Espero Alguém

Espero Alguém Fabrício Carpinejar




Resenhas - Espero Alguém


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Euflauzino 05/01/2015

Esperar pode ser prazeroso
Escrevo ao som de “Change the world” de Eric Clapton. Por coincidência a canção expressa o que a escrita de Carpinejar pode fazer e faz. Lendo Espero alguém (Bertrand Brasil, 336 páginas) tenho a sensação que as pessoas necessitam carpinejar um pouco mais, para que carpinejando, nós, o mundo e a vida, possam ser um pouco mais sensíveis e emotivos, menos racionais.




Este livro de crônicas tem abertura de forma lapidar, belíssima. Um sentimento de esperança crescente:

“Eu espero alguém que não desista de mim mesmo quando já não tem interesse. Espero alguém que tenha pressa de mim, eternidade de mim...”
Fez-me lembrar de imediato o final apoteótico do poema “Desejo” de Victor Hugo, amplamente divulgado e tão bem musicado por Frejat:
“Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar"
Não quero sair distribuindo frases ao acaso, tirando o prazer da leitura, mas é difícil me conter. Preciso ir pontuando, alimentando minha vontade de traduzir o que fui sentindo. Noto que após a esperança das primeiras linhas o chão vai se abrindo sob nossos pés. Primeiro vem a fossa:

“Não há vontade de me matar, muito menos de acordar... Voltei a ser humilde, a escutar as canetas, as moedas, os objetos caindo no chão e recolhê-los aos seus donos desajeitados.” A dor da separação que nos leva a perder o sentido e o sentimento das coisas:“Nunca sei quando vai doer — isso é o que mais dói.
A dor é mais uma morte em mim. Não me separei de uma esposa, eu me separei do que eu era com ela. São duas separações ao mesmo tempo.
Não duvido que o excesso de sensibilidade me torne insensível. Estou tão vulnerável que não sinto nada.”A constatação de que você não é mais quem imaginara ser:
“Você não me observa mais, você me anula diante de todos os homens que já fui. Vou pagando empréstimos com empréstimos.
Ainda me procura alinhado, mas sou sua roupa solta pelo sofá.”

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2015/01/espero-alguem-cronicas-carpinejar.html
Manuella_3 07/01/2015minha estante
resenha impecável.




Stella F.. 17/11/2021

Sobre amor e outros assuntos
Já conhecia do autor o livro “Caixa de Sapatos”, livro de poesia.

Esse livro de crônicas é dividido em várias partes: A Esperança; O Fim; O Reinício; Sou Assim; Somos Assim; Meus Outros e O Segredo.

Seguem as crônicas de que mais gostei: A Paixão Acontece; O que nos faz decidir a ficar com alguém; Já anoiteceu; O Temido Pijama; Salinha; O que separou a família brasileira; Saindo do Armário; Sobremesa; O Riso é Perigoso; Sim e Não; Saudade do Simples; A um filho que se foi; Minha cidade são as pessoas e Perdoe seus pais.

Destaco as minhas preferidas: Amizade Platônica (sobre amizade, quando apesar de se doar descobre que o outro gosta mais de um terceiro); Costas do Anjo (sobre o amor de uma mulher); Segurar uma mulher é igual a bater (sobre violência doméstica); Casaco é meu paizinho (uma linda homenagem ao pai) e Mãe não tem fim (uma sensível homenagem à mãe).

“Agredir sempre foi simples demais. A ternura que é trabalhosa, a ternura que não é de graça, a ternura leva tempo.” (posição 2541)

Algumas me fizeram refletir, por ter um viés de crítica social, outras gostei por serem espirituosas. A escrita é sempre muito inteligente, acessível e admirei até mesmo as que o assunto não me chamou a atenção.

“Amor não é uma fatalidade, é algo que inventamos, é a responsabilidade de definir, de assinar, de honrar a letra.” “Amar é oferecer nossas decisões para o outro decidir junto, é alcançar o nosso passado para o outro lembrar junto, mas jamais significa se anular.” (posição 723)

“Já anoiteceu” é uma das expressões mais bonitas. Já anoiteceu significa que não controlamos as horas. Já anoiteceu é sinônimo de alegria, de esquecer o que há lá fora por aquilo que carregamos dentro.” (posição 1138)

“Dor é feita para trabalhar, senão adoecemos no lugar dela.” (posição 2597)
Karoucruz 07/01/2022minha estante
Amei sua resenha. ??




Camille 21/07/2013

Amor, em todas as suas formas, até a última letra. - Beletristas.com
O mais recente livro de crônicas de Fabrício Carpinejar não desaponta. Sob o tema "amor", ele fala de despedidas e reencontros, sobre amor romântico e familiar, sobre perdoo e superação, passando por cada fase após o término de um relacionamento.

Dividido em partes, ele se inicia com o conto Venha, por favor em "Esperança". Logo em seguida passa para "O Fim", com cerca de 16 contos, "Reinício", por sua vez, tem 18 contos.

Só então o foco vai para o próprio autor, com "Sou Assim" com aproximadamente 33 contos cuja identificação é imediata em vários deles. "Somos assim", com 19 contos, "Meus Outros", com 13 contos e encerra com "O Segredo" - uma das mais belas declarações de amor de alguém que escreveu Espero Alguém e encontrou.

Alguns contos me chamaram atenção mais que outros, como é esperado e natural. "Excesso de dom" foi o primeiro deles, o segundo do livro e o primeiro da segunda parte, que fala - sob uma ótica melancólica - sobre o início e o fim de um relacionamento específico.

Terei meus motivos e ela, seus motivos, e as explicações não darão conta do mistério. Somos muito menores do que aquilo que vivemos juntos.
— Excesso de dom, página 20

"Sacoleitos do Divórcio" foi um dos que me conquistou pela ironia, pelas reações e genialidade em todas as três páginas. Aqui, Mariana e Renato são divorciados com uma filha, Marisa, e, como todo fim de relacionamento, um quer se mostrar melhor que o outro na superação. A forma que eles encontram para isso é simples: sacolas de lojas.

"Esquecido, mas feliz" foi o grande conto de identificação para mim. Citando todas as inúmeras e infinitas coisas que esquecemos: datas, objetos, frases, não importa. Mas ressaltando, ao final, a importância daquela pessoa que nos faz lembrar, já que, mais que apenas ser um lembrete, é quem mantém nossa memória para o que realmente não pode ser esquecido no melhor estado.

Não morro de inveja de quem lembra de tudo, e esqueceu de amar. Tenho amor, não tenho memória. Posso esquecer tudo, menos de você que me acompanha desde sempre. Você me lembra do que vivo esquecendo.
— Esquecido, mas feliz, página 51

"Falo te amo fácil, fácil" aparece para quebrar frases de quem diz que o amor não pode ser aberto ao público. Fala sobre o medo de dizer "eu te amo" para quem se escolhe amar, e esclarece que as três palavrinhas só são uma forma de aumentar o que se sente - não necessariamente tornando mais do que de fato é, mas com certeza ressaltando que, quem não tem medo de dizer, permite-se amar mais. E que a maior declaração não é essa:

Aprendo a amar amando, para entender que a maior declaração ainda não é o "eu te amo". É quando alguém confessa: "Não consigo mais viver sem você." Mas isso não é amor, é coragem.
— Falo te amo fácil, fácil, página 79

"O diário rosa e o livrinho negro" recria uma história aparentemente real dele mesmo com sua irmã, Carla, que escrevia em um diário. Este acabou parando nas mãos dos pais, por arte dos outros irmãos, o que rendeu vergonha e castigo para ela. Para compensar, Fabrício escreve ele mesmo seu diário, o resultado, entretanto, não é o mesmo. Ele admite, em duas frases, duas importâncias do conto:

Coloquei minhas mentiras no diário para viver as verdades em segredo. Literatura é confundir. Ou você acha que isso que escrevi também é real?
— O diário rosa e o livrinho negro, página 166

Com frases não propositalmente (acho) rimadas, os contos de Espero Alguém chegam aos nossos segredos mesmo quando contam histórias. Nos fazem sorrir, rir e identificar o sofrimento. Nos levam a enfrentar obstáculos que preferimos deixar escondidos, como o próprio medo de amar. Por isso mesmo é um livro de crônicas, pura coragem de divulgar ao mundo o mais profundo dos sentimentos, indispensável na prateleira.

site: http://beletristas.com/resenha-espero-alguem/
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Ana Carla 01/08/2013

"Espero alguém que fique me chamando para dormir, que fique me chamando para despertar, que não precise me chamar para amar."
Assim começa esse livro de crônicas do gaúcho Carpinejar. E sem perceber esse livro te pega pelo pé, te vira de ponta-cabeça e deixa você extasiado até a última página.
Se você acabou um relacionamento recentemente, prepare o lenço. O livro começa sofrido, falando de separações e da dor da perda, e vai clareando como aquela madrugada insone, até o momento em que se percebe que tudo passa, incluindo o luto por quem ainda vive, mas vive apartado de nós.
Carpinejar molda as palavras habilidosamente.
Vale a pena das uma espiada nas pinceladas que esse rapaz produz no papel.
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regifreitas 01/02/2014

Resenha no blog abaixo:

http://vialittera.blogspot.com.br/2014/01/espero-alguem-fabricio-carpinejar.html
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Camila 02/02/2014

Pura poesia
Resenha publicada no blog Resenhas de Livros

Esse ano tenho um projeto: ler mais autores brasileiros. Nunca tinha lido nada do Fabrício Carpinejar, não conhecia seu trabalho e quando vi Espero Alguém na livraria quis comprar de cara. O que fiz um tempo depois.

“Espero alguém que fique me chamando para dormir, que fique me chamando para despertar, que não precise me chamar para amar.” p. 15

Espero Alguém não é um romance, não é um livro de contos, nem poesias, mas sim um livro que compila várias crônicas sobre o amor.

Devido ao título esperava que fosse falar sobre solteirice, solidão, desilusão, essas coisas, mas as crônicas abordam muito mais. As crônicas falam sobre o amor e a dor de cotovelo, e também falam sobre relações entre irmãos, filhos e pais, pais e filhos (sim, é diferente), sobre ele mesmo, e extrapolando, amigos, professores, vizinhos.

Fabrício é brilhante. Uma característica muito forte de seu livro é a verossimilhança. Devido a própria característica da crônica fiquei me perguntado se tudo o que foi escrito Fabrício viveu de verdade na vida dele. O autor é sensível, suas crônicas são românticas sem ser piegas. Ele fala de família com um humor agradabilíssimo. Trás tudo para o dia-dia ou leva o dia-dia para as páginas do livro. Não existe nenhuma probabilidade de alguém não se identificar com uma crônica, um verso que seja. É a poesia em forma de prosa. A última crônica resume todo o livro e todo o amor.

“Minha namorada, minha noiva, minha mulher, meu amor.
Eu prometo cercar seu silêncio com meu silêncio.
Não nasci para julgá-la, mas para me julgar, e assim,merecê-la.” p. 333

site: http://resenhasdelivros.com/espero-alguem-fabricio-carpinejar/
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Vanessa.Pitsch 21/03/2014

Espero alguém
Eu nunca tinha lido mais que frases soltas pela internet de Carpinejar...
São textos bacanas, muitos com bastante humor e muitas vezes me senti lendo Veríssimo, embora nesse caso, os finais são menos surreais.
Um livro pra passar o tempo sem se preocupar e às vezes até fazer a sua versão de algumas crônicas...
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Gustavo 29/07/2014

Maravilhoso!!! Autor sensível, com crônicas inteligentes e bem escritas. Vale a pena ser lido e relido.
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Taís 07/03/2015

Já li melhores
Nas primeiras sessões destes escritos, só li sobre separação. Eu que não tenho nenhuma experiência com união, não me identifiquei e nem fiquei atraída pelo assunto. Foi cansativo, mas continuei até o fim. Nos últimos capítulos, os textos tomaram outro rumo e a leitura foi mais confortável. Não é dos melhores livros do Carpinejar, a não ser que você esteja nessa fase de separação.
Não gostei.
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spoiler visualizar
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Camila 29/08/2016

Maravilhoso
E consegui-lo autografado logo após dar um abraço no Fabrício foi um dos melhores presentes que já ganhei.
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Michelle Trevisani 25/09/2016

Carpinejar em poesia
Oi oi gente! Tudo bem com vocês? Hoje trago a resenha do livro Todas as Mulheres, de Fabrício Carpinejar. Lançado pela editora Bertrand Brasil, é um livro curto, pra se ler em uma tarde, com letras ótimas para serem lidas e páginas amareladas.

Já li muitos livros do Carpinejar, mas desta vez a experiência foi em poesia, não em crônica, como é de costume do autor. Neste livro não vamos encontrar vários poemas, mas um único, um tipo de poema interligado. É quase uma biografia também, porque o autor nos traz vários elementos de sua vida e o poema é como se estivesse narrando sua morte e a imaginando - imaginando quais das mulheres de sua vida estarão chorando sua partida aos pés do caixão.


"Hoje escureci, para não amanhecer.
O oceano tem uma noite dentro de si
mais escura do que o céu.
Meu mar sem barcos e estrelas,
com os segredos desabitados ao fundo".


Nos poemas Carpinejar relata que tantas fizeram parte de sua vida, mas pouco sabe das que realmente se importarão e permanecerão com lágrimas nos olhos quando não o tiverem mais vivo. "Depois de tanto viver, que será a minha viúva? e como ela vai sentir minha perda?" são estas as principais indagações que ele trará no livro.


"Até pareço satisfeito e bonito.
Mas, de longe, todo morcego é um pássaro".


Poemas que relatam a dor, de repente, de se ver morrendo sozinho. Quantos de nós não temos essa angústia? Será que realmente vou ser importante para alguém quando partir? Será que está pessoa estará ali, por mim, me velando, me olhando, sentindo a perda, pegando em minhas mãos, dando-me um último beijo na testa? E de palavra em palavra vamos acompanhando essas incertezas do autor, que com pensamentos suaves vai cavando sua própria cova.


"Minha pequena, não se engane,
o rio somente corre lento para quem não está dentro.
Já nós, imersos na correnteza,
vivíamos apressados de afogamento".


Confesso que prefiro ler suas crônicas. A experiência em poesia não me fisgou muito. Foi um texto bem diferente, conseguimos observar muito de Carpinejar na escrita, mas achei tão melancólico, como se fosse realmente um adeus. Talvez este era o seu momento: de auto-reflexão, de deixar o sentimento real transparecer e isso ele o fez com muita propriedade. Prefiro, porém, suas crônicas. Mas te convido a conhecer também este lado do autor, para quem é fã, será um outro modo de ler Carpinejar.

"Quem será a minha viúva,
a que alisará a minha escrivaninha
procurando por algum bilhete de despedida
ou a que porá a biblioteca abaixo em acesso de cólera?"

Leia mais resenhas no meu blog >> Livro Doce Livro.

site: http://meulivrodocelivro.blogspot.com.br/
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Elizandra 26/10/2016

"Aprendo a amar amando, para entender que a maior declaração ainda não é o "eu te amo". É quando alguém confessa: "Não consigo mais viver sem você."
Devido ao título esperava que fosse falar sobre solteirice, solidão, desilusão, essas coisas, mas as crônicas abordam muito mais. As crônicas falam sobre o amor e a dor de cotovelo, e também falam sobre relações de um modo geral. Devido a própria característica da crônica fiquei me perguntado se tudo o que foi escrito Fabrício viveu de verdade na vida dele. O autor é sensível, suas crônicas são românticas sem ser piegas.
A escrita, mesmo que seja poética é bem simples e lembrou muito a Martha Medeiros.
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Rebeca 20/12/2016

Um livro para ler rapidamente.
Um poema sobre relacionamentos, sobre amares, sobre mulheres e sobre o próprio autor. Um texto simples, leve e descontraído, do jeitinho peculiar do querido Carpinejar!
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