Priscila.Pieper 08/06/2020
UNS BRAÇOS
Apesar de ser uma história bem conhecida por todos aqueles apaixonados pelo autor e pelos clássicos da literatura brasileira, devo admitir que, esta edição me surpreendeu, não apenas pelo preço, que convenhamos foi bem barato, mas pela qualidade do material, seja o papel utilizado, ou pela arte perfeita e detalhista de Fernando Vilela.
Como qualquer outro ser humano, Inácio lutava com os hormônios da adolescência. Com seus 15 anos, o jovem rapaz vivia no mundo da lua, ?trocava os papéis, errava a casa, ia em um escrivão quando era para ir em outro, errava os advogados, era o diabo? (P. 7) como dizia o solicitador, que não poupava as palavras nos momentos de cólera.
Não era que Inácio fazia de propósito, mas sua mente não conseguia se concentrar. Ele estava apaixonado, apaixonado pelos braços de D. Severina, a esposa de seu patrão. E antes de qualquer coisa, que fique claro que ela tinha o costume de usar mangas curtas, à um palmo abaixo do ombro, deixando todo o resto à mostra! Eles ?eram belos e cheios, em harmonia com a dona? (P. 9), era impossível não olhá-los!
Em um certo domingo, logo após o almoço, o jovem rapaz se dirige ao seu quarto em busca de descanso. A vista para o mar, o balanço da rede e o livreto que tinha em suas mão, formavam a receita certa para uma cesta. Fechando seus olhos, ele começa a sonhar, e após cinco minutos, vê D. Severina ir em direção
à rede sorrindo. Era ela. Eram seus braços. Eram seus lábios. O quê? Seus lábios? Estava de fato sonhando? Não, não podia ser!
Dos mais velhos aos mais moços, somos mais uma vez envolvidos de início ao fim com a trama machadiana. Uma história divertida e intrigante para aquelas leituras de um fim de tarde. Uma forma diferente de atrair a atenção dos adolescentes para os clássicos do século XIX.
Boa leitura!
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