O que há de errado com o mundo?

O que há de errado com o mundo? G. K. Chesterton




Resenhas - O que há de errado com o mundo


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Dani 25/03/2020

Como sempre, Chesterton é genial. Livro escrito no início do século XX, mas que nos expõe reflexões extremamente lúcidas para o que estamos vivendo agora, no século XXI. Leitura válida para todos aqueles que, cansados das falácias que ouvimos todos os dias de todos os lados, buscam um pouco de lucidez em meio à insânia.

"Chamei este livro de 'O que há de errado com o mundo', e a conclusão do título pode ser tirada de forma clara e fácil. Errado é não nos perguntarmos o que está certo".
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Juliana Amaro 24/03/2020

Uma boa possibilidade de leitura.
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Juh Lira 21/12/2016

O Que Há de Errado com o Mundo e com o Século XXI
Uma das maiores mentes do século XX, mas ignorado pelo tempo - ou talvez seja pelo medo dele apresentar argumentações muito mais sólidas do que as falácias modernas de hoje - Gilbert Keith Chesterton foi um escritor, jornalista, filósofo e poeta britânico nascido em 1884 em Kensigton, Londres.

A minha descoberta sobre o autor se deu por acaso nas minhas andanças em blogs e sites de raízes conservadoras - em língua portuguesa e inglesa - e as referências a ele que eram constantes, em especial por ele ter sido o apologista católico mais ferrenho do último século. Em seguida, passei a acompanhar a página Sociedade Chesterton Brasil no Facebook e conhecer pelas postagens um pouco sobre o autor e do por quê de todo mundo falar tanto dele.

Pois bem, uma coisa leva a outra e cá estou eu após ler O Que Há de Errado com o Mundo (What's Wrong with the World) feliz. Isso mesmo, feliz apesar de todas as situações e mudanças problemáticas que ele pontua no livro em diversos tópicos - pobreza, sufrágio feminino, educação das crianças, trabalho, burocracias ridículas do seu tempo, Chesterton só carimba como verdadeiras as minhas pertubações pessoais sobre as coisas erradas do século XXI - e com certeza, pertubações de milhares de outras pessoas.

Publicado em 1910, alguns anos depois do fim da era vitoriana e no mesmo ano da morte do sucessor da rainha, Edward II, Chesterton se concentra somente nas mudanças da sociedade britânica, seu lar, mas muitas de suas preocupações poderiam muito bem se aplicar às sociedades de hoje do Ocidente. Eu diria que esse ano eu não li nenhum outro livro mais atual do que este.

Essa resenha vai soar bem mais pessoal do que outras que já escrevi, pois por muitos anos em especial durante os tempos de escola, eu buscava correntes filosóficas e políticas no qual eu pudesse ao menos concordar, à luz da minha educação cristã herdada dos meus pais. Já cheguei a concordar com diversas bobagens, influencidada por professores e amigos, sem nem ao menos parar para refletir no que de fato eu estava dizendo - apenas seguindo a corrente para ser aceita.

Hoje ler um livro que diz para você que o tal progressismo moderno não é uma coisa boa quando feito sem princípios, sem se preocupar com a alma humana é aliviante. Os capítulos sobre o feminismo foram os mais tocantes em particular, por somente confirmar aquilo que eu já sabia: não trouxe benefício para ninguém. Ninguém.

Assim como terceirizar a educação da crianças nas mãos do Estado - do todo poderoso Estado que virou o deus desse século, cabeça da idolatria cientificista e futurista - tirou a liberdade das famílias, assim como a liberdade individual da forma mais cruel e desumana, resumindo as pessoas em apenas em uma sociedades de insetos. No livro, ele explica de uma forma bem interessante com a parábola do Hudge e Gudge.

Na Inglaterra de Chesterton, pequenos aristocratas ditavam às pessoas mais pobres como deveriam viver em meios aos problemas sociais que surgiam, ao invés dessas mesmas pessoas, mais poderosas que os mais pobres, buscarem soluções para o problema da peste de piolhos por exemplo, do que mandar as crianças cortar os cabelos. Não é muito diferente do que está acontecendo na Alemanha no último ano, com a invasão de "refugiados" islâmicos no país que não respeitam a cultura germânica e que cometem as maiores atrocidades contra a população. Mas seus cidadãos estão amordaçados pelo politicamente correto do governo e da mídia global, obrigados a se subjugarem por medo de serem taxados de nazistas. Por incrível que pareça, há uma alusão sobre esse tipo de situação no livro.

Com clareza e sem papas na língua, utilizando de uma simplicidade genial, mas sábia, Chesterton traça uma panorama das mudanças de sua época como um alerta para consequências catastróficas que muitos ditos eruditos (Hudge e Gudge) não queriam enxergar. Ou pior ainda, sabiam disso mas movidos por algum desejo sádico, taparam o sol com a peneira - invadindo a vida familiar e jogam-na na praça pública.

Hudge e Gudge no século XX até os dias de hoje usam meia dúzia de mulheres para convencer outras de cabeça ruim que educar os seus filhos e manter uma casa em ordem são trabalhos indignos. Exploram o trabalho do homem comum até a última gota de sangue, até o ponto de não ser o suficiente para manter o lar sozinho, e a mulher se vê obrigada a abandonar a educação doméstica dos filhos para sustentar a família - não tendo nada de glamouroso ou "empoderado" nisso. Daí as crianças se veêm deficientes de educação familiar, jogadas nas mãos das escolas que até podem ensinar uma operação matemática, mas nunca vão ensinar a amar como um mãe ensinaria. Tudo em nome do progresso; em resumo de tudo que anda errado no século XXI, mas que se deu início no tempo de Chesterton.

Mais do que um ensaio político, O Que Há de Errado com o Mundo crava com todas as letras a submissão não saudável do homem moderno - o homem simples do dia a dia - a instituições e pequenas minorias que por má fé não lhe permite ser livre. Aqui a liberdade não é aquela anárquica dos socialistas de hoje que não respeitam tradições, normas e cultos do povo. Não, a liberdade que Chesterton diz é a ciência, Estado, escolas, tudo em favor do homem, não contra ele, para que administre a Criação. Porém com limites dignos de sua humanidade para entender que não é Deus.

Nas próprias palavras dele:

"[...] Aquela garota de cabeleira ruiva não será aparada, mutilada ou alterada. Não! Todos os reinos da Terra serão aparados e mutilados para ela se adaptarem. Os ventos do mundo serão temperados para esse cordeiro não tosquiado. Todas as coroas que não couberem em sua cabeça serão quebradas. Todo o traje e toda construção que não estiver em harmonia com sua glória serão jogados fora. Pode ser que a mãe a proíba de prender o cabelo, pois a mãe é uma autoridade natural. Mas o Imperador do Planeta não ousará impor-lhe tal proibição. [...]"


site: www.mundosilenciosoblog.com.br
Vagner 12/09/2017minha estante
Interessante essa sua resenha. Eu sou conservador, mas estou descobrindo Chesterton agora. Estou lendo Ortodoxia e adorando. Pelo que pude perceber até agora, os males que o Chesterton já apontava no inicio do século passado, são os mesmo que o Dalrymple e o Roger Scruton têm apontado em livros mais recentes. Por exemplo, no livro A vida na sarjeta, do Dalrymple, a avaliação que ele faz do feminismo é uma das coisas mais brilhantes e realistas que eu já li. Quando ele fala que as verdadeiras "beneficiadas" pela doutrina feminista foram justamente as classes mais baixas, com relacionamento sexuais totalmente promíscuos, crianças que crescem com 4, 5 pais diferentes, a total separação do sexo e do compromisso criou uma geração de pessoas dispersas na sociedade, que crescem sem as mínimas noções de civilidade e seio familiar, e o efeito em cadeia que isso provoca é devastador. Nelson Rodrigues estava certo quando ele disse, já nos anos 1960 que "a maior tragédia da civilização humana ocorreu quando ela separou o amor do sexo. De lá pra cá a humanidade vem fazendo muito sexo, mas pouco amor". E as consequências disso, na sociedade brasileira em particular, foram muito bem apontadas em um livro do embaixador Meira Penna, chamado Em berço esplendido, de 1972:

"Tal, incidentalmente, o motivo por que (segundo meu ponto de vista) tão grave e mesmo desastroso para nossa ordem social pode vir a ser o ataque que, nos dias que correm, está sofrendo a integridade da família em função da chamada "revolução sexual". Ataque desencadeado a partir da filosofia freudiana por intermédio da literatura, das artes, cinema, televisão e movimentos estudantis de massa. Se, nos países escandinavos, na Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos por exemplo, a rápida transformação dos costumes poderá eventualmente conduzir a um nível mais elevado de responsabilidade individual, após um período inevitável de desordem; se nesses países, que são sociedades afluentes perfeitamente policiadas, monotizadas pela industrialização e massificação do homem, o erotismo constitui uma espécie de escapatória boemia da imaginação, provavelmente bem vinda para compensar os excessos de um racionalismo utilitário que se torna neurótico; e se a emergência de conteúdos afetivos, por muito tempo reprimidos em virtude de uma educação calvinista ou pietista exageradamente puritana e racionalista, representa uma reação de equilíbrio contra a violência institucionalizada, no Brasil, a súbita destruição da família acarretaria consequências desastrosas, precisamente porque só ela é capaz de assegurar a paz diante da vaga de violência frenética que invade o mundo. Nos países latino americanos, a revolução sexual poderia descambar imediatamente para a anarquia total dos costumes. Como já acontece, por exemplo, com essas mães irresponsáveis de quinze, quatorze, ate mesmo doze anos, enchendo o país de molequinhos que vão entulhar as fileiras dos "menores abandonados", trombadinhas, assaltantes e hospedes transitórios das penitenciarias. Cabe, pois, não enfraquecer a ordem emocional que a família granjeia mas, sem prejuízo, transcende-las para uma ordem logica mais elevada da coletividade nacional, É esse o grande desafio brasileiro no mundo moderno".

Isso que você falou na sua resenha, do papel da mulher tem muita relação com o que é apontado pelo Richard Weaver em "As ideias tem consequências". A mulher no passado, como senhora do lar tinha a função de guia da família, a conselheira, que muitas vezes tinha capacidade de ver o que os homens não podiam, e assim guiar a família. É interessante isso que você fala (principalmente por você ser mulher), pois é algo muito raro de se ver hoje em dia.

E uma ultima coisa, isso que você disse: "Já cheguei a concordar com diversas bobagens, influencidada por professores e amigos, sem nem ao menos parar para refletir no que de fato eu estava dizendo - apenas seguindo a corrente para ser aceita", eu constatei pela primeira vez quando estava na faculdade. A esmagadora maioria dos alunos se autodeclaravam de esquerda e progressista. Contudo, era possível perceber, quando ocorria algum pequeno debate em sala de aula, que eles não tinham lido absolutamente nada para abraçar as posições que defendiam. Pude perceber que para muitos ser esquerda é uma questão de marketing pessoal, e não propriamente em decorrência de um estudo ou pesquisa empírica fundamentada que levou essas pessoas a serem "progressistas".

Parabéns mesmo pela sua resenha!


Darllan.Senna 30/04/2018minha estante
Fenomenal como seu pensamento apresenta consistência filosófica e precisão lógica. Ainda estou lendo mas tenho apreciado muito a obra.


Jair Franco 30/08/2022minha estante
Depois dessa resenha magnífica como não ler esse livro ?




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