Rob Ferreira 19/01/2016004 - Estante da Rob: Diga aos Lobos que Estou em Casa de Carol Rifka BruntEu já imaginava que o livro seria intenso, não apenas pelas resenhas que li ao longo de 2014 – o ano de seu lançamento – mas também pela própria sinopse. Apesar do livro ter quase quatrocentas páginas, a escrita da autora é tão envolvente que não sentia passar as páginas do livro e quando percebia já tinha lido pelo menos trinta páginas. A escrita é envolvente e o tema é um tabu até hoje. Se você quer se encantar por uma história “Diga aos Lobos que Estou em Casa” é uma ótima pedida.
June Elbus é nossa protagonista e a história se passa em 1987. O final da década de 80 fora marcada pelo aparecimento público da AIDS. Mas ainda pouco se era sabido sobre a doença. June convive com essa doença, por causa de seu tio e também padrinho Finn. A AIDS em Finn já está em um estado avançado, mas mesmo assim não deixa de tentar participar o quanto pode da vida de June. O seu último presente para June e Greta Elbus, sua irmã dois anos mais velha, Finn pede para que ambas posem para que ele possa-as eternizar em um quadro.
Uma vez por mês as meninas o visitam com sua mãe para que ele finalize o quadro. Finn fora um grande artista no passado, mas por algum motivo deixara de mostrar seus quadros em exposições, coisa que a irmã nunca o perdoou. Ao longo dos capítulos, vamos percebendo que June não tem uma relação muito boa com a irmã, uma menina prodígio no teatro e que possui grandes chances de entrar em uma escola de artes e virar uma grande atriz. A família Elbus é composta de quatro membros, pai, mãe, Greta e June. Mas a convivência não é muito frequente, já que os pais são contadores e a época dos impostos estão chegando.
June é uma menina muito sozinha, pois Greta está sempre nos ensaios e com seus amigos. Enquanto ela adora a Idade Média e gosta de brincar no bosque atrás da escola como se voltasse no tempo. Ela usa roupas que remetem esse época e um par de botas que ganhou de Finn quase sempre. Essa é June. Simples e extremamente sincera e espontânea. E Finn é tudo o que ela tem, ele é muito mais do que apenas o seu tio e padrinho. June o vê como seu melhor amigo, o que causa certo estranhamento por parte das pessoas. E até de sua própria irmã.
Quando seu tio Finn morre, é como se faltasse o chão. June fica triste e perdida e é assim que entra Toby em sua vida. Toby era um amigo especial do tio, mas que por algum motivo ela desconhecia. Greta deixa escapar algumas informações de que ele era o homem que matara o seu tio, mas June não acredita. Ela quer saber mais sobre aquele rapaz magro que a observa enquanto entra na igreja.
E então a história ganha corpo, pois vamos descobrindo junto com June quem realmente é Toby. É muito emocionante a forma como eles se aproximam: pela dor. É a dor que o une e eles são os únicos que não querem esquecer Finn. É uma história que conta toda a trajetória de uma pré-adolescente que precisa enfrentar os olhares e as perguntas constrangedoras sobre AIDS. Ela fica muito irritada quando as perguntas sobre Finn giram em tordo da doença e não de como ele era um brilhante artista.
As notas ficaram um pouco divididas sobre esse livro, mas achei que Carol Rifka Brunt foi muito feliz em sua estreia como autora, sua obra conquistou diversos fãs. E achei uma história bem explicada e envolvente. Indico muito o livro.
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http://www.estantedarob.com.br/2016/01/resenha-diga-aos-lobos-que-estou-em.html