Contos da Cantuária

Contos da Cantuária Geoffrey Chaucer




Resenhas - Os Contos de Cantuária


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Max Rodrigues 19/08/2016

Um dos meus favoritos e uma das mais belas obras da literatura.
Ah! se arrependimento matasse. Felizmente, não mata. E nesse sentido devo concordar com Chesterton (1874-1936) quando diz que “o suicida insulta a todos os objetos da terra ao não furtá-los. Ele conspurca cada flor ao recusar-se a viver por ela”, pois é bem verdade. Morrer, muito embora haja a glória eterna, deve ser somente quando nos for “permitido”, afinal de contas há tanta beleza neste mundo, não obstante toda fealdade, que é mesmo um crime encurtar a própria vida.

Por arrependimento quero falar sobre os dois anos que demorei a começar a ler este monumento da Literatura que é a obra “Os Contos de Canterbury” de Geogfrey Chaucer (1343-1400).
Palavras faltam para descrever tal grandeza de beleza, moralidade e justiça que é e contém nessa obra, cujo um trecho específico deixo aqui para mostrar o que difere um clássico de um desses livros de tantos e quantos volumem que não resistem a uma semana, qual seja:

“E agora quero contar-lhes a respeito de meu quinto marido... não permita Deus que sua alma se dane, apesar de ter sido o mais duro de todos. Acho que até o dia de minha morte vou sentir as pancadas que me deu em cada uma das costelas. Mas era tão animado e fogoso na cama, e sabia ser tão atraente quando deseja a minha ‘belle chose’, que ainda que tivesse acabado de quebrar-me os ossos um a um, imediatamente reconquistava o meu amor. Acho que eu gostava mais dele porque era o que me tratava com maior desdém. Se não minto, nessa questão nós mulheres nos guiamos por uma fantasia caprichosa: ficamos o dia inteiro a implorar e a cobiçar tudo aquilo que não está facilmente a nosso alcance. Proíbam-nos uma coisa, e nós choramos por ela; fugimos dela, no entanto, quando nos é ofertada. É com pouco-caso que expomos nossa mercadoria: os preços altos estimulam a procura, e ninguém dá valor ao que é barato. Toda mulher inteligente sabe disso.” – O Conto da Mulher de Bath

Eis apenas uma amostra do tanto de sabedoria que preenche as páginas desse livro.

Assim, não faça como eu, comece a ler esta que é uma das maiores obras já produzidas pela mão do homem, já!
Ariana.Cunha 18/01/2017minha estante
Adorei seu texto... Ansiosa para ler essa obra!!


Max Rodrigues 16/02/2017minha estante
Que bom, Adriana fico feliz. Comenta depois, também, é bom ver as impressões de outras pessoas.


Ariana.Cunha 16/02/2017minha estante
Olá! Claro! Assim que eu lê-lo, deixarei minhas impressões...




willys 26/12/2020

Um retrato da sociedade medieval inglesa
Uma mistura de sátiras e lições de moral, passando por vários estilos literários e temas diversos - como religião, casamento, amor -, o livro desenha um quadro das diversas classes que compunham a sociedade.
Eliel 26/12/2020minha estante
Eu quero muito ler este livro ! Esse livro, deve ser , incrível.




Filino 01/04/2017

Uma leitura divertida e atemporal
Quando pensamos em literatura medieval/renascentista, pode vir à mente uma imagem sisuda, formal (e até chata). Nada mais distante da verdade, sobretudo quando tratamos dos "Contos da Cantuária"!

Nessa obra, acompanhamos peregrinos numa procissão e, no caminho, cada um conta uma história. Tem de tudo: aventuras, comédias, dramas etc. Recheadas de traições, cenas burlescas e inesperadas. O linguajar, inclusive, pode surpreender o leitor mais incauto...

Sobre a edição, cabe assinalar a tradução esmerada (que virou referência internacional), a grande quantidade de notas que não apenas esclarecem o texto como nos descortinam o imaginário e a cultura medieval, bem como o ensaio de Harold Bloom (que, como não poderia deixar de ser, estabelece paralelos entre Chaucer e Shakespeare).

Recomendadíssimo!
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kiki.marino 02/05/2019

Uma leitura essencial
Não faço longa resenhas,mas um motivo para ler esse livro :o conto "A esposa de Bath"simplesmente divertido, , moderno(mesmo escrito na Idade Média)inteligente e o melhor do livro, aliás a protagonista do conto minha nova idola/heroína literária da ficção.
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Fabio.Oliveira 01/03/2020

Muito bom
Livro muito bom, vale a pena ser lido e relido!
Contos para serem refletidos!
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João 08/06/2020

Os Contos de Canterbury – Geoffrey Chaucer.

Estima-se que os “Contos” tenham sido escritos entre os anos de 1386 e 1400. Dada a época na qual foram redigidos, os textos naturalmente oferecem um formidável espectro da cultura medieval.

O poeta inglês, Geoffrey Chaucer, é autor de vasta obra literária, sobretudo de elegias (poemas líricos). Porém, com a criação dos "The Canterbury’s Tales" o poeta se consagrou como o “pai da literatura inglesa”. Antes de Chaucer, a literatura consumida na Inglaterra era quase toda redigida em francês ou em latim. Portanto, deve ser creditada a Chaucer a criação das primeiras obras em língua inglesa a nível de literatura universal. Não à toa, Chaucer teve forte influência sobre os poetas ingleses, inclusive Shakespeare. Ademais, foi considerado pelo crítico literário Harold Bloom como um dos cem maiores gênios criativos da literatura universal de todos os tempos.

Em “Os Contos de Canterbury” temos uma coletânea de histórias assentada numa estrutura narrativa que garante fluidez e oralidade aos textos. Tudo se passa quando vários peregrinos que se dirigem ao Santuário de São Tomás Beckett, localizado na Cidade de Canterbury, param a meio caminho para se hospedar numa estalagem à beira da estrada. Ali, sem nunca terem se conhecido antes, os peregrinos confraternizam uns com os outros e combinam, conforme proposto pelo dono da hospedaria, de partirem juntos no dia seguinte rumo ao Santuário de Canterbury, sendo que cada um deverá contar uma história durante o trajeto para entreter a comitiva.

Daí surgem os “Contos”, cada qual narrado por algum “representante” da estrutura social daquela época (o cavaleiro, o senhor de terras, o escudeiro, o frade, o médico etc.).
Nota-se logo que a estrutura narrativa se assemelha ao “Decamerão” escrito por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353, onde as cem novelas são contadas por dez pessoas diferentes, cada qual responsável por narrar dez histórias.

Os “Contos” possuem diferentes temáticas, todas muito caras à sociedade e à cultura da época. Assim são recorrentes os temas do matrimônio, da castidade, do temor à Deus, da honestidade etc. Mas nem por isso os textos podem ser considerados datados. Obviamente, as questões morais e éticas que governam os “Contos” transcendem quaisquer limites temporais ou espaciais, inspirando agradáveis reflexões ao leitor. Aliás, todos os textos são fontes férteis de ensinamentos deixados pelos autores antigos (Sêneca, Ovídio, Tito Livio, Catão, Santo Agostinho, os Evangelistas etc), todos citados fartamente por Chaucer.

Por fim, os “Contos” são fortemente valorizados pela fluência e pela oralidade neles empregados, capazes de fazer o leitor imergir em uma agradável “contação de histórias”. São, ademais, histórias bem-humoradas, de significativo valor moral, e que oferecem uma bela visão do arranjo social e cultural do medievo, com suas idiossincrasias, crenças e ciências (astrologia, alquimia etc).

Vale anotar que os “Contos” possuem certa heterogeneidade, não só no que diz respeito à temática de fundo, mas ao gênero literário com o qual flertam. Assim é que alguns podem ser qualificados como ‘fábulas’, outros como verdadeiros ‘tratados morais’, mas todos fortemente marcados pela oralidade, pelo entretenimento e pela referência literária aos antigos escritores (incluindo as Sagradas Escrituras).

A primorosa edição dos “Contos” pela editora 34, com tradução de Paulo Vizioli, deve ser lida e relida.

É o tipo de leitura que anima, ensina, envolve e permite a transcendência.

Recomendo fortemente.

Boas leituras!




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ricardo marçal 11/05/2021

Integração total entre o "que se quer dizer" e o "como". Psicologias tão bem delineadas, verossímeis e até extraordinárias justificam a expressão "larger than life" com que Harold Bloom descreve personagens como a Mulher de Bath - legítima antecessora do Falstaff de Shakespeare. Tudo isso num livro que faz rir litros. Transbordante de vida, merece peregrinação periódica: releituras.
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Raissa Black 10/06/2021

Se trata de um grupo de pessoas que fazem um acordo para cada um contar uma história até não chegarem a Cantuária, seu destino de viagem. Os contos em si possuem ensinamentos e morais, só que algo que me incomodou muito foi quando as mulheres se humilhavam por homem. Uma frase dizia: "a submissão de Griselda ao marido é como deve ser a submissão do cristão a Deus", o que é um absurdo.

Notei que as mulheres não tinham opção de escolha, eram trancadas em casa pelo marido para elas não traírem eles, ou seja, os homens não sabem com quem se casam? E são tão inseguros quanto a fidelidade de sua mulher que precisam trancafiá-la? Percebo que naquela época era em pensável um homem trair sua mulher, mas sim, todas as mulheres eram tratadas como prostitutas. Mas o livro possui contos bons, tirando todos os defeitos.

O livro tem uma linguagem antiga e extensa, até porque foi escrito em 1392, muitas vezes chega a ser abruta e repugnante, contendo ações explícitas e termos deselegantes. Não faz meu tipo de leitura, mas tenho que reconhecer que é um livro bem feito, por isso classifiquei como razoável.
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Paulo 23/09/2021

Trilha para Cantuária
Assim como outra resenha que vi escrita aqui por um leitor sobre esse livro, me arrependo de não ter lido Contos da Cantuária antes.

Em resumo, esta obra de Chaucer escrita em versos trata de uma interessante viagem em época medieval de um grupo de peregrinos que por devoção segue até Cantuária, cidade ao sul da Inglaterra a cerca de 90km de Londres. Instigados pelo taverneiro que os hospedou a todos, os membros dessa romaria contam contos que outrora ouviram, leram ou presenciaram, a fim de entreter a trilha da viagem. As histórias em geral têm um cunho moral ou religioso do período medievo, e de quase todas pode-se tirar uma “lição” diferente; o assunto das histórias, contudo, em sua maioria são mulheres - assunto que permeia todo o livro praticamente e que deve ser lido com atenção, por se tratar de uma época distante com costumes diversos aos nossos.

Da última vez que me vi assim preso em um livro de contos foi no livro das Mil e Uma Noites, com histórias insólitas que me fizeram imaginar o mundo árabe da época. Aqui o mesmo aconteceu, os contos e as personagens me fizeram ter imagens de como era, ou poderia ser, aquela Inglaterra do fim da Idade Média. Os contos revelavam costumes, pensamentos, comportamentos, superstições e crenças da época que muito me interessaram em ler; além disso, a riqueza de personagens contribuiu muito para montar esse quadro social - aqui temos um grande grupo de peregrinos composto por beatos, pecadores assumidos, fazendeiro, cozinheiro, magistrado, comerciante, cavalheiro e escudeiro, alquimista, viúva de cinco maridos etc., ou seja, um vasto espectro de pessoas que o autor da obra certamente deve ter observado na época em que viveu até morrer no ano de 1400. Para mim, esse foi meu maior benefício em ler este livro: a viagem.

Também a forma como cada personagem conta a história é curiosa e mostra uma invejável habilidade do autor em criar personalidades que falassem por si mesmos. Até mesmo me surpreendi ao saber, em artigo escrito por Harold Bloom no fim do livro, que dois dos personagens dos Contos da Cantuária inspiraram W. Shakespeare.

Gostei dessa edição do livro, que traduziu a obra original do inglês antigo para o inglês moderno e dele para o português. A leitura foi fluida e repleta de notas explicativas para termos comuns da época que certamente não entenderíamos sem uma explicação.
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Victor.mcrv 27/12/2021

Longo e cansativo
Acho que não estava preparado para o livro, alguns contos foram ótimos mas outros foram maçantes, voei em alguns enquanto me atolei em outros, foi uns dos livros que mais demorei para ler.
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Mariane 16/01/2022

Mal começou o ano e já temos livro novo na lista de melhores livros! A primeira leitura do ano é esse clássico da literatura inglesa, que em muitos aspectos é similar ao Decamerão. Aqui também temos histórias contadas bem no estilo medieval, dessa vez por pessoas que estão peregrinando até Canterbury. Essa edição é maravilhosa, com várias notas e é bilíngue. A única coisa que me deixou triste foi o fato da tradução ser em prosa, enquanto que o texto original é poesia. Mas o tradutor deixou super claro o motivo da sua escolha e eu entendo as implicações de se traduzir um poema. Realmente é um grande livro, recomendo sem medo!
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