Corações Feridos

Corações Feridos Louisa Reid




Resenhas - Corações Feridos


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stsluciano 27/09/2013

Um livro surpreendente
Eu esperava muito pouco de “Corações Feridos”, mas no fim o livro me entregou muito, e me surpreendeu por sua densidade. Quão bom é quando isso acontece? Trazendo a trágica história da vida de duas irmãs gêmeas, Rebbeca e Hephzibah – se achou o nome estranho é porque não conhece a família, e por mais inusitado que seja, seu significado casa bem com o que se verá no livro – filhas de um pastor que vivem na Inglaterra e tem uma rotina familiar envolta em mistérios e segredos.

Não bastasse o clima opressor que a criação de filhos de religiosos pressupõe – mas não é regra, entendam que não é o que quero dizer, estou mais apontando um senso comum que afirmando uma opinião pessoal – uma das gêmeas, Rebecca, é portadora da Síndrome de Treacher Collins, e assim como o personagem de “Extraordinário”, tem uma severa deformidade facial.

Pegue um homem que tem uma fé extremada e você não vai demorar muito para perceber que ele vê o pecado em tudo, assim como tudo que de mal possa acontecer com o pecador se torna prova incontestável da ira divina. Uma filha com uma doença que atinge tão severamente a imagem da pessoa, causando um desenvolvimento disforme da sua face – mas não de seu intelecto – é perfeita para que este homem veja esta filha como algo pecaminoso, monstruoso e outros adjetivos nada honrosos.

Dentre muitos dos desejos do pai abusivo e autoritário aos quais as irmãs têm de se submeter, estão o mínimo contato com o mundo exterior que não aqueles necessários para os serviços da igreja, os serviços domésticos e limpeza da congregação, a estrita observação dos preceitos religiosos – como por exemplo não tomar banho quente (vai que se desperta a luxúria!) – e a opção pela educação domiciliar. Além de, claro, sorrirem quando for necessário, e esconderem Rebecca, a gêmea com a síndrome, ou ao menos tirarem-na dos “holofotes” para que se pareçam com uma família feliz, santa, perfeita.

Sendo criadas apartadas do mundo, e tendo seus conhecimentos limitados dentro daquilo que seu pai – com a conivência da sempre apática mãe – acha religiosamente apropriado saberem, as gêmeas não tem muita ciência de como o mundo funciona, e se perdem mesmo em questões banais como de onde veem os bebês – perguntem à sua mãe fanática religiosa e ganhem uma boa lavada de sabão na boca – como se comportar perante um garoto, e etc. E, claro, não têm acesso a livros, revistas, internet, enfim, nenhuma fonte externa de consulta, ficando à mercê daquilo que os pais acham necessário que saibam.

Mas as irmãs crescem. Enquanto Rebecca é tímida, calada e mais resignada quanto ao seu destino – ao menos é o que deixa transparecer no início – Hephzibah é uma força, linda, cheia de curvas, com os hormônios em ebulição e uma vontade louca de enxergar além do jardim de sua casa. Com muito custo conseguem que seu pai permita que cursem o ensino médio numa escola comum.

Aqui é o começo do livro. Logo de cara sabemos que Hephzibah está morta, e, agora, Rebecca está sozinha, tendo de enfrentar toda a escuridão que paira em sua casa. A grande sacada do livro, em sua primeira parte, é a divisão da narrativa entre as perspectivas de Rebecca, nos contando o período pós-morte de Hephzibah; e de sua irmã, Hephzibah, nos contando o período anterior, os acontecimentos que culminaram com sua morte. Deste modo, sabemos em capítulos alternados, o que aconteceu com Hephzibah e como Rebecca está lidando com aquilo, e, apesar de isso ser feito de uma forma cronológica não muito convencional, sua estrutura foi levada à termo de maneira muito competente pela autora, e funciona sem deixar cacos.

E o interessante é perceber as vozes que nos narram os acontecimentos: Hephzibah é bonita, quer ter uma vida normal, ser feliz, e, principalmente, encontrar um meio de sair de sua casa e se livrar de seus pais, mesmo que para isso tenha de deixar Rebecca de lado, pois se sua entrada no colégio é a chance que ela tem de se destacar e conseguir o que quer, ser associada à irmã estranha, com sérios problemas de formação da face pode ser um grande empecilho. Num primeiro momento torci a cara devido às suas ações, mas, por um segundo, me coloquei em seu lugar: será que posso julgá-la por querer de todas as maneiras fugir de um lar que mais se parece com uma prisão, fazendo tudo o que for preciso ser feito para tanto? Não, não posso condená-la, e, principalmente, pelos momentos em que se preocupa com Rebecca, e sonha ser possível, quando ela conseguir fugir, também resgatá-la.

Já Rebecca é uma personagem mais complexa, que tem uma carga maior para carregar: ela sabe que incomoda, que sua aparência é desagradável, e que nada pode fazer para mudar isso – seus pais não tem boas relações com médicos (como todo agressor) então nunca procuraram para ela tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida dos portadores da síndrome. Uma vez mais, me coloquei no lugar da personagem, e, desta vez, tive ciência da minha pequenez. Apesar de parecer frágil, Rebecca é de uma força quase inacreditável, com um caráter que se sobrepõe de tal maneira que é impossível não criar com ela uma ligação de afeto que passa longe do “coitadinha! ela é deficiente!”, mas, sim, reconhece seus esforços, mesmo os mais simplórios e ingênuos, e por isto também parabenizo a autora. – gostaria de explicar melhor, mas não dá para fazê-lo sem entregar o livro.

Gostei da cascata que a autora construiu para nela estruturar seu texto. As revelações, os desdobramentos, tudo vai surgindo de forma crescente e prende o leitor a cada página. Se a gente entende logo que há algo errado no pai pastor meio louco, não somos capazes de imaginar até que ponto vão seus abusos. Mais um ponto pra autora. Com sua narrativa, ela nos faz sofrer com as irmãs, nos sentimos isolados com elas; a solidão, o medo o desespero, o clima denso de catástrofe que sempre ronda as duas, tudo é palpável e nos atinge.

É um livro certeiro, bem pensado, e executado. Gostaria de ser surpreendido assim mais vezes.

Resenha originalmente publicada aqui: http://www.pontolivro.com/2013/09/coracoes-feridos-de-louisa-reid-resenha.html
Pandora 02/10/2013minha estante
Esse livro chamou tanto minha atenção que é difícil explicar!!! Entrou na lista daqueles que preciso, está até na lista do que vou comprar!!!


Borges 02/10/2013minha estante
Cara, só vi críticas positivas desse livro. Agora eu fico morrendo de vontade de lê-lo. TENHO QUE LER!


Beth 03/10/2013minha estante
Adorei conhecer a história e as personagens. Este livro me parece ser bem intenso e envolvente demais.


Nana. 03/10/2013minha estante
Não sei o que mais me agrada na história: se são as gêmeas diferentes, o pai fanático ou este segredo.
O mistério e suspense me lembra um livro da Nora Roberts, Lua de Sangue. Já leu?
Recomendo.

Abraço


Nana. 03/10/2013minha estante
Não sei o que mais me agrada na história: se são as gêmeas diferentes, o pai fanático ou este segredo.
O mistério e suspense me lembra um livro da Nora Roberts, Lua de Sangue. Já leu?
Recomendo.

Abraço


Nana. 03/10/2013minha estante
Não sei o que mais me agrada na história: se são as gêmeas diferentes, o pai fanático ou este segredo.
O mistério e suspense me lembra um livro da Nora Roberts, Lua de Sangue. Já leu?
Recomendo.

Abraço


LuizaFG 06/10/2013minha estante
Nossa, estou chocada com esse livro, ainda não li, mas pela sua resenha é possivel identificar que o tema é inovador e poletimo. Sou filha de pastor e quero muito ler esse livro para entender o que passa na cabeça desse pai perverso e na vida dessas meninas. bjos


lari 09/10/2013minha estante
Essa resenha me deixou com muita curiosidade de ler esse livro. Saber o que acontece com as gêmeas e com a família em si. Parabéns pela resenha! bjs


Cris21 11/10/2013minha estante
Achei bem interessante só de ver a sinopse dele. Pela resenha dá pra ver que é bom, vale a pena ser lido e tem um história boa, como eu já esperava que tivesse. É gostoso ler livros quando vem aquela informação importante aos poucos, vai prendendo a curiosidade e faz a leitura ser melhor, dá vontade de chegar ao final.


Saleitura 11/10/2013minha estante
Um livro que me surpreendeu da mesma forma. A autora Reid soube estruturar a trama muito bem sem deixar arestas. Fiquei anestesiada com tudo que li e saber que um fanatismo doentio chega a levar um ser humano a castigar inocentes por char que são pecadores.
Uma leitura que me envolveu página por página!
Sua resenha soube maravilhosamente traçar os pontos marcantes dessa história.


Manuella_3 15/10/2013minha estante
Adorei! Nem de longe pensei que a história fosse de uma carga dramática tão intensa, adoro isso num livro! Especialmente quando vc diz que foi uma surpresa maravilhosa, muito bom pegar um livro assim!
Gosto de personagens bem construídos e pude perceber que o livro tem isso, além do mistério, da abordagem psicológica, drama e conflitos familiares, além da difícil situação de Reb. Lembrei mesmo de August, de Extraordinário... quero ler, já para os desejados!


Bia 15/10/2013minha estante
Parece ser bem interessante esse livro, gosto daqueles que exitem uma grande tensão, parece que deixa tudo mais emocionante e você não vê a hora de chegar ao fim. Parabéns pela resenha.
Beijos


cristiane190 21/10/2013minha estante
Nossa gosto muito de livros que me surpreendam e agora que li sua resenha estou com vontade de ler o livro mais do que eu já tinha assim que vi eu capa que me intrigou, com sua história.As pessoas podem ser bem fanaticas com relação a religião e fazer o mal até a alguém que se ama tanto, quero muito conhecer esse drama.


Tânia Regina 23/10/2013minha estante
Pela resenha pude perceber que tem muita coisa acontecendo nesse livro, despertando o interesse em saber tudo. Gosto desta forma de escrever que mistura passado, presente e futuro, uma coisa liga na outra e eu tenho que descobrir e ligar os fatos. Acho que sou meio detetive. Amei!


Tânia Regina 23/10/2013minha estante
Pela resenha pude perceber que tem muita coisa acontecendo nesse livro, despertando o interesse em saber tudo. Gosto desta forma de escrever que mistura passado, presente e futuro, uma coisa liga na outra e eu tenho que descobrir e ligar os fatos. Acho que sou meio detetive. Amei!


Jossi 17/01/2014minha estante
Estou lendo e é como você diz: Tenso, comovente, assustador. A autora pensou até mesmo no simbolismo dos nomes das meninas: Hephzibah (do hebraico: "meu prazer está nela"), foi uma rainha bíblica. Rebeca, nome também hebraico e bíblico, foi a mãe de Jacó e Esaú (irmãos e gêmeos, um amado por ela, outro pelo pai).
Enfim, o livro é surpreendente! Quantos livros de autores mais afamados e aclamados pela mídia nos decepcionam e nos fazem perder o interesse. Enquanto outros, de autores quase desconhecidos nos fazem "viajar" na pele das personagens.
Ótima resenha, Luciano. Ainda estou nas primeiras páginas, mas penso como você: Rebeca é uma heroína, no termo mais pleno da palavra.
:)


Erika 28/06/2014minha estante
Verdade a parte da religião. Religiosos fanáticos veem pecado em tudo e os filhos são vítimas disso.


Denise 28/02/2015minha estante
O livro fica dentro de você depois que termina. Não se pode dizer isso de muitos textos... Li em uma tarde - não é possível parar. Recomendadíssimo.


Jovana 17/10/2016minha estante
Terminei de ler agora, muito bom!




Bárbara 15/09/2013

Melancólico & Cativante
O livro é revezado entre antes e depois da morte de Hephzi – que é narrado por ela própria – e depois da morte de Hephzi – que, por sua vez, é narrado por sua irmã Rebecca.

A história gira em torno do que as irmãs vivem dentro de casa. Elas são criadas por pais religiosamente fanáticos e cruéis. A palavra pai é escrita sempre com letra maiúscula – Pai ou Pais –, então percebemos que elas veem os pais como seres superiores, pessoas que elas nunca poderiam e nunca conseguiriam enfrentar sozinhas, apenas com a ajuda de alguém, algum anjo bom.

Elas sempre viveram uma vida de miséria, sem prazeres, existindo apenas para os pais e para a igreja. Mas tudo muda quando as duas começam a frequentar a escola. Hephzi – bonita, alegre, sociável – logo consegue seu grupo, amigas, e até uma paquera; Rebecca – deformada, cuidadosa e esforçada- sempre sozinha na biblioteca, com todos a olhando com horror.

Desde o princípio, a morte da irmã é um mistério para todos nós, começamos a juntar as peças através dos flashes do passado e dos eventos contados por Rebecca, no presente.

Apesar das diferenças, as irmãs se amavam. Hephzi sempre teve vergonha de Rebecca, por isso a irmã era excluída dos seus planos. Mas Rebecca nunca deixou de gostar da irmã por isso, sempre achou que Hephzi tinha motivos para agir dessa maneira – percebemos aí o seu complexo de inferioridade, ela foi criada sendo considerada um monstro, então começa a achar que realmente era, que ela não tinha o direito de ter companhias e ninguém poderia nunca amá-la.

As duas meninas são tão inocentes, que não entendem os temas básicos para qualquer adolescente, como menstruação, gravidez, etc. Elas acham que a vida é como nos livros, que os amores são para sempre, que é possível ser como Elizabeth Bennet e Mr. Darcy.

A história nos envolve de tal maneira, que sentimos a dor através das personagens. Chegou um momento que passei mal, a dor foi tanta que comecei a suar.

Hephzi morre em consequência de ter a coragem de tentar elaborar um plano para se ver livre daquela casa. Se Hephzi – bonita, talentosa, agradável – não consegue, será que Rebecca um dia poderá se livrar de toda essa opressão?

Esse livro tem uma grande semelhança com A Pecadora, de Petra Hammsfahr. O indico para quem gostou de Corações Feridos. O clima de A Pecadora é bem mais pesado e a melancolia também. São livros que ficam dentro de você, que te tiram risos e choros. Você aprende a dar valor a sua vida, a ajudar os outros. Você se torna uma pessoa melhor!

Fernanda 23/09/2013minha estante
Sua resenha ta incrível , o livro parece muito bom ,mas triste demais .


Leticia @leticiageek 24/09/2013minha estante
Nossa, fiquei mais curiosa ainda em ler esse livro.


Bárbara 25/09/2013minha estante
Apesar de ser triste, vale a pena! O final é incrível.


Pryh Santos 27/09/2013minha estante
Sua resenha me deixou bastante intrigada, não só por Corações feridos como também por A Pecadora, vou procurar os dois.


Rodrigo 09/10/2013minha estante
Estou querendo muito ler


kellytchya 23/01/2014minha estante
Eu não tinha percebido que a palavra pai era escrita em letra maiúscula,fui conferir, é verdade, adorei o livro, depois que acabei a leitura, fiquei muito pensativa, imaginando como seria a vida de Rebecca daqui pra frente, como se a personagem realmente existisse e estivesse por aí, enfrentando novos obstáculos, enfim, sua resenha é perfeita, fiquei super entusiasmada em ler "A pecadora". Bj


Hester1 26/08/2015minha estante
Gostei da sua resenha, embora discorde em alguns pontos. Por exemplo, nao achei que elas achassem os pais seres superiores, e sim loucos e crueis. Elas tinham muito medo deles, e nao viam saída para elas porque nao tinham conhecimento de nada. Viviam, isoladas e se achando seres inferiores, sentimento que o pai principalmente fomentava. Principalmente em Rebecca, que na minha opiniao era a mais inteligente, pois queria ter um plano e nao fazer as coisas sem pensar. E somente Rebecca pensava no pai ou pais com letra maiúscula. Hephzi nao.


Vilma Cunha 07/02/2017minha estante
Chegou um momento do livro que cheguei a passar mal de tanta dor e tristeza...Muito triste a vida dessas duas meninas.


Lucia.Ferreira 20/05/2020minha estante
Esse livro dói, ler os acontecimentos pela ótica de uma irmã e tentar imaginar como era viver como elas. O sofrimento molda cada pessoa de uma maneira. É uma leitura dolorosa e linda.


PattyMeneghin 29/08/2020minha estante
Esse livro é lindo e emocionante. Algumas passagens a gente tem que respirar fundo pra continuar lendo, mas vale a pena.


Jhe 01/01/2022minha estante
Eu amo esse livro, não é a toa que ele é o meu preferido.
Rebecca é tão maravilhosa sempre se doou para a irmã e a irmã muitas vezes foi má com ela.
É triste, mas muito linda a história de superação.
"A vida pode recomeçar se você tiver sorte o suficiente, e eu decidi ter sorte."
Corações Feridos




spoiler visualizar
Cah 21/04/2017minha estante
Avisa qnd tem spoliers!!


Josy de Paulo 23/04/2017minha estante
Mas eu marquei com o spoiler antes de publicar a resenha.


Mari 20/05/2017minha estante
Obrigada peli spoilier! :|


Mari 20/05/2017minha estante
Obrigado pelo o spoilier!


Nath 25/08/2017minha estante
Afff desnecessário!! Atestado de... vou nem completar.


Erica 10/11/2017minha estante
Mesmo voce marcando como Spoiler praticamente tu contou o livro ...faz isso não, quando for assim recomenda a leitura pra pessoa e depois discute junto com ela o que não entendeu :/


Nadia.Paula 14/01/2018minha estante
ela avisou que contém spoiler,que não quiser saber o final é só não abrir a resenha e pular para a próxima.




Ju 06/10/2013

Corações Feridos
Hephzi e Rebecca são gêmeas, mas nem um pouco parecidas. Rebecca tem a Síndrome de Treacher Collins, que é uma doença genética marcada pela má formação óssea da face. Nasceu sem orelhas e seu rosto parece deformado. Evita sorrir, pois acredita que seus dentes assustam as pessoas. A síndrome não a afeta de nenhuma outra forma, e ela poderia ter uma vida melhor se não tivesse os pais que tem. É possível fazer cirurgias corretivas, mas na casa em que nasceu isso nunca foi cogitado. Ela, na verdade, nem sabe que existe essa possibilidade.

"Ninguém quer olhar para uma garota como eu a não ser que seja para encarar e rir. Meus olhos tortos. Quando como ou durmo é difícil respirar."

O pai das garotas é um fanático religioso e um alcoólatra, que definitivamente tem como objetivo fazer da vida da família um inferno. Ele é o pastor e, quando está em sua igreja, mantém uma postura de ser humano generoso e guia espiritual mas, em casa, as coisas são bem diferentes.

"Eu queria ser uma versão melhor de mim, uma com todas as feridas cicatrizadas. Mas isso não acontece na vida real. Na vida real não há ressurreição, ainda que você a deseje todas as noites."

Ele acredita que a esposa e as filhas precisam de provações o tempo todo. Elas só usam roupas que tenham vindo da caridade, comem só o necessário para sobreviver (e a comida nunca tem um gosto bom). Não podem nem mesmo tomar banho em água corrente, ele acredita que uma vasilha com água gelada seja mais que suficiente para que elas se limpem. Mas o pior mesmo é que ele é extremamente violento, e não perde uma oportunidade de dar uma surra nas meninas. Principalmente em Rebecca, que ele considera ser marcada pelo mal.

"Meus pais tinham sua definição particular do que era o bem e o mal. Na Igreja, nosso Pai é um homem de Deus; na cidade, ele é um modelo de virtude; e, na casa paroquial, eu era o mal, porque fora marcada. Foi o que me disseram assim que tive idade suficiente para entender."

Hephzi e Rebecca foram educadas em casa, pela mãe. Aos 16 anos, Hephzi consegue convencer os pais de que elas precisam frequentar a escola. A garota se agarra nisso como a única chance de deixar sua vida para trás. Torna-se popular no colégio. É linda, meiga e aparentemente alegre. Só que ela também é extremamente ingênua e sonhadora, e não sabe muito bem como lidar com a liberdade. Isso acaba selando seu destino.

"Finalmente entendi a intoxicação de Hephzi com a liberdade e eu desejava outro gole, queria sentir aquela onda de felicidade em minhas veias até que explodisse como pequenos fogos de artifício em meu cérebro."

O livro começa com Rebecca nos comunicando a morte da irmã. Os capítulos intercalam-se entre o que aconteceu antes disso (com a narrativa de Hephzi) e o que está acontecendo depois (com a narrativa de Rebecca). Os segredos dessa família são apresentados aos poucos. A cada página eu me revoltava mais com os pais doentes das garotas. A mãe é completamente omissa, e o pai desumano. E elas têm medo, um medo infinito de contar a alguém a que são submetidas. Têm certeza de que ninguém acreditaria, pois o pai nunca perde a pose na frente das outras pessoas. Pelo menos elas têm uma à outra, se amam e fazem o possível para se proteger.

"Vovó me disse para nunca odiar. Se você odeia, você perde quem você é. (...) Agora já não sabia se conseguiria me controlar. Eu queria tanto odiá-los que isso machucava mais que qualquer outra coisa."

Corações Feridos é um livro infinitamente triste. É de partir o coração pensar que as pessoas realmente passam por coisas assim. Que a casa em que moram, o lugar em que mais deveriam se sentir seguras, seja o lugar mais temido e odiado do mundo para elas.

"As pessoas não se preocupam, eles querem uma vida sossegada."

Não houve final feliz para Hephzi. Mas Rebecca acaba descobrindo que não são todas as pessoas do mundo que não se importam com ela. Eu amei essa leitura, apesar do estado em que fiquei quando a terminei. A história é muito emocionante e chocante, mas mostra que sempre é possível ter esperança.

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/10/resenha-novo-conceito-coracoes-feridos.html
Lore 06/10/2013minha estante
Ju, uau, que resenha e que história. Senti uma carga emocional muito grande ao ler a sua resenha, da primeira letra ao ultimo ponto. Senti uma vontade muito grande de correr e ler esse livro, pois esse clima de mistério e de melancolia e tristeza de fato me atraíram, e não porque e goste de sofrer não é isso lsakjdlaskjk é que gosto de livros que me tragam uma história que vale a pena refletir, vale a pena torcer pelo personagem, que eu consiga me envolver de fato com o enredo, que me sinta parte da história, que eu não consiga largar a leitura, e foi o que eu senti em sua resenha. Eu simplesmente preciso ler esse livro, sério Ju, adorei a resenha :)


Cris 07/10/2013minha estante
Tudo neste livro parece ser muito triste: a capa, o título, o enredo...


Leilane 07/10/2013minha estante
Realmente, não é meu tipo de livro. Só de ler a resenha, tenho certeza que o livro é um imersão total num mundo que é tão absurdo para a maioria, que nem parece que existe, mas acho que não sobreviveria tão bem depois dessa imersão. Fico feliz que tenha sido um livro marcante para você, às vezes parece que quanto mais lemos, menos surpreendente fica a literatura, então um livro desses comprova que há muito o que se ler por aí.
Amei a resenha!
Beijos


Juh 08/10/2013minha estante
Quando esse livro foi lançado eu ja add ele no skoob, porque eu tinha certeza que ele é simplesmente maravilhoso e com sua resenha Ju pude confirmar isso, eu realmente amo livros de reflexão com histórias tristes, é meu tipo favorito, rsrsr. E esse livro me pareceu perfeito e nossa o que mais acontece hoje em dia é isso, a casa que deveria ser um lar, um conforto cheio de alegria é na verdade um inferno. E corações feridos parece descrever isso muito bem!!! Estou muiiito ansiosa pra conhecer de perto o drama dessas duas garotinhas!!!!


Sarah 12/10/2013minha estante
Caramba!! História pesada e triste. Não gostei muito da capa, não me chamaria a atenção na livraria... Mas sua resenha ficou ótima, me interessei bastante por ler. Eu gosto de ler sobre dramas familiares, acho um tema bastante rico. Já entrou nos meus desejados!


Narinha 12/10/2013minha estante
Doeu em mim só de ler essa resenha. O livro deve ser bem triste mesmo e fico bem triste que Hephzi não teve um final feliz, mas pelo jeito Rebecca ira ganhar sua liberdade e fugir dessa prisão atormentadora. Espero que o pai delas pague pelo seus crimes e que sua mãe aprenda a diferenciar o certo do errado! Não sei se vou ler esse livro, pois não gosto de sofrer com a leitura, mas quem sabe eu mudo de ideia...


Thaís 12/10/2013minha estante
Nossa! Que história Ju.. é tão tocante, sua resenha fez com que eu sentisse o que o livro quer passar ao leitor! Corações Feridos é uma forma de mostrar que nem pra todo mundo a vida é um mar de rosas, achei bem interessante e gostaria de lê-lo algum dia! O livro me lembrou um que eu li, se não me engano é "A amarga herança de Léo" onde ele também começava contando sua morte e depois mostrando o que aconteceu..




Bruna 12/06/2015

CHOCANTE!
Um dos livros que mais me marcaram, pela brutalidade contida na história.
É horrível o quanto as pessoas, ao se deixarem ser dominadas pela ira e rancor, são capazes. Apesar de não ser um livro denominado cristão, é possível notar o Verdadeiro Evangelho totalmente distorcido, no personagem do pai.
Também vê-se até onde mentiras interferem nos relacionamentos das pessoas de forma intensa.
Laís 15/06/2015minha estante
OOOAAAAAUUU


Bruna 16/06/2015minha estante
Procure Lalá, tem na ucs
Tu vai se apavorar tbm :s


Laís 16/06/2015minha estante
tá, vai virar meta então =D


Bruna 17/06/2015minha estante
isso aí :))




Cissa 27/10/2013

Intensa e verdadeira.

Corações Feridos é o primeiro livro da escritora Louisa Reid que leio. Não sei se outros foram publicados no Brasil. Na verdade, a escritora me surpreendeu muito. Pela capa, e sei que não se julga um livro por ela, achei que fosse um romance de amor, sofrimento e saudade de um amor impossível. É um romance sim, mas é um drama muito bem escrito e fundamentado em relações humanas.

A história se passa na Inglaterra, em alguma cidade ou subúrbio londrino. Conta a história de duas jovens irmãs gêmeas Hephzibah e Rebeccca que vivem com seus pais. Elas os tratam por Mãe e Pai. A história transcorre em dois tempos, passado e presente e formam um elo perfeito.

A autora nos conta uma história triste e comovente que muitas vezes achamos impossíveis de serem verdadeiras, mas atualmente é bem provável que elas existam na realidade do nosso dia a dia.

Filhas de pai alcoolatra, fanático religioso e de temperamento difícil e com a mãe igualmente alienada e omissa, Hephi e Rebecca vão sobrevivendo ao penoso dia a dia. Sem esperanças, condições e muitos segredos familiares sórdidos elas vão levando a infância e agora a adolescência como podem.

É incrível como as amarras que aprisionam são mais as emocionais que as propriamente físicas. Incrível como o ser humano se deixa acuar e dominar quando o mais forte vence pela força e pelo ódio minando assim qualquer possibilidade de libertação de seu refém emocional.

Mas, a autora Louisa conduz a história despertando em nós interesse e uma forte ligação com as irmãs e com elas sofremos, torcemos e vibramos para que consigam mudar seu futuro, já que o presente é tão difícil e sofrido.

Corações Feridos é aquela história que mexe conosco e nos faz refletir o quanto nós nos omitimos e fingimos não ver os problemas e as dificuldades daqueles que conosco convivem tão perto e fazem parte de nosso meio não só familiar, mas de amizade, vizinhança e sociedade.

É uma história denúncia que nos faz pensar e tentar mudar nosso modo de ver o próximo que muitas vezes nos pedem auxílio e nós nem notamos.

Parabéns à Louisa Reid e que venham outras histórias tão boas quanto esta;

Manuella_3 27/10/2013minha estante
Cissa, que bela resenha! Pelas que li na bloosfera, vi o quanto a crueldade e a obsessão do fanatismo podem ferir profundamente suas vítimas. Quero ler sim.


Cissa 27/10/2013minha estante
Manuella, agradeço seu comentário à minha resenha e se puder leia o livro pois vale muito a pena. Beijo.




Simone de Cássia 05/02/2017

Fantástico! É o típico livro do qual se espera pouco e se ganha muito! Apesar de ser ficção, retrata a realidade de tantas e tantas famílias que escondem segredos e fazem as paredes chorar em silêncio. É emocionante, sem que eu mesma saiba explicar como, só sei dizer que não dá pra esquecer... Surpreendente! Nota "U" de "uma vez li um livro que nunca esqueci..."
Nana 05/02/2017minha estante
Agora fiquei muuuuito curiosa pra ler, com esta nota "U" então....rs rs
Vai pra lista de desejados!


Simone de Cássia 05/02/2017minha estante
Não vai se arrepender, Nana!! É lindo!!




Fer Kaczynski 09/07/2020

Quanto sofrimento!
Continuando as leituras neste período de isolamento social devido a pandemia do Covid19, escolhi um livro aleatoriamente no meu Kindle, quero ler os mais antigos para abrir espaço para novidades, então acredito que fiz uma boa escolha.

Corações Feridos foi uma leitura densa, eu não sabia do que se tratava até iniciar a leitura, já que no Kindle não tem como ler a sinopse, e eu não tinha lido nada sobre ele nas redes sociais, muito menos as resenhas no Skoob.

O livro conta a história de duas irmãs gêmeas não idênticas, Hephzi e Rebecca, sendo que Rebecca é portadora da síndrome de Treacher Collins, a mesma doença da personagem principal do livro Extraordinário, que deixa o rosto deformado devido a má formação craniana. As duas meninas ainda sofrem nas mãos dos pais, que são fanáticos religiosos.

Leia a resenha completa:

site: https://dailyofbooks.blogspot.com/2020/04/resenha-coracoes-feridos-louisa-raid.html
Genilda de Melo 09/07/2020minha estante
Esse livro me despedacou emocionalmente quando li. Foi como viver e sofrer com as duas irmas, foi mesmo muito impactante para mim.


Fer Kaczynski 11/07/2020minha estante
é triste mesmo, tbm sofri durante a leitura




Dressa Oficial 15/01/2015

Resenha - Corações Feridos
Olá, tudo bem com você?

Agora sim esse é o primeiro livro lido em 2015 e era um livro que queria ler a muito tempo, desde o ano passado.

Rebecca e Hephzibah são irmãs gêmeas porém Rebecca nasceu com uma doença chamada "Síndrome de Treacher Collins" o que faz com que a aparência dela seja bem estranha pois o rosto tem um formato muito diferente.

Já Hephzibah nasce normal, é muito bonita, consegue enfrentar seus pais que são evangélicos muitos nervosos e que sempre batem nas duas irmãs.

As duas meninas nunca frequentaram a escola, saíam apenas quando eram crianças com a avó porém o pai vendo que as duas meninas se divertiam com a avó, acabou cortando os laços e deixou as meninas presas em casa novamente.

O pai é bispo da igreja, prega ser uma pessoa do bem mas dentro de casa faz muitas maldades com as meninas.

Página 55
Eram o tipo de pessoa que bania Mickey Mouse, que jogava no lixo convites para festas, que via algo satânico em esculpir um abóbora no Halloween. Eram pais como Hephzi e eu tínhamos. Loucos que se vestiam com roupas normais, que sorriam e angariavam dinheiro para a caridade, malucos que ficavam de joelhos para rezar, mas que, tão logo estivessem seguros atrás de portas fechadas, tiravam as máscaras e deixavam o veneno irromper.


Logo no começo do livro já sabemos que a irmã mais bonita a Hephzi morreu, o livro é narrado em primeira pessoa depois da morte de Hephzi na versão de Rebecca e também conseguimos conhecer Hephzi pois o livro alterna com o passado e é narrado pela irmã morta antes da morte obviamente.

Pensei que esse fato fosse ser um spoiler mas já está escrito na sinopse do livro que uma das irmãs já está morta, então não se preocupem com essa notícia pois somos apresentados logo no começo da história.

Para manter as aparências o pai das gêmeas aceita colocar a meninas na escola mas logo já começa a falar que as meninas são burras e papel de mulher é cuidar da casa e do marido, caso elas não se saiam bem na escola ele vai tira-las de lá.

O que me irritou de certa forma foi as passagens que eram narrada pela irmã Haphzi pois ela era a mais bonita, logo fez amizades na escola e não aceitava ser vista com sua irmã, Rebecca sempre sofria dentro de casa com o tratamento do seu pai muito violento e também na escola ela sofria os maus tratos dos colegas de classe.

Quando Haphzi chegava em casa o pai queria bater nela e ela se escondia atrás da irmã Rebecca e era Rebecca que sempre levava a surra no seu lugar.

O livro é um drama bem forte que fala do trauma que as meninas tinham dentro de casa, e como ninguém percebia o que acontecia.

O livro mostra a força de vontade de Rebecca continuar a viver depois da perda de sua irmã, a conseguir se libertar dos pais malvados, a mãe das meninas era muito passiva nunca fazia nada para ajuda-las e sempre foi conivente com tudo que aconteceu a elas.

A leitura flui rapidamente, as páginas são amareladas, a edição está simples e gostei muito da leitura, eu achei que fosse uma leitura que iria mudar minha forma de pensar mas não chegou a tanto.

Foi uma boa leitura mas não entrou para as melhores do ano, se você gosta de drama e finais felizes este livro é uma ótima pedida.

A mensagem que fica é que todas as pessoas tem segredos e por pior que seja sua vida você precisa ir em busca da sua felicidade, ninguém nasceu para sofrer.

Haphzi consegue contar tudo o que ouve na escola com ela e que acabou mudando sua vida, ela se relaciona com Craig e os dois começam a namorar escondido dos pais dela, porém o namorado deseja saber o motivo pelo qual ela nunca quer ser vista com ele na frente de seus pais.

O primeiro amor narrado por eles e suas perdas também é interessante e a trama começa a se desenrolar a partir da morte de Haphzi o que causou a morte dela, quem teve culpa ?

Segredos serão revelados e corações serão feridos mas será que depois de tudo isso ainda haverá uma esperança para Rebecca?

Beijos

Até mais..


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2015/01/resenha-coracoes-feridos.html
Giuliana Sperandio 15/01/2015minha estante
Já li, gostei bastante também!!




Rose 30/04/2014

Era para ser a estória de duas irmãs gêmeas. Uma totalmente perfeita e outra com um problema de nascença chamado "Síndrome de Treacher Collins". Para resumir é uma má formação dos ossos do rosto.
As duas irmãs seriam criadas com todo o amor, carinho, atenção e proteção que as crianças merecem.
Pois é, era para ser, por o que vemos na verdade é a triste estória destas irmãs que nasceram e cresceram em um lugar onde o amor era apenas o que uma sentia pela outra. Carinho era o que tinham nas poucas vezes em que ficavam com a avó. Atenção era para as "besteiras" que poderiam fazer e que as levariam ao inferno. Proteção era o que sentiam, mesmo que precariamente, quando estavam no quarto.
Elas viviam presas em casa, não tinham direito a nada. Um simples banho era artigo de luxo. Tinha uma vida (?) miserável, e quando digo isso, não é pela falta de dinheiro. Nos ombros destas meninas estavam depositados dores inimagináveis. Dores que ninguém deveria passar, ainda mais crianças.
A vida de Rebecca e Hephzibah começa a mudar quando mesmo contra a vontade dos pais, elas começam a frequentar a escola. Esta pequena, mas significativa vitória caiu sobre elas como um pequena e frágil luz no fim do túnel. Sabe quando uma vela está acesa e temos medo que o vento a apague? Pois é, Reb e Hephzi sabiam que qualquer deslize delas, estariam condenadas a ficarem sem aquelas poucas horas de liberdade.

"- Por favor. Dê-me mais uma chance.
Ele me olhava, surpreso por eu ter falado em minha defesa e por ter ousado demonstrar uma vontade. Seus lábios se retorceram e seu sorriso sarcástico derrubou meu olhar novamente." (Página 52)

Acontece, que a liberdade é embriagadora e viciante. Rapidamente Hephzibah se viu envolvida nas garras de um futuro livre e feliz. Rebecca ainda tinha os pés no chão e clamava para a irmã ir com calma, ter mais cuidado. Mas Hephzi sabia que não tinha tempo, que de um minuto para outro tudo podia se acabar... como se acabou...
Reb agora estava sozinha e refém daquele mal. Seus medos aumentaram, mas ela sabia que assim como Hephzi, seu tempo poderia estar acabando.

"Gravei o dia de hoje em minha memória como mais um dia negro, e está lá, uma dura história inscrita em meu coração." (Página 12)

Corações Feridos é um livro narrado por Hephzi e Reb. As irmãs contam seus medos e suas esperanças. Nos mostram que não é só o coração de ambas que está ferido, mas a própria alma delas, assim como a carne.
Foram vários pedidos de socorro que se perderam pelo caminho, ou que ninguém quis ouvir.
Várias vezes durante a leitura, eu me perguntava porque ninguém fez ou fazia nada? As pessoas são cegas? Acreditem, quando o fanatismo se faz presente, com certeza inocentes estão sofrendo em volta. E o pior de tudo isso, é sabermos que isso existe de verdade, e que realmente algumas pessoas fingem que não veem.

site: htpp://fabricadosconvites.blogspot.com
Clarice.Castanhola 18/07/2015minha estante
Confesso que estou LOUCA para ler esse livro... e sua resenha me deixou mais ansiosa ainda...




Mari 03/10/2013

Corações Feridos - Louisa Reid
Oi, gente!

Hoje vou falar de CORAÇÕES FERIDOS da LOUISA REID, o quarto livro do mês de setembro que li da NOVO CONCEITO.

Há algum tempo vi um blog (não me lembro qual, sorry) falando sobre CORAÇÕES FERIDOS, e que a NOVO CONCEITO havia adquirido os direitos. Fiquei bem ansiosa por ele e vibrei de alegria quando apareceu nos livros de setembro. Deixei-o para ser um dos últimos, pois tinha certeza que iria adorar. Até gostei, mas não foi tudo aquilo que eu imaginava.

A narrativa de CORAÇÕES FERIDOS é feita em primeira pessoa; ora por Rebecca, que nos dá um panorama da vida das irmãs durante o presente, após a morte de Hephzi; ora por Hephzi, que nos conta sobre o passado, antes de sua morte (óbvio). Rebecca é a irmã que possui a síndrome, e é impossível não morrer de amores pela personagem. Apesar do ambiente que vive, ela é doce, protetora, inteligente, e sempre acredita em um futuro melhor. Já Hephzi me irritou no começo de sua narrativa. Em muitas partes ela contou como desdenhou da irmã, que estava sempre a protegê-la, isso fez com que eu pegasse birra da garota.

A partir disso, ansiei por ler o que Rebecca tinha a dizer, mas não me interessei muito por Hephzi, pois em muitos momentos ela se portou como qualquer adolescente normal. Ok, entendo que esse era o maior desejo da menina, principalmente por causa dos pais que tinha, mas sabe quando você pensa que um livro será completamente profundo e aterrador, que te levará as lágrimas e fará seu coração se sentir dilacerado? Era exatamente isso que eu esperava encontrar em CORAÇÕES FERIDOS. Mas achei muitas passagens rasas e medianas.

A narrativa também demorou para expor de forma crua os pais das garotas. ADORO livros que falam de religião e que têm fanáticos. Gosto de ver como os autores trabalham com esse fanatismo e ver o que as personagens são capazes de fazer em nome de sua fé. Os pais das meninas são terríveis! Muitas vezes fiquei irritada com a situação e queria tomar uma providência.

No entanto, apesar de tudo isso, não senti a emoção me dominar. Não senti que fiquei comovida ou com o coração apertadinho. Até então achei a leitura mediana, mas a curiosidade sobre a morte de Hephzi me fez querer prosseguir, foi então que fiquei HORRORIZADA. Isso pra dizer o mínimo!

Os momentos finais da garota foram angustiantes. Ler a razão de sua morte me causou imenso desespero e revolta. Tudo aquilo que ansiei durante todo o livro esteve presente ali, naquelas poucas páginas. Foram nelas que senti a verdadeira crueldade dos pais fanáticos, foi ali a gota d’água do aceitável. Foi ali que desejei imensamente o mal daquele casal. Foi ali, com aquelas revelações, que desejei que eles tivessem um castigo, um bem grande, e pagassem por seus crimes. Porque, sim, o que eles fizeram durante anos e anos com as filhas, é crime! Um crime cruel e sádico, que passou despercebido apenas pela posição religiosa de Roderick, o famoso lobo em pele de cordeiro.

Este final fez valer o livro. E como fez! Se antes eu não conseguia me sentir tocada com a leitura, após essas páginas mudei completamente de opinião.

Vocês devem estar achando estranho o fato de eu ter dado apenas 3 estrelas no Skoob para o livro, já que disse que o final fez valer a pena. Mas é aquilo, não posso julgar só pelo excelente final, dei a nota pensando em dois motivos: os primeiros já citados acima, pois não posso esquecer o começo e o meio na hora de avaliar; e o segundo por causa do Português.

Peço que me perdoem, mas sou EXTREMAMENTE chata com a Gramática nos livros. Um errinho ou outro, beleza, é normal, afinal, imaginem quantas e quantas páginas um revisor não lê por dia para cumprir prazos? O problema é que excessos me incomodam tanto, que chegam a me perturbar (é sou louca). CORAÇÕES FERIDOS tem um uso exagerado, e muitas vezes errôneo, de Colocação Pronominal. Foram tantos: “pediu-me, fez-me, perguntou-me, colocou-me, tirou-me, levou-me... –me, -me, -me” que eu não conseguia mergulhar na leitura. Acredito até que esse tenha sido um dos motivos que fez com que eu criticasse o início do livro e dissesse que ele não foi bem o que imaginava, porque a situação me irritou tanto que fiquei procurando erros em vez de deixar a leitura fluir e mergulhar no que as personagens contavam.

Ok, vocês devem estar pensando: “que menina chata!” E realmente entendo, pois sei que sou um completo purgante em relação a isso. Como disse, se fossem errinhos eu nem comentaria, mas excessos não permitem que eu fique quieta. Isso me incomodou tanto que pensei em abandonar a leitura antes de chegar à página 50. Sei que no Brasil, quando o verbo não está no início da frase, que torna a ênclise obrigatória, pode-se usar ou a ênclise ou a próclise, mas vamos combinar: CORAÇÕES FERIDOS é um livro que fala de duas meninas simples, que foram frequentar a escola aos 16 anos, e que antes eram educadas em casa, de forma precária, pela mãe; então por que encher de ênclise as palavras dessas meninas? A linguagem ficou parecendo pomposa demais para as gêmeas. Sou chata e não gostei disso! #ProntoFalei


Se você é do tipo que não se apega a picuinhas, tenho certeza que vai amar CORAÇÕES FERIDOS, mas se sua chatice tem um grau elevado, como a minha, acho que não vai conseguir deixar que isso passe despercebido.


site: http://s2ler.blogspot.com.br/2013/10/resenha-coracoes-feridos-louisa-reid-ed.html
Luci Eclipsada 10/11/2017minha estante
Esse livro é péssimo erros grotescos na construção da narrativa, sem contar a forçada de barra que a autora faz para que uma das gêmeas seja leitora voraz de grandes livros quando, pelas condições em que vivia com a irmã, seria impossível o acesso ao livros e, consequentemente, um refinamento literário.




Mari 23/12/2013

Minha Opinião:
Quando vi esse livro pela primeira vez não imaginava que ia encontrar uma história como esta. Sempre imaginava algo bem triste, mas não passou na minha cabeça que seria tão forte.
O começo da leitura foi um pouco mais demorado. A autora escreveu bastante detalhes, mas de uma forma um pouco cansativa. Minha vontade de terminar a leitura foi maior e consegui finalizá-la.
Somos apresentadas as gêmeas Rebecca e Hepzibah. As duas são totalmente diferentes: enquanto uma é tranquila, tímida e sofre da Síndrome de Treacher Collins a outra é o oposto, determinada, aventureira, extrovertida e bonita.
Os pais das garotas são pessoas muito religiosas, chegando ao extremo. Até alguns meses atrás, as duas nem iam à escola, não tinham nenhum amigo. Com isso, Hephzi acaba fazendo de tudo para ter as pessoas em volta de si, até mesmo humilhando sua irmã às vezes, para se enturmar. Sendo assim, Hephzi acaba se tornando a popular da escola, sendo a queridinha dos pais. Reb sempre fica à margem de sua irmã e acaba sofrendo as consequências das coisas que sua irmã apronta, já que fica marcada como cúmplice.
Rebecca precisa desvendar o que aconteceu com sua irmã, o que é esse mistério que envolve ela e seu pai.
O livro começou a fluir na metade, para ser mais exata, e me deixou refletindo sobre alguns assuntos, como fatos que acontecem na vida real.
A história tem uma carga forte de emoções. Muitas vezes ficava nervosa com a leitura, pois gosto de entrar nela e imagina as cenas.
Em suma, é um livro bom, que nos faz refletir em alguns aspectos. A todo instante ele mescla realidade e ficção, mas acredito que faltou algo a mais.
Indico o livro para aqueles que gostam desse tipo de enredo e de uma leitura mais tensa. A capa está bonita e a revisão está ótima também.
Manu Felix 13/01/2014minha estante
Confesso que pra mim, o livro só veio a ficar mais interessante no meio também, mais nas partes em que a Hephzibah narrava, porem, esperava mais do final, porque achei um tanto confuso.




RUDY 13/10/2013

FEITA POR ROSEMARY
Era para ser a estória de duas irmãs gêmeas. Uma totalmente perfeita e outra com um problema de nascença chamado "Síndrome de Treacher Collins". Para resumir é uma má formação dos ossos do rosto.As duas irmãs seriam criadas com todo o amor, carinho, atenção e proteção que as crianças merecem.Pois é, era para ser, por o que vemos na verdade é a triste estória destas irmãs que nasceram e cresceram em um lugar onde o amor era apenas o que uma sentia pela outra. Carinho era o que tinham nas poucas vezes em que ficavam com a avó. Atenção era para as "besteiras" que poderiam fazer e que as levariam ao inferno. Proteção era o que sentiam, mesmo que precariamente, quando estavam no quarto.



Elas viviam presas em casa, não tinham direito a nada. Um simples banho era artigo de luxo. Tinha uma vida (?) miserável, e quando digo isso, não é pela falta de dinheiro. Nos ombros destas meninas estavam depositados dores inimagináveis. Dores que ninguém deveria passar, ainda mais crianças.A vida de Rebecca e Hephzibah começa a mudar quando mesmo contra a vontade dos pais, elas começam a frequentar a escola. Esta pequena, mas significativa vitória caiu sobre elas como um pequena e frágil luz no fim do túnel. Sabe quando uma vela está acesa e temos medo que o vento a apague? Pois é, Reb e Hep sabiam que qualquer deslize delas, estariam condenadas a ficarem sem aquelas poucas horas de liberdade.



Reb agora estava sozinha e refém daquele mal. Seus medos aumentaram, mas ela sabia que assim como Hep, seu tempo poderia estar acabando.Acontece, que a liberdade é embriagadora e viciante. Rapidamente Hephzibah se viu envolvida nas garras de um futuro livre e feliz. Rebecca ainda tinha os pés no chão e clamava para a irmã ir com calma, ter mais cuidado. Mas Rep sabia que não tinha tempo, que de um minuto para outro tudo podia se acabar... como se acabou.



Corações Feridos é um livro narrado por Hep e Reb. As irmãs contam seus medos e suas esperanças. Nos mostram que não é só o coração de ambas que está ferido, mas a própria alma delas, assim como a carne.Foram vários pedidos de socorro que se perderam pelo caminho, ou que ninguém quis ouvir.Várias vezes durante a leitura, eu me perguntava porque ninguém fez ou fazia nada? As pessoas são cegas? Acreditem, quando o fanatismo se faz presente, com certeza inocentes estão sofrendo em volta. E o pior de tudo isso, é sabermos que isso existe de verdade, e que realmente algumas pessoas fingem que não veem.


site: http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/2013/10/resenha-41-coracoes-feridos-louisa-reid.html
Michelle 07/11/2022minha estante
um livro extremamente triste




Daiane 06/03/2015

Duas irmãs gêmeas (uma tem uma síndrome que desfigura parte do rosto) que são maltratadas por pais abusivos e que se escondem atrás da fachada de pastor, vivem somente de aparências....a irmã "bonita" morre devido aos mal tratos... e a outra segue buscando a liberdade.
Nath @biscoito.esperto 30/04/2015minha estante
Aviso de spoiler na resenha, por favor.




Ana Martines 21/07/2014

Só leia se você tiver um coração forte, pois esse livro machuca.
Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas, inseparáveis. Filhas de pais religiosos, que não as deixam sair de casa, fazer compras, nem se limparem corretamente. São obrigadas a participarem de todos os encontros, já que seu pai é o pastor. E escondem um grande segredo... Hephzibah é linda, na medida do possível. Rebelde, desafiadora e manipuladora. Já Rebecca é a que mais sofre. Nasceu com a sindrome de Treacher Collins - que deformou seu rosto - e é acusada pelos seus pais como o demônio, o preço que tiveram que pagar por terem pecado. Protetora, se preocupa demais com sua irmã, e vê sua vida mudar completamente após a morte de Hephzibah. Os capítulos são alternados entre Rebecca e Hephzibah, contando-nos a história antes e depois da morte da garota. A diagramação é simples e bonita, com capítulos curtos e uma leitura que flui perfeitamente. Os pais das garotas semelham-se à mãe de Carrie, do livro Carrie, a Estranha. Ao meu ver, eles conseguem ser piores, principalmente o pai, que Rebecca refere-se como Pai, com letra maiúscula. "Olhe para dentro, retire a pele, a carne e os ossos e encontrará uma biblioteca de sofrimentos." Corações Feridos é um livro triste. Surpreendente, mas angustiante. Não sei se eu que não estava em um momento bom, ou o livro que causou isso... Mas tiveram horas que precisei largar o livro, pensar em outra coisa, tamanha a dor no peito que estava sentindo. Não sei se captei bem a moral do livro, mas sei que, depois de lê-lo, passei a valorizar mais minha vida. Minha família, meus amigos... Minha realidade. Após conhecer essa realidade tão dolorida da vida de Hephzibah, meu modo de ver as coisas mudou. Já vi muitas pessoas falarem isso, mas não posso deixar de falar também. Só leia se você tiver um coração forte, pois esse livro machuca. Terminamos a leitura com o Coração Ferido, assim como no título. A autora está se arriscando a deixar muitas pessoas em depressão após esse livro. Recomendo a leitura para todos que gostam de um livro drástico, mas com um aprendizado enorme. Um bom livro para sair da zona de conforto, para mudar o estilo um pouco. Vale muito a pena a leitura, apesar de todo o sofrimento.

site: www.vicioemlivros.com
Chellot 24/09/2014minha estante
Olá, terminei de ler ontem e adorei. Ótima resenha.
Bjs Chellot.




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