Carol 17/03/2021
Leiam esse livro!!!!
A essa altura, eu descobri duas coisas: a primeira é que eu não consigo definir qual dos livros da Kristin é meu favorito, e a segunda é que não sou capaz de ler uma obra dela sem chorar ou ficar paralisada com as reflexões tão profundas que ela traz.
Ela consegue nos fazer sentir na pele dos seus personagens, absorver cada uma de suas dores como se fossem nossas, sonhar seus sonhos, chorar suas perdas e alegrias, sentir o vazio e o peso de suas decisões.
Em Jardim de Inverno, a discussão substancial é sobre amor e, principalmente, perdão, não só aquele que devemos aos outros, mas a nós mesmos. Desse modo, mergulhamos na história de três grandes mulheres afetadas pelas coisas ditas e, sobretudo, as não ditas.
É perceptível em todas as suas obras características que se repetem e são sua marca: o enredo crescente, com uma fase inicial mais lenta para aprofundar cada personagem; o cenário que se funde ao âmago da história (não é um cenário meramente decorativo, mas tem uma função na narrativa); as reviravoltas bem intrincadas e amarradas; a forte presença feminina e de temas concernentes à maternidade, escolhas inerentes ao ser mulher e auto realização; e claro, os personagens muito bem construídos, um dos seus pontos mais fortes.
Tive momentos de amar e odiar as personagens centrais, não pela forma que foram construídas (que pra mim sempre é perfeita nas obras da Kristin), mas pelas atitudes que elas tomavam; no entanto, no fim, o que ficou foi aquela compreensão humana que surge quando enxergamos a história toda e não só fatos isolados.
Esse livro me prendeu do começo ao fim, com um desfecho surpreendente, que eu jamais imaginaria. Li algumas resenhas de pessoas falando sobre o começo lento na narrativa como um empecilho para aproveitar bem a obra. Comigo é o oposto: adoro esse começo lento em todos os livros da autora, não menos em Jardim de Inverno, porque o vejo como um artifício para fazer o leitor mergulhar completamente na pele de cada personagem, e assim possa viver as experiências trazidas na leitura como se fossem suas. Para mim, é uma grande qualidade em um livro, desde que leve ao crescimento da trama.
Por fim, eu gostaria de dar um milhão de estrelas para esse livro, pela grandiosidade de sua temática, de seus personagens e pela genialidade da autora em construir uma história tão cheia de sentido, que chega a ser transcendental.