A Psicanálise dos Contos de Fadas

A Psicanálise dos Contos de Fadas Bruno Bettelheim




Resenhas - A Psicanálise dos Contos de Fadas


82 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Thay262 22/02/2024

É um livro muito bom para estudar a psicanálise conceitualmente, porém é um péssimo livro para entender a prática.
Isso se dá porque, como o próprio autor pontuou, é o paciente que deve atribuir um sentido a estória (e não o analista/terapeuta/psicólogo/psicanalista).

Desta forma, o livro pode ser interessante para entender conceitos da psicanálise porque o leitor entrará em contato com eles e buscará no Google ou em seus livros acadêmicos sobre o assunto para melhor entende-los, por outro lado o autor cai no erro de querer atribuir significado para qualquer coisinha nos Contos de Fada, quando em uma técnica de análise real deveria ser a criança que dá esse significado, da forma exclusivamente dela (um exemplo do autor, aquele menino que se fixou na estória da Rapunzel vendo a maneira como ela usou os cabelos para solucionar um problema, daí ele tirou como lição que também ele poderia usar a si mesmo e elementos de seu próprio eu para resolver/sair de situações complicadas em sua vida).

Ou seja, não importa quais significados o autor/psicanalista dá para cada um dos contos, numa análise real o importante é o significado dado pelo paciente, e fim de papo. Isso se dá porque a análise é do paciente, não do psicanalista (nesse livro vemos a análise de um psicanalista sobre os contos, daí é ele quem está atribuindo significado).
Porém numa análise real é o paciente que reflete e atribuí significado para suas ações, desejos e pensamentos, não o psicanalista. Assim tiro estrelas do livro, pois achei que não deixou isso claro o suficiente.

O livro pode confundir pessoas que não estão habituadas com a psicanálise, seja de forma técnica/teórica, seja de forma prática. Por isso não indico para pais ou educadores, que poderão erroneamente tomar partes do livro como "regras absolutas". Por outro lado, se você for psicólogo, psicanalista, estudante ou entusiasta desses temas, o livro pode agradar; desde que você entenda oque falei nos primeiros parágrafos.

Mas o livro não é de todo ruim, como eu disse, é ótimo para estudar conceitos chaves da psicanálise (pois ao lê-los aqui terá de buscar/procurar maior aprofundamento neles). E também vai de encontro a ideias pertinentes sobre o imaginário infantil (mas que também pode ser ampliado para adolescentes e adultos).

Eu gostei bastante da maneira como o autor pontua como é importante a criança entrar em contato com temas como velhice e finitude (morte). Ou temas como ansiedade de separação, luto, rivalidade, bem e mau. Mostrando-nos como os contos trazem justamente essas temáticas a criança.

Hoje em dia há muitos pais que "super-protegem" os filhos e os privam desses temas, porém criança cresce, e esses temas fazem parte da vida. O autor trás a importância de não privar a criança desses temas, mas de deixa-los aprender e saber lidar com eles. Os Contos de Fada sempre abordam temas como esses, e é por isso que o autor diz que criança tem propensão a se interessar neles (mostrando que não é a criança que teme esses assuntos, mas sim o responsável da criança que teme não saber aborda-los com a criança! Vendo isso, quem você acha que precisa de análise? Adultos que não sabem lidar bem com esses temas, não saberão aborda-los, e privarão a criança deles, de modo a criar novos adultos que não sabem lidar com esses temas).

Então vemos que essas estória ajudam a criança a entender tais conceitos e como agir frente a eles, lhes ensinam resiliência e mecanismos de enfrentamento da situação, lhes ensinam que o mundo não é "uma fábrica de realização de sonhos" e que há situações ruins e pessoas más, mas que apesar de tudo ela ainda pode enfrentar isso tudo e sair vitoriosa como fez o protagonista da estória. Por isso as crianças amam Contos de Fadas. Mas não só eles, veja como muitas outras ficções também ensinam tais coisas para crianças e adolescentes!

A divisão muito sistemática entre "bem e mal" nos contos também ensina a criança regras morais, porque a criança se espelha no protagonista. Daí o autor explica porque uma estória infantil precisa personificar de forma objetiva "o bem" e "o mau", para não deixar dúvidas.
Achei interessante também a pontuação do livro em dizer que todos nós, inclusive as crianças, temos propensão a desejos e sentimentos "bons e maus", e que tais estórias ajudam a discernir melhor sobre tais condutas, quando olhamos os personagens e perguntamos "com quem quero parecer?". Então embora as estória infantis personifique de forma muito óbvia "quem é bom" e quem "é ruim" naquela trama, na realidade essa divisão é puramente para fins de instruir a criança quanto a conduta esperada dela, mas que na realidade todos nós estamos propensos a pensamentos/desejos de cunho positivos ou negativos, o importante é saber lidar com eles. Oque as Estórias de Fadas ensinam com perfeição.

O livro não aborda, mas isso também me fez pensar em como adolescentes estão propensos a gostar mais de Anti-Heróis, justamente porque estão nessa fase de rompimento com ideais familiares e busca pelos próprios ideais, passando por mudanças psíquicas e físicas muito grandes, sentimentos a flor da pele e rebeldia é esperado, daí o adolescente pode ver nos Anti-Heróis uma maior complexidade moral e intelectual, mais próximo do que um ser humano é verdadeiramente do que uma caricatura entre "bem e mau", que vêem nos "personagens bonzinhos" das estórias infantis. Porque nós não somos bonzinhos o tempo todo, e mesmo quando somos, podemos ter o desejo de não ser. E isso é oque adolescentes vêem nos Anti-Heróis. Talvez isso explique essa adesão adolescente a eles, mas isso é só uma fase.
Nós adultos também somos assim, podemos achar as estórias infantis "bobas" justamente porque já passamos da fase de precisar dessa divisão muito óbvia entre bem e mau. Já sabemos moralmente oque é certo e errado, bem como já sabemos que temos desejos e sentimentos diversos dentro de nós, e que cabe a nós media-los adequadamente.

E de todo modo, embora o livro fale mais de Contos de Fadas e do impacto disso no psiquismo infantil, podemos lembrar que até adultos estão propensos a gostar de personagens e se espelhar neles, tal como vemos adultos apaixonados por HQs ou filmes de heróis ou ficção e fantasia. Então estórias, sejam elas de fada ou não, tem muita relevância na vida infantil, tanto quanto na adulta. Afinal, por que lemos? Por que estamos aqui no Skoob consumindo diversas tramas, personagens e assuntos? O que aprendemos com tantos livros e personagens? Com quais temas e tipos de personagens nos identificamos mais e por quê?

Então no fim, a maior lição que tirei desse livro é como cada um, seja criança, adolescente ou adulto, se espelha em estórias fictícias, qual significado atribui pra elas e seus personagens, e qual o impacto, quais lições, disso na vida delas.

site: entulhandoideiasdiversas.blogspot.com/
Flávia Menezes 22/02/2024minha estante
Esse livro foi a base da minha monografia da pós-graduação que fiz. E Bettelheim tem uma escrita tão gostosa, tecendo de uma forma tão incrível sobre o gênero, que só abrilhanta ainda mais a literatura dos contos de fadas.


Thay262 22/02/2024minha estante
Jura?? Agora fiquei com vontade de ler sua monografia! Eu achei o texto muito bom, com a ótica psicanalítica freudiana. Porém, meu interesse no livro de deu porque um professor disse ter dado/indicado esse livro para os pais que atendia. Daí comecei a leitura acreditando que seria algo mais genérico, porém me surpreendi em ver muito da base da psicanálise ali, daí não sei se indicaria o livro para pais e educadores, a menos que estes já tivessem algum conhecimento prévio de psicanálise. Tem coisas no livro que acho passível de entendimento sem aprofundamento, mas outras não.


Flávia Menezes 22/02/2024minha estante
Eu concordo plenamente com você. Acho que indicar para pais é confuso, porque acho profundo demais, até mesmo para quem tem pouco conhecimento dos simbolismos e seus efeitos na literatura. Acho que é válido quando se explica?quando são indicadas essas oficinas de contação de histórias, que expliquem essa prática oral e o que ela proporciona na vida das crianças (e de todos nós). Concordo com a sua visão, Anne! E acho que seu jeito de ver ajuda mais do que simplesmente entregar um material desses sem preparo algum. ?
Obs.: e olha que foi uma monografia na área da Psicologia das Organizações? ?. Mas me diverti muito fazendo. Foi uma ótima experiência. Ainda te mostro essa? ??


Thay262 22/02/2024minha estante
De fato, seria super edificante ler esse livro em uma oficina de leitura, e/ou uma leitura conjunta. Pois é um livro realmente muito bom, trás muita coisa excelente para debater e refletir, daí qualquer pessoa leiga em psicanálise poderia acompanhar e, em caso de dúvidas, teria como obter maiores explicações de uma coisa ou outra. Mas é um livro muito bom mesmo, em vários pontos.
P.s: vou ler sua monografia.


Flávia Menezes 22/02/2024minha estante
Então?na verdade essas oficinas que tivemos em um centro cultural aqui, ensinavam a contar histórias. E a partir daí, ensinar a olhar a história através das metáforas e compreender a composição de um contos de fadas?como a questão dos ritos de passagem (maturidade), das morais e valores? essas coisas.
Mas um livro desses, sabe o que é bom? Em um grupinho de estudos! Dá uma boa discussão!!!! ????
Agora?esse livro, pra mim é assim: se a pessoa tem interesse em se aprofundar em algo voltado aos contos de fadas é bem interessante. Caso contrário, é uma teoria que vai soar mais confusa do que ajudar em algo. E acho isso um problema na atualidade. Porque muitas vezes a pessoa acaba consumindo muita coisa, porém sem uma compreensão aprofundada?de que isso servirá? Daí passar isso para os pais?a menos que sejam ligados a alguma área da educação ou da psicologia?o que traz de lucro? Especialmente levando em consideração que não tem como uma pessoa que nunca estudou esse tipo de conteúdo, entender. Igual tentar falar pra quem não tem nenhum conhecimento psicanalítico, sobre as teorias sexuais infantis de Freud. As pessoas precisam entender que são anos de estudo, e não é um livro que vai te dar todo um conceito! Por isso que acho sua resenha perfeita!!! Porque concordo com você em número, gênero e grau!
Obs.: depois me conta o que achou! ???


Thay262 22/02/2024minha estante
Gostei dessa ideia de oficina de contação de historias, hein. Inclusive tem um trecho nesse livro onde Bettelheim fala disso, né, dos pais que não sabem contar porque nunca tiveram quem contasse a eles, e de como é importante não só saber contar a estória mas como também se conectar a criança nesses momentos.

De todo modo, não gostei tanto do livro justamente pelo excesso de significação que ele faz dos contos, em geral prefiro ver como isso vem espontaneamente do leitor/analisando. Quando ele, o autor, entrega de bandeja esses significados, substituímos o significado primário que damos pelas noções dele como psicanalista [em geral porque vamos colocá-lo como uma figura de saber acima de nós]; mas mesmo no livro ele demonstra aqui e ali que o importante é como o leitor/ criança/ adolescente/ adulto pensa a estória. Achei mais interessante os momentos que ele conta, por exemplo, como uma paciente inverteu a estória de João e Maria, fazendo com que tivesse sido João que os salvou da bruxa. Isso mostra melhor o inconsciente trabalhando, mais do que ele fornecer por ele mesmo o significados dos contos, a tendencia é o leitor reprimir os próprios significados e aderir aqueles dados pelo autor aqui nesse livro; Um quase desserviço ao inconsciente, diga-se de passagem. Daí eu torcer o nariz quase toda vez que ele vinha inferir um significado geral para os contos em questão. Haha.

Por outro lado, o livro é muito bom para estudar conceitos da psicanálise, de fato funcionaria em grupos de estudo e debates. E por isso não consigo ver qualquer pessoa leiga pegando esse livro, nem indicaria esse livro para qualquer um, a menos que o interesse pela psicanálise já esteja arraigado de algum modo nessa pessoa[tem psicanálise no nome, então acho que funciona com um fator atrativo ou de exclusão logo de cara]; e como você disse, ninguém aprende esses conceitos do dia pra noite numa única leitura, logo para melhor se comprazer com essa leitura é bom já ter algum conhecimento prévio dos conceitos.

Vou ler sua monografia, pode deixar que te conto! Beijos e até mais!




Claire Scorzi 08/02/2009

Quase Perfeito
Só não dou 5 estrelas por causa de alguns escorregões de Bettelheim, certos surtos de "psicologice", quando ele cisma de interpretar e ver significados até nos mínimos detalhes de algumas histórias infantis, como "A gata borralheira", por exemplo, e soa ridículo. Excluídos esses casos, o livro é simplesmente ótimo; gostoso de ler para leigos como eu, e repleto de considerações psicológicas que fazem sentido. A parte final intitulada "O ciclo do noivo-animal" é 10 e já valeria o livro inteiro: é nela que Bettelheim analisa contos como "A bela e a fera" e "O príncipe sapo"; suas explicações são interessantíssimas! Digno de releitura.
Tito 23/06/2010minha estante
Esse eu acabei abandonando logo nos primeiros capítulos. Ou melhor, deixando para um outro momento, pois me pareceu bastante interessante...


Andreza 07/07/2013minha estante
Concordo, é realmente gostoso de ler,até para quem não é da área.


Jéssica Marise 23/04/2015minha estante
Vocês com esses comentários estão me instigando! Estou estudando psicologia e estou MUITO interessada!
P.S.: Se puderem me dar mais dicas de Psicanálise Infantil estarei toda ouvidos!


Ana 26/04/2015minha estante
Concordo com os "escorregões". Mas deveria ser uma leitura obrigatória para psicólogos, professores e até mesmo os pais.


Meire.Alves 11/03/2020minha estante
Concordo, em alguns momentos o exagero da análise de pequenos detalhes o torna cansativo e até faz com que se perca a credibilidade. No entanto a parte final é demais! Vale o livro todo!




Giovanna.Davim 29/01/2022

Quando vi esse título na livraria não pensei duas vezes em comprar, afinal, amo contos de fadas e me interesso muito por assuntos da psicologia. Ele é realmente muito interessante, pois abriu minha visão para detalhes nas estórias que eu nunca perceberia por conta própria. Algumas teorias fazem muito sentido, outras eu achei um pouco viajadas kkkkkk mas vale a pena. Um detalhe é que o livro não aborda os contos de fadas da maneira em que nós conhecemos, e sim em suas versões originais, o que também pode chocar a princípio. Ah, e se você não for da área, que nem eu, sugiro que dê uma pesquisada antes, porque para conseguir acompanhar o raciocínio precisa entender alguns conceitos da psicanálise.
Giovana.Alves 30/01/2022minha estante
EU LI UNS CÁPITULOS DELE, MUITO BOMMM


Giovanna.Davim 30/01/2022minha estante
Simm! ?




Andrea.Rodrigues 17/01/2021

Redescobrindo sentido do "Era uma vez.."
Livro que comecei por curiosidade, mas temendo ser técnico demais. Apesar de leiga na área achei que fluiu bem.

O autor usa diferentes contos para explicar o processo de crescimento/amadurecimento, formação da personalidade/individualidade e todos os conflitos envolvidos nesse caminho. Então os contos de fada entram como um símbolo para que a criança entenda que apesar de toda dificuldade em algum momento o final feliz vai chegar; Ao mesmo tempo, deixa bem claro que é necessário superar os desafios dessa jornada de autoconhecimento a fim de que possa evoluir.

Quase próximo do fim o autor sabendo que será lido por leigos até se justifica, pois alguns pontos podem causar estranhamento, como quando fala da criança não só como um ser de pura bondade e sim como alguém já inconscientemente conflituoso, por vezes com sentimos de ódio e vingança; conflitos edipianos, entre outras coisas; então ele diz:
"Ao discuti-las temo ter ido de encontro ao conselho do poeta: Pise suavemente pois vc está pisando nos meus sonhos. Graças à influência de Freud nossos sonhos se
tornaram muito mais problemáticos para nós. Mas eles também são a estrada real para a mente inconsciente, e nos permitem formar uma visão nova e mais rica de nós mesmos e de nossa humanidade".

Enfim, se vc tem curiosidade sobre essa coisa louca que é a mente humana, recomendo. Não como uma verdade absoluta, mas como estímulo pra aprender cada vez mais sobre quem somos e porque somos como somos.
BibliodaArte 22/01/2021minha estante
Que interessante...Eu sempre achei que os contos com finais felizes fossem mais comerciais


Andrea.Rodrigues 22/01/2021minha estante
Pois é, também




Helder 29/12/2019

Péssimo e doentio
Sinceramente, uma coisa grotesca e doentia resumir tudo (ou quase tudo) em relação sexual, menstruação, objetos fálicos, etc.

O autor afirma que Wall Disney prejudicou os contos de fadas, sobretudo por ter acrescentado/alterado elementos ao transpor para a obra cinematográfica. Nem entrarei no mérito de que se tratam de mídias diferentes. No entanto, o autor ainda tem a pachorra de dizer que os anões são ?na verdade? objetos fálicos e baboseiras como essa.

É, realmente, foi Disney que prejudicou os contos de fadas. Que piada de mal gosto esse livro. Perdi meu tempo. Ainda bem que não o comprei, teria jogado dinheiro no lixo!
Bruna 12/02/2020minha estante
Existem realmente alguns pontos que deveriam ser mais desenvolvidos. Passa até ser uma visão minimalista do autor, em depositar tudo em relação ao complexo de Édipo e outras demandas sexuais. Porém, é um livro psicanalista e já é de esperar que contenha isso.


Helder 17/02/2020minha estante
Bem isso, Bruna! ??




Bart 09/03/2019

A Psicanálise dos Contos de Fadas
Bruno Bettelheim

Que livro show de "bolation"!!
Ainda bem que não li algo parecido qnd era criança!! O livro apesar de muito pequeno, tem uma leitura é formidável! Através da Psicanálise ele faz uma leitura de personagens como Chapeuzinho Vermelho, a Bela Adormecida, Branca de Neve, a Rainha com ciúmes... e vai!! Conteúdos que eu nem poderia imaginar as quais elementos estruturantes das personagens estariam ligados ou representados!

Livraço
Vanessa 10/03/2019minha estante
Já entrou pra minha lista dos que quero ler haha


Bart 10/03/2019minha estante
Vc não vai se arrepender!!




evvvv!! 23/01/2023

apesar do livro ser bom e trazer a visão de um psicanalista em relação aos contos de fadas e as mensagens que estes trazem, eu sinto que em muitos momentos ele foi detalhista demais em momentos desnecessário tornando a leitura cansativa e monótona em determinadas partes, mas talvez seja apenas pq o livro não é tanto o meu estilo?

em geral, o fato de que todas as histórias clássicas que ouvíamos quando criança trazem sempre esses reais significados tão fortes é muito interessante
MarcosK 14/03/2023minha estante
Estou fazendo a leitura e fiquei com essa impressão também. De fato, Bettelheim tem muito de psicologismo e tenta atribuir significados até a coisas que não tem. De todo modo, o livro é muito bom, principalmente para pais.




Rael 28/12/2022

Segundo livro que abandono na vida - que eu lembre.
Assim como para filmes, tenho uma mania de começar a ler livros aleatórios sem ver muitos detalhes deles antes. No caso de livros que se propõem a serem científicos de alguma forma, geralmente eu leio sobre o autor antes ou sobre a obra para ter alguma segurança dela, no caso desse livro eu não fiz isso, e me arrependi.
Comecei a ler esse livro, e percebi que está cheio de afirmações "fonte arial 12" e já fiquei: "não, tem algo de errado aqui". Além de inúmeras frases prontas que me incomodaram.
Fui pesquisar a vida do autor, e sinceramente, não sei como é permitida a publicação disso. O cara é literalmente um charlatão que não tem formação acadêmica alguma voltada pra psicologia, mente sobre ter conhecido grandes filósofos, capacitista com pessoas com limitações mentais e só passa batido para alguém muito desavisado.
Isso é horrível, nem deveria ser vendido.
steleazs 14/02/2023minha estante
Fadas no Divã propõe a mesma ideia, só que a autora é realmente uma psicanalista




sonia 11/01/2014

POR QUE LER CONTOS DE FADAS ?

A infância é um período de alegria, brincadeiras e sonhos. Certo ? Por um lado, sim. Mas há um outro aspecto. A infância é também um longo período de sofrimento, frustrações e humilhações.
Que tal ter setenta centímetros de altura em um mundo onde os adultos parecem ter dez metros ? Sentir - se um anão entre gigantes ? Derrubar leite na toalha, migalhas no sofá, molho de tomate na roupa nova; sentir as calças molhadas porque não se foi suficientemente rápido para correr ao banheiro... e ouvir os inevitáveis : Desastrado!, Porco!, Outra vez?, Você só serve para dar trabalho!, Eu já não te falei mais de mil vezes..., Você não toma jeito, mesmo!.
Esta situação já é bastante constrangedora, mas às vezes existem outras complicações - irmãos mais bonitos ou que parecem perfeitos, e as dolorosas comparações: Veja seu irmão. Por que você não faz como ele?, Olha só como seu irmão é caprichoso, Ele é tão corajoso, não chorou no dentista.
Deixemos de lado as situações dolorosas da vida - orfandade, pais alcoólatras ou espancadores. Fiquemos com a infância normal em lares estáveis, com filhos desejados e pais amorosos. Fazem parte da infância normal sentimentos perturbadores e terríveis, tanto que muitos adultos preferem esquecê - los ao crescer.
Por exemplo, o MEDO. A criança é um ser frágil que depende totalmente de outro para comer, abrigar - se, manter se aquecida e limpa. Imaginemos por um instante. Não poder andar sozinho. Não poder comer sozinho. Pior - não conhecer o mundo e suas regras. É profundo e total o DESAMPARO da criança.
Quando a criança começa a falar e a pensar, depara - se com o problema mais doloroso da infância, que, mal resolvido, comprometerá todo a sua vida futura : a questão do valor pessoal. Como pode a criança afirmar - se em um mundo onde ela não conhece, não sabe e não compreende a maior parte das coisas? E onde lhe dizem o tempo inteiro : isso não é assunto de criança, isto você vai saber mais tarde, quando você casar, passa, quando você crescer eu explico. Frases que a criança traduz como : ninguém me leva a sério. É a REJEIÇÃO.
A criança faz progressos que são encarados sem muito entusiasmo pelos adultos, embora estas conquistas sejam obtidas através de muito trabalho - aprender a ler, aprender a andar, para citar as mais óbvias, exige imenso esforço e persistência por parte da criança, e no entanto poucas vezes são recebidas com entusiasmo : Que maravilha, meu filho!. Muitas conquistas importantes são ignoradas, deixando a criança com a impressão de que só uma pessoa muito boba poderia achar que fez alguma coisa de notável, afinal, todo mundo lê, anda, come sozinho e mantém - se limpo - todo mundo menos ela, a criança.
Quando você crescer, para o pensamento infantil quer dizer nunca. A criança é toda agora.
Há no entanto um jeito de falar diretamente à alma da criança, dar - lhe consolo, esperança e, o mais importante, a fórmula para deixar de ser bobo e virar rei. Adivinharam ? Sim, é o conto de fadas.
Típicas, por exemplo, são as histórias dos três irmãos, dos quais o mais novo é bobo, humilhado pelos irmãos, e sai pelo mundo abençoado pela mãe, sem dinheiro, e por ser bondoso com um animalzinho ou velhinho que encontra pelo caminho, é recompensado e descobre um segredo que o leva a um tesouro.
Estas histórias de aparência simples contém um complexo simbolismo que não é a intenção deste artigo desenvolver. (Os interessados procurem ler A Psicanálise dos Contos de Fadas, de Bruno Bettelheim, Ed. Paz e Terra).
O que nos interessa aqui é encarar o desejo dos pais de protegerem a criança dos sentimentos maus e da violência, procurando para elas leituras neutras, sem emoções, ou, o que é pior, suavizando as histórias : O Lobo Mau não comeu o porquinho, não, o porquinho fugiu; O caçador não matou o Lobo, só bateu no bumbum dele.
A emoção da criança é primitiva e selvagem, do tipo tudo ou nada. A criança ama ou odeia com todo o seu coração. Seu medo, simbolizado pelo Lobo Mau, só pode ser destruído pela morte. Sua imaturidade, simbolizada pelo porquinho que fez a casinha de palha, também. Só a morte pode acabar com o perigo que ameaça a criança : seu próprio medo, sua própria ignorância e outros sentimentos ruins, disfarçados de bichinhos. Nestas histórias, a morte não é violência; é o símbolo da transformação que torna a criança mais madura, mais sábia, mais corajosa. Deixe o seu filho gritar de alegria porque o Lobo
Mau morreu. Isto não quer dizer que seu filho seja um nazista sanguinário em potencial. Quer dizer apenas que seu filho venceu o medo.
A seu modo mágico, os contos de fadas contam para a criança que ela traz em seu coração a chave da felicidade, é só acreditar em si e esperar pelo momento certo. Os contos de fadas também lhe dizem que ela não é a única a sofrer, lá está o pobre Tolo a ser humilhado pelos irmãos e desacreditado pelos pais - e a criança sente-se compreendida.
Se queremos trazer alegria à vida de nossos filhos, devemos começar por reconhecer a dor, a aceitá - la e a encará - la _ a dor profunda de ser desamparado, impotente e ignorante; o medo e a vergonha por sentir - se inferior . Então podemos começar a contar a nossos filhos como vencer a dor e encontrar o caminho da realização e da felicidade, um caminho longo e difícil que as histórias de fadas tornam atraente e encantador.
Vamos encher de sonhos a infância. Afinal, é como diz o ditado : Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem.
Kinha 27/07/2023minha estante
Perfeito, ótimo comentário, aliás o melhor.




martinho.bia 09/03/2024

O conteúdo do livro têm muitos conceitos e pressupostos da psicologia e psicanálise se o leitor não tiver conhecimento sobre o assunto a leitura fica muito massante e enfadonho. Porém, é um livro direcionado a todos que têm interesse na abordagem da psicologia infantil.
Fábbio Xavier 13/03/2024minha estante
Deve ser top




Hallef 29/08/2019

Esse livro é um objeto de prazer.
Recomendo, mas com uma condição: Leia o que é Psicanálise antes de enfrentar esse livro.
O autor tem uma linguagem bastante técnica e para leigos isso pode causar confusão e certo desânimo.

O autor cria uma ponte entre Psicanálise, contos de fadas, desenvolvimento humano, contemporaneidade e a constituição do sujeito enquanto participante ativo da própria história. Tudo isso com uma argumentação sólida e eficaz.

Creio que isso resume o livro.
O aprendizado com essa leitura é inevitável.
Ao ler esse livro saio com a percepção de mundo mais crítica e subjetivando muito mais as minhas experiências de vida.
O que é o prazer? Até que ponto isso é bom?

A frustação é algo bom ou ruim?
O crescimento está apenas no biológico ou vai além disso?
São dúvidas que o autor responde com mestria.

4 estrelas, pois de um ponto muito subjetivo e da minha percepção, acredito que alguns pontos poderia ser mais trabalhados e desenvolvidos, no entanto o autor cumpre com sua proposta.
Ele destrincha a Psicanálise dos contos de fada.
Hester1 29/08/2019minha estante
Muito bom!




Cris.Gallo 19/07/2009

O livro é muito bom para quem é professor do fundamental.
Recomendo.
comentários(0)comente



Goldenlion85 03/01/2010


Muito bom, o livro explica diversos aspectos da vida como um todo,
o questionamentos que qualquer ser humano possui e este ajuda a esclarecer de uma maneira bem positiva, agradavél.
comentários(0)comente



Bmnsn 18/04/2024

Não sou psicóloga mas...
Livro chato e enrolativo, repetitivo e sem explicação científica pata justificar a analogia de cada situação.

Chato.
comentários(0)comente



82 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR