Rose 02/01/2018Este volume trás a história de Blayblock (Blay) e Qhuinn, dois vampiros amigos há muito tempo. Enquanto Blay vem de uma família mais simples que o apoia e ama, Qhuinn vem da Glymera, a nobreza da raça vampírica. O problema é que por conta de uma anomalia genética, ele nasceu com um olho de cada cor, e por conta disso, sempre foi visto como uma aberração por todos e principalmente pela própria família. Ele nunca soube o que era amor e aceitação dentro da própria casa.
Ele só foi saber o que era amor quando conheceu a família de Blay, que nunca o tratou com nada além de amor e respeito.
Agora, ambos passaram por suas transformações, e lutam ao lado da Irmandade para proteger o Rei e a raça, tanto contra os redutores, como contra o Bando de Bastardos.
Mas a amizade deles está bem estremecida. Eles quase não se falam mais, tudo porque Qhuinn deixou bem claro para Blay que a única coisa que poderia haver entre eles era amizade.
Cansado de sofrer e de ver Qhuinn saindo com todos, ele resolve assumir um namoro com Saxton, o atual advogado da Irmandade e primo de Qhuinn.
Saxton e Qhuinn são totalmente diferentes apesar dos laços sanguíneos. Enquanto Qhuinn é puro músculo e está sempre pronto para uma boa briga, esbanjando coragem e determinação, Saxton é mais elegante, fazendo a linha mauricinho. Mas não pensem que isso o deixa abaixo de Qhuinn, nem pensar. Ele também tem um belo corpo e charme que encantam.
Na outra ponta, Qhuinn e Layla tem uma espécie de relacionamento, mas sem vínculos amorosos. Eles desenvolveram uma sólida amizade, e confiam muito um no outro. Por conta desta aproximação, descobriram que tem muito em comum, como a falta de uma família, o que rende aos dois uma certa solidão e falta de base em saber quem realmente são.
Por conta disso, eles acabam decidindo ter um filho/a e formarem uma família só deles, onde o amor pelo filho e a amizade deles seria o laço que os uniria.
Acontece que Layla é uma escolhida, e só poderia se relacionar com um vampiro com a benção da Virgem Escriba. Então imaginem a confusão quando a gravidez dela foi descoberta e ainda mais quando ela estava a um passo de abortar...
Em meio a esta confusão, em uma das buscas feitas pela Irmandade, Qhuinn acaba descobrindo que seu irmão, que ele pensava está morto, estava vivo e sendo mantido em um local bem afastado.
Luchas estava com a vida por um fio e sua sobrevivência dependia das habilidades dos médicos que serviam a Irmandade e dele próprio de viver. Além disso, pesava em sua cabeça a possibilidade de ter sido contaminado pelo Ômega, o que acarretaria a sua morte pelas mãos dos guerreiros.
Era mais um prego no coração de Qhuinn, que apesar de não ter uma grande ligação com o irmão, não queria perdê-lo mais uma vez. Ainda mais em um momento em que ele também tinha a possibilidade de perder seu filho.
As emoções de Qhuinn estavam um verdadeiro terremoto. E em nada ajudava ele saber que Blay estava tão próximo e ao mesmo tempo tão distante dele.
E foi com uma completa fúria que ele notou quando Saxton saiu com outra pessoa que não Blay. Ele não conseguia aceitar que seu primo, que mantinha um namoro com Blay, justamente a pessoa que ele queria e não poderia ter, estava jogando o relacionamento no lixo por conta de algumas escapadas. Ele não ia permitir que Blay fosse magoado pelo primo. O que Qhuinn não imaginava era que a relação de Blay e Saxton estava passando por uma grande transformação.
E foi Blay quem interrompeu a fúria de Qhuinn, inclusive exigindo que ele nunca mais fizesse algo contra o próprio primo. Promessa esta que ele foi incapaz de negar para aquele guerreiro que tinha nas mãos seu coração.
Sabendo que não era digno e que não poderia ter um relacionamento com Blay ele aproveita um momento de instabilidade, e deixa seu orgulho de lado, implorando por qualquer coisa que possa vim de Blay. Acontece que este passo, pode jogar estes guerreiros em uma situação sem volta para ambos.
Enquanto isso, o Bando de Bastardos toma um novo rumo na luta pelo poder. Com um informante dentro da Glymera, eles percebem que uma brecha na lei pode fazer o trono mudar de lado.
Liderados por Xcor, eles estão fechando o cerco em torno de Whrat. Mas até Xcor tem seus segredos, como o amor que descobriu por Layla. A bela e intocável escolhida é o ponto fraco deste vampiro, que está disposto a tomar caminhos menos sanguinolentos para chegar ao trono. Desde que com isso, consiga poupar a vida de sua amada. Layla sente-se uma traidora quando tem a certeza de quem é Xcor, mas não tem forças para negar o amor que sente pelo guerreiro inimigo.
Não é apenas a escolhida Layla que está despertando atenções indevidas. Selena, a escolhida que estava alimentando os guerreiros solteiros da Irmandade, chamou a atenção de Trez, um guerreio altamente mortal que estava sob forte pressão, pois pesava sob sua cabeça a sentença de ter que se casar, mesmo contra a vontade, para salvar a própria pele.
E sem querer me alongar mais, devo dizer que a relação de Blay e Qhuinn toma um caminho bem sinuoso. Disposto a colocar uma pedra em tudo o que diz respeito a Qhuinn, o guerreiro joga toda a merda no ventilador. Ele que sempre foi ponderado com suas palavras, não poupou os ouvidos de Qhuinn e disse tudo o que pensava sobre ele, inclusive sobre a falta de coragem de assumir quem era.
Com isso, a ligação que estavam tendo foi por água abaixo. Para Qhuinn restava apenas seguir em frente, lutando e matando seus inimigos. E em meio ao completo caos que seu coração vivia, ele percebeu o quanto sua família era culpada no que ele tinha se transformado. Ele, que nunca teve o amor dos pais, acabou deixando que eles moldassem suas ações, mesmo quando elas eram feitas para atingi-los. Mas diante desta sua descoberta, ainda haveria tempo de ser feliz? Engolindo seu orgulho e seu medo, ele se jogou no abismo, ciente que a única rede de proteção que dispunha não estava tão ao seu alcance. Será....
Gente, que livro, sem dúvida para mim, o melhor da série! A primeira cena entre Blay e Qhuinn foi simplesmente perfeita. Tensão e paixão dosadas de forma correta. Sem falar que o desenrolar da história foi ótimo. O livro tem vários destaques, como a cena em que Blay assume que é gay para os pais. Ou então a cena em que os Irmãos mostram claramente que aceitam Qhuinn. Quando Qhuinn percebe que tem sim uma família que o ama. Enfim, foram vários momentos de emocionar. Claro que também houve muita tensão e briga. E para encerrar tudo isso, uma cena muito, mas muito linda mesmo, que reuniu todos que fazem parte desta Irmandade. Por incrível que pareça, quando estava lendo esta cena em questão, até fogos de artifício foram escutados aqui onde moro... O que completou muito bem a cena.
Em um enredo em que vemos mortes, brigas, intrigas, luta pelo poder, traições, vemos também o poder da amizade, do amor e da família. E não apenas aquela família de sangue, mas principalmente a do coração. E coroando tudo isso, vemos a coragem de reconhecer e assumir quem realmente somos, independente de gênero sexuais. Um livro tenso, mas que trás ensinamentos muito bem vindos, ainda mais em um período de tanta intolerância e falta de respeito ao próximo.
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