* 15/08/2013Não há nada comparado a Pretty Girls 13, será uma ótima leitura para quem gosta de thrillers psicológicos.O livro "Pretty girls 13" trata de uma doença pouco conhecida a TDI - Transtorno Dissociativo de Identidade, originalmente denominada como Transtorno de Múltiplas Personalidades, ela é mais comum do que se possa imaginar. Embora não seja relatada com frequência e não seja aceita por todos os psiquiatras, é uma condição mental onde uma única pessoa demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades diferentes. Ou seja, é quando uma pessoa além dela mesma, manifesta outras personalidades, alternando com a sua. Essas personalidades alternativas são chamadas de alters, elas podem ter qualquer idade ou sexo. Normalmente essa doença se desenvolve como forma de proteção e acontece na infância, devido a maus tratos ou abusos. Mas também pode atingir adultos. Quando a pessoa em si não consegue suportar a carga emocional cria "outra pessoa" para que suporte por ela, e é isso que Angie, a personagem principal faz.
Primeiramente eu tenho que elogiar essa premissa tão inusitada e assombrosa, realmente fez com que eu ficasse grudada no livro até sua última página. Eu ainda não havia lido nada comparado a Pretty Girls 13 e posso dizer que foi uma experiência maravilhosa, principalmente porque eu A-D-O-R-O thrillers psicológicos. É o tipo de leitura que eu acho extremamente instigaste. O livro tem apenas 240 páginas, é leve e fluido, uma leitura "fácil", mas eu não o consideraria uma leitura rápida, já que suas letras são muito pequenas.
Angela tem treze anos, ou pelo menos tinha quando foi sequestrada de um acampamento de verão. Três anos se passaram sem sucesso nas buscas, sem notícias e sem esperança, até o dia em que a garota aparece na porta de sua casa sem a mínima noção de como chegou ali, muito menos de onde esteve nos últimos anos. Para Angie haviam se passado no máximo poucos dias desde sua última lembrança (acordar no acampamento e sair em busca de uma árvore distante para suas necessidades fisiológicas), então imagine sua surpresa quando se olha no espelho. Obviamente esta mais alta, mais magra, têm seios e cabelos longos. Ela vê uma adolescente que em nada se parece com a menininha que se lembra de parecer.
O trauma é tanto que Angie se recusa a aceitar que o tempo passou e ela não viu. Ela continua afirmando que ainda tem treze anos, não ajuda saber que seu pai não consegue nem olha-la nos olhos e que sua mãe parece ter superado sua perda temporária e seguido adiante. O detetive do caso é chamado e ela é levada a uma terapeuta. Na primeira sessão o motivo da "amnésia" vem a tona. Angela apresenta Transtorno Dissociativo de Identidade. Assim que foi sequestrada o choque foi tão forte que seu cérebro criou uma personalidade alternativa, um alter e foi essa "outra pessoa" que viveu os momentos de horror no cativeiro. Ou melhor, outras pessoas. Na vida de Angie cada alter tinha uma responsabilidade e eles eram muitos.
Foi neste ponto que a trama mais me cativou. Como assim ela "não viveu" durante esses três anos consciente? Como isso é possível? No livro é. Angie simplesmente emprestou o corpo para outra pessoas sofrerem por ela, para dizer o português claramente. A autora foi fantástica na maneira de criar uma personalidade diferente para cada um dos alters. Eles realmente não a impressão de serem pessoas e não pessoas ilusórias criadas pela mente da personagem. As situações são tão loucas que realmente fica difícil imagina-las acontecendo na vida real. Como por exemplo, tem noites que Angie se deita para dormir e acorda ainda em sua cama, mas extremamente cansada, quando ela se da conta a cadeira de balanço foi arrastada para perto da janela e ainda tem seu banco quente. Uma de suas identidades a "possuiu", e lhe tirou da cama e em momento algum ela percebeu.
A partir dessa descoberta o livro começa a engrenar. Temos o tratamento psicológico, a descoberta de cada alter, seus nomes, o que sabem, porque motivo foram criados e a luta para a personagem principal se entenda com ela mesma. Assim como sua volta para a escola, o reencontro com velhos amigos, o nascimento de uma paixão. Nada falta na trama de Liz Coley.
Quanto aos personagens, todos realmente foram bem construídos e desempenharam seus papeis perfeitamente, claro que eu tenho meus favoritos como Katie, a melhor amiga de Angie e a psicologa, mas num todo os personagens secundários fermentam bem a trama. Angela por outro lado me deixou em dúvida em alguns momentos. Assim que ela ganha a liberdade e descobre quanto tempo se decorreu de seu sumiço ela entra em negação. A venda que ela própria põe em seus olhos é tão sem sentido que por vezes me irritou. Como alguém poderia não querer descobrir o que aconteceu consigo durante três anos apagada? Como alguém parece não se esforçar para encontrar o maníaco que fez isso. Mas aos poucos a personagem foi amadurecendo e tomando escolhas melhores. Fica difícil julga-la, pois a autora com certeza buscava veracidade em sua personagem, lembrando sempre que esta esta passando por problemas mentais então é mais do que normal que esta tome algumas atitudes sem sentido.
Até aqui deu para perceber que eu adorei o livro certo? Mas tenho algumas considerações para fazer. Primeiramente o enredo da doença é muito bem montado e completo, mas na minha opinião, a autora algumas vezes se esquecia que tinha mais coisas acontecendo na história paralelamente. Quando eu cheguei ao final senti falta de muitos detalhes, como conversas, acertos, perdões e simplesmente resoluções que não aconteceram ou aconteceram de forma fria. Outro detalhe que eu não gostei, MAS ISSO É PESSOAL, foi a escolha que a personagem fez no final do livro. Eu digo que é pessoal porque eu JAMAIS faria a mesma escolha, mas conheço muitas pessoas que fariam. A sensação de injustiça ou vazio no final vai depender da personalidade do leitor. Não é de forma alguma um final ruim, pelo contrário ele demonstra a força e coragem de Angie, mas eu sou do time das egoístas e eu QUERIA (birra, birra, birra, faz biquinho) UM FINAL DIFERENTE. E por fim a terceira e última crítica.
Essas seriam as minhas únicas críticas quanto ao livro. Quando eu terminei eu estava eufórica, cheia de adrenalina foi bom que eu não tenha escrito a resenha neste momento, pois minha emoção iria influenciar na classificação do livro de forma positiva. Digo que é bom, pois depois de dois dias do termino da leitura pude pensar com clareza na história e encontrar falhas que realmente me incomodaram (as que citei acima), então sendo completamente crítica e racional, o livro ficaria classificado com 4 (quatro) estrelas.
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