Os Sertões

Os Sertões Euclides da Cunha
Walnice Galvão




Resenhas - Os Sertões


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Felipe 21/09/2012

"A história do homem é a história da dor" (Nabokov)
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Bbortolotti 06/02/2012

Os Sertões de Euclides
A terra. O Homem. A luta. Os Sertões é antes de tudo um relato completo sobre a Guerra de Canudos. A terra, chamada de sertão é o palco. O homem é o sertanejo. A luta é entre uma república recém instaurada e um povoado esquecido pelo Estado.
De um lado, os ideais de uma república, o exército que a saúda e luta em seu nome; de outro os jagunços, sertanejos formados a partir da miscigenação racial entre índios e brancos e com o espírito desbravador dos bandeirantes acabam fundando um arraial em terras esquecidas, às margens do rio Vaza-Barris. Sob a influência espiritual de um asceta, um líder carismático chamado Antônio Conselheiro que consegue, a partir de seus sermões religiosos, mobilizar massas e desprezar a República, reunindo os sertanejos para a construção de uma terra prometida, onde nem Estado e nem a Igreja conseguiriam penetrar. Canudos, o arraial que não se rendeu; que derrubou quatro expedições do exército; o arraial que resistiu até os dois últimos homens, o último velho e a última criança;

Euclides, que via os sertanejos como degenerados, como uma raça miscigenada inferior, teve que reconhecer a partir do trecho mais conhecido do livro: “... o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Os jagunços, esquecidos pelos homens do litoral, pelos homens do sul, eram homens bárbaros que conseguiam usar o ambiente a seu favor (por isso a descrição densa da geografia e do clima no capítulo “A Terra”), conseguindo derrotar exércitos inteiros por quatro vezes. Ali, as forças armadas da república, com a organização prussiana das tropas, não se adequaram. Os guerrilheiros de Canudos fizeram uma aliança com os sertões e ali os homens do Sul e do litoral sucumbiram pela fome, pela sede, pela estratégia desordenada dos sertanejos.

O resultado do relato de Euclides da Cunha é uma das primeiras obras que ajudam a pensar o Brasil como nação. Influenciando a ciência, a política, a literatura, o cinema e os movimentos artísticos como o Modernismo, a obra aponta as dicotomias do país: litoral civilizado x interior bárbaro; Sul rico x Norte pobre; cidade x campo. Euclides aponta para os problemas com que a República tem que lidar para construir uma identidade nacional. Se a obra em alguns momentos apresenta trechos que seguem o determinismo e as teorias raciais preponderantes da época, por outro lado propõe a inclusão desses sertanejos esquecidos, devendo incorporá-los ao projeto da república, da civilização, para a criação de um projeto para a construção uma identidade da nação brasileira.
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José Vítor 27/11/2012

Canudos- Realidade Histórica
Para começar, gostaria de dizer que Euclides da Cunha era um cara muito, mas muuuuito inteligente. Um jornalista que é destinado á acompanhar o movimento anti republicano em Canudos, dirigido por Antônio Conselheiro, que no caminho ao arraial, faz reparações e explicações minuciosas sobre tudo que diz respeito ao sertão nordestino. Relevo, clima, vegetação, fauna, análise sobre o povo, o modo de vida dos mesmos, etc.
O livro começa com uma descrição profunda sobre os aspectos físicos do nordeste, onde Euclides faz explicações sobre tudo aquilo que ele presenciou, e não deixa de fazer citações e comparações entre os aspectos nordestinos, comparando- os com outros biomas e países. Confesso que no início, o livro é chato. Muita descrição. Mas, ao chegar na parte do "Povo", onde ele narra a história de Antônio Conselheiro, você se prende á narrativa.
Suas citações com bases em estudos já existentes de grandes pesquisadores (onde ele não deixa de dizer o nome de cada um deles), me fez pensar no quanto que "Os Sertões" ensinou ao povo sobre a vida nordestina e quanto ensinou ás pessoas assuntos relacionados á Geologia, Geografia, Sociologia, Antropologia, entre outras coisas mais.
Acredito que na época da sua publicação, foi um livro muito impactante para o "novo Brasil" que acabava de se formar com a instauração da República. Ensinou àqueles que não conheciam o nordeste, os aspectos já citados e mostrou como verdadeiramente foi a Guerra de Canudos.
Para mim que sou baiano nordestino, é empolgante conhecer mais profundamente um fato que realmente aconteceu perto da minha cidade, e orgulhar- me mais uma vez da valentia e resistência do povo nordestino, que além de aguentar as agruras do sertão, tiveram que resistir aos inúmeros levantes contra sua terra.
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BelaBelli 15/11/2011


É uma leitura complicada: vocabulário incomum, assuntos áridos e temas científicos.

A história se passa no Sertão de Canudos, trata-se da guerra.

O livro mostra uma panorâmica da cidade onde se passa, vegetação, animais, etc. De um lado, o ar extremamente seco faz com que o calor se evapore tão logo o sol se põe. De dia, portanto, temperaturas elevadíssimas que, à noite, despencam ao frio gelado. De outro lado, as chuvas torrenciais que, sem aviso prévio, acabam com o ciclo da seca mortal. Este é o cenário em Os Sertões. Duas estações no ano, e as duas de certa forma destroem a vida no serão.

No sertão o tempo é tão seco que os corpos de um homem ou de um cavalo, não se deterioram, apenas murcham.

Lá encontramos os negros, indígenas e o português e Euclides da Cunha diz que no Brasil não temos uma raça definida. Ele estuda o povoado das cidades – os sertanejos – e concluí que o sul foi povoado pelos bandeirantes; a região média, pelos vaqueiros, e no norte seco, pelas missões jesuíticas. A mistura das raças foi prejudicial no sertão. O mestiço tem a qualificação de um decaído, sem energia física e sem intelectualidade. O jagunço é mais resistente, perigoso, forte e duro. O gaúcho é valente e luta despreocupado.
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Sonia Pires 01/05/2009

è um clássico da literatura. Um livro difícil de ler, exige paciência, mas muito bem escrito e relata a luta e a desigualdade social que até hoje continua sendo o mal da humanidade.
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Paulyne 25/04/2011

Achei a primeira parte péssima pra ler. É tão científico e detalhado... e chato. Até porque não entendi boa parte do que o autor estava falando, "mas eu sabia do que ele estava falando." A partir da segunda parte, a leitura ficou melhor. Legal o autor retratar a Guerra de Canudos, mas é um tipo de livro que eu não recomendaria.
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Habibks 11/01/2011


"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.

Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos..."


Pra galera que ta querendo ler esse livro recomendo pular logo pra parte 3: "A guerra".

E fique por ali mesmo, porque a primeira("A terra) e a segunda("O homem") parte beiram o insurportavel. Nunca vi um escritor ser tão bom e ruim ao mesmo tempo, uma grande historia que tem alguns dos momentos mais bonitos da literatura brasileira(Como esse que eu citei). Uma pena que Euclides não tenha tentando construir um livro mais acessivel pro grande publico.

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José Rezende Jr 28/01/2009

Se vc, por acaso, empacar nas duas primeiras partes do livro ("A Terra" e "O Homem"), mesmo assim não deve abandonar a leitura. A partir da metade da segunda parte, quando Euclides começa a falar de Antônio Conselheiro -- e sobretudo na terceira parte("A Luta") -- o livro ganha um fôlego impressionante. Mas se vc der conta de ler do começo ao fim, melhor ainda. Imperdível!

(Atenção: não conheço a edição da Martin Claret, mas sei que os livros dessa editora -- principalmente as traduções -- não gozam de boa reputação.)
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ciliane.ogg 18/04/2024

É inacreditável que eu tenha demorado uma meia vida para ler esse livro. Euclides da Cunha escreve um livro tão bom que num primeiro momento as pessoas liam como um romance e só depois perceberam que ele escrevia sobre o passado do Brasil.
Passado esse que está muito presente, onde uma indignação, uma forma de se estruturar enquanto sociedade, quando as elites econômicas perceberem um mínimo de autonomia da população, virão armas, fogo e uma ideologia bonita dizendo que salvamos os brasileiros novamente.
Nessa época, quando por um golpe de Estado, foi promulgada a República, o povo ficou alheio à esse processo, pois como sempre estava preocupado com o básico da vida (alimentação, moradia, vestuário). E como sempre, o governo não fez sua parte que era proporcionar o bem estar da população.
Então, os brasileiros fizeram aquilo em que são bons: tentaram promover esse bem estar sem o governo, com suas próprias forças. E como diz Euclides, "foi um crime". Mataram a maior parte das pessoas de Canudos, degolaram seus pescoços e resolveram o problema do país apresentando um amontado de corpos esquálidos, mulheres, crianças e jovens sem muita força no corpo.
Canudos assusta , pois lembra aos governantes desse país que o brasileiro sem saída, arranca na unha uma outra possibilidade de vivência, orgulhoso, coluna ereta, com brio para poder encarar seus filhos nos olhos e não sentir vergonha.
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Elyana 11/03/2010

Fatigante
Por ser um clássico exige do leitor uma quantidade enorme de paciência para lê-lo e entende-lo. Além de ser muito detalhista.
Talvez por isso eu o tenha abandonado. Espero não precisar ler depois, seria muito cansativo.
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Inlectus 19/02/2010

Obra excelênte.
Um panorama da realidade social do Brasil, que já daqueles tempos tem deixado a desejar, também um belo romance histórico, que envolve como poucos. Obra recomendavel.
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Valeria.Mattioli 06/02/2015

"...o sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral..."

Leitura obrigatória na escola, eu jamais iria ler os Sertões se não valesse nota, e infelizmente, confesso que li as pressas, sem prestar muita atenção, sem me focar na leitura porque se acho esse livro chato hoje, imagina na minha época de 15, 16 anos.

O livro se divide em 3 partes: a terra, o homem e a luta. A primeira parte parece um livro de geografia, a segunda parece um livro de antropologia, e somente na terceira parte que o livro fica um pouco mais interessante, pois narra a batalha entre o litoral desenvolvido e o interior atrasado.

Chato, entediante...
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Réka 10/03/2015

E-Book
Obra de domínio público mas, por isto mesmo, difícil de se encontrar em boa versão digital. Eis uma, da Samba Books: http://www.sambabooks.com/os_sertoes_euclides_da_cunha.epub
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Leo 07/03/2012

Clássico dos clássicos
Euclides da Cunha consegue ser jornalista e escritor ao mesmo tempo. O relato é impressionante. A riqueza de detalhes é minuciosa sem tornar a leitura formal, cansativa ou monótona. Demorei tanto tempo para ler esse livro e não imaginava que fosse tão marcante.
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