O filho eterno

O filho eterno Cristovão Tezza




Resenhas - O Filho Eterno


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Inácio 23/02/2012

O filho eterno, segundo o Caótico
publicado originalmente no blog Caótico: www.caotico.com.br


Afundei na rede sob o peso de uma bigorna imaginária. E ainda estava na página 27 do livro. Mais uma página, mais outra e outra, agora mais devagar para não me distrair, para não deixar escapar uma vírgula sequer.

A respiração sempre pesada. A custo, avancei até o final do capítulo. Mais adiante não consegui ir. Pelo menos não naquela noite.
Abandonei o livro e a rede com a falta de ar de quem acaba de levar um soco no pé da barriga, na boca do estômago. Só retomei a leitura no dia seguinte e não a larguei mais.

Há tempos um livro não entra nas minhas veias e não sai dos meus pensamentos como O filho eterno, de Cristovão Tezza. Em poucas páginas, soube que estava lendo um romance fundamental, um clássico publicado há menos de cinco anos.

Do autor já tinha ouvido falar dos seus prêmios, do seu nome sempre presente na programação de tudo quanto é evento literário. De tanto folheá-lo em livrarias de aeroportos, acabei mergulhando de cabeça exatamente no seu livro mais premiado. Voltei à tona com a sensação de que há justiça nessas premiações.

Como é possível constatar nas dezenas de resenhas, críticas e sinopses que é possível encontrar na internet, Tezza converteu em literatura sua experiência pessoal a partir do nascimento do seu filho com síndrome de Down.

O romance é narrado em terceira pessoa, recurso técnico que permitiu ao autor manter o narrador distante de sentimentalismos. Ao longo do relato, o leitor acompanha o amadurecimento do pai autor/personagem e da sua relação com o menino. Essas informações também se repetem nos sites que encontrei. Mas, cá entre nós, tudo isso não diz muito de um livro que me deixou do jeito que deixou.

No pai ansioso, prestes a descobrir que papel deveria desempenhar como pai e como marido da mulher que acabou de parir, me vi há exatos 18 anos, quando Pedro nasceu, às 9h de um 18 de dezembro.
No sujeito que sente-se sempre deslocado, claustrofóbico num trabalho e numa vida que não é a sua, me vi nos últimos 10 anos, enclausurado em reuniões e mais reuniões que jamais me interessaram, apesar do meu fingimento.

Nos trechos em que o pai se percebe como um espelho do filho, um homem inseguro, incompleto em tudo que faz, com dificuldades em mudar de direção, de abstrair e fazer as coisas de outro modo, cheguei a anotar ao lado, de lápis: “Esse cara tá dentro da minha cabeça”.
Rabisco semelhante ao que, agora, existe em meu exemplar nos trechos em que o narrador descreve como se refugiava da própria insegurança no humor ou no discreto sentimento de superioridade de quem leu um bocado de coisas.

A opção de não escrever em primeira pessoa permitiu a Tezza que se expusesse ao extremo, com uma coragem sem igual. Sua linguagem é crua, sem qualquer resquício de autopiedade, pieguice nem culpa. Ele revirou as vísceras de sua dor e as expôs como literatura.

Antes da publicação, ele temia que seu livro fosse encarado como uma autoajuda para filhos de pais especiais (clicando aqui você assiste a um vídeo em que ele revela isso). É preciso muita má-vontade para reduzi-lo a apenas isso.

Felizmente os críticos literários e as comissões julgadoras também foram atingidas na boca do estômago, como prova 0 artigo de Marcelo Coelho, na Folha de S. Paulo que encontrei em minhas chafurdações.
Ao “dar nome às coisas” com pontaria certeira, Cristovão Tezza proporciona aos seus leitores a possibilidade de se reconhecer e crescer junto com seu pai-personagem. Foi assim que saí da leitura, sentimento que, em anos recentes, lembro de ter me tomado ao ler Crime e Castigo na tradução de Paulo Bezerra e, depois, A trégua, de Benedetti.
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Lais544 05/11/2011

OS pensamentos que ele tem em relação ao filho logo que ele nasce são bastante fortes.
Thiago 20/12/2014minha estante
Mas se lembre que é ficção, saber de fato o que é real de fato é quase impossível.




Julia G 01/08/2011

O Filho Eterno - Cristovão Tezza
Resenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com

Muito diferente da maior parte dos livros que já li, O Filho Eterno, de Cristovão Tezza, publicado em 2007, não é, por isso, menos interessante. Tenho que admitir que não se trata de um livro que nos faz perder o sono de curiosidade, mas o aspecto extremamente sincero dos relatos do autor nos faz querer entender qual o propósito daquilo que escreve.

A história, apesar de classificada como romance e de ser narrada em terceira pessoa, é dita por muitos como um relato auto biográfico de Tezza. A narração em terceira pessoa, em razão disso, serve como um amparo à imagem do autor: é que o livro nos mostra, sem pudores, os pensamentos mais sombrios de um pai em relação às consequências do nascimento de um filho com síndrome de Down.

O início se dá no momento do nascimento - a ideia do pai de que sua vida está começando naquele momento, os planos para um futuro com o filho, a ansiedade na sala de espera. Despido de máscaras, Tezza narra as ações automáticas que o pai espera de todos à sua volta, a vida que leva quase como um espectador, a falta de saber como reagir com a notícia de um filho - como era chamado até então - mongol. Conta também sobre o fato de ser escritor que tem seus escritos diversas vezes recusados pelas editoras, de continuar tentando mesmo assim, e de ser sustentado pela mulher, ao tempo em que lembra seus ideais da juventude e o que esperava para si próprio.

O pai aprende, entretanto, que nada disso é fácil, mas é recompensante. Percebe que ama o filho independente das diferenças, e conta que, mesmo com a mentalidade sempre infantil e a ingenuidade de Felipe, ambos descobrem um gosto em comum: o futebol.

Em razão de ser um livro totalmente introspectivo, há momentos em que temos que voltar para ler um trecho novamente, principalmente considerando algumas figuras de linguagem pouco comuns utilizadas pelo autor. É exatamente por isso, contudo, que o texto se torna tão intenso e único. Uma leitura diferente, mas que vale a pena conferir.
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Nara 21/07/2011

Sinceridade e riqueza
Este livro me impressionou desde as primeiras páginas por dois motivos: sinceridade e riqueza linguística. Cristovão Tezza conseguiu compor uma obra introspectiva, expondo os sentimentos e impressões de um escritor (frustrado) e pai de uma criança especial. A linguagem bem elaborada me fez voltar muitas vezes às frases lidas, buscando apreender melhor as abstrações do pensamento do autor. Este é um livro sobre um ser em formação, uma mente confusa buscando seu lugar no mundo.
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Jéssi. 07/02/2011

O autor me surpreendeu muito com sua coragem. Narrar seus preconceitos, medos, desejos mórbidos e dúvidas, me fez mergulhar de cabeça nesse livro. Faz com que você analise seus próprios preconceitos e avalie seu grau de sinceridade em certas situações.
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Piatã 25/01/2011

Para sempre eterno!
O “Filho Eterno” alcançou o rol de destaque das grandes obras brasileiras. São merecidos todos os prêmios citados na capa da obra.

Passei a ter uma visão melhor do universo familiar com uma criança com síndrome de Down. O interessante que o livro não flui como se fosse um depoimento de um pai com um filho especial, mas como ele construiu devagar a imagem do seu filho especial. Cada pai tem uma forma diferente de ver e tratar seus filhos “normais”, e da mesma forma ocorre com uma criança especial, só com demonstração e intensidade maior dos seus sentimentos.

Os paralelismos do pai na juventude com determinados fatos do presente foram interessantes, mas se tornou cansativo no final do livro. Por isso que avaliei com 4 estreles.
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Glauber 19/01/2011

Sentimento
Ouvi e li muitos comentários que esse livro é maçante. Concordo.Contudo, o autor consegui transmitir uma mensagem e sentimento que só quem viveu e vive consegue entender.
É maçante se você o ler em pouco tempo.Entretento, se for uma leitura mais degustativa e mais empática em relação ao autor, você irá conseguir reconhecer os premios que esse livro ganhou.
Recomendo.
Esse não é um livro para pessoas imaturas.
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Tati Trindade 09/11/2010

Tantos prêmios para uma obra enfadonha.
Idéia: Ok.
Estruturação do texto: Ok.

o grande problema é que o protagonista começa a ficar cansativo, nas mesmas idéias, nos mesmos sentimentos, e evolui muito pouco, não dá movimento para a obra.
Não é um livro para se ler senão uma vez.
Tantos prêmios foram dados por causa de como foi abordado o tema, de forma tão polêmica, mas isso é fácil quando se tem o álibi de ter um filho com a trissomia do 21. Se ele não tivesse, ia ser altamente criticado por um livro desses.
Enfim, muda o figurino das obras obrigatórias da UFRGS, mas não muda o fato de ser um livro tão maçante quanto um romance romântico, por exemplo.

A alusão à ditaduta e à Dilma foi o único momento que achei genial, é uma crítica dura e oculta. O modo como ele trata do pensamento do pai também não é ruim. A repetição é a vilã dessa obra.
Tati Trindade 28/09/2011minha estante
Adoro ver como as pessoas levam as críticas pro lado pessoal, como se eu estivesse criticando a mãe de alguém. E não somos homens, acho que não ficou claro isso, enfim.

Olha, eu não sou adivinha, mas experimenta escrever um livro desses, nesse estilo, não tendo um filho com a doença. Em várias passagens ele sempre fala a mesma coisa, que o filho é isso e aquilo, que ele quer que o filho morra, que não queria ter um filho assim. Mas e se ele não tivesse mesmo o filho? Esses pensamentos seriam recebidos da mesma forma? Acredito que não, porque as pessoas são muito moralistas e hipócritas, e o tipo de abordagem que ele fez, esta que choca as pessoas, foi justamente porque tinha um álibi. Eu achei o livro chato e repetitivo, e é a minha opinião. Se é verossímil ou não, o problema é meu. O personagem não evoluiu na minha leitura.
Mas né, não sou nenhuma escritora concorrendo com nenhum Tezza, então esse papo de ter dor de cotovelo não tem nada a ver com coisa alguma.


Tati Trindade 02/10/2011minha estante
Eu sei que estamos discutindo, mas o que pareceu foi que que eu tinha xingado a tua mãe haha.

Mas é que o problema nem é o álibi. É o modo como ele escreve que me deu nos nervos. É maçante demais.

Ah, mas aí tu tá tentando comparar elefante com crocodilo! Harry Potter é ficção, e a leitura do livro é muito dinâmica. Não tem como comparar um uma história ficcional com algum livro cujo o intuito é retratar a vida, pensamentos, escolhas etc.


Tati Trindade 04/10/2011minha estante
mimimis? hahaha
não conheço não

até acredito que seja um plano ficcional, porque pensamentos de personagens é o que mais têm, mas tu entendeu! -.-


Karen Pereira 26/08/2012minha estante
Onde eu assino?!


Dan 14/07/2019minha estante
Tive a mesma constatação: o livro é arrastado, pouco profundo. Recebeu tantos prêmios mais por causa da forma como o tema foi abordado. Concordo com vc.




Paula 26/09/2010

Alimentei uma grande expectativa em relação a esse livro por conta das várias resenhas que li a respeito e por conta de todos os prêmios que o autor recebeu. Mas preciso confessar que não me encantou. Não consegui sentir amor pelo livro.
O tema é sem dúvida bastante delicado: um pai que tem um filho com síndrome de down relata com extrema sinceridade tudo o que sentiu desde o nascimento do filho, quando descobre o problema, até os dias de hoje. Mas o que era para ser um livro sobre uma relação pai e filho, acaba por se tornar um livro sobre os sentimentos quase sempre egoístas e cruéis de um pai que não deseja esse filho, que não o aceita e que chega a desejar a sua morte.
O livro todo é esse lamento desse homem falando de si mesmo, de suas lembranças de juventude e suas frustrações e só. Fiquei esperando o tempo todo o momento em que ele começaria a falar de sua relação com o filho, mas isso quase não aconteceu. Achei chato a maior parte do tempo. Só no final do livro é que um pouco de sentimento aparece, quando o filho desaparece e o pai começa a sentir pela primeira vez que a ausência do filho seria dolorosa. Só no final esse filho surge na história, o que pra mim foi o que salvou um pouco o livro. Mas não acho que seja um livro bonito, nem que tenha deixado uma mensagem positiva. Será que em outro momento de minha vida mudaria de opinião sobre o livro? Não sei dizer. Mas acho que por enquanto não ficou muito a vontade de relê-lo.
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Nessa Gagliardi 19/08/2010

Livros sobre crianças sempre me instigam. Acho que, uma vez mãe, você sempre irá se preocupar com questões como a que Tezza aborda no livro.
É cruel ler naquelas linhas um pai almaldiçoando seu filho, desejando sua morte, quase incompreensível pra quem já pariu um filho, causador de um amor incondicional.
Tezza não mede palavras para falar sobre suas emoções. As expõe de forma nua e crua. Não sei se é possível julgar suas atitudes, desejos e dúvidas ao saber das limitações de seu filho. Acho que só quem passou por isso pode e tem o direito de julgar, e talvez nem estes. Olhando de forma anestesiada e isenta, tentando imaginar minha opinião se hoje eu não fosse mãe, acho que quase consigo compreendê-lo, não sem que isso me cause náuseas.
É óbvio que o estupor de saber da trissomia do filho não é eterno. Aos poucos Tezza percebe as alegrias que o menino lhe dá, ainda que de forma e ritmo diferentes de outros meninos da mesma faixa etária.
Achei o livro bonito, e gostei da coragem de Tezza de expor sua história sem filtros sociais. Só achei um pouco cansativa a narrativa, especialmente nos momentos em que ela retroagia para a solteirice do autor.
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Dorly Neto 13/08/2010

Relacionamento
O livro possui o caráter biográfico apenas para quem se intromete em saber a vida do autor. Porém, para quem escreve, sabe que não é apenas nossas experiências pessoais que motivam nossas escritas. Elas podem deixá-la mais autêntica, mais refinada, mas não melhor que outra.

Bom, eu penso que a essência do livro não seja o nascimento e crescimento de uma garoto com Síndrome de Down, e sim o descortinar de uma relação conturbada entre pai e filho e a descoberta da ignorância (por parte do pai), que durante vários anos da vida se trancou no mundo imaginário da leitura, se distanciando das pessoas, quebrando relações interpessoais por puro orgulho de se ferir.

É isso.
LilianSinfronio 13/12/2011minha estante
Acho que vc deveria manter o bom hábito das resenhas. :)




lfcardoso 25/02/2010

Um relato corajoso e original
No romance o autor fala sobre a experiência de ter um filho com síndrome de Down. Apesar de autobiográfica, a história é narrada na terceira pessoa. O narrador e o pai da criança doente não são a mesma pessoa. O primeiro não participa da narrativa, apenas mostra o que os personagens pensam e sentem. O segundo é um dos personagens principais da obra.

O livro não é um amontoado de discursos misericordiosos e politicamente corretos sobre a síndrome de Down. Tezza optou por uma abordagem original e corajosa, cruel em alguns momentos. No início, o pai sentia-se injustiçado pela natureza e desejava que o filho morresse de alguma complicação da doença, como problemas e coração.

"Numa das crises, ela [a mãe da criança] lhe diz, no desespero do choro alto: Eu acabei com a tua vida. E ele não respodeu, como se concordasse – a mão que estendeu aos cabelos dela consolava o sofrimento, não a verdade dos fatos."

Filipe, o “filho eterno”, nasceu no começo da década de 1980. Naquela época, a síndrome de Down não era tão estudada e tinha uma aura de mistério.

"Não há mongolóides na história, relato nenhum – são seres ausentes. Leia os diálogos de Platão, as narrativas medievais, Dom Quixote, avance para a Comédia humana de Balzac, chegue a Dostoiévski, nem este comenta, sempre atento aos humilhados e ofendidos; os mongolóides não existem. (…) Eles só surgiram no século XX, tardiamente. Em todo o Ulisses, James Joyce não fez Leopold Bloom esbarrar em nenhuma criança Down, ao longo daquelas 24 horas absolutas. Thomas Mann os ignora rotundamente. O cinema, em seus 80 anos, (…) jamais os colocou em cena. Nem vai colocá-los. Os mongolóides são seres hospitares, vivem na ante-sala dos médicos."

As visitas a clínicas e consultórios médicos, a leitura de livros sobre o mongolismo e os programas de exercícios para o filho fazem o pai revisitar o passado (a vida em comunidade na adolescência, a vida de imigrante ilegal na Alemanha, a breve carreira de relojoeiro, o fato de ser um escritor com livros de gaveta e a desejada estabilidade financeira com o cargo de professor universitário). Isso faz com que ele reflita sobre o que passou e reorganize a própria vida.

Com pequenas conquistas, como os primeiros passos e a ida à escola, Filipe vai conquistando o seu lugar de filho. O pai já não o vê mais como uma espécie de maldição, mas como alguém que precisa de carinho e cuidado. Ao falar sobre o crescimento e desenvolvimento do primogênito, o autor apresenta algumas informações sobre a síndrome de Down e mostra que, apesar de serem lentos e demorados, os avanços de Filipe são gratificantes. A paixão pelo futebol é um dos elementos cotidianos que ajuda a unir pai e filho.

Sem recorrer a fórmulas sentimentaloides e apelativas nem a discursos prontos, e com uma prosa intensa, Cristovão Tezza aborda de forma original e corajosa o velho tema da relação entre pais e filhos. Sem sobra de dúvidas, é o melhor romance publicado em 2008. Os diversos prêmios ganhos pela obra, entre os quais estão o Jabuti e o Portugal Telecom, comprovam isso.

Mais resenhas em http://www.literatsi.com/category/resenha/
Luhhh ^___^ 26/03/2010minha estante
Belo comentário, realmente, o Tezza ñ faz uma apelação pq tem q criar um filho com Síndrome de Down.

E o final do livro é tão lindo *-*


Ricardo Rocha 03/09/2016minha estante
desculpe mas premios não comprovam coisa alguma




Iara 12/01/2010

Realista
Impactante e apaixonante!



Uma dor exposta ao extremo. O pior do ser humano com todos os detalhes sórdidos. Os pensamentos mais profundos revelados. Sufocante! Um alívio...



Para mim, ele chegou muito perto dos meus mestres mais idolatrados: Dosto, Shakespeare e Clarice Lispector... Não é uma comparação, é um simples elogio a este imenso escritor brasileiro, ainda desconhecido por muitos.



Amo livros que trazem as características dos personagens intensificadas. Amo sentir a dor, a angústia, o alívio, o amor e a redenção de todos eles. Como é árdua a transformção humana, mas muito bela também!



Palmas para Cristovão Tezza!!!
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Felipe 22/10/2009

“O filho eterno” de Cristovão Tezza. Record (2009), 224 páginas.
Se fosse preciso dar apenas um adjetivo ao livro de Tezza, minha opção seria por corajoso. O enredo se passa em torno da vida de Tezza a partir do momento em que foi pai pela primeira vez, Felipe é portador de síndrome de down. A partir da relação entre Tezza com o filho e com toda a sua vida desde seu nascimento é que a trama se desenrola.
A coragem do livro se refere a que o autor não tem pudor de expor aos leitores os seus sentimentos em relação ao filho portador de down. Incluindo o alento que uma suporta expectativa de uma vida curta de Felipe lhe deu logo depois de seu nascimento, e da decisão quase duas décadas depois de parar de fumar para poder viver mais e assim cuidar do filho por mais tempo (o que ele julga que ninguém pode fazer melhor que ele).
Entre seus a narrativa em torno de seu filho, tendo como coadjuvante quando ausente a filha de Tezza que nasceu pouco depois de Felipe e sem síndrome de down, Tezza traz fatos de sua vida antes da paternidade que fazem o leitor entender melhor o autor. Entre eles: a experiência com drogas, os conflitos com a polícia, os furtos, a vida como ilegal na Alemanha, a vida de ator de teatro amador, os primeiro amor, a frustração de ter seus livros rejeitos por editoras e a busca por um emprego estável como professor.
Um detalhe que pode parecer despercebido por alguns leitores é uma alusão a ministra Dilma Rusself quando Tezza conta como foi à resistência ao regime militar no Brasil da década de 1970. Outro detalhe que chama atenção é que esta auto-biografia de Tezza é narrada em terceira pessoa, que é uma opção que chama atenção em “O filho eterno”.
Sem dúvida trata-se de um livro comovente, onde o amor de pai supera todos os preconceitos em relação a uma criança com síndrome de down. Particularmente, considera “O filho eterno” uma das duas melhores auto-biografias que já li; junto com “Feliz ano velho” de Marcelo Rubens Paiva.
A única frustração, inerente a toda auto-biografia, é que o livro conta uma história incompleta, com início, meio, mas sem final. A narrativa de Tezza termina em 2006, e o leitor fica com curiosidade digna de novela da Globo: Será que Felipe continua pintando? Será que ele ama ainda o Atlético Paranaense? Será que ganhou um iPod do pai de mesmo modo que ganhou computador antes? Será que Tezza voltou a fumar?
Para quem pretende ler um livro corajoso, emocionante e que expõe a maneira como o amor paterno pode superar todos os obstáculos, “O filhos eterno” é altamente recomendável.
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Luhhh ^___^ 26/03/2010minha estante
Adorei o teu texto!

Gostei de como terminou o livro =)

realmente dá curiosidade de saber como o Felipe está, Tezza consegue cativar os leitores ^^




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