O que há de errado com o mundo?

O que há de errado com o mundo? G. K. Chesterton




Resenhas - O que há de errado com o mundo


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Cris 10/10/2021

O que há de errado com o mundo
Você já parou pra pensar sobre o que há de errado com o mundo? Há inúmeras respostas que podemos dar rápida e facilmente: a corrupção, a fome, a pobreza, as maldades que um humano é capaz de fazer? Nenhuma dessas respostas será suficiente.

Mas Chesterton da uma resposta certeira, e logo no início do livro, que te leva a uma reflexão profunda. Ele diz que o que há de errado com o mundo é que ?não nos perguntamos mais o que é certo.?

Para ele o homem está esquecendo de tudo o que originalmente almejou. Não temos mais um ideal humano. E, conscientes disso, precisamos nos perguntar que configuração abstrata e ideal do estado ou da família é capaz de saciar a fome do homem.

Não percebemos mais o que é bom para o homem enquanto indivíduo, mas sim o que «seria bom» apenas para as pessoas enquanto sociedade. Ou seja, a família está ficando em último plano, mas é nela, dentro do lar, onde o homem é o mais livre que ele pode ser.

Tece críticas às sufragistas e aos efeitos causados nas famílias por conta de suas reivindicações. Mas não se engane, ele foi crítico ferrenho do socialismo, assim como do capitalismo.

Chesterton sobe um degrau, sai fora da caixa e nos leva a reflexões muito antes impensadas, principalmente acerca do que estamos fazendo com a educação de nossas crianças e questiona: por que uma mãe é considerada incapaz de educar seu filho, enquanto alguém de fora da família é considerada apta a educar várias crianças estranhas ao mesmo tempo? O que faz dela mais capaz do que o seio da família?

Voltando a pergunta inicial: por que então deixamos de nos perguntarmos o que é certo? Eu arrisco a dizer que não estamos percebendo o que estamos fazendo (e quando percebemos nos mantemos inertes), simplesmente ao invés de olharmos para nossas famílias, estamos nos deixando levar pela maré do que o estado e os outros dizem o que é melhor para nós e o que seria ?certo?. E assim estamos sendo levados a um mar sem fim de erros e infelicidade.

É um livro excepcional e revelador!

#chesterton #oquehadeerradocomomundo
Luiz 10/10/2021minha estante
Quero muito ler esse livro futuramente.


Cris 10/10/2021minha estante
Não vai se arrepender! Vale muito a pena!!


Luiz 11/10/2021minha estante
Li "A superstição do divórcio" e achei fantástica, ele trata de alguns temas similares, recomendo muito tbm, está entre as minhas leituras preferidas desse ano.


Cris 11/10/2021minha estante
A superstição do divórcio está na minha lista tb!


Aryana 11/10/2021minha estante
Chesterton ??


Luiz 12/10/2021minha estante
Chesterton é top demais




anoca 24/02/2022

Chesterton ainda não era Chesterton
Este livro foi escrito 12 anos antes de Chesterton se converter ao catolicismo então o leitor católico precisa ter cautela ao lê-lo uma vez que acontecimentos e ideologias condenadas pela Igreja recebem comentários positivos ou, pelo menos, condescendentes; por exemplo: Revolução Francesa, Socialismo, Repúblicas Democráticas, etc.

Ademais, o livro é extremamente datado. Para quem gosta do contexto inglês do século XX terá um prato cheio em mãos, o que não foi o meu caso. As notas foram suficientes para me situar, mas tornaram a leitura menos fluída.

Apesar de ainda não ser o Chesterton que se consagrou, a nata já estava ali. Ele possui uma assertividade mordaz em apontar os erros da modernidade e escreveu inúmeros trechos atemporais neste livro.
Sasa 26/02/2022minha estante
Excelente resenha


David 27/02/2022minha estante
Fiquei curioso: Repúblicas democráticas são condenadas pela igreja?


anoca 27/02/2022minha estante
bondade tua, sasa, muito obrigada!


anoca 27/02/2022minha estante
oi, david! então, para os católicos, Jesus já ensinou aos apóstolos toda a base moral para administrar as nações até os fins do tempo. cabe aos representantes de cada país fazer reinar a doutrina católica de forma legal (oq chamamos de Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo), assegurando, desta forma, que o centro político fosse Deus. já as repúblicas democráticas defendem que o poder emana do povo, isso é absurdo! todo o poder vem exclusivamente do Senhor. a população não tem autoridade nenhuma para se governar da forma que bem entende. (quaisquer dúvidas só perguntar, sei não ser um assunto óbvio hehehe)


David 28/02/2022minha estante
Oi, moça :) aaahhh, agora entendi.
Muito boa explicação. Obrigado, Anoca!




Juh Lira 21/12/2016

O Que Há de Errado com o Mundo e com o Século XXI
Uma das maiores mentes do século XX, mas ignorado pelo tempo - ou talvez seja pelo medo dele apresentar argumentações muito mais sólidas do que as falácias modernas de hoje - Gilbert Keith Chesterton foi um escritor, jornalista, filósofo e poeta britânico nascido em 1884 em Kensigton, Londres.

A minha descoberta sobre o autor se deu por acaso nas minhas andanças em blogs e sites de raízes conservadoras - em língua portuguesa e inglesa - e as referências a ele que eram constantes, em especial por ele ter sido o apologista católico mais ferrenho do último século. Em seguida, passei a acompanhar a página Sociedade Chesterton Brasil no Facebook e conhecer pelas postagens um pouco sobre o autor e do por quê de todo mundo falar tanto dele.

Pois bem, uma coisa leva a outra e cá estou eu após ler O Que Há de Errado com o Mundo (What's Wrong with the World) feliz. Isso mesmo, feliz apesar de todas as situações e mudanças problemáticas que ele pontua no livro em diversos tópicos - pobreza, sufrágio feminino, educação das crianças, trabalho, burocracias ridículas do seu tempo, Chesterton só carimba como verdadeiras as minhas pertubações pessoais sobre as coisas erradas do século XXI - e com certeza, pertubações de milhares de outras pessoas.

Publicado em 1910, alguns anos depois do fim da era vitoriana e no mesmo ano da morte do sucessor da rainha, Edward II, Chesterton se concentra somente nas mudanças da sociedade britânica, seu lar, mas muitas de suas preocupações poderiam muito bem se aplicar às sociedades de hoje do Ocidente. Eu diria que esse ano eu não li nenhum outro livro mais atual do que este.

Essa resenha vai soar bem mais pessoal do que outras que já escrevi, pois por muitos anos em especial durante os tempos de escola, eu buscava correntes filosóficas e políticas no qual eu pudesse ao menos concordar, à luz da minha educação cristã herdada dos meus pais. Já cheguei a concordar com diversas bobagens, influencidada por professores e amigos, sem nem ao menos parar para refletir no que de fato eu estava dizendo - apenas seguindo a corrente para ser aceita.

Hoje ler um livro que diz para você que o tal progressismo moderno não é uma coisa boa quando feito sem princípios, sem se preocupar com a alma humana é aliviante. Os capítulos sobre o feminismo foram os mais tocantes em particular, por somente confirmar aquilo que eu já sabia: não trouxe benefício para ninguém. Ninguém.

Assim como terceirizar a educação da crianças nas mãos do Estado - do todo poderoso Estado que virou o deus desse século, cabeça da idolatria cientificista e futurista - tirou a liberdade das famílias, assim como a liberdade individual da forma mais cruel e desumana, resumindo as pessoas em apenas em uma sociedades de insetos. No livro, ele explica de uma forma bem interessante com a parábola do Hudge e Gudge.

Na Inglaterra de Chesterton, pequenos aristocratas ditavam às pessoas mais pobres como deveriam viver em meios aos problemas sociais que surgiam, ao invés dessas mesmas pessoas, mais poderosas que os mais pobres, buscarem soluções para o problema da peste de piolhos por exemplo, do que mandar as crianças cortar os cabelos. Não é muito diferente do que está acontecendo na Alemanha no último ano, com a invasão de "refugiados" islâmicos no país que não respeitam a cultura germânica e que cometem as maiores atrocidades contra a população. Mas seus cidadãos estão amordaçados pelo politicamente correto do governo e da mídia global, obrigados a se subjugarem por medo de serem taxados de nazistas. Por incrível que pareça, há uma alusão sobre esse tipo de situação no livro.

Com clareza e sem papas na língua, utilizando de uma simplicidade genial, mas sábia, Chesterton traça uma panorama das mudanças de sua época como um alerta para consequências catastróficas que muitos ditos eruditos (Hudge e Gudge) não queriam enxergar. Ou pior ainda, sabiam disso mas movidos por algum desejo sádico, taparam o sol com a peneira - invadindo a vida familiar e jogam-na na praça pública.

Hudge e Gudge no século XX até os dias de hoje usam meia dúzia de mulheres para convencer outras de cabeça ruim que educar os seus filhos e manter uma casa em ordem são trabalhos indignos. Exploram o trabalho do homem comum até a última gota de sangue, até o ponto de não ser o suficiente para manter o lar sozinho, e a mulher se vê obrigada a abandonar a educação doméstica dos filhos para sustentar a família - não tendo nada de glamouroso ou "empoderado" nisso. Daí as crianças se veêm deficientes de educação familiar, jogadas nas mãos das escolas que até podem ensinar uma operação matemática, mas nunca vão ensinar a amar como um mãe ensinaria. Tudo em nome do progresso; em resumo de tudo que anda errado no século XXI, mas que se deu início no tempo de Chesterton.

Mais do que um ensaio político, O Que Há de Errado com o Mundo crava com todas as letras a submissão não saudável do homem moderno - o homem simples do dia a dia - a instituições e pequenas minorias que por má fé não lhe permite ser livre. Aqui a liberdade não é aquela anárquica dos socialistas de hoje que não respeitam tradições, normas e cultos do povo. Não, a liberdade que Chesterton diz é a ciência, Estado, escolas, tudo em favor do homem, não contra ele, para que administre a Criação. Porém com limites dignos de sua humanidade para entender que não é Deus.

Nas próprias palavras dele:

"[...] Aquela garota de cabeleira ruiva não será aparada, mutilada ou alterada. Não! Todos os reinos da Terra serão aparados e mutilados para ela se adaptarem. Os ventos do mundo serão temperados para esse cordeiro não tosquiado. Todas as coroas que não couberem em sua cabeça serão quebradas. Todo o traje e toda construção que não estiver em harmonia com sua glória serão jogados fora. Pode ser que a mãe a proíba de prender o cabelo, pois a mãe é uma autoridade natural. Mas o Imperador do Planeta não ousará impor-lhe tal proibição. [...]"


site: www.mundosilenciosoblog.com.br
Vagner 12/09/2017minha estante
Interessante essa sua resenha. Eu sou conservador, mas estou descobrindo Chesterton agora. Estou lendo Ortodoxia e adorando. Pelo que pude perceber até agora, os males que o Chesterton já apontava no inicio do século passado, são os mesmo que o Dalrymple e o Roger Scruton têm apontado em livros mais recentes. Por exemplo, no livro A vida na sarjeta, do Dalrymple, a avaliação que ele faz do feminismo é uma das coisas mais brilhantes e realistas que eu já li. Quando ele fala que as verdadeiras "beneficiadas" pela doutrina feminista foram justamente as classes mais baixas, com relacionamento sexuais totalmente promíscuos, crianças que crescem com 4, 5 pais diferentes, a total separação do sexo e do compromisso criou uma geração de pessoas dispersas na sociedade, que crescem sem as mínimas noções de civilidade e seio familiar, e o efeito em cadeia que isso provoca é devastador. Nelson Rodrigues estava certo quando ele disse, já nos anos 1960 que "a maior tragédia da civilização humana ocorreu quando ela separou o amor do sexo. De lá pra cá a humanidade vem fazendo muito sexo, mas pouco amor". E as consequências disso, na sociedade brasileira em particular, foram muito bem apontadas em um livro do embaixador Meira Penna, chamado Em berço esplendido, de 1972:

"Tal, incidentalmente, o motivo por que (segundo meu ponto de vista) tão grave e mesmo desastroso para nossa ordem social pode vir a ser o ataque que, nos dias que correm, está sofrendo a integridade da família em função da chamada "revolução sexual". Ataque desencadeado a partir da filosofia freudiana por intermédio da literatura, das artes, cinema, televisão e movimentos estudantis de massa. Se, nos países escandinavos, na Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos por exemplo, a rápida transformação dos costumes poderá eventualmente conduzir a um nível mais elevado de responsabilidade individual, após um período inevitável de desordem; se nesses países, que são sociedades afluentes perfeitamente policiadas, monotizadas pela industrialização e massificação do homem, o erotismo constitui uma espécie de escapatória boemia da imaginação, provavelmente bem vinda para compensar os excessos de um racionalismo utilitário que se torna neurótico; e se a emergência de conteúdos afetivos, por muito tempo reprimidos em virtude de uma educação calvinista ou pietista exageradamente puritana e racionalista, representa uma reação de equilíbrio contra a violência institucionalizada, no Brasil, a súbita destruição da família acarretaria consequências desastrosas, precisamente porque só ela é capaz de assegurar a paz diante da vaga de violência frenética que invade o mundo. Nos países latino americanos, a revolução sexual poderia descambar imediatamente para a anarquia total dos costumes. Como já acontece, por exemplo, com essas mães irresponsáveis de quinze, quatorze, ate mesmo doze anos, enchendo o país de molequinhos que vão entulhar as fileiras dos "menores abandonados", trombadinhas, assaltantes e hospedes transitórios das penitenciarias. Cabe, pois, não enfraquecer a ordem emocional que a família granjeia mas, sem prejuízo, transcende-las para uma ordem logica mais elevada da coletividade nacional, É esse o grande desafio brasileiro no mundo moderno".

Isso que você falou na sua resenha, do papel da mulher tem muita relação com o que é apontado pelo Richard Weaver em "As ideias tem consequências". A mulher no passado, como senhora do lar tinha a função de guia da família, a conselheira, que muitas vezes tinha capacidade de ver o que os homens não podiam, e assim guiar a família. É interessante isso que você fala (principalmente por você ser mulher), pois é algo muito raro de se ver hoje em dia.

E uma ultima coisa, isso que você disse: "Já cheguei a concordar com diversas bobagens, influencidada por professores e amigos, sem nem ao menos parar para refletir no que de fato eu estava dizendo - apenas seguindo a corrente para ser aceita", eu constatei pela primeira vez quando estava na faculdade. A esmagadora maioria dos alunos se autodeclaravam de esquerda e progressista. Contudo, era possível perceber, quando ocorria algum pequeno debate em sala de aula, que eles não tinham lido absolutamente nada para abraçar as posições que defendiam. Pude perceber que para muitos ser esquerda é uma questão de marketing pessoal, e não propriamente em decorrência de um estudo ou pesquisa empírica fundamentada que levou essas pessoas a serem "progressistas".

Parabéns mesmo pela sua resenha!


Darllan.Senna 30/04/2018minha estante
Fenomenal como seu pensamento apresenta consistência filosófica e precisão lógica. Ainda estou lendo mas tenho apreciado muito a obra.


Jair Franco 30/08/2022minha estante
Depois dessa resenha magnífica como não ler esse livro ?




Michela Wakami 26/04/2023

Uma leitura, que trás muitas pautas importantes para nossa sociedade.
Mesmo tendo sido escrita a mais de 100 anos é um livro muito atual em vários aspectos.
Pois muita coisa ainda é conflitante nos nossos tempos.
O homem sempre está perdido em meio a tantas escolhas, sem saber para qual lado correr.
Mesmo acreditando em nossas convicções, nem sempre podemos bater o martelo e confirmarmos que estamos acertando.
Principalmente na educação dos nossos filhos.

Um livro repleto de reflexões polêmicas.
Que claramente, fará você concordar ou discordar dos pontos levantados aqui, mas que com certeza fará você analisar melhor as suas escolhas.

Obs: discordo da posição que ele tem, sobre o protestantismo, por eu ser protestante e ver o protestantismo por outro ângulo, completamente diferente do dele.
Karol Alencar 27/04/2023minha estante
Arrasou amiga, amei a resenha, irei ler ??????


Michela Wakami 27/04/2023minha estante
Obrigada, amiga. Torcendo para você gostar.????




13marcioricardo 03/05/2022

Livro de Altos e Baixos.
O livro já começa mal pelo título. Quanto pedantismo. O que há de errado com o mundo, em pouco mais de duzentas páginas... O autor mal consegue sair de Inglaterra, fala apenas para os seus e não consegue ver um palmo á frente do seu tempo. Como golpe de marketing é ótimo, mas de resto é lastimável.

Ao percorrer as páginas encontramos temas como o homem, a mulher, o feminismo, a sociedade, política, imperialismo, religião, história, educação, etc. . Como já faz um tempo que vejo este autor sendo recomendado por diversas pessoas que acompanho, não pude deixar de sentir decepção. Sim, o autor tem bagagem e é culto, sim tem tiradas de génio e apontei algumas de suas palavras no meu caderno, mas teve uma visão muito estreita de mundo.

Passa boa parte do livro falando de mulheres e o que fica é que não sabe de nada sobre elas. E sobre homens não é muito diferente. O que não falta no mundo são homens génios que foram cruéis nos seus textos com mulheres. Eu sei que não podemos dissociar os tempos, apesar de que há coisas que estão erradas, seja hoje ou há dois mil anos atrás. Chesterton com frequência encaixa o ser humano em algum padrão. Os homens isto, as mulheres aquilo, e raramente acerta.

É uma infeliz ironia, ver um cristão achar que as execuções públicas de criminosos converterem-se em privadas, ser um retrocesso na civilização. E, ao contrário de outros homens misóginos ou misantropos que desprezam os outros por se acharem ou sentirem superiores, a impressão que fica é que Chesterton tem medo de mulheres. Não há nada mais desprezível que isso, com ou sem razão.

Advogar mil e um artifícios para provar que o voto faz mais mal à mulher do que bem, que é estapafúrdio uma mulher usar calças, ou que o poder e a vida que uma mulher tem ao cuidar de casa é tão ou mais valoroso que o do homem que constrói o mundo cá fora, e pra quê ? Pra lhe cercear a liberdade, pra a manter dentro daqueles poucos metros limitada, dourando a pílula com paleativos sofistas. Quanta covardia, me fez sentir até um pouco feminista, aff.

Esse trabalho para exaltar a mulher ao mesmo tempo que a convence a não crescer não passa de um insulto escabroso que lhe faz. E insulta os homens também, por arrasto. Quanto à educação o livro também apresenta altos e baixos. Dizer que o Séc. XII dificilmente será superado pelo Séc. XX, é coisa que está mais próxima de ser escrita por um pateta do que por um intelectual. Existem boas criticas ao socialismo, mas o autor manifesta agruras em deixar a religião de lado, a meu ver um ponto fraco.

O autor não consegue moldar, alterar, forjar o futuro, como alguns daqueles que ele critica o fizeram. Talvez eu ainda romantize muito a ideia do intelectual, mas a verdade é que Chesterton não só não conseguiu influenciar, como não logrou sair da sua época, nem demonstrou capacidade para pelo menos prever o que vinha pela frente, agarrado às saudades do passado. De outra forma, não teria escrito tanta baboseira.
Elaine MDS 04/05/2022minha estante
Com uma resenha dessas desisto de le-lo rs


felipe.demattos.94 31/08/2022minha estante
Apenas uma colocação, Marcio. O título se deve não a pedantismo, essa era um bordão usado pelo próprio autor ao se despedir, algo como "preciso ir fazer o que há de errado no mundo".

Suas resenhas são ótimas.




Luan 21/09/2023

Lampejos de genialidade
Esse foi meu primeiro contato com Chesterton, uma primeira interação decepcionante, infelizmente... talvez não pela obra em si, mas sim pela expectativa criada antes da leitura, visto que as informações oferecidas por meus amigos e por pessoas na internet me levaram a colocar o autor num pedestal de genialidade. Porém, o que se vê realmente são lampejos dessa característica de gênio.
Posto isso, posso dizer que há passagens que realmente trazem afirmações e ideias que servem para qualquer um entender o que acontece no mundo atual, as quais, naquela época, 1910, estavam num estágio inicial. Então, por exemplo, a importância da família na sociedade e sua relação com o Estado já apresentavam um princípio de decadência, o que foi causado pela necessidade da participação feminina no mercado. Esse fato provocou uma queda nos valores tradicionais familiares, pois levaram a um monopólio da educação por parte dos aparelhos estatais, enfraquecendo o papel dos pais na criação dos filhos e favorecendo o surgimento dos pensamentos progressistas. Além dessa ideia, há outras que dialogam bem com a realidade (problemática ou não, dependendo da opinião) de hoje, tornando a leitura interessante em alguns aspectos.
Por outro lado, a forma com a qual o livro é organizado traz certa confusão durante a leitura, não apresentando com muita clareza, numa perspectiva ampla e geral da obra, o que está sendo dito e por que está sendo dito . Outro problema, relacionado à época e ao local onde a obra foi escrita, é que algumas informações e conceitos se encontram muito datados. Assim, em alguns casos, o autor cita acontecimentos da Inglaterra do início do século XX muito específicos, distanciando muito o leitor da obra e atrapalhando de certa forma o desenvolvimento do texto como um todo.
Em suma, juntando os lampejos de genialidade com as problemáticas apresentadas, os quais levaram o autor a analisar com clareza diversos fenômenos que trouxeram consequências concretas para os dias de hoje, pode-se dizer que, como um todo, o livro é interessante. Porém, devido aos meu período de 15 dias para ler a obra, um tempo muito grande para o meu hábito de leitura, fica clara a tamanha a indiferença que me causou em alguns momentos, principalmente por causa dos casos obsoletos supracitados. Portanto, finalizando esta resenha, vale a pena ter um contato com Chesterton, reconhecendo a validade de várias afirmações, sem concordar com todas as ideias, e entendendo que há imperfeições no desenvolvimento do texto perante a perspectiva hodierna. Dito isso, 3 estrelas.
Elk 07/03/2024minha estante
Leia Hereges. É uma obra superior a esta.




Juliana Amaro 24/03/2020

Uma boa possibilidade de leitura.
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Dani 25/03/2020

Como sempre, Chesterton é genial. Livro escrito no início do século XX, mas que nos expõe reflexões extremamente lúcidas para o que estamos vivendo agora, no século XXI. Leitura válida para todos aqueles que, cansados das falácias que ouvimos todos os dias de todos os lados, buscam um pouco de lucidez em meio à insânia.

"Chamei este livro de 'O que há de errado com o mundo', e a conclusão do título pode ser tirada de forma clara e fácil. Errado é não nos perguntarmos o que está certo".
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Matheus 25/03/2024

O que há de errado com o mundo? - G.K. Chesterton
"O que há de errado com o mundo?", escrito por G.K. Chesterton, é uma obra que mergulha nas profundezas da sociedade e cultura de sua época, oferecendo uma análise perspicaz e crítica dos problemas que afligem a humanidade. Publicado em 1910, este livro se destaca por sua habilidade em abordar uma variedade de temas sociais, políticos, religiosos e filosóficos de forma acessível e envolvente.

Chesterton, por meio de sua escrita vívida e estilo marcado por humor e ironia, nos convida a refletir sobre questões essenciais que continuam a ressoar nos dias de hoje. Ele levanta questões sobre o materialismo que dominava a mentalidade da época, destacando como a obsessão com o aspecto material da vida tem consequências profundamente negativas para a sociedade e para a condição humana.

Além disso, Chesterton oferece uma defesa apaixonada do cristianismo e de seus princípios, argumentando que muitos dos problemas do mundo derivam da perda dos valores tradicionais e espirituais. Ele critica tanto o socialismo quanto o capitalismo desenfreado, propondo soluções alternativas baseadas em princípios de justiça, solidariedade e distribuição equitativa de recursos, como o distributismo.

Ao longo da obra, o autor nos leva a refletir sobre a natureza humana, destacando a importância de reconhecer a complexidade e interconexão entre diferentes aspectos da vida humana, incluindo o espiritual, o cultural, o político e o social. Chesterton desafia os leitores a repensarem suas próprias convicções e pressupostos, oferecendo uma visão de mundo holística que valoriza a tradição, a sabedoria e a busca por uma compreensão mais profunda das complexidades da existência humana.

Em última análise, "O que há de errado com o mundo?" é uma obra atemporal que continua a inspirar leitores com sua análise perspicaz e sua defesa apaixonada de uma visão de mundo fundamentada em valores éticos, espirituais e morais. Chesterton nos lembra da importância de buscar uma compreensão mais profunda das questões fundamentais da vida e da sociedade, convidando-nos a refletir sobre como podemos contribuir para a construção de um mundo mais justo, solidário e humano.
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Joana D'Arc 22/05/2020

Um livro que deve ser lido por todos!
Estamos inseridos nessa civilização moderna a ponto de nos acostumarmos com ela, e por vezes considerar, erroneamente que o que há de errado com o mundo é o ser humano, sem se quer olhar por outra perspectiva.
Gostei muito do livro, por mais que demorei bastente para ler pois exige bastante atenção para acompanhar o raciocínio do autor.
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Lais.Souza 28/05/2020

"os homens inventaram novos ideias porque não se atrevem a buscar os antigos. Olha com entusiasmo para a frente porque têm medo de olhar para trás". Essa é uma das frases que mais me impactou neste livro. Chesterton faz uma bela leitura do mundo, daquele em que viva e deste que vivemos hoje. Os homens passaram a acreditar que olhar o passado significa regredir, mas na verdade têm apenas medo de encarar o que passou e enxergar seus erros.
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Gis 12/11/2020

O que há de errado com o mundo
Perfeito!
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Lucio 18/12/2020

A resposta: o abandono, promovido pelo progressismo, do ideal de família e de lar.
INTRODUÇÃO

Este é um livro de 1910, cerca de dois anos após a publicação do ‘Ortodoxia’ e cerca de cinco depois do ‘Hereges’. O livro é visto não como um livro apologético, como aquele primeiro e, em partes, este último, ou como o ‘O Homem Eterno’, mas como um livro de crítica social. Todavia, é um livro em que o autor busca aplicar a visão de mundo cristã e, nesse sentido, continua como uma defesa da visão do mundo cristã e sua inerente sanidade - bem como a insanidade do que se lhe opõe. O livro pretende justamente apontar o que estava fazendo o mundo ser ruim como estava, como se desenhava. Não se pretende um tratado de teodicéia ou de hamartiologia. É uma crítica cultural. Embora localizada num momento e lugar - Inglaterra no início do século XX -, e por isso levantar algumas dificuldades para compreender e avaliar os argumentos, seus princípios são universais. Chesterton parte de verdades antropológicas, sociais, psicológicas e filosóficas que não se restringem a um momento e lugar. E aí que se encontra o imenso valor da obra. Vale mencionar que há defesas brilhantes de muitos princípios conservadores, bem como defesas da perspectiva econômica distributivista. O livro também é celebrado por sua defesa da feminilidade contrária ao efeverscente movimento feminista da sua época. E nela há a exposição da filosofia da educação do autor.

Se fôssemos sintetizá-lo num parágrafo, diríamos que para Chesterton o problema do mundo era o abandono do ideal da família. E por família o autor entende o pai, filhos e a mãe em seus devidos papéis naturais, bem como o papel antropológico do próprio lar. O mundo é ruim - ou pior do que deveria - porque ele milita contra essa instituição divina. E é isto que o autor vem nos alertar.

RESUMO

Primeiramente, Chesterton estabelece que devemos estabelecer um ideal, e que fazê-lo é ser o verdadeiro homem prático. Era necessário discutir ideais e buscá-los. E para isso, é preciso liberdade, inclusive a liberdade de olhar para trás. Com efeito, a recusa do passado é o sintoma modernista, e o motivo é o desafio e grandeza do passado. Mas, com isso, perde-se a glória do que os homens já construíram. É na primeira parte que Chesterton estabelece a necessidade de um lar antes de mais nada, e um lar livre das influências totalitárias do Estado. Na sequência, na segunda parte, Chesterton faz uma crítica ao ‘cesarismo’, i. e., à tecnocracia e especialismo que minavam justamente as bases da democracia e da camaradagem. É o importante alerta de que a mentalidade de mercado e das ciências técnicas especializadas não devem ditar as normas das relações entre os homens, incluindo aí a política. A famigerada terceira parte é onde Chesterton defenderá mais ferrenhamente o princípio da domesticidade, principalmente focando no problema de que as mulheres saíram de casa e, assim, abandonaram sua vocação humana apropriada, específica. As mulheres têm virtudes que a tornam especialmente preparada para o lar, como a decência e a parcimônia, bem como a proximidade natural com as crianças que faz dela a principal e adequada educadora. Mais do que isso, ao passo que na vida pública há uma demanda para a especialização, a mulher não pode ser uma especialista, mas deve ter um conhecimento mais abrangente para introduzir a criança no mundo. Ela deve, pois, educar a criança e se preparar para isso. Ela é a maior interessada e é plenamente capaz - além de isso evitar os problemas da educação pública que é justamente o tema da quarta parte. É nela que Chesterton expõe sua filosofia da educação de forma mais abrangente - somando-se ao princípio já estabelecido de que a mãe é a educadora ideal. Chesterton é contrário ao determinismo ingênuo de que a criança é o que os pais são, num tipo de hereditarismo exagerado que simplesmente embrutece a concepção das possibilidades do indivíduo. Igualmente, Chesterton enfrenta a questão do papel do meio, e é aí que coloca o papel da educação. E aqui, particularmente, aponta o problema da ideia de que a educação não é transmissão de conhecimentos. O filósofo mostra como é inevitável que a educação se configure desta forma e que o papel da autoridade é igualmente inescapável, por mais que a noção de ‘instrutor’ tente camuflá-la. Fala também sobre o papel da educação ter igualmente o papel de filtro das informações bem como de dar significado e harmonia global para os conhecimentos. Há ainda críticas às ideologias modernas e sua rejeição das tradições dos pais - a tradição da humanidade. Por fim, observa que a educação para as mulheres era, em grande medida, apenas tentar fazer as mulheres fazerem todas as coisas de homens, inclusive as coisas que são essencialmente masculinas. E não havia nada de inovador nisso, como pretendiam os modernos. Na quinta e última parte, Chesterton observa que havia uma espécie de insetolatria que tentava justificar a diluição da família pela mimesis das colméias. É aqui também que o autor observa que os socialistas ignoravam elementos de individualidade intrínsecos ao homem. E é onde o autor propõe a redistribuição das propriedades para que seja possível vivenciar a família tal como ele idealiza.

REFERENCIAL TEÓRICO

Chesterton, como sempre, está carregado de muitas referências, principalmente a intelectuais ingleses, incluindo os de sua época. Há muitas referências literárias também, e também principalmente britânicas. Shaw, Wells, Kipling são certamente figuras marcantes, mas muitos outros nomes famosos da época são mencionados, inclusive muitas feministas importantes para o movimento sufragista. Chesterton também ecoa o distributismo de Belloc, e ácidas críticas a Burke. São os autores que esperávamos. Sentimos falta, no entanto, de Smith e Mill e, como falaremos na crítica, as leituras de Burke não nos parece precisas. Mas o livro continua muito bem fundamentado em pesquisa sólida - como era de se esperar.

CRÍTICA
A cada leitura de Chesterton, temos a impressão de que ele lidava com algum conservadorismo mitigado e, opondo-se a ele, julgava-se muitas vezes contrário a um conservadorismo com o qual ele era muito mais afeiçoado do que parecia perceber. Chesterton faz críticas completamente equivocadas a Burke, como a de que ele propunha uma passividade diante do tirano. Também não parece dialogar de forma competente com o liberalismo econômico, inclusive de tradição britânica. A partir disso é que nos parecem equivocadas suas leituras do capitalismo e sua proposta de redistribuição das propriedades. O autor também faz lamentáveis elogios à Revolução Francesa que a leitura mais adequada de Burke o faria rever. Outra questão a ser mencionada numa avaliação crítica é o fato de que há questões muito pontuais e particulares do seu tempo que nos deixam um pouco suspensos. Não conhecemos a situação das ‘public schools’ para averiguar se suas críticas procedem. Há, tão ruim ou pior do que suas acusações ao conservadorismo, os sempre presentes espantalhos em relação ao calvinismo que também empobrecem um pouco a obra, mas que podem ser ignoradas e não roubam o brilho do todo.
Chesterton fundamenta o apreço pela tradição ao mesmo tempo que condena um apego idolátrico à tradição - observando que é preciso se pautar em princípios primeiros antes de mais nada. O autor é também muito feliz em condenar o amor ao futuro que patrocina a tirania (o que nos pareceu com a ‘mentalidade revolucionária’ de Olavo de Carvalho). É feliz em distinguir o apego à tradição do comodismo e estabelece bem o princípio do ‘regresso’ como progresso quando é necessário após terem sido dados passos ruins. O filósofo também é muito feliz em defender a glória da mãe-mestre e a condenar perspectivas que hoje reputamos, no Brasil, por ‘freirianas’, a saber, a de que o professor não transmite conteúdo.

RECOMENDAÇÃO
O livro não decepcionará os amantes de Chesterton. Talvez nenhum o faça. Chesterton continua brilhante, sagaz e com um maravilhoso bom humor. Apesar dos problemas que apontamos, é uma brilhante apresentação e defesa de muitos princípios conservadores, de modo que estudiosos de direita se beneficiarão muito com a leitura. Há críticas interessantes ao socialismo que também agradará aos conservadores e poderá servir como bom interlocutor para quem for progressista e de esquerda - inclusive pela defesa dos princípios conservadores que supra-mencionamos. Como temos observado nas resenhas dos livros deste autor, sua leveza e beleza retóricas podem fazer com que o leitor desatento, desavisado e/ou destreinado não consiga perceber os sutis argumentos. Por isso, quem quer que for ler, deve cuidar para não ser levado pelas habilidades literárias a ponto de se esquecer de perceber os argumentos expostos de forma tão bela e agradável. Um pouco de atenção será o bastante. Mais do que isso, - e para finalizar - quem já tiver conhecimento dos elementos essenciais do conservadorismo poderá aproveitar muito mais o livro, reconhecendo-os diluídos na encantadora prosa do autor. Acredito que este é o leitor perfeito para essa obra.
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Pierrito 07/09/2021

Diferente
Não sou uma pessoa religiosa, e muito menos tenho interesse em ser, mas eu acredito que as criticas que Chesterton faz nesse livro são realmente interessantes. Apesar de alguns exemplos bobos, e de opiniões que não possuem um embasamento profundo, o livro faz um contraponto as filosofias crescentes em nosso século, e toda forma de debate acaba gerando bons frutos.
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Marcella.Pimenta 30/12/2021

Difícil descobrir o que tá certo ?
Não é uma leitura fácil porque, além de ter mais de 100 anos (foi publicado em 1910), é carregado de referências da Inglaterra (personalidades da época, autores, cultura, política...).

A parte boa é que isso nos instiga a pesquisar sobre as referências futuramente (as notas de rodapé são suficientes pra não ficar perdido).

Muito do livro é sobre a mulher, as crianças e a sociedade na relação propriedade/Estado.

O principal trunfo da obra é provocar a nossa reflexão sobre assuntos banais, coisas cotidianas que negligenciamos ou damos como "certas" sem perceber que elas foram "perdidas" com o tempo e precisam ser resgatadas.

"O que há de errado com o mundo?". Responde Chesterton: "Errado é não nos perguntarmos o que está certo".
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