Raquel.Candeira 20/02/2016Um livro GENIAL!Eu não teria uma palavra exata para dizer sobre esse livro a não ser genial.
As notas A de Bee Branch lhe dão uma confirmação, ela pode pedir o que quiser aos pais (esse foi um trato muito antigo que fez com eles) e ela quer apenas viajar para a Antártida com os pais nas suas férias. A garota inteligente não consegue acreditar como os pais concordaram, mas sim eles irão viajar.
Elgie Branch também não acredita que eles irão viajar, afinal o Samantha 2 está em andamento e há tanta expectativa em cima do projeto que ele não pode ser negligenciado. Já Bernadette acha a ideia ótima e logo começa a fazer os preparativos, até ela dar de cara com alguns fatos: FATO 1 Haverão pessoas na mesma viagem e ela as evita ao máximo e FATO 2 Só de pensar na agitação das águas ela já se sente tonta. Disposta a fazer isso pelo bem de Bee ela passa todos os detalhes para a sua assistente virtual, Manjula, as compras que precisariam ser feitas, o remédio que precisa para sobreviver à viagem, as milhas e as passagens enviando todos os dados necessários para que tudo a respeito da viagem seja acertado.
Enquanto isso Audrey está tentando conter as trepadeiras que insistem em continuar no seu quintal, até descobrir que as benditas vem do quintal de Bernadette. Como ela tem um evento importantíssimo para realizar que precisa de seu quintal e a vizinha atropelou seu pé deixando claro que não queria conversa, ela vai com o especialista em trepadeiras escondido até a casa de Bernadette o que é a apenas a ponta do iceberg que começa a se formar.
E sua amiga Soo-Lin acreditava piamente que iria ser demitida, até que é surpreendida. O que ela não esperava era ter uma aproximação tão forte com Elgie Branch.
Garanto que esse pequeno resumo não é nem metade do todo que é esse livro. Eu não poderia falar mais sem revelar demais, por isso vou me ater a outros pontos.
A narrativa não é convencional, a história nos é descrita através de emails, cartas e algumas narrações de Bee. O que pode ser estranho no inicio, mas como já li livro assim não fiquei tão perdida.
Então conhecemos uma Bee (que na verdade se chama Balakrishna) inteligente, e bastante amiga, ela ajuda vários amiguinhos na escola e seu grande sonho é ir para o colégio interno onde sua mãe estudou. Claro que a garota nos encanta com facilidade, eu já devo ter dito milhares de vezes que amo uma criança nos livros e com ela não foi diferente. E tem a Picolé a cadela de Bee que, nossa, me fez rir muito.
Já de Bernadette temos uma visão um pouco confusa, já que quando está com Bee ela parece uma boa mãe dedicada e carinhosa; e então ela escreve seus longos emails a uma desconhecida na Índia à quem ela tem que pagar por hora e que seu marido já havia dito para dispensar os serviços, e ainda tem a opinião das mães da escola de Bee, em especial Audrey e Soo-Lin que não gostam nem um pouco de Bernadette.
Audrey quer parecer aos olhos dos outros uma santa, sem querer olhar para os próprios problemas em casa. Principalmente o problema de seu filho, Kyle, ser chamado atenção constantemente.
Elgie mostra ser um homem bastante talentoso, e até certo ponto ele parece o pai e o marido perfeito. Mas toda casa tem os seus problemas, e a família Branch tinha muitos: Bernadette e Elgie quase não se falavam, somente trivialidades, cortaram os seus emails das listas da escola para ficarem completamente de fora e moram num lugar que ninguém gostaria de viver. E ele escolhe a sua assistente para desabafar enquanto deveria se juntar a esposa e ver se tudo o que aconteceu tem relação com o passado escorregadio.
Quando pensamos que sabemos de tudo que está acontecendo a trama dá uma virada e logo você não tem mais certeza sobre os fatos. O enredo é arrojado e muito criativo, quando Bernadette some e Bee muda a leitura fica frenética, o ritmo acelera porque saber o que aconteceu é muito importante.
Apesar do tipo da narrativa tudo é narrado de forma meticulosa, e quando uma carta ou um email ficava muito grande a ponto de nos cansar logo ele acabava, pelo menos foi essa sensação que tive, assim que me deparava com uma narração muito longa que parecia que não ia acabar ela acabava.
Antagônico ao que pensei a autora ainda tira várias surpresinhas da manga.
“Seattle é a única cidade no mundo em que você pisa na merda e fica rezando, Deus, por favor, que seja de cachorro.” (Página 145)
Com esse trecho dá para notar que o humor também é muito bem abordado.
Uma história hilária e desmedida, uma família pouco convencional com problemas inimagináveis. Diversão garantida!