spoiler visualizarGabrielle 28/10/2015
Iracema e o canto da jandaia
O livro aborda o romance entre uma índia brasileira e um colonizador português. Atualmente o livro se encontra em uma situação injustiçada, leitores se queixam de ser uma leitura longa, pesada e cheia de termos difíceis, o que é uma falácia, visto que se trata de uma leitura extremamente rica e valorosa, com detalhes bastante pertinentes sobre a cultura indígena. Por se tratar da terceira geração do romantismo, o livro é bastante caracterizado no indianismo, percebemos isso com a exaltação da figura indígena ao longo do trama, na qual o autor procura resgatar suas raízes brasileiras, de modo a encontrar sua verdadeira origem.
A história começa a ser tecida quando Iracema, a virgem dos lábios de mel acaba flechando o português Martim, que estava perdido entre as terras tabajaras, pois havia se distanciado de seus companheiros guerreiros pitiguaras, inimigos dos índios da raça de Iracema. A filha de Araquém o leva como hospedeiro em sua tribo, e como forma de perdão cuida do ferimento do estrangeiro, que é muito bem recebido em sua aldeia. Com o passar dos dias a relação entre Martim e Iracema começa a ficar mais estreita, de modo a florescer um amor puro entre os dois.
O desejo de unir-se à Iracema se torna mais intenso a cada dia que passa para Martim, assim como para Iracema, por conta disso, ambos resolvem fugir para a região localizada como o Ceará, para se estabelecer enfim e viver uma linda história de amor. Os dois iniciam uma história apaixonante ao decidirem construir uma vida juntos, o amor e respeito que Iracema sente por seu esposo é tido com ênfase, deixando-a em relação de subordinada, serva. Enquanto Martim a exaltava de sua virgindade e pureza, do início ao meio do livro, agora ele a colocava em um pedestal por ser uma jovem graciosa detentora de seu amor e formosura.
Tudo isso começa a desfalecer quando Martim precisa deixar Iracema, já grávida, em sua cabana e guerrear com os tabajaras, a índia começa a sofrer por conta da ausência de seu esposo, o que lhe causa grande tristeza ao seu ser. A dor consome toda a alegria da filha de Araquém que ela não consegue mais produzir leite para nutrir o seu filho. Quando Martim retorna, dessa vez, voltando a tempo para ver Iracema falecer e lhe entregar o pequeno Moacir, o primeiro cidadão cearense, nos braços.