Bruna 06/08/2023
Sobre novas pessoas que conheci
Como sempre, a autora tem um dom para criar personagens quase físicos. Personagens pelos quais é impossível não se identificar ou reconhecer alguém que conhecemos. Se apaixonar por algumas atitudes dos personagens e sentir completa aversão por outras. Todos com suas motivações próprias, suas dores e amores, fazem coisas capazes de tocar no nosso âmago do que consideramos bom e ruim, e não se resumem só a isso. Cria-se um senso de intimidade com os personagens. São personagens diversos, de diversas cores, gêneros e classes sociais.
Existem diversos personagens que me marcaram: Robin, Guy Somé, Ciara Porter, Lady Bristow. E acredito que para cada leitor, esta lista dos mais especiais irá mudar, pois somos tão diversos quanto os personagens.
Mas aqui, eu gostaria de dar uma ênfase especial no que toca Lula Landry.
A autora consegue tornar-la tão palpável, tão real, que é difícil de acreditar que só a conhecemos por meio de relatos de terceiros durante todo o livro. Cada personagem, traz aspectos diferentes de sua personalidade, possibilitando que se monte um quebra-cabecas que a vai tornando multifacetada, humana, como todos nós.
Mesmo nunca tendo aparecido de fato no livro, se torna uma das protagonistas, e é difícil de acreditar que sua morte realmente aconteceu, que ela não aparece no fim do enredo e "ahá!", revela que tudo havia sido apenas um truque, que ela estava escondida por aí durante esses meses.
Como em um luto real.
Também gostaria de deixar um destaque para o dom da autora em criar mistérios- deixar dicas espalhadas pela história, espalhadas (a vista) mas que se escondem em meio de tantos detalhes. Estou ansiosa para ler o segundo volume e ver se consigo desvendar o mistério antes do detetive, e sua parceira de trabalho Robin, que conquistam nossa simpatia.