Como me tornei freira

Como me tornei freira César Aira




Resenhas - Como me tornei freira


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Lucy 05/01/2024

Vish que vixi
Fui procurar uma comédia nonsense pra ler e acabei me estribuxando.
Não estou reclamando da obra em si, mas do fato de as pessoas que a apresentam n serem honestas ao falarem dela.
Há 2 contos, o primeiro menos nonsense que o segundo no que tange a narrativa, o universo do contado.
O primeiro é de tamanho horror e sem qualquer gore que você que tem qualquer ínfima empatia para e pensa: é por isso que os gregos usam de coro, meu filho.
Não que eu mesma não pegue umas boas e secas verdades que nem sempre tenha vísceras mas, que em si tragam tamanha visceralidade que de fato as pessoas prefiram me deixar falando sozinha. Deveras eu queria sair do livro e dx a narradora falando sozinha no conto 1. E é isso, Cesar é uma narradora trans que não se identifica com o corpo masculino, mas que o mundo identifica como menino. Mas todos que apresentam o livro falam que o narrador se identifica ora como menina e ora como menino, ao menos as resenhas que eu encontrei para me basear e escolher a leitura. M A S NÃO não dão dhão dhhhão... quem fala com a narradora fala USANDO o gênero masculino, quando a narradora fala de si fala USANDO o feminino e por isso é morango o sabor de sorvete e não de tutti frutti ou de baunilha.
É isso.
Já o conto 2 é bem mais tresloucado e confuso no que se refere a linearidade narrativa, o que de fato eu gostei bastante, mas nem tudo, porém as imagens de tudo e todo o livro vão marcar a retina da minha alma tal qual livros que nem eram meus favoritos, do tipo Apanhador no campo de centeio, por exemplo. Isso é coisa bem grande.
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ekatherinah 02/02/2023

não consegui terminar A Costureira e o Vento. Não que seja ruim, mas não conseguiu me prender em nada o suficiente para continuar lendo. Como não tem outra edição em português só com o primeiro conto, e meu objetivo inicial era ler somente o primeiro conto, considero como lido, mas minha nota e resenha dixem respeito somente a Como Me Tornei Freira.

quando acabei de terminar Como Me Tornei Freira fiquei sem saber o que pensar além de "okay, é uma história". Não me envolvi pela história, que apesar de curta pareceu longa. Tive momentos pontuais de interesse no decorrer da leitura, mas tão fugazes que nem lembro que pontos eram esses. Eu não sabia para onde ia nem por onde iria a história e quando chegou no final fiquei me perguntando se a trajetória fazia sentido.

o que acho inreressante é que a história se seguindo de modo tão incomum não há dificuldade em entender o que está sendo dito; só é necessário não se apegar a precisar seguir uma linha lógica racional definida e estruturada, porque não vai acontecer.

peguei esse livro para completar um desafio do StoryGraph que se consiste em ler obras/autores de outros países fora do eixo EUA-UK. Escolhi César Aira para o prompt da Argentina. O que mais gostei foi ter tido essa experiência. Não sei quando vou tentar César Aira de novo, mas pretendo que isso ocorra haha'.
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jota 08/10/2020

BOM (uma história para vomitar, outra para alucinar, mas tudo termina em Paris...)
Minha terceira leitura de César Aira: antes um ótimo conto, Muchacha Punk, numa coletânea de autores sul-americanos, depois o interessante Continuação de Ideias Diversas, livro em que a maioria dos textos, bastante curtos, tratava de literatura. Agora registro que não apreciei tanto assim Como Me Tornei Freira, que traz duas novelas, ambas tendo como referência Coronel Pringles, cidade argentina em que Aira nasceu em 1949.

Nas duas ele é tanto narrador quanto personagem. Na primeira, personagem principal, na segunda, coadjuvante, amigo do personagem central: está a fazer autoficção macabra em ambos os casos. Mas antes delas temos um texto de apresentação de Sérgio Sant’Anna, O Jogo das Possibilidades Infinitas, que pode ser muito útil para quem vai ler Aira pela primeira vez. Nele, o autor brasileiro faz a louvação do argentino, destaca as características de sua literatura e discorre sobre o motivo de Aira ser considerado cult entre outros escritores latino-americanos.

De volta: tudo é muito alucinado, alucinante nessas novelas, tanto em Como Me Tornei Freira quanto na história seguinte, A Costureira e o Vento, esta ainda mais surrealista do que a primeira. E, portanto, mais engraçada, ou trash, se pensarmos em termos de cinema, possibilidade que vem muito à cabeça enquanto se lê este volume de Aira. Tudo que lemos é bastante estranho, embora todas as coisas pareçam muito lógicas narradas pelo autor, fazem sentido no seu universo literário.

Na primeira história ele é tanto um menino (sua aparência exterior) quanto uma menina de seis anos (como ele se vê) que, levada pela primeira vez a uma sorveteria pelo pai, toma um sorvete de morango estragado ou envenenado, o que dá início a uma série de mal entendidos que terminam numa história macabra, excêntrica, contudo muito pouco engraçada (eu não achei). O que o personagem definitivamente não é nem parece ter vontade de ser, é monge ou freira, para lembrar o título da novela, que foi usado apenas ali e não mais mencionado no restante da história. Mas o menino César certamente irá para o céu no fim. E tudo termina em Coronel Pringles mesmo...

Em A Costureira e o Vento, as coisas mudam um tanto. O amigo de César (um pouco mais velho agora), o garoto Omar, filho da tal costureira do título (por quem o vento se apaixona e dela se torna amigo e protetor) desaparece misteriosamente durante um jogo de assustar, que ambos brincavam no reboque acoplado de um caminhão que estava indo para o sul do país. Com o desaparecimento de Omar, a costureira aluga um táxi e sai atrás desse caminhão, em busca do filho. Depois, outros personagens irão atrás dela e todos acabam parando numa Patagônia alucinada.

É tanta alucinação, tanta excentricidade, que não tem como não achar a história engraçada. Daria um ótimo filme trash, talvez, pois conta com, entre tantas aberrações, um bebê monstro (como ele vem ao mundo é uma das coisas loucas deste livro) e um Paleomóvel, veículo que um personagem monta a partir do fóssil de um tatu gigante da era paleozoica mais o motor e as rodas de seu velho Chrysler, inutilizado agora. Ele funciona, claro! E tudo termina em Paris, cidade muito apreciada por escritores latino-americanos há décadas...

Como me tornei freira: 2,8/5,0
A costureira e o vento: 3,2/5,0

Lido entre 02 e 07/10/2020.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 26/05/2014

Curioso e diferente, a ser consumido de um só gole
Mais um – excelente – volume da coleção Otra Língua (ed. Rocco), Como me tornei freira traz duas novelas marcadas pela presença do inusitado e acrescidas de colheradas de surrealismo.

Na primeira delas, “Como me tornei freira”, o traumático episódio do primeiro sorvete de morango de uma criança de seis anos leva a uma tragédia que influenciaria sua vida e ditaria seu não menos trágico destino. Curiosamente, a criança da história atende pelo nome do próprio autor, um narrador-personagem que se mostra ora menino ora menina.

Já em “A costureira e o vento”, o desaparecimento repentino de uma criança leva a uma busca com características um tanto insólitas rumo à Patagônia. A mãe do garoto desaparecido, a costureira Delia Siffoni, é quem aproxima tão improváveis elementos e personagens: um caminhoneiro, um vestido de noiva, um cadáver, seu marido (também caminhoneiro), uma mulher num carrinho diminuto e, claro, o vento.

Se na primeira novela, a trama passeia pelos meandros da mente do pequeno protagonista, em “A costureira e o vento” nos deparamos, em determinado momento, com a costureira adentrando os aposentos (sim, aposentos!) de um caminhão gigantesco, percorrendo caminhos tão labirínticos como o são os corredores da consciência.

Em ambas as narrativas, somos levados do deslumbramento ao sentimento de asco quase palpável, em uma inabitual mescla de elementos e situações. A prosa deliciosa entra no pacote como companhia perfeita para as tramas que a cada instante surpreendem o leitor.

Inevitáveis, aqui as encruzilhadas são até mesmo necessárias, e as possibilidades não cessam de multiplicar-se. Neste universo já bastante raro, nada mais justo, pois, que a possível resolução dos conflitos dependa da sorte e de algumas estratégias em uma mesa de carteado.

O livro é parte da coleção OTRA LÍNGUA, cujos autores têm em comum o idioma espanhol latino-americano.

LEIA PORQUE...
Todo o impossível contido nas tramas é o principal atrativo da coisa, é o ingrediente que dá sabor único ao livro. Curioso e diferente, a ser consumido de um só gole.

DA EXPERIÊNCIA...
Ô coleçãozinha viciante, essa Otra Língua... Já aviso que Como me tornei freira é mais um daqueles livros que te faz ignorar que existe vida além das páginas.

FEZ PENSAR EM...
O que eu não daria para poder bisbilhotar a mente desses escritores latinos...


site: http://livrolab.blogspot.com
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Renata (@renatac.arruda) 03/03/2014

indefinível e indecifrável
Na novela que intitula o livro, César Aira é o narrador-personagem de seis anos que se refere a si mesmo sempre no feminino - ainda que fique claro que exteriormente se trate de um menino. Ultrapassando a questão de gênero, o autor nunca apresenta justificativas para ser desse modo e o leitor aceita com naturalidade e talvez um pouco de curiosidade.

A história começa com Aira sendo levado a uma sorveteria por seu pai, para experimentar um sorvete pela primeira vez. Ao se recusar a tomá-lo (e ser tratado com insensibilidade pelo pai por isso), descobre-se que o sorvete estava estragado ou, pior, envenenado. Daí por diante a narrativa segue um rumo cruel sem tempo para sentimentalismos, com um grupo de personagens que mais parece saído de um show de horrores.

Leia mais no Prosa Espontânea

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2014/03/como-me-tornei-freira-cesar-aira.html
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