rovanacorrea 22/04/2021
SURPREENDENTE
É exatamente isso que preciso dizer sobre este livro. Além disso, fiquei muito feliz de ser de um autor brasileiro, gosto de literatura de terror ou horror, que seja e ter autores brasileiros escrevendo nesse gênero sempre me deixam emocionada.
A capa do livro me chamou muito a atenção, ver a criatura ali parada com rastros de sangue a a luz da Lua, fiquei instigada e comprei o livro.
Comecei a ler, a principio parecia uma estória já meio conhecida, onde nós que estamos acostumados a ler, as vezes conseguimos prever algumas coisas no decorrer da leitura, pois bem, senti isso quando comecei a ler, mas do meio para o final eu já não sabia mais o que esperar da estória. O autor simplesmente surpreendeu.
A carnificina corre solta mais para o fim do livro, e quando acaba você fica com aquele gostinho de quero mais.
Marcos deBritto escreveu muito bem. Vou ler outros títulos dele com certeza. Vi uma entrevista dele no Youtube que ele primeiro fez o roteiro para filme e depois escreveu o livro. Então entendi por conta disso melhor a escrita dele, que te faz sentir como se estivesse de fato vendo um filme e claro eu adoraria ver "A sombra da Lua" em filme....
Se você gosta de um bom livro de terror, não vai ficar arrependido.
****** A partir daqui só leia se você já leu o livro, contém spoilers inclusive sobre o fim.****
Mesclar estórias com acontecimentos da Bíblia, textos do evangelho, santos, mitologia grega não é novidade, mas confesso que fiquei muito intrigada com a lenda de Licáon, com evangelhos apócrifos e com a explicação para São Cristóvão ser padroeiro dos viajantes; isso com certeza vai render umas pesquisas.
Ao começar a ler o livro criei expectativas algo romântico como a "Bela e a Fera" ou algo trágico como "Um Lobisomem Americano em Londres", no primeiro o amor verdadeiro quebra uma maldição e no segundo, a maldição vence, mas o autor surpreendeu quando matou Alana. Dai para frente confesso que fiquei meio desnorteada e só me restou continuar a ler para descobrir de fato que fim teria o livro.
Adorei como o autor abordou o a diferença do amor romântico e idealizado de Vicente por Alana versus o amor construído e mais realista com de Vicente com Flávia. Me senti de certa forma vingada quando Ulisses morreu com sua covardia e prepotência. Fiquei um tempo
pensando sobre a diferença entre o Padre Antonio e Valencio ao serem confrontados pela Besta, o primeiro rezou, mas será que lhe faltou fé para ter sucesso como o segundo, ou será que o que protegeu Valencio da fúria da Besta era que ele sempre teve a intenção de acabar com maldição e não com o maldito? Ainda tento entender isso.
Não fiquei surpresa quando Álvaro se declarou culpado da morte da família, eu já esperava por isso a partir do momento em que ele teve seu confronto com a besta ainda criança, só não sei se a maldição passou de pai para filho porque um arranhou o outro nesse encontro, ou se a questão do sétimo filho aqui também valia para a maldição.
A criatura na nevoa, branca, surgiu porque foi morta com a bala coberta de cera e ainda em estágio de metamorfose? Acho que sim, uma vez que o pai de Álvaro havia sido morto quando em forma humana e não retornou.
São questões que eu não encontrei resposta, por isso lerei À Sombra da Lua: Parábola do Retorno, e ver se as encontro. Se alguém que já leu, tiver explicações compartilhe comigo nos comentários.