Resenhas - Água Viva

Luiz111 30/04/2024

Um curioso mergulho.
Sabe quando você está numa piscina, sozinho, ninguém te olhando, você e a água, e então sem pensar, apenas por vontade-impulso você da um mergulho e passa quanto tempo consegue debaixo d?água? Você nem está contando, apenas experienciando.

Pois bem, não vou dizer que Clarisse nos leva a ter essa experiência, mas foi a primeira forma que veio a minha cabeça para descrever o que senti.

Essa escrita é demasiada avulsa, muitas partes parecem não fazer nenhum sentido, mas que sentido teria de ser a obra que é se não tivesse sentido? Talvez o sentido quem cria somos nós.

Rute31 30/04/2024

Água Viva é um livro lindo, escrito numa espécie de correspondência de uma pintora a um interlocutor de quem o leitor pouco sabe.
Temas como a morte, a solidão e Deus são tratados aqui.

Elizangela44 30/04/2024

Meu primeiro livro de Clarisse Lispector
Não sei se comecei pelo livro certo mas gostei muito! A escrita dela nos envolve de maneira que passa a fazer sentido! Com certeza lerei outros livros dela.

Edmilson Flor 29/04/2024

Ler Clarice é sempre um desafio porque a gente nunca sabe quanta coisa vai mudar na nossa vida depois dessa experiência. Água viva me pegou desprevenido porque tenho estado em um momento da minha vida em que eu tento me manter sempre no presente, mas o romance nos faz questionar justamente o que seria esse presente, esse instante-já. O presente é ou o presente foi? Como nós dimensionamos isso?

Tem uma passagem muito bonita que me fez parar por um tempo e dizer: é isto. A passagem em questão diz: “não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada”. A gente tá sempre tão preocupado com a regra, né? Com aquilo que é palpável, que é seguro. Acho que a Clarice, não só em Água viva, mas em outros textos, nos desafia a sair dessa corrente e nos convida a pensar no não dito, na existência daquilo que está ausente, mas que nos completa.

Esse livro é denso, mas ao mesmo tempo é muito difícil de deixar de lado. A gente começa a ler e não quer parar, mas mesmo assim a gente para. Para porque a gente precisa digerir. Precisa olhar para o nada e tentar procurar as palavras. Diversas vezes eu lia algumas páginas, dizia para mim mesmo “isso foi intenso” e depois levantava para me ocupar com outras coisas, porque o que tinha lido tinha me pegado tão sorrateiramente que eu precisava de um tempo para me reorganizar. E logo depois voltava ao texto, para me desorganizar novamente.

wendymarques 29/04/2024

Esse livro é muito complexo.
Ele é curto mas eu me senti lendo um livro de 500 páginas. É um livro íntimo, cheio de personalidade e nuances mas também, desafiador.
É como se a autora estivesse vomitando seus sentimentos e pensamentos todos de uma vez só em cima da gente, é muita coisa pra absorver e entender ao mesmo tempo e não tem pausa, ele não tem quebra de capítulos, não tem quebra de página, ele só segue, entre um assunto e outro a gente nem percebe e demora pra entender a mudança, a ligação, o fato. Essa continuidade infinita deixou a leitura um pouco cansativa pra mim. Quando eu percebia uma pausa, mínima que fosse, que eu entendesse que ali o assunto estaria mudando eu parava para fazer algo que precisava e acabava não voltando rapidamente pra leitura como em outros livros, mas eu não voltava principalmente por não saber quando eu conseguiria outra pausa dele.
Eu entendi que a proposta do livro era essa, era pra ser uma viagem dentro da mente da autora e ele realmente foi, da pra gente perceber isso com essa confusão e explosão de tudo ao mesmo tempo (que me deixava ficar com a mente assim também kkkkkk), tem literalmente vários e vários assuntos entrelaçados em cada página desse livro, minha mente pedia pausa pra entender e absorver tudo e por isso eu demorei mais de um dia pra ler esse livro mas ele vale a leitura demais, talvez não como primeira leitura da autora e nem se você não tem costume de leituras clássicas/dificeis mas em algum momento você tem que ler esse livro.

jumartinsx 28/04/2024

!
Não entendi muito bem. Li por indicação da minha prof de literatura já que eu também tinha indicado um livro pra ela. Achei a linguagem clássica (não tenho certeza se assim que fala, mas era um português mais formal). A parte que entendi achei bem melancólica como se ela estivesse escrevendo uma carta pro amor dela cujo ele nunca leria porque ao que parece não estavam mais juntos. Só achei difícil de entender completamente por conta da linguagem, por isso apesar de ser um livro muito curto é um livro que eu não li tão rápido.

Luana.Rosario 28/04/2024

Complexo
Uma leitura difícil que te confunde e encanta na mesma proporção. É desafiador e visceral? um estilo único. Esse foi meu primeiro livro da Clarice? talvez não tenha sido a melhor escolha para começar rs Mas me deixou com vontade de conhecer as outras obras.

Bia 28/04/2024

Clarice Lispector tinha um dom só dela para misturar ficção, filosofia e seus devaneios mais íntimos.

Barbara193 26/04/2024

Confusa estou
Não sei pelo que começar, pois não tenho sinapses nervosas suficientes para entender.

Na minha perspectiva, o livro tratou de uma exploração da autoconsciência, que se desdobra em reflexões e correlações do eu (e um tal de it? pessoal da psicanálise, não sei o que é, mas ela usou esse termo, mas que parecia referir a si, pode ser o mesmo que ?eu??) com a natureza e nossas conexões internas e externas com o mundo.

Marih 26/04/2024

Aos fãs de Clarisse Lispector, eu tentei gostar, de vdd, mas não entendi nada do livro kkk n vou desistir de ler Clarisse, tentarei novamente futuramente mas esse livro nesse momento da minha vida, n funcionou pra mim.

Eduardo1927 25/04/2024

O tempo não para
Genial. meu entusiasmo com a leitura começou desde as primeiras páginas, porque engatei e entendi a proposta de primeira ? segue um formato semelhante ao de um sopro de vida.

a história cresce como uma conversa da personagem com ela mesma, compartilhando devaneios e pensamentos que surgem no dia a dia, misturando temas e retomando tópicos abordados anteriormente (e é ai que está a magia).

senti como se estivesse ocupando um espaço dentro da mente dela, bem no cantinho, observando-a cuidadosamente, me encantando e me identificando com o que está sendo dito e vivido.

clarice aborda temas importantes como espiritualidade, a passagem do tempo, o medo da morte e mais, bem como assuntos mais cotidianos, que surgem de maneira sutil e repentina, e vão ganhando valor e gerando reflexões profundas quando contextualizados.

é incrível. leia clarice lispector!

carolfaxas 25/04/2024

Que confusão linda!
Nunca fiquei tanto tempo pra ler um livro, ainda mais um livro tão pequeno. Fiquei muito confusa e muito atravessada. Mas, olha. Sei lá. Não sei dizer. Eu queria grifar o livro todinho.
Parece que ela escreveu absolutamente tudo que passou pela cabeça dela sem filtro, sem ordem, sem régua, sem limite, as vezes até sem coesão. Que loucura.
Parece um mergulho dentro da cabeça dessa gênia e o ambiente, obviamente, não era organizado, mas, vale a visita!

A. Mendes 24/04/2024

Dá-me de beber
Clarice brinca com as palavras, cria uma narradora e uma narrativa com um fluxo dimensional.

O monólogo se dá pelos instantes da vida, há temas como amor, morte, vida, solidão? e cada um é descrito de maneira singular. Como se a narradora estivesse desabafando sobre cada um, desabafando para um ?tu? que não é explícito, não sabemos quem é, pode ser um amante ou quem sabe uma Não-Pessoa. Ela apresenta esses temas de uma forma enigmática, metafórica, sentimental, que atinge o leitor e o transporta para esta correnteza que oscila entre a prosa e a poesia.

A forte relação com a escrita, ?escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio?. É apenas através da escrita que a narradora se pode SER, entretanto escrever ainda é solidão. É através da escrita que a personagem-narradora morre e revive várias vezes, há essa dualidade que a escrita a traz.

A Narrativa traz um diálogo entre pintura e literatura é como se as palavras não fossem o suficiente para se expressar e ela acaba procurando refúgio na pintura para capturar o seu ?instante-já?.

É um livro lindo, não irei me estender para tentar falar sobre tantas coisas que a Clarice nos apresenta, é preciso ler para sentir e se deixar lavar pelas palavras e pinturas de Clarice Lispector.

Guacira.GonAalves 24/04/2024

Um livro que tem como narradora uma pintora que se utiliza das palavras para pintar retratos. Desta forma, ela narra para uma segunda pessoa, através do fluxo de consciência, aquilo que lhe é vivo, tudo que observa e sente, como nos quadros que tentam reproduzir a natureza. Livro difícil de entender (pelo menos para mim), mas de uma linguagem perfeitamente bela em sua essência.

Maria.Clara 23/04/2024

É um livro muito bom mas extremamente confuso, mais que o normal. Do início pro meio eu não tava entendendo nada, absorvendo nada, mas como sou acostumada em só ir lendo e no final tentar entender o que aconteceu, que é muito mais efetivo do que tentar entender o que está acontecendo a cada momento. No final, foi melhorando.

Não entendi completamente mas algumas partes fizeram sentido e me tocaram. No meio de tanta confusão algumas palavras traziam lucidez. E eu grifei todas essas partes o que foi pelo menos metade do livro kakakak e por isso esse livro é bom.

Ele é bom porque apesar de você não entender completamente, você entende o todo e se identifica com trechos de uma maneira que faz valer a pena.

Recomendo mas não como primeiro livro da autora para iniciar a leitura.