Cadê você,  Bernadette?

Cadê você, Bernadette? Maria Semple




Resenhas - Cadê Você, Bernadette?


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Teresinha 16/11/2022

Maravilhoso
Suspense, drama, comédia! Que leitura gostosa. Esperava um pouco mais do final, porém não me levou à decepção. E acredito que venha mais coisa por aí....
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Diana 28/02/2023

Chato
Ai gente achei bem chato e aborrecido. Não me envolvi na história em nenhuma parte do livro? só o terminei porque é um livro pequeno e de fácil leitura mas não aconselho.
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beatriz 21/07/2023

White people problems
Um livrinho bobo de sessão da tarde, bom pra dar umas risadas.

É um livro com uma configuração diferente e isso me agradou. Ele é constituído por e-mails e bilhetes, construindo uma linha nem tão cronológica assim dos fatos.
Apesar de ser dividido em poucos capítulos e tornar a leitura relativamente arrastada por conta disso, eu gostei. Pra mim, foi um pico de sentimentos. No começo me despertou bastante o interesse, depois ficou morno porque algumas passagens são um tanto entediantes, depois voltava a me enganar.
Achei os personagens bem desenvolvidos com características bem pontuais, mas nada muito estereotipado.
Todos os personagens constituem uma pequena elite bem hierarquizada, em que cada um desempenha o papel de pentelhar o outro. Resumindo, um bando de gente fofoqueira e desocupada servindo barraco pra nós, leitores.
A vibe é bem a de problema de gente branca mesmo, já que os menores dramas se tornam os maiores problemas.
Achei que algumas questões ficaram em aberto e faltou um temperinho, como o quadro psicológico da Bernadette que a autora resolveu de forma convenientemente rápida, sem terapia, etc. Também não gostei da passada de pano que a autora deu em certas atitudes, como a traição do Elgin e a redenção mágica da Audrey, mas ok.
No fim de tudo, é sobre o amor, o companheirismo e a amizade entre mãe e filha. Acho que valeu muito, me divertiu em vários momentos!
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JoanaPJaneiro 22/08/2023

Primeiro livro do ano que me fez rir à gargalhada.

O livro ate metade é tão tão tão engraçado, a personagem de Bernardette é todo um mood.

A primeira parte do livro tem uma forma de escrita que me fez ficar completamente agarrada ao livro: e-mails, jornais?
É claramente um sim
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Júpiter 04/09/2023

Odeio todo mundo e amo a história toda
É cheio de gente mesquinha e egoísta, mas isso que torna a história boa. Chega de personagens perfeitos ou com defeitos insignificantes!!! Eu quero ver gente doida!!!
Eu comparei com Morro dos Ventos Uivantes, porque não gosto de ninguém, mas os personagens dessa aqui estão longe de serem detestáveis. Você só passa raiva com eles, mas ri pra caramba. E quando a gente descobre, eu me senti como se eu estivesse lendo um Agatha Christie, porque dá um clique que faz todo sentido. Esse livro é genial
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Nay Arca 07/11/2023

Legalzinho, é pra ser um suspense, mas é bem fraquinho, leitura rápida e fluida. Recomendo, mas nem tanto
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Naara.Brum 24/03/2024

Não faz meu tipo de leitura. Achei horrível ser escrito em forma de e-mails, talvez no filme fique legal, mas ler foi difícil.
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Thiago548 11/05/2024

Um livro simples e lite
Foi um dos primeiros livros que li quando comecei a ser um leitor de livros, o livro pra mim foi uma leitura gostosa, simples e fácil, recomendo muito
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Dessa 22/10/2013

ótimo entretenimento
O livro foge um pouco na narrativa usual... demorei um pouco para entrar no livro porque tive dificuldade para entender no início a dinâmica dessa narrativa que ora era em primeira pessoa da personagem Bee, ora eram e-mails trocados entre os vários personagens do livro, ora era do FBI, ora era de um artigo importante de uma revista entre outros. Ficava pensando como a autora iria explicar isso, essa miscelânea de informações, afinal, teoricamente não temos acesso a e-mails de outras pessoas.

E o desdobramento é muito legal.

Bernadette some um pouco depois da metade do livro, até então conhecemos um pouco de sua personalidade vista pelos olhos de Bee, sua filha , pelo olhos de seu marido, pelos olhos das “mosquinhas” que são mães de alunos onde Bee estuda e pelos olhos da própria Bernadette durante os e-mails que manda para sua assistente virtual indiana ( Nunca tinha ouvido falar disso!!) .

Ela foi uma arquiteta super famosa que ganhou um prêmio muito importante, sua carreira em ascensão nos anos 80 e 20 anos depois ela é outra pessoa, mora em outra cidade, mãe de uma adolescente e sumiu no mundo com sua família. Bernadete é excêntrica e ao mesmo tempo complexa. E por que não sensacional?

Temos uma perspectiva da cidade de Seattle, da Microsoft, de um colégio interno, da Máfia Russa e da Antártida. Passamos por vários conflitos tb: conflitos familiares como a falta de comunicação entre as pessoas, o amor incondicional de filha pra mãe e mãe pra filha, o conturbado enfrentamento de Bee com seu pai na viagem.

Aos poucos tudo vai fazendo sentido e o que era confuso acaba nos levando a uma leitura fácil e rápida, pois queremos saber como isso tudo vai acabar.

Gostei do livro, mas não amei. Gostei da estrutura da escrita, gostei da história, achei ótimo as descobertas, gostei do resgate que cada personagem teve, mas achei que ficou algo no ar... o final não foi pra mim muito amarrado apesar de explicar muita coisa e de ser muito óbvio. Queria que outras questões fossem resolvidas fora da questão da fuga de Bernadette. Será que terá continuação?

Enfim, se vc quer um livro fácil de ler, intrigante, com aventuras, com tiradas inteligentes e muitas vezes engraçadas, esse é o livro. Entretenimento certo.
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Elidia 08/11/2013

Ainda faltam 14 milagres!
Vai dizer que não ficou curioso quando deu de cara com essa capa linda na livraria: – Quem será essa Bernadette?, um livro feito para quem busca incondicionalmente um livro divertido e cheio de originalidade.

Bernadette Fox é notável. Aos olhos de seu marido, guru tecnológico da Microsoft e rock star do mundo nerd, ela se torna mais maníaca a cada dia; para as demais mães da Galer Street, escola liberal frequentada pela elite de Seattle, ela só causa desgosto; os especialistas em design ainda a consideram uma gênia da arquitetura sustentável, e Bee, sua filha de quinze anos, acha que tem a melhor mãe do mundo. Até que Bernadette desaparece do mapa. Tudo começa quando Bee mostra seu boletim (impecável) e reivindica a prometida recompensa: uma viagem de família à Antártida. Mas Bernadette tem tal ojeriza a Seattle – e às pessoas em geral – que evita ao máximo sair de casa, e contratou uma assistente virtual na Índia para realizar suas tarefas mais básicas. Uma viagem ao extremo sul do planeta é uma perspectiva um tanto problemática. Para encontrar sua mãe, Bee compila e-mails, documentos oficiais e correspondências secretas, buscando entender quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem e o motivo de seu desaparecimento. Maria Semple revela, em seu segundo romance, a influência de grandes escritores contemporâneos como Jonathan Franzen e Jeffrey Eugenides, ao mesmo tempo que se afirma como uma voz original, marcada pelo melhor humor das séries de TV norte-americanas. Sem sentimentalismos, mas com muita empatia, Cadê você, Bernadette? trata do amor incondicional de uma filha por sua mãe imperfeita.

Somos transportados para uma narrativa contada por muitos fatos, lembranças de Bee, e muitos e-mails que os moradores de Galer Street trocam em função das fofocas que o comportamento ansioso e as vezes até sociopata de Bernadette causam em relação a percepção da comunidade. E ao contrário do que se pensa, ela não é uma mãe durona, tendo toda sua percepção trincada pela fragilidade de um passado com grandes mágoas, uma grande história de amor e o dom da arquitetura.

“Ela me amou porque passei perigos

E eu a amei porque sentiu piedade”

Bee ganhou o direito de escolher seu presente ao ser aceita em um internato de grande escala, e acaba convencendo os pais há realizarem uma viagem para a Antártida, a viagem acaba sendo o escape de um amontoado de problemas de sua mãe, que entra em desespero e acaba contratando Manjoula uma secretária terceirizada da Índia afim de conseguir enganar seus entes e não viajar!

“Todas aquelas pessoas que eu nem conhecia, que eu não seria capaz de apontar numa fila se me pedissem, elas tinham dedicado a vida inteira a aprender as coisas que acabaram salvando a minha vida. Se eu estava nessa onda magnífica de pessoas e músicas, era por causa delas.”

Com muita emoção, de uma forma bem divertida, banhada a muitas risadas, essa é uma grande história de amor, de uma filha em procura de sua mãe, sua grande mãe, e o que são grandes defeitos julgados por todos, são os grandes detalhes que fazem sua mãe amada e única. E em meio a mosquinhas da sociedade, problemas com FBI, e uma grande viagem, o grande prêmio é ter sua família junta novamente.

A narrativa é realmente viciante, e as perspectivas inovadoras, cenários surpreendentes, e um quebra-cabeça surpreendente, esse livro foi uma surpresa, por conseguir ressaltar emoções tão distintas em uma diferença de poucas páginas.

Uma leitura divertida, exploradora e intensamente doce, leitura mais que indicada! Até mais e boa leitura!

site: http://bookeando.com/site/2013/11/08/resenha-cade-voce-bernadette-maria-semple/
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Flavia 19/12/2013

Hilário e super cativante
Escrito pela autora Maria Semple e lançado no Brasil pela Companhia das Letras, Cadê Você, Bernadette? é um livro de ficção que inicialmente nos apresenta a personagem adolescente Bee, que após receber seu boletim recheado de notas "S" (de "Supera a excelência") resolve reclamar seu prêmio que lhe foi prometido caso tirasse boas notas e ser aceita num importante internato: uma viagem com os pais para a Antártida!
Sua mãe, Bernadette, foi uma renomada arquiteta que fez muito sucesso nos anos 80, mas depois de ter casado, se mudado para Seattle para uma casa que parecia querer "voltar à natureza", e tido Bee, se transforma em outra pessoa. Vive reclusa, não é bem vista pelas outras mães dos alunos de Galer Street, é dependente de um mundaréu de remédios e tem pavor do convívio social, principalmente com sua vizinha, Audrey, que é uma das mães mais influentes da escola e através de vários emails tenta infernizar a vida de Bernadette (imagino Audrey como uma daquelas vizinhas bisbilhoteiras e intragáveis do seriado Desperate Housewives).
Já Elgin, o pai de Bee, é um gênio da Microsoft, mas talvez por ter sido excluído pela própria esposa quando Bee nasceu com problemas cardíacos, se tornou bastante ausente, pois só tinha como meta bancar a família financeiramente enquanto obedecia Bernadette dar as ordens sem questionar, não importando quais. O casamento acabou por cair numa rotina sem graça mas Elgie vive preocupado com as paranoias da esposa e acha que devia intervir para que ela se tratasse, e Bee, visando melhorar o relacionamento familiar, pede a viagem de presente.
Bernadette contrata uma assistente indiana com quem se comunica e passa ordens sobre o que planeja por email, Manjula, dando a entender que estaria se preparando para a viagem, mas só de pensar que ficaria presa num navio, se misturando com pessoas estranhas e desconhecidas e sem a menor chance de fugir, a quarentona estilosa simplesmente desaparece! E Bee está determinada a encontrar a mãe.

A história faz um misto de narrativas bem dinâmicas, que, apesar de ser um pouco confusa no inicio até nos acostumarmos, flui muito bem e quando percebemos já passamos muitas e muitas páginas, curiosos pelo próximo acontecimento ou pista sobre o paradeiro da peculiar Bernadette. A narrativa varia do ponto de vista de Bee - que é feito em primeira pessoa - , da troca de emails ou bilhetes entre alguns personagens, artigos de revistas, documentos secretos do FBI, arquivos em .pdf, conversas transcritas e etc, dá a entender que são um conjunto de pistas que podem ajudar na busca por Bernadette e talvez tentar entender o que a levou a sumir sem dar satisfações.
Bernadette é super complexa, mas ao mesmo tempo adorável: Ela detesta a cidade onde mora, tem um estilo super espalhafatoso e fashion de se vestir, detesta as "moscas" (nome que dá às mães da escola), não curte a companhia do marido, odeia gente, mas ama a filha acima de tudo e quer fazer de tudo para que ela seja feliz.

O livro é dividido em 7 partes e achei demasiadamente grandes visto que não há divisão de capítulos. Os diálogos são identificados por aspas em vez de travessão e até hoje não me acostumei com essa forma de conversa entre personagens e nem com a narrativa epistolar, que por mais que sirvam como pistas, dá acesso aos emails com conversas entre vários personagens em vez de somente ao que o protagonista envia ou recebe. O começo parece ser chato, confuso e arrastado, mas é só persistir um pouco para se acostumar com a narrativa diferente e se deparar com uma história super divertida e gostosa de se ler.
A capa é linda e ilustra bem o estilo de Bernadette e até mesmo alguma aflição que ela tem ao morder o lábio.

Cadê Você Bernadette? tem um enredo maluco, mas é hilário, super descontraído, cativante e muito inteligente. Uma história que dá enfoque ao relacionamento abalado de uma família, ao amor incondicional de uma filha pela mãe, e vice versa. E também, é uma história sobre auto-aceitação, que nos faz refletir e buscar o equilíbrio entre a descoberta do que nos faz feliz ao mesmo tempo em que aprendemos a equilibrar relacionamentos com pessoas que fazem parte das nossas vidas, sejam elas boas ou simplesmente intragáveis.

site: http://www.livrosechocolate.com.br/2013/12/cade-voce-bernadette-maria-semple.html
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Victor 03/01/2014

Esse foi o meu melhor livro de 2013. Não falta elogios ds minha parte para autora, ela conseguiu fazer uma narrativa com situações cómicas e relações familiares, sem fazer com que o livro perca o sentido. O livro tem partes que você vai rir, vai se preocupar ou até mesmo ele irá fazer com que você vire a meia noite para lê-lo.
Uma coisa que possa parecer incômoda é o fato do texto ter muitas cartas e fax. Porém, faz com que a leitura flue de uma maneira boa. No começo do livro é complicado de acompanhar, mas quando você menos percebe já existe uma relação de admiração com a Bernadette e você. Sua filha, Bee, é a narradora, no ínico não esta muito claro, porém mais para frente isto fica mais claro. Vale a pena a leitura.

site: http://frappuccinodasquinze.blogspot.com.br
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Ju Lemos 07/01/2014

Confuso, melodramático e louco
O livro gira em torno de uma família americana rica de Seattle. Composta por Bernadette, a mãe, Bee, a filha, e Elgin, o pai, visivelmente essa poderia ser uma família comum, parte da elite, entretanto conforme as páginas passam vemos que eles não se encaixam assim tão bem no molde preparado para eles pela sociedade.

Bernadette é vista por muitos como incomum, para não dizer louca, e com sua filha prodígio bolando uma viagem à Antártida como prêmio por suas boas notas, seu estado, que já era preocupante, mostra-se uma verdadeira catástrofe. E quando ela desaparece, está nas mãos de Bee preparar um verdadeiro dossiê para entender o que aconteceu com sua mãe não tão perfeita, e onde, afinal, ela foi parar.

Basicamente, essa é uma história de amor, medos e laços que foram jogados em um pote e chacoalhada com muito humor. Bernadette é uma mulher que não desaparece repentinamente, inicialmente vamos conhecendo sua personalidade e acontecimentos que para alguns mostram seu declínio psicológico mas aos nossos olhos fica claro o preconceito e até a critica bolada pela autora e foi nessa guinada que a raiva me subiu pela cabeça por tudo que essa mulher sofreu, as acusações, só por não seguir os ditames das dondocas que frequentavam os mesmos lugares que ela, e até mesmo seu marido, que conhece um computador como ninguém, se mostra incapaz de conhecer sua mulher e mostrar-se compreensível, como seria o esperado. E são esses acontecimentos, junto com vários acasos e problemas antigos que, juntos, formam a bola de neve que levará Bernadette a simplesmente desaparecer.

O quebra cabeça que se desdobra após isso é o que vai tornar a leitura mais interessante e o mistério me tornou ainda mais louca pelo livro. Afinal, o que houve no passado de Bernadette para fazê-la jogar sua carreira para escanteio e alterou tanto sua personalidade e até mesmo envolver o FBI em sua vida? Se toda essa intriga não for capaz de ganhar o leitor, nada mais é.

Não é uma das minhas leituras favoritas. Cadê Você, Bernadette? não é um clássico, não vai perdurar por anos, décadas e séculos na mente dos críticos.
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stsluciano 24/03/2014

Ok. Acho que nunca tive em mãos um livro tão bem amarrado, que prendesse tanto minha atenção como “Cadê Você Bernadette?”. Li o livro em dois dias isso por ter me forçado a interromper a leitura, já que ele é daquele tipo de livro que você lamenta por saber que, uma hora, vai terminar de ler.

Bernadette é a figura central do livro: dona-de-casa, mãe, esposa, sente uma antipatia infinita pelas pessoas em geral simplesmente por existirem, e qualquer comentário que elas façam é o suficiente para irritá-la. Mas, por mais que seu comportamento faça com que se afaste das outras pessoas – pois não se pode duvidar, em nenhum momento, de seu amor e dedicação pela família, em especial com relação à filha, Bee – ela é uma personagem com uma boa veia humorística, suas atitudes são bastante divertidas, e sua linha de raciocínio, por mais sério que seja o assunto a ser discutido, acaba nos levando, em algum momento, ao riso.

Na primeira parte do livro não sabemos muito bem quem é Bernadette: o livro é narrado pela filha, Bee, então a figura que temos da personagem é a de mãe e esposa, lidando com seus afazeres da melhor forma que pode e de modo que não colida com suas reservas com relação a algum assunto: como cozinhar, reformar a casa, comprar itens que, algum dia, poderão ser úteis, e não conseguir se relacionar com as pessoas.

Mas já começamos o livro sabendo de uma coisa: em algum momento Bernadette não está presente – ou então não seria necessário perguntar por ela no título do livro, ou seria? – então as informações que nos são passadas nessa primeira parte fazem fundo à esta ausência, e são fundamentais para que entendamos o que aconteceu.

E aqui reside a genialidade narrativa da autora: Bernadette passa a ser uma mulher tão misteriosa para o leitor quanto para sua filha, Bee, que narra o livro contando sua busca. Assim sendo, só vamos conhecendo-a melhor quando sua filha descobre algo sobre ela, o que nos permite linkar intuitivamente os fatos ocorridos e ter uma versão dos fatos. E o modo como ela estruturou, em especial a primeira parte do livro – que, se não me engano, é dividido em sete – foi o que me ganhou desde o começo. Tomamos conhecimento dos fatos através de uma compilação de recados, e-mails, faxes, relatórios, bilhetes, memorandos, itinerários, enfim, uma infinidade de coisas que, ordenados cronologicamente, nos dizem tudo o que se passou, sendo preciso apenas raras inserções do narrador para nos situar no espaço-tempo dos fatos.

Eu gostei muito disso! Mas muito mesmo! As primeiras cem páginas voam, você não percebe o quanto já leu e a quantidade de informação que absorve acerca dos fatos, pois é tudo muito natural, interligado, e, apesar de parecer confuso para quem lê uma explicação sobre, FAZ TODO O SENTIDO DO MUNDO!

Mas, eu sei, alguns leitores podem não passar da primeira parte. Acontece. Fazer o quê?

O livro tem um bom elenco de personagens, capitaneados pela figura carismática de Bernadette, e seguida de perto de sua filha, Bee, que, sendo uma garota de quinze anos, tinha tudo para ser pentelha dos pés à cabeça mas é o extremo oposto disso, e mesmo quando faz birra não soa irritante. Já o marido foi o personagem com quem mais tive dificuldades de me relacionar: Elgie, como Bernadette o chama, é um rockstar do mercado de tecnologia e informação, tendo uma das palestras mais assistidas da história do TED, e trabalha na Microsoft… – pois é, na Microsoft! Eu fiquei tão agradecido por a autora não fazer de Elgie mais um funcionário do Google metido à descolado e/ou espetinho que nem como dizer isso aqui; e, sim, eu gosto do Bing – mas que ganhou vários pontos de antipatia de minha parte por tentar de uma forma meio desastrada ajudar sua esposa, e acaba mais atrapalhando que fazendo qualquer outra coisa.

Porém, e apesar de Elgie e outras figuras, o livro transcorre sem percalços, as situações descritas são muito bem humoradas, e esse clima leve se mantém durante quase todo o livro. Apesar de o foco ser a busca de Bee por sua mãe, quem sustenta o livro é Bernadette, mesmo quando não está presente. A autora soube costurar muito bem sua história, e, o que é melhor, nos entrega um livro que não nos deixa na mão.

Eu gostei muito. Vale a pena ler.

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Resenha publicada originalmente aqui: http://www.pontolivro.com/2013/08/cade-voce-bernadette-de-maria-semple.html
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Vanessa Vieira 22/09/2014

Cadê Você Bernadette? - Maria Semple
O livro Cadê Você Bernadette?, da americana Maria Semple, nos traz uma comédia inteligente e muito bem escrita, daquelas que você não consegue desgrudar por um minuto que seja. Com uma narrativa excêntrica e peculiar, conhecemos o amor incondicional e sem medidas de uma filha por sua mãe, mesmo com todas as suas imperfeições e defeitos, e até onde ela é capaz de ir para prová-lo.

Bee é uma aluna exemplar, além de ótima filha. Ela estuda na Galer Street, uma escola liberal de Seattle, onde se destaca por suas altas notas e desempenho exemplar. Como presente de formatura, ela pede uma viagem para a Antártida, na companhia de seus pais.

Seu pai, Elgin, é um gênio da informática, porém um homem extremamente ausente para sua família. Renomado programador da Microsoft, ele trabalha no projeto de sua vida, o Samantha 2, e não acha o momento propício para se isolar no extremo sul do planeta ao lado da esposa e da filha.

Bernadette, a mãe, está saturada com a rotina e sobretudo com Seattle e com os pais de Galer Street, que insistem em atormentá-la. Alguns dias antes da tão sonhada viagem da filha, ela desaparece misteriosamente, com medo do convívio social e do percurso até a Antártida.

Bee fará de tudo para encontrar a mãe, e em meio a tudo isso, acabará por descobrir muito mais daquela mulher que ela julgava tão bem...

Cadê Você Bernadette? é o típico retrato de uma família, com todos os seus sabores e dissabores. Aqui conhecemos a importância dos sonhos e de se perseverar neles e o quanto devemos fugir da rotina, por mais que a mesma, muitas vezes, se apresente de forma confortável. Bernadette é uma mulher como todas as outras e que, em prol da família, acabou por abrir mão da carreira para se dedicar a vida de dona de casa e mãe. Ninguém enxergava ou procurou enxergar o quanto se abdicar daquilo que amava a deixou frustrada, e tal como uma bola de neve, sua insatisfação foi crescendo dia após dia, até que ela resolveu, literalmente, fugir do mapa. Narrado em primeira pessoa por Bee, com a predominância de e-mails, cartas e até mesmo documentos confidenciais, somos apresentados a um romance original, tecido com humor e um leve toque de drama.

Bernadette foi construída de uma forma tão verossímil e exótica ao mesmo tempo. Pode parecer loucura tal afirmação, mas a sua realidade não é diferente do convencional, assim como suas ações e estratagemas possuem um toque bem surreal. No livro, sua vida é destrinchada de todas as formas possíveis, possibilitando uma maior compreensão sobre sua personagem. A rotina acabou desgastando-a, assim como a frustração de não ter seguido em frente em sua carreira profissional. Atrelam-se a isso, ainda, a inveja que sua vizinha, Audrey, nutre por ela, algo que me fez gargalhar, devido ao teor hilário como a mesma foi empregada.

Bee é uma garota inteligente e perspicaz. Por mais que muitos rotulem sua mãe de louca e aleguem que ela teve um surto psicológico, ela não cansa de procurá-la, além de ter a certeza absoluta da pessoa maravilhosa que Bernadette é. A comunhão entre as duas é surpreendente, algo que praticamente é incontestável a julgar pelo desfecho final do livro. Já Elgin é daqueles personagens pelos quais não conseguimos nutrir simpatia. Ótimo como profissional, porém péssimo pai e marido e uma pessoa de um convívio muito difícil. Em suma, ele é um homem egoísta e querendo ou não, foi um dos responsáveis por tudo que aconteceu e acontece na vida de Bernadette.

Em síntese, Cadê Você Bernadette? nos traz uma comédia inteligente, bem-humorada e que ainda consegue nos levar a reflexão, além de entreter ao extremo. Os personagens são bem heterogêneos entre si e possuem personalidades marcantes, o que só torna a trama ímpar e original. A capa é muito bonita e apesar de sugerir um chick-lit, a trama possui certa densidão que a leva além disso e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo

site: http://www.newsnessa.com/2014/09/resenha-cade-voce-bernadette-maria.html
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