Samanta 26/10/2020
Provocativo
Peguei para ler depois de algumas resenhas elogiando que li.
Trata-se de um livro curto, de 125 páginas, que pode ser lido em um turno. Leitura muito fluida com linguagem fácil, que prende o leitor até o fim para saber o desfecho.
Fiquei com vontade de discutir o livro com mais pessoas depois de lê-lo, para ouvir percepções distintas.
Minha impressão é tratar-se de uma grande metáfora da vida.
Pierre Anthon, questionando a existência, o sentido, o significado das coisas, é muitas vezes nós mesmos em alguns dias da nossa vida, em que nos questionamos porque fazemos certas coisas. Mas Pierre Anthon também tinha um quê de doente mental, pois também não é possível que queiramos para sempre ficar em cima de uma ameixeira contemplando o nada, não é?
Cada personagem é uma alegoria de esteriótipos humanos, valores humanos, com escalas diferentes de valor (para alguns, a fé é o mais importante, para outros, a pátria, para outros, a virgindade, enquanto para outros, um par de sapatos). O crescente do livro também faz refletir sobre o que o homem é capaz quando fica carente de certezas.
Enfim, o livro me incomodou bastante, entendo o motivo pelo qual ele foi proibido em alguns lugares. É provocativo, incômodo, cru. Instiga reflexão. O livro não finaliza quando acabam suas páginas.