Felipe Lima 14/09/2011Tudo Em FamiliaHá muito tempo (10 anos para ser mais preciso) que venho namorando a idéia de ler um romance de Anne Rice. Sempre fiquei entre alguns titulos das Crônicas Vampirescas, as quais são as histórias mais famosas da autora, e a Hora das Bruxas, cujo tema muito me atrai.
Depois de anos, finalmente decidi comprar o livro e me arriscar a adentrar no mundo de Rice. Esse livro ganha um recorde, pois eu levei 3 meses para terminar de lê-lo (e eu só me refiro a primeira parte), enquanto a segunda me levou quase um mês completo.
Dois pontos negativos que me fizeram empacar na história foram: primeiro a grande quantidade de detalhes que são repetidas inúmeras vezes e sem qualquer funcionalidade no livro. Chegou um momento em que, se me fosse possível, eu exterminaria todas as buganvilias que existem no planeta. A autora enfatiza os detalhes da mansão Mayfair na tentativa de enriquecer os detalhes e tornar mais facil ao leito que construa a moradia em toda sua magnificência. Contudo, este recurso, que acaba sendo mal impregado, acaba retardando o fluxo da história, dando a sensação de uma leitura em círculos.
O segundo ponto foi a grande bagunça na linhagem Mayfair que as vezes (entenda-se aqui no primeiro livro inteiro) torna dificil para nós leitores apreendermos todo o universo que nos é apresentado e nos conectarmos com Rowan ou com Michael, que as vezes acabam perdendo espaço para sabermos mais sobre os desejos (mal-explicados) de Lasher e das familiares de Rowan.
Contudo, há também muitos pontos positivos nessa obra. Como a construção dos personagens secundários (como Aaron, Petyr e Suzanne)que conseguem ter profundidade e nos alcançar, fazendo com que torçamos por eles, mesmo sabendo o seus destinos infortuítos. As cidades também tornam-se personagens ativas interagindo diretamente com os personagens, mostrando dois distintos Michaels que pertencem a mundos diferentes.
Por fim, a "Hora das Bruxas" ´não é uma leitura leve, mas está longe de ser uma desagradavel. Com certeza um livro que eu recomendaria, mas não a qualquer um. A linha central do livro que trata sobre o incesto, dificilmente será um tem bem recebido por qualquer leitor que não esteja minimamente aberto para a visão conservadora e anti-pagã que a autora constroi no livro.