio, é um trabalho excelente e uma grande oportunidade de tornar-se famoso. Ao chegar a Paris e hospedar-se na casa da acolhedora família Monnard, algumas coisas parecem estranhas. O sabor da comida local é diferente, ruim. O hálito das pessoas é cadavérico, e elas parecem não perceber isso. O cemitério incomoda, mas está tão incrustado às vidas dos habitantes, que eles até criaram certa afeição pelo lugar.

Aos poucos o trabalho é iniciado. Mineiros funcionários de um amigo de Baratte da Normandia são contratados para realizar a obra. Dentro do cemitério, alguns percalços e acidentes de trabalho. Fora dele, confusão na casa dos Monnard, olhos voltados para Helöise, uma conhecida prostituta austríaca, olhares atravessados da população local e uma cidade fervilhante de ideias revolucionárias.

O livro é muito bem escrito por Andrew Miller, pois retrata uma Paris pré-Revolução Francesa de forma muito clara e nítida. A população vivendo em um esgoto a céu aberto, suja, esfomeada e insatisfeita com os gastos astronômicos de seus governantes. Para quem gosta de história, Puro é um retrato muito fiel daquela época, resultado de grande pesquisa por parte do autor.

Entretanto, ao terminar o livro senti certa frustração. Durante toda a leitura, você fica imaginando que algo diferente irá acontecer e a história terá uma reviravolta, mas ela segue normal – até certo ponto – até o final. Fora alguns acontecimentos no meio da história, que não têm tanto grau de relevância, toda a obra contempla “apenas” a demolição do cemitério e a igreja ao lado, sem muitas novidades. A narrativa é boa e atraente, mas não apresenta muitas novidades.

site: lisobreisso.wordpress.com
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Dalila 27/01/2017

Achei o enredo todo muito interessante, e aleitura fácil, livro bem escrito.
A princípio a ideia de deslocar todo um cemitério incrustado no meio de Paris me pareceu totalmente inviável, mas na realidade o foco da história não é necessariamente esse, acredito que se trata mais dos conflitos pessoais do jovem engenheiro que da grande empreitada em si, ele se vê em diversos momentos tomando decisões que estão ligados a moral e ética, decisões que muitas vezes o fazem pagar com a própria inocência. Saber que o cemitério de Les Innocentis realmente existiu torna a história mais interessante.
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Gladston Mamede 26/11/2017

Um bom mote, um bom começo, muitas informações históricas que são ótimas para formar a compreensão do contexto de Paris um pouco antes de eclodir a Revolução Francesa. Tinha tudo para ser fantástico. Mas a história se perde no meio e o final é apressado. Frustou-me por isso. Mas aprendi muito de história, o que é bom.
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