Marina @cafeina.literaria_ 17/12/2022Expectativas e busca de identidadeO livro não foi feito para ser um romance, mas sim uma grande metáfora sobre como vivemos imaginando o outro e projetando nele nossas expectativas criadas, quando na realidade, não conhecemos de verdade a pessoa. O quentin passou a vida toda apaixonado pela ideia que ele tinha da Margo, assim como todos admiram ela pela ideia que ela criou sobre ela mesma, uma menina aventureira e incrível. E na realidade a Margo não é isso. Ela é uma menina problemática, criada por pais negligentes, acostumada a chamar atenção e tentando desesperadamente se tornar uma pessoa real, e não uma menina de papel.
No final eu acabei entendendo o lado dela, a necessidade de fugir e querer se encontrar de verdade, mas continuo achando que ela foi egoísta e dramática. Deixou as pessoas que a amavam preocupadas e acabou criando uma tortura pro coitado do Q. Ele, agarrado na ideia que criou da Margo, tenta o livro todo achar uma maneira de salvá-la, descobrir se ela estava bem, mas ela nunca precisou ser salva. A parte que ele fica obcecado procurando o corpo dela, achando que ela se suicid*u me quebrou.
John green, assim como em seus outros livros, tem uma escrita peculiar que não agrada todos. Cheio de metáforas, piadas obcenas e ironias, o livro é bem adolescente, mas trás reflexões bacanas. O ponto alto pra mim foram as aventuras de carro, me rendeu boas risadas. O final achei justo, acho que não poderia ter sido de outra forma, apesar de triste.