Água viva

Água viva Clarice Lispector




Resenhas - Água Viva


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Maah 01/06/2024

Como o livro é bem curtinho esperava terminar a leitura em uma sentada, mas não , ele é tão profundo é diferente que li de pouquinho em pouquinho, não por ser um livro ruim muito pelo contrário, mas ele é um livro reflexivo que tem q ser lido devagar . Uma leitura incrível e muito gostosa .
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Mariana113 01/06/2024

Escrever é igual água, se eu ficar sem irei morrer ...
Clarice lispector ... Clarice não tinha tempo para não escrever a sua intensidade. Isso fazia parte dela, o seu " it " interior, o âmago da sua essência que transparecia toda vez que manuseava uma folha de papel e uma caneta.

Seu livro é extremamente peculiar e inovador. Não tem capítulos e nem ao menos um personagem com nome ou identidade (De certa forma, acredito na coexistência de sua tenra personalidade e a personagem inigmatica ), sua escrita passa por instantes e metamorfoses quase instantâneas e difíceis de acompanhar.

Porém, mesmo em sua " selva " de palavras, é possível encontrar harmonia e profundidade. Ler Clarice Lispector é desbravar um mundo de cenários tão íntimos de um único ser quanto o de toda a humanidade. Como se ela falasse os segredos que até o mundo não entende!

Sua obra " Água viva" é transparente e obscura e essa concomitância traz uma beleza vivida para o seu leitor...

Sua perspectiva abstrata tomou conta de seu livro e alcançou algo indizível, quase inimaginável. Então se voce for ler essa obra prima, não espere por algo concreto e fixo, pois sua escrita não condiz com esse meio..
edilsonjoaquim 01/06/2024minha estante
Tenho muito vontade em ler Clarice, mas acho que ainda não tenho uma capacidade Intelectual suficiente para entender suas metáforas e etc


Mariana113 01/06/2024minha estante
Não !! A leitura da Clarice pode ser difícil, mas tenho certeza que vc consegue !!!


edilsonjoaquim 01/06/2024minha estante
Bom saber!!!
Quem sabe ainda esse ano eu me aventure na mente de Clarice Lispector.??




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SheilaJ 30/05/2024

Complexo e tão significativo. Clarice é genial!
Água Viva estava na minha lista desde janeiro e em maio finalmente consegui ler. Confesso que, embora seja um livro com menos de 100 páginas, levei uns 20 dias para finalizar. É um livro complexo e bem diferente dos outros livros de Clarice que já li. Foi extremamente desafiador e em muitas vezes fiquei bem confusa, então parava por alguns dias e retomava a leitura. Fui degustando aos poucos e refletindo cada página. O livro é narrado por uma pintora que se aventura no mundo da escrita. Nele ela faz várias reflexões sobre o instante. o quanto ele é efêmero e tudo muda. Tudo passa. Rápido. Num instante. A escrita é algo bem peculiar, algo próprio da Clarice. Muitas vezes parece que a narrativa está ?bagunçada?. Uma desorganização de pensamentos que me prenderam na escrita inusitada. Uma hora ela reflete sobre as flores que gosta e no parágrafo seguinte já tá comentando sobre uma gata parindo. Assuntos que parecem ser extremamente aleatórios, mas que ao meu ver, foi um recurso utilizado para retratar o instante. Que passa rápido. Gostei bastante do livro, mas não é dos meus favoritos da autora. E, se você nunca leu algo de Clarice não recomendo iniciar por esse.
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jessmiranda39 30/05/2024

“Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelo caminho”
Embora já tenha lido alguns livros da Clarice anteriormente, quando comecei Água viva senti como se tivesse lendo apenas uma combinação de frases e palavras sem sentido algum. Fui então procurar uma resenha para entender como estava sendo para outras pessoas essa leitura, acatei a sugestão de ler em apenas um dia e entendi que esse é aquele livro da insônia, sabe? você precisa começar e terminar em um mesmo dia. A partir daí, entendi o que a Clarice queria com esse livro, a sensação de estar lendo os pensamentos da personagem, de entender o que seria o "it" como ela mesma chama. O livro me trouxe reflexões profundas sobre a minha existência e como é a minha percepção a respeito disso. A sensação que tive foi como se eu tivesse VIVIDO o livro. Enfim, a essência da água-viva está registrada em um livro, mas sua verdadeira natureza escapa às palavras. Não é uma obra linear, nem precisaria ser, assim como a vida. Mistérios, sentimentos e incertezas permeiam tudo. Viver não é suficiente; é preciso pensar e sentir profundamente sobre a existência.
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giovanna 29/05/2024

Vivíssima
Recomendo ler sem respirar. Amo fluxo de consciência, mas é preciso estar na vibe pois pesa bastante. Clarice é perfeita, mas tenho uma sensação esquisita de ter lido esse livro uma vez e ter criado memórias falsas. Eu jurava que tinha uma passagem onde a personagem tomava água do mar e se tornava parte dele... Acho que estou ficando maluca kkkkkk
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Louise 29/05/2024

Arte
Confesso que no começo me assustei e comecei a desconfiar se realmente era alfabetizada, mas depois eu transcendi na escrita da Clarice. Fiquei em choque. O fluxo de pensamento não é fácil e pode incomodar, mas assim não é a arte? Esse foi meu primeiro contato com a Clarice e não será o último.
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Ãssa 29/05/2024

Água viva
Esse livro é o sentimento que eu não conseguia colocar em palavras que Clarice Lispector deu forma de uma sensação. Ler esse livro foi como despertar algo dentro de mim que estava a muito tempo escondido de tanta sua desesperança de achar o conjunto certo que explicasse o que pensa e sente. Ler esse livro nesse momento me fez muito bem, eu me senti tão feliz lendo, ele é lindo e quanto eu mais eu lia mais eu queria e quando acabou eu fiquei esperando que houvesse uma continuação e fiquei em negação aquilo não podia ser o fim, eu queria mais pois foi como alimentar a alma.

Vou deixar aqui as partes que foram mais marcantes para mim:

Sei como inventar um pensamento. Sinto o alvoroço da novidade. Mas bem sei que o que escrevo é apenas um tom.

Nesse âmago tenho a estranha impressão de que não pertenço ao gênero humano.

Há muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido. E o que é proibido eu adivinho. Se houver força. Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras: fica atrás do pensamento.

E sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural.

E respeito muito o que eu me aconteço. Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço.

Não gosto é quando pingam limão nas minhas profundezas e fazem com que eu me contorça toda.

O que não vejo não existe? O que mais me emociona é que o que não vejo contudo existe. Porque então tenho aos meus pés todo um mundo desconhecido que existe pleno e cheio de rica saliva. A verdade está em alguma parte: mas inútil pensar. Não a descobrirei e no
entanto vivo dela.

Parece-me que pela primeira vez estou sabendo das coisas. A impressão é que só não vou mais até as coisas para não me ultrapassar. Tenho certo medo de mim, não sou de confiança e desconfio do meu falso poder.

Minha aura é de mistério de vida. Eu
me ultrapasso abdicando de meu nome, e então sou o mundo. Sigo a voz do mundo com voz única.

Sou forte mas também destrutiva. O
Deus tem que vir a mim já que não tenho ido a Ele. Que o Deus venha: por
favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais
precisem. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Embora amor dentro de mim
eu tenha. Só que não sei usar amor. Às vezes me arranha como se fossem
farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e no entanto continuo inquieta é
porque preciso que o Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro
perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente
o inesperado

Estou transfigurando a realidade ? o que é que está me escapando? por que não estendo a mão e pego? É porque apenas sonhei com o mundo mas jamais o vi.

O que estraga a felicidade é o medo

Que febre: não consigo parar de viver.
Nesta densa selva de palavras que envolve espessamente o que sinto e penso e
vivo e transforma tudo o que sou em alguma coisa minha e que no entanto fica
inteiramente fora de mim. Fico me assistindo pensar. O que me pergunto é:
quem em mim é que está fora até de pensar? Escrevo-te tudo isto pois é um
desafio que sou obrigada com humildade a aceitar. Sou assombrada pelos meus
fantasmas, pelo que é mítico e fantástico ? a vida é sobrenatural. E eu caminho
em corda bamba até o limite de meu sonho. As vísceras torturadas pela
voluptuosidade me guiam, fúria dos impulsos. Antes de me organizar tenho que
me desorganizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro
estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me.

Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas ? nunca o ato de
entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que
abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar
pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando que se
sabe andar e ? milagre ? se anda.

Viver essa vida é mais um lembrar-se indireto dela do que um viver direto.

A vida oblíqua? Bem sei que há um desencontro leve entre as coisas, elas
quase se chocam, há desencontro entre os seres que se perdem uns aos outros
entre palavras que quase não dizem mais nada. Mas quase nos entendemos
nesse leve desencontro, nesse quase que é a única forma de suportar a vida em
cheio, pois um encontro brusco face a face com ela nos assustaria,
espetaria os seus delicados fios de teia de aranha. Nós somos de soslaio
para não comprometer o que pressentimos de infinitamente outro nessa vida de
que te falo.

E eu vivo de lado ? lugar onde a luz central não me cresta. E falo bem
baixo para que os ouvidos sejam obrigados a ficar atentos e a me ouvir.

E eis que sinto que em breve nos separaremos. Minha verdade espantada é
que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e minha
liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é
perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha
solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e
tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a
dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.

Para cada um de nós e ? em algum momento perdido na vida ? anuncia-se
uma missão a cumprir? Recuso-me porém a qualquer missão. Não cumpro nada:
apenas vivo.


Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos.

Eu não tenho enredo de vida? sou inopinadamente fragmentária. Sou aos
poucos. Minha história é viver. E não tenho medo do fracasso. Que o fracasso
me aniquile, quero a glória de cair. Meu anjo aleijado que se desajeita esquivo,
meu anjo que caiu do céu para o inferno onde vive gozando o mal.


Mas enquanto eu tiver a mim não estarei só.


Ah viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não
pára, viver parece ter sono e não poder dormir ? viver é incômodo. Não se pode
andar nu nem de corpo nem de espírito.
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livia 29/05/2024

é difícil escrever sobre clarice e suas obras. o que acontece no livro? eu não sei. mas sei que coisas aconteceram e sentimentos foram sentidos. é uma leitura complexa por conta da escrita rebuscada, se você nunca leu nada de clarice, não recomendo que leia esse de primeira. é um livro fluido, quase como um quadro em branco sendo pintado a cada página. experiência bela e única
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Laris 28/05/2024

Não é meu livro favorito da clarice, mas sempre fico reflexiva de como ela aborda o viver de diferentes maneiras.
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otessadeath 28/05/2024

Clarice conseguiu palavrear tudo oq sou, oq sinto. Acho que seria um sacrilégio tentar escrever oq penso sobre
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yasmimdeluca 27/05/2024

Intenso!!!
Como diz Eucanaã no posfácio ?mais apaixonante se dá o exercício de procurar por uma ordem (?) nascida da experiência da desordem. As frases não traduzem experiência - elas são a experiência.? E a experiência de ler Água Viva é essa.
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Its.isa.roveri 27/05/2024

Conseguirei um dia parar de viver? aí de mim que tanto morro
Como meu primeiro livro da Clarisse, posso dizer que fiquei bem confusa nas primeiras páginas, às vezes tinha que reler umas 4 vezes a mesma frase para tentar absorver tudo. Foi aí que eu entendi o que todas as pessoas falam, "Clarisse não é pra entender, é pra sentir".
Ela é capaz de explicar sentimentos que eu nem imaginava que precisavam de explicação, tudo de forma muito intensa e bonita. É um livro que gera aquele impacto inesperado, que a gente fica olhando pro teto por horas pensando em uma frase específica.
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Guilherme548 27/05/2024

"Ah viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não para, viver parece ter sono e não poder dormir ? viver é incômodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito."
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brocasita 26/05/2024

Primeiro livro que li de Clarice. Foi uma experiência nova, a escrita "morta" e cheia de vida, cheia de sentimentos de Clarice foi como nadar no escuro. É uma das minhas obras brasileiras preferidas. Me inspirou ? na época em que li ? a voltar a escrever. Me vejo muito em Clarice. Acredito que ela seja umas das pessoas mais melancólicas existentes e isso me comforta de alguma forma por me ver em suas escritas muitas vezes e me identificar em algumas de suas situações e experiências descritas por ela neste livro e em outras obras suas.
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