Dani_Ella 07/11/2009
Um mocinho com jeito de vilão
É bom quando um livro supera as nossas expectativas e nos surpreende. Alma e Sangue com certeza conseguiu esse efeito em mim que iniciei a leitura sem muita perspectiva, pois, por pré-conceito, não conseguia imaginar uma história de vampiro no Brasil. Talvez porque todos os livros que li até agora se passavam na Europa ou nos Estados Unidos, e normalmente em locais com o clima bem distinto do calor característico brasileiro.
Gostei muito da forma de escrever de Nazarethe é objetiva e tranquila de se ler. A história é envolvente, com personagens interessantes, muitas surpresas e ação. Uma das coisas que mais me agradou no livro foi o fato de Jan Kmam (herói do livro) não ser mais um vampiro romântico que não aceita ser o que é e sente um profundo pesar por ter que se alimentar de humanos (o que,ultimamente, é moda nos livros sobre o assunto, talvez para tornar o herói mais humano aos olhos dos leitores).
Kmam, pelo contrário, não sente pesar algum em ter de matar humanos para sobreviver e altera entre o lado afetuoso direcionado principalmente a Kara (heroína do livro) e o lado violento e intrínseco a sua natureza. Após relutar muito, Kara acaba aceitando esse lado obscuro de Jan.
Apesar de ter gostado muito da história, algumas coisas em minha opinião poderiam ser diferentes, como é o caso de Jan parecer estar apaixonado por Kara apenas por ela ser a reencarnação de duas mulheres que passaram por sua vida. Mesmo que ela seja a reencarnação, ele deveria ter demonstrado com mais afinco amá-la pelo o que ela é e não pelo o que ela foi. Durante todo o livro, ele fala que a ama da forma como ela é apenas uma vez, porém em vários trechos ele diz que se sente confuso, pois vê nela as outras duas.
Outra coisa que achei estranho foi o fato dos vampiros desse livro não poderem ter relações sexuais. Não estou dizendo que o livro ficaria mmelhor com cenas hots, mas sim que não ficou claro para mim porque não podiam.