Bobók

Bobók Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Bobók


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Francisco240 14/04/2021

Uma resposta direta e afiada à crítica de "Os demônios"...
Dostoiévski responde com grande ironia em forma de conto à crítica literária russa da época que não digeriu bem seu livro. No entanto em reposta ele faz algo surpreendente: BOBOK.
Uma conversa em entre mortos e uma possível loucura de um rapaz; e sua sutileza com os personagens é incrível e apesar de ser um curto conto, seus parâmetros são bem extensos que muito provavelmente se mescla a muitos outros significados.
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trizisreading 31/12/2023

Bobók, bobók, bobók!
'Bobók' é um conto escrito por Dostoiévski em 1873 com a finalidade de responder às críticas recebidas pelo romance "Os Demônios" do autor. Usando-se de seu conhecimento sobre literatura, Dostoiévski escreve o Bobók, de forma cômica e que, embora trata-se de um conto curto, com menos de 50 páginas, possui um amplo repertório de assuntos a serem refletidos através da interpretação de seu texto.

Para melhor entendimento dessa obra, é necessário prévio conhecimento sobre a vida do autor, bem como de algumas obras às quais o autor pode ter se inspirado, uma vez que o autor traz referências à Socrátes, à crítica recebida por ele em sua primeira obra "Gente Pobre" por Belinski, Platão, etc. Sendo assim, caso esse seja seu primeiro contato com alguma obra do escritor, recomendo que comece lendo o final do livro, que são dois artigos escritos por duas pessoas que tem amplo conhecimento sobre o assunto e que deixa mais fácil a compreensão da obra e suas referências.

A obra conta a história de "uma pessoa" que em busca de distrações, vai parar no cemitério. Estando lá, começa a ouvir uma conversa entre mortos. Daqui, extrai-se a possibilidade de, estando o narrador a ouvir uma conversa entre mortos, só pode ele ser um louco. Nessa obra, há diversos pontos sobre a loucura, reflexões e afins, que fazem referência ao romance "Os Demônios".

Na conversa ouvida, é possível extrair muitos pontos que o autor quis levantar, sendo um dos mais notáveis o fato de que, estando todos mortos, não há mais a distinção entre classes, sexo, etc. Ou, pelo menos, ninguém ali parece se importar com tais atribuições.

É um conto que traz bastante reflexão, mas que recebe bastante avaliações negativas por ser de difícil compreensão, sobretudo por conter muitos pontos intrínsecos da vida e obra do autor, exigindo-se assim, um conhecimento prévio, tal como foi supracitado.
Claudia.livros 31/12/2023minha estante
Eu acho absolutamente fundamental ler a biografia do Dostoiévski para acompanhar sua obra. Qdo li Os Demônios não tinha a biografia de Joseph Frank ainda e muita coisa passou despercebida ou não fez muito sentido. Mas agora, lendo a biografia, tudo se encaixa muito melhor e daí enxergamos ainda mais a genialidade de Dostoiévski. Parabéns pela resenha, ficou ótima.


trizisreading 31/12/2023minha estante
realmente faz muita diferença na compreensão, obrigada pelo feedback! adoro seu perfil ??


Claudia.livros 31/12/2023minha estante
Obrigada ?




Alice 12/04/2022

Gostei do humor e da perspicácia do autor nesse livro, bem sarcástico e me arrancou riso, bem rápido de ler mas as notas depois me deu a impressão de ser maior que o conto em si. Foi bem interessante as contextualização, é sempre muito interessante ler e ver que esse escritor é um caso de louco de tão atual as obras dele são para mim, li 3 e virei fã!
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jackpveras 05/11/2023

Dostoiévski's Thriller
Para uma história curta, segue uma resenha mais curtinha ainda: no século XIX, as redes sociais nem sonhavam em existir, mas Fiódor Dostoiévski criou uma obra literária à imagem e semelhança do que viria a ser uma postagem odiosa, porém sofisticadíssima e genial, repleta de indiretas, alfinetadas certeiras e provocações perturbadoras aos seus críticos mais ferrenhos que, sem ter o que fazer, evacuaram pela boca comentários agressivos, pejorativos e desnecessários ao romance Os Demônios, publicado em 1872.
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Mari Pereira 10/04/2022

O conto é uma mistura de respostas sarcásticas de Dostoievski à crítica feita à sua obra (especialmente ao romance Os demônios), com uma conversa entre cadáveres em um cemitério.
É divertido, inteligente, ácido.
Vale a leitura. Mas é só um pequeno conto. Não tenham grandes expectativas.
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Anderson.Rios 10/09/2020

Bobók Bobók Bobók
"Acho que o mais inteligente é quem ao menos uma vez na vida chama a si mesmo de Imbecil" Bobók é a pequena obra que junta todo o microcosmo da escrita dostoievskiana em jm conto. Aqui, você pode verificar átomos do autor russo. Nesse sátiro texto, o narrador (que também é escritor) diz que saiu para se divertir e foi parar em um cemitério, e então escuta as conversas dos corpos enterrados. E lá, os aristocratas, mulheres, homens, críticos, livres afinal, dialogam em seus meses de consciência pós morte, soterrados a reflexão. Conto com 7 palmos de profundidade, um caixão de humor, e uma toneladas de crítica e sátira. E talvez ali, você encontrara as pessoas mais livres da literatura, mortos, indiferentes, divertidos, com a metafísica aniquilada (ou quase), sem se importarem com opiniões, críticas, pesos. Livres de qualquer julgamento. Livres e eternos no banquete infinito dos vermes.
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Miresenhs 25/09/2023

Bobók
É um conto bem curtinho, com uma linguagem bem clássica (não achei o vocabulário difícil, mas é erudito).
O enredo é trabalhado em um cemitério, conversa em entre mortos..
Essa conversa parece mais uma conversa maluca em um manicômio. FASCINANTE.

Acho que pequei ao escolher Bobók como a obra que me introduzirá ao universo de Dostoiévski, eu senti uma essência incrível do autor? porém, a impressão que me causou que precisava de outra obra para entender essa.
Tinha um toque de ironia com intertextualidade.
Vale a pena ler
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Ayan_lucca 14/07/2021

Esse conto ficou muito confuso na minha cabeça porem acho que se eu ler o livro os demônios eu possa entender melhor.
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brunadlm 21/11/2023

Não entendi ?
Li que este livro foi feito com objetivo de rebater críticos de uma outra obra do escritor Fiódor Dostoiévski, ?Os demônios?. Acredito que, por isso, e, devido à minha versão não ter explicação sobre os ponto-chaves das respostas, não pude compreender tão bem o objetivo do autor/ o conto. Então, enquanto não leio a obra que antecede esta, minha nota será um ponto de interrogação (equivalente à 1 estrela aqui)
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Franciele143 01/10/2021

Essa história narra a experiência de um homem que vai a um enterro e lá escuta vozes dos mortos conversando desavergonhadamente, no qual remete a inutilidade dos títulos humanos após a morte, a genialidade dessa obra vai além o autor atribui valores humanos após a morte, ele busca em uma espécie de necrologia mostrar o quão somos perversos e não consideramos a possibilidade real da morte e que lá o juiz será Deus, e nós aqui julgadores do saber lá após a morte nada saberemos nem tão pouco seremos, Dostoiévisk vai mais além e sua genealogia se compara ao fédon no diálogo entre Platão e Sócrates onde discutem sobre a existência das almas puras e o corpo corrupto, se pensarmos realmente o nosso corpo carrega marcas e títulos como fardos e que nada serviram para a vida eterna, considerando que nos primeiros meses após a morte a matéria aprodecerá e daqui não levaremos nada nem mesmo a roupa que o corpo é sepultado, já a alma ela será julgada e se pura viverá na paz, outra comparação muito ambígua é a manifestação de loucura ao ouvir vozes dos mortos remetendo a relação entre inteligência e imbecilidade que nos faz lembrar a obra O Alienista do querido Machado de Assis e sobre necrologia nos entrega Brás Cubas também do Machado remetendo ao convívio da sociedade seus status e hierarquia.
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Mônica 18/06/2020

Bobók
No conto Bobók, Dostoiévski responde aos críticos de seu romance Os demônios. Segundo as críticas o autor estava louco. Ora porque não usar isso a seu favor?

O narrador do conto é um autor decadente que recebe diversas críticas de seus amigos. Ele se pergunta sobre a loucura na sociedade, além da relação entre inteligência e imbecilidade. O personagem chega a afirmar que o homem mais inteligente é aquele que "ao menos uma vez por mês chama a si mesmo de imbecil".

Ao decidir que precisa se distrair, acaba parando em um cemitério. É quando começa a ouvir vozes. São os mortos conversando de dentro de seus túmulos. Os diálogos são críticas à sociedade, uma vez que na morte não existem barreiras hierárquicas, sociais, etárias, sexuais, religiosas, etc.

O conto é muito divertido, mostrando o lado bem-humorado de Dostoiévski, que parecia ser capaz de escrever sobre qualquer assunto sempre com qualidade. A edição também conta com um excelente texto de apoio de Paulo Bezerra que ilumina as ideias por trás do texto de Dostoiévski.
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Nath @biscoito.esperto 16/01/2022

"Acho que não se admirar de nada é uma tolice bem maior do que se admirar de tudo. Além do mais, não se admirar de nada é quase o mesmo que não respeitar nada".

"Bobók" é um conto (bem curtinho!) popularmente conhecido por ser uma história gótica do Dostoiévski. Mas eu prefiro definir a história de duas outras maneiras:

01) Primeiramente, este conto é uma resposta aos críticos do Dostô. Naquela época, ele ficou tão pistola com os haters de seu livro mais recente, "Os Demônios", que decidiu pegar todas as críticas que recebera e escrever uma história que colocasse todas as reclamações em prática.

"Disseram que sou louco? Pois vou escrever um negócio sem pé nem cabeça. Parece que meus personagens saíram de um manicômio? Pois os senhores não viram nada! Sou muito niilista? Farei o próprio Nietzsche aparecer na Rússia para me mandar dar uma segurada". ㅡ E assim por diante. Tenho que apreciar um autor capaz de fazer isso.

02) Este conto é uma menipeia, e eu simplesmente caí numa espiral literário-filosófica pesquisando sobre este assunto. Basicamente, menipeias surgiram depois que o filósofo cínico Menipo de Gádara escreveu um ensaio sobre o "diálogo dos mortos", uma situação (obviamente) hipotética em que as pessoas poderiam ser 100% honestas sobre suas passadas vidas, já que não estão mais presas às amarras culturais e sociais de quando estavam encarnadas. Isso te lembra algo? Pois sim, Machado de Assis também escreveu sua menipeia.

Um conto gótico, uma resposta malcriada aos haters ou uma genial exploração da filosofia menipeia? Bom, por que não as três coisas? Afinal, Dostô tinha genialidade sobrando em tudo a que se propunha.


site: www.nathlambert.blogspot.com
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Thaisa 25/04/2020

Conheceremos Ivan Ivanovitch, um escritor de jornal (que espelha o próprio Dostoiévski, suas frustrações e seus afrontes), e que se vê tendo problemas de socializar e se expressar (tema recorrente em romances como "O Duplo" e "Memórias do Subsolo"). "Bobók" veio, assim, como uma resposta do autor aos críticos que detonaram sua obra "Os Demônios".
Mais do que isso, teremos o fantástico se apresentando através da segunda parte do conto, em que Ivan vai até o cemitério e, para sua surpresa, acaba presenciando uma estranha e assombrosa conversa entre os mortos - pessoas da aristocracia que, ao invés de buscarem melhorar, continuam com suas podridões e suas lamúrias como se nada houvesse mudado após a morte.
Apesar de ser uma trama curta e parecer haver uma quebra entre a introdução do protagonastiga e os diálogos vindos das consciências dos cadáveres, é claro como esse homem, perseguido por seus próprios fracassos e críticas, entra em uma espiral de loucura que permeia as obras existencialistas de Fiódor Dostoiévski.
É ainda nítido o objetivo do autor de satirizar a sociedade e sua hipocrisia, os limites entre o real e o terrível, e ainda expor as dualidades presentes no ser humano e no mundo.
"Bobók", na minha opinião, é uma boa maneira de começar a ler autores russos, junto de "A Morte de Ivan Ilitch", de Leon Tolstói, e "Diário de Um Louco", de Nikolai Gogol.

"Na Terra é impossível viver e não mentir. Aos diabos, ora, pois o túmulo significa alguma coisa!"

Mais resenhas no instagram literário @livre_em_livros
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Lucas 16/08/2020

Meu primeiro Dostoiévski
Dostoiévski, sem dúvida, é um dos maiores escritores da história. Se no Brasil temos Machado de Assis, a Rússia tem Dostoiévski. O livro, sem dúvida, é um ótimo começo para a obra do autor. Não é nem o primeiro, nem o segundo escrito dele, como um professor meu usou em Machado de Assis "Papéis Avulsos", nesse conto o autor brinca de escrever. Parece colocar muito de si no personagem, um pouco como já li em Bukowski, mas para um conto tão curto, é realmente surpreendente e fácil para ele fazer isso.

Sempre fico muito na dúvida quando vou comprar um livro, quando vou lê-lo, se procuro por uma edição em específico, se procuro ler em inglês, na língua original do autor. Bom, não falo russo, mas a tradução e os comentários de Paulo Bezerra, nessa edição, me dão total confiança de que não foi feita qualquer tradução ou tradução ao pé da letra, mas ele explica em seus comentários como faz escolher as palavras, como faz a decisão de usar uma palavra e não outra e o leque de possibilidades que há no russo e não há no português ou em qualquer língua. Apreciei de mais seu trabalho nesse pequeno conto e me encantou a profundidade e inteligência que ele conseguiu traduzir de Dostoiévski do russo para o português (O exemplo mais gritante na minha memória agora, meses depois que li, foi Dukh, que no russo tanto significa espírito como odor forte - note, como é sutil da edição não só colocar o espírito como algo que te levanta, enobrece, mas odor forte, como que em português eu lesse 'inhaca' ou 'caxinga' que só teríamos aqui).

Os comentários e texto do tradutor, novamente, não poderia colocar de maneira diferente: a obra, per si, já é incrível, algo colocando em perspectiva, de quando foi publicado, não tínhamos visto tantas vezes (para os curiosos, acho que entenderam no paralelo com Machado de Assis feito anteriormente); já, os comentários, a tradução feita, parecem te segurar pela mão e te levam para essa perceptiva, de entender o olhar russo, o olhar da época, o olhar do conto no meio da obra do Dostoiévski e que nos transporta pala lá, com um empurrãozinho das ilustrações de Oswaldo Goeldi.

Está recomendado o conto, que agora, parece, para mim ter que ser servido por essa tradução e acompanhado por esses comentários.
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