Sueli 18/01/2014
Lua de Fel
Caro leitor, caso você ainda não conheça Sophie Kinsella nem imagina o quê está perdendo. Ou, talvez saiba, porém sua lista é imensa e você está deixando os livros dessa autora adorável para outro momento.
Sophie Kinsella é britânica e ex-jornalista econômica, e começou sua carreira como romancista publicando livros como Madeleine Wickham, seu nome verdadeiro, alcançando grande sucesso. Após algum tempo, escreve o seu primeiro livro com o pseudônimo de Sophie Kinsella, e envia anonimamente para os seus editores, que o publicam sem imaginar que ela já fazia parte de seus escritores.
E se você deseja começar 2014 com o pé direito vou dar uma dica: não perca tempo e leia “Lua de Mel” agora mesmo. Mas, termine de ler a resenha, ok?
Como sempre digo, cada vez que termino de ler um livro eu fico completamente perdida, e foi com prazer que segui o conselho da Tonks para ler “Lua de Mel”, e com isso veio o meu tormento: Como conseguir organizar o natal da família, e deixar os problemas das irmãs Fliss e Lottie para trás? Consegui, mas foi bem complicado...
E, será que você já teve aquela experiência de saber exatamente a trilha sonora de um livro? Tipo aquela música que vem rápida e intensamente quando você está envolvida com a leitura? Pois é, conforme vou conhecendo a história de Lottie e Richard em “Lua de Mel”, eu consigo escutar perfeitamente Detalhes sendo cantada por Roberto Carlos. Ou, será que era natal e ele realmente estava cantando?
Porém, Merry You, com Bruno Mars, combina muito bem com o que iremos ler sobre a relação intempestiva de Ben e Lottie após ter sido rejeitada por Richard. E agora com o fundo musical resolvido, vamos ao livro...
“Lua de Mel” começa com Lottie fantasiando sobre o pedido de casamento, que ela espera ser feito pelo seu namorado Richard da forma mais romântica e perfeita possível, assim como tem sido o relacionamento dos dois até o momento. Porém, nada sai de acordo com o imaginado e ela não pensa duas vezes ao aceitar prematuramente o pedido de casamento do seu primeiro amor vivido com Ben há mais de quinze anos.
Fala sério leitor: quem nunca sonhou em aceitar um pedido de casamento perfeito, depois de levar o maior pé na bunda? Ainda mais quando ele vem acompanhado com uma embalagem atraente e muito, muito sedutora.
Há tempos eu li um artigo sobre a quantidade de pessoas que se reencontram depois de anos, e motivadas pela facilidade de acesso das comunicações proporcionada por sites sociais se reencontram após um longo período de separação. Eu mesma, em minhas relações de amizade, conheço algumas pessoas que se casaram após décadas de separação. E tudo graças ao Facebook!
O artigo falava sobre a nostalgia dos adultos em crise e que fantasiam sobre a felicidade que deixaram escapar em algum momento de seu passado. E, foi exatamente o que Ben pensou ao procurar por Lottie quando esta, extremamente fragilizada com o rompimento de sua relação com Richard, aceita o seu pedido de casamento.
É nessa hora que vamos conhecer a outra protagonista dessa história deliciosa - Fliss, a irmã mais velha e controladora que ao saber da decisão de Lottie em prosseguir com essa escolha infeliz parte para o ataque, desencadeando uma série de ações “terrorista” para impedir a consumação do casamento, e assim possibilitar a anulação do mesmo.
O livro é narrado em terceira pessoa, mas com as duas protagonistas se revezando na sequência surreal de acontecimentos causados pela personalidade errática de Lottie, e por consequência, na superproteção de Fliss que tenta manter sua irmã mais jovem distante das amarguras que um divórcio ocasiona.
O grande objetivo de Lottie sempre foi casar-se com o homem que amava, porém seu sonho não passou de um desejo frustrado que ela tentou compensar com um projeto louco e destrutivo ao se recusar a admitir o luto por mais um relacionamento fracassado.
Investimento emocional é um jogo pesado, e com investimentos emocionais equivocados todos nós corremos o risco de nos perder na vida, ou nos distanciar de nós mesmos. E, Fliss precisava garantir que Lottie não se perdesse e terminasse com uma enorme saudade de si mesma. Esta é a grande sacada deste livro simples e divertido, mas com uma mensagem bem interessante.
Porém não se engane e pense que é livro entediante sobre pessoas em momentos aflitivos e desesperantes... É! Mas, também é hilariante, e nem tente ler “Lua de Mel” em lugares públicos, pois você vai dar vexame. Depois não diga que eu não avisei...