Iracema

Iracema José de Alencar
José de Alencar




Resenhas - Iracema


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Mirella 31/05/2021

Clássico Brasileiro
Não é uma leitura fácil, está longe de ser. Tive muita dificuldade de entender esse livro. E confesso que é um livro, na maior parte do tempo, chato.

Mas, é muito louco e triste pensar como a gente apagou a nossa cultura primária, como essa realidade/língua é tão distante da gente.
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Babi159 24/06/2022

“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.”
Meu primeiro contato com esta obra foi em uma aula de literatura brasileira, no segundo ano do Ensino Médio. Recordo de minha professora da época, uma senhora fumante que, em realidade, era fumada pelos cigarros, falando que Iracema era tão perfeita que os galhos da floresta não ousavam ferir sua carne. Na época li alguns fragmentos da obra nas aulas e fiz uns exercícios toscos sobre, tendo em vista que pedir a leitura integral do texto era impossível. Minha professora não era o tipo que gostava de torturar adolescentes, logo sem leituras obrigatórias, sem avaliações e sem qualquer atividade que pudesse causar algum incômodo a ela.

Passados alguns séculos, resolvi ler a obra. Teria funcionado bem mais se eu tivesse lido aos 16 anos, mesmo que na época eu contasse com dois neurônios, e precisasse recorrer ao dicionário a cada parágrafo, o que ocorreu da mesma forma anos depois. Todavia, é preciso ter certo lirismo, certo ufanismo, certo romantismo para embarcar na viagem lendária proposta pelo Alencar, o que, de certa forma, é meu caso.

Contudo, passei da fase de idealizar corpos humanos (e não humanos também), e idealizava muito aos 16 anos. Levando em conta tal fato, Iracema é talvez a principal obra indianista (e higienista) do Romantismo brasileiro. Não vou me deter aqui às características do Romantismo nacional, mas a mais chata é o que eu chamo de síndrome de Sandy: as mocinhas dos livros do Romantismo eram absurdamente lindas, magras, voluptuosas, frágeis, virginais, sonsas (por natureza ou por ocasião) e desprovida de qualquer necessidade fisiológica, se é que vocês compreendem o que quero dizer.

Agora que fiz três parágrafos de contextualização, vamos às minhas “brilhantes” percepções sobre a obra máxima de Alencar, ou uma das, tendo em vista que o cara escreveu mais que o Stephen King e seus 348234328492482948 livros de almas penadas sanguinárias... Estou exagerando, acho! Vamos focar a seguir.

Iracema é uma belíssima garota indígena idealizada pelo José Alencar, um cara que amava um padrãozinho bem antes do termo ser teorizado. Além de ser desprovida de necessidades fisiológicas, a semideusa em questão tem o hálito de baunilha (no meio da selva!), é uma mulher limpa (e uma “mulher limpa é uma mulher boa”), perfumada, virgem, jovem (ela deve ser uma semiadolescente), guerreira e conhecedora das ervas alucinógenas. Seu único defeito é não ser católica, segundo o Alencar (eu vejo como uma baita qualidade, mas aí é outra história), mas ela logo deixa Tupã de lado por um boy crente.

A gata em questão está lá no Ceará, vivendo sua vida de virgem belíssima com umas crises existenciais inatas ao ser humano, enfrentando com pai e irmão uma guerrinha básica entre tribos ali e outra acolá. E aí conhece Martin, um português meio sem sal (eu o achei sem sal, todavia o Alencar o descreve como um super gato), mas que a faz abandonar tudo para ficar com ele. Eles se conhecem em toda uma situação romântica dela ferindo Martin, depois cuidando dele. Ele é gato, gentleman, cristão e todo aquele romantismo e o Alencar descrevendo isso da forma mais inacreditável possível, com um vocabulário puxado... E tu lá, toda acabada, lendo toda uma lenda de duas pessoas perfeitas se enamorando, com uma aba aberta para pesquisar palavras em tupi porque nem as notas de rodapé dão conta.

Antes de ler Iracema devo pontuar que li “O Guarani”, e tive um crush severo no Peri mesmo, às vezes, eu imaginando que ele tinha a aparência do Márcio Garcia, um cara que eu acho meio caótico. Imaginei isso, pois uma vez assisti uma adaptação vergonha alheia de “O Guarani”, no Canal Brasil, e o Márcio Garcia interpretava o Peri. Aquilo impregnou na minha mente de forma terrível, mas graças a Deus consegui esquecer minimante tal visão patética, abstraindo a imagem e vendo o Peri como o cara mais perfeito já criado na literatura mundial depois do Michael Hosea.

Porém, toda a admiração que tive pelo Peri não tive pelo Martin. Gente, para começar imaginei todo o tempo que o Martin era o John Rolfe, e a Iracema era a Pocahontas. A Disney realmente fez lavagem cerebral em mim, entretanto não conseguia ver de outra forma ambos, fora que o Martin não se doou a Iracema como o Peri se doou a Ceci. E o Martin era cristão, Peri pagão. Vejam só!

Assim como o John e a Poca, óbvio que Martin e Iracema se apaixonam e tem um relacionamento MUITO estranho. Povo, aquilo não é nem uma relação. É muita perfeição e beleza. É tudo muito estranho ao ponto deles se beijarem ao acordar sem bochechar um Listerine por 30 segundos, e Martin ainda destacar o hálito deleitável de Iracema ao amanhecer. Iracema só falta dormir maquiada e acordar plena. E outra: eles nem são casados, mas Iracema decide dar um “chá mágico” para o guerreiro branco. Com Martin drogado, mas lúcido (ele tem uma espécie de sonho lúcido pelo o que eu entendi ou estava totalmente fora de si), Iracema perde o título de virgem que o Alencar deu a ela, e vai viver com Martin. Ela fica grávida e tem um baby, o fruto do amor (?) de colonizado e colonizador, mas têm um destino para lá de trágico que eu não esperava. Alencar romantizando e idealizando sangue, amor unilateral, traição e aniquilação dos povos nativos. Que belo!

Quanto à escrita: Sabe aquele tipo de livro que você lê e pensa: “Meu Deus, o que é isso? O que está acontecendo? Será que isso tá acontecendo? Pera aí, vou voltar umas páginas porque perdi o fio da meada.” É mais ou menos assim que foi minha leitura de Iracema, mesmo eu já sabendo mais ou menos como era a lenda. O início do livro é difícil, mas também não é tão difícil quanto o terrorismo que apregoam à obra. Aliás, é possível perceber trechos de uma beleza ímpar no que tange escrita. Iracema e Martin e o chá mágico, Iracema falando do filho deles em seu útero e da aproximação do fim de sua existência terrena é de uma beleza indescritível. A própria descrição idealizada de Iracema é de uma poesia sem igual.

O livro também possui trechos que fariam uma feminista ter um ataque de pelanca. Para começar, Iracema abandona seu povo para ficar com um homem, colonizador e católico em nome do amor, e ela faz tudo o que vocês podem imaginar para agradar a Martin e ser a melhor esposa cristã possível, embora ela tenha suas crises existenciais e se sinta ingrata com seu povo. Porém ela segue se sacrificando por homem, ao ponto de morrer por ele. Gente!!! Não deveria ser o contrário? Só aí daria para fazer uma problematização das bravas. Eu teria muito a escrever também sobre valores cristãos presentes nesta obra, mas hoje é sexta, o frio é terrível. Fica para a próxima, mas daria uma discussão interessante.

Eu li o livro em e-book (bem digno, aliás, no Kindle), pois me nego a pagar livro em domínio público, mas não recomendo que façam isso com livros como este, e sim leiam o livro físico. Não é a minha leitura favorita do Romantismo brasileiro e nem do Alencar, mas vale a pena conferir.
Babi159 24/06/2022minha estante
Contém spoilers! Não consigo marcar, pois o Skoob está bom bugs, e postar o comentário foi um parto por si só! Aff!!!!


Babi159 24/06/2022minha estante
*com bugs




Grazi 15/09/2023

Clássico e Poético
Foi uma experiência nova para mim, uma clássico brasileiro e gostei bastante da alegoria da colonização do Brasil ser representado no romance de Iracema e Martim. Da mistura do indígena e da natureza sendo Iracema e Martim o europeu que coloniza.

Algumas partes foram complicadas de ler como não sou acostumada. Achei o final, apesar do apesares um final bonito e condizente com a trama e entendi o significado que o autor quis passar.

No geral gostei bastante!
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grazy 15/07/2023

Iracema dos lábios de mel?
Iracema foi aquela leitura que me desafiou a compreensão e o conforto, ao qual eu já estava acostumado.
Muito se é dito sobre esta curta, porém memorável, obra de Alencar para a literatura nacional. Compreendi os motivos de criar heróis nacionais em cenários nacionais, mas a linguagem ainda rebuscada e extremamente comparativa tornou minha leitura mais lenta do que imaginei que seria. 
De qualquer modo, Iracema veio pra mim como um canto patriótico que enaltece a cultura dos primeiros homens deste país e dá palco para o que pode ser escrito por aqui. 
É de época? Sim. Vai cansar? Certamente rsrs
Mas é um clássico que faz parte da literatura nacional e deveria ser lido por todos :)
QUEIJO460 15/07/2023minha estante
??


Jhaze 18/07/2023minha estante
Parabéns ?...vc é jovem e leu... tentei ler no final da adolescência e desisti... talvez um dia eu tento novamente.




Victor225 05/01/2021

Que outros clássicos não sejam assim
Talvez seja diferente se eu reler com mais calma, algo que provavelmente vou fazer por causa dos vestibulares, mas no momento só quero ler outros livros que me interessam mais
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Duda 08/08/2021

É um clássico da literatura brasileira. Ouvi muitas críticas negativas sobre o livro, e por isso achei que não ia gostar. Confesso que me surpreendi bastante, a leitura não é tão chata como falam.
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Ana 23/01/2022

E na terceira tentativa, me encanto por Iracema...
Como já conhecia superficialmente o enredo, achei que não me envolveria com a história, porém, fui positivamente surpreendida. Apesar das inúmeras notas de rodapé (126!), que na minha opinião quebram um pouco o ritmo da leitura, embora muito necessárias, li mais rápido que o esperado, mesmo fazendo anotações.

Não tinha dimensão do esforço de Alencar em narrar a colonização do Ceará de forma tão verossímil, trazendo a figura do Martim Soares Moreno e o líder indígena Jacaúna, as alianças de um lado entre os franceses e tabajaras, do outro entre portugueses e pitiguaras (há uma nota explicando o uso do potiguara), fora as descrições detalhadas dos espaços que iam sendo ocupados, do litoral ao sertão, e a quantidade de termos indígenas.

Há vários pontos nessa representação do "encontro" entre colonos e indígenas que geram incômodo. Martim é o "guerreiro branco", o "irmão guerreiro", o "guerreiro cristão", nunca o invasor ou inimigo; na narrativa de Alencar o confronto está principalmente entre as tribos... Mas a gente releva porque as crônicas dos viajantes são uma das principais fontes do escritor, fora o período que a obra foi escrita. Não estou dizendo que não houve alianças, porém considerei exageradamente romantizadas kkkkk

No mais, fiquei passada com o final, Alencar adora ver suas heroínas sofrendo, é impressionante kkkkkkk


ps: meu encantamento refere-se muito mais as questões estéticas do que a narrativa propriamente dita.
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Rosinha.Correia 24/01/2021

Pesquisando descobri que "Iracema" é um anagrama da palavra América.
O livro é uma poesia em prosa, que por sinal é bem complicada de entender e requer atenção aos detalhes.
Uma história cheia de romance, batalhas e solidão
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Ana Letícia 11/09/2021

O começo do livro é interessante, vai chegando pro final fica mais lento. A escrita é um pouco cansativa, mas deu pra aguentar.
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mars 23/06/2021

Legal
Iracema é um livro que, para mim, foi ao mesmo tempo emocionante e chato. Posso dizer que a segunda característica se deve a linguagem, que foi bem complicada de entender, porém o enredo é bem legal e realmente instiga o leitor a querer saber o final da história. Achei um pouco enrolado o início e o meio, só no final que começou a fluir mais rápido. Mas, apesar de não ter sido uma das minhas melhores experiências literárias, é inegável que ler Iracema é um aprendizado e tanto, já que traz a cultura brasileira de uma forma que realmente me fez pensar "que pena que isso se perdeu".
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nalu 01/09/2021

Resenha: Iracema - José de Alencar
A escrita é confusa. Uma prosa misturada com poesia, português misturado com tupi. O livro é tão incerto, desordenado, acho que é exatamente assim que Alencar se sentia escrevendo seu primeiro romance.

A história só se mostrou interessante na forma como ele constrói padrões e éticas e ele mesmo corrompe elas. Como, a herói da pátria, traindo não só sua tribo mas também toda a nação.


Enfim, não tive experiências boas com esse livro e no geral li com foco na didática, li pela escola. Mesmo que não tenha sido uma leitura de escolha pessoal, reconheço que foi um grande avanço na nossa literatura em geral.
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Nirley 19/04/2020

Iracema, anagrama de América.
Romance indianista, lenda e poesia cheio de metáforas, assim é essa obra tão conhecida de José de Alencar, escrita em 1865.
Iracema traz um enredo trágico, da índia apaixonada pelo guerreiro branco. A virgem dos lábios de mel é retratada como o elemento mais belo da natureza, sendo assim, impossível não ser admirada.
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Lauana.Figueiredo 20/10/2022

prosa poética não tão nacional assim: o pp seria o cristão?
Por pertencer à fase indianista ( 1a do romantismo) deveria existir um enaltecimento da cultura indígena e sua romanização. mas na verdade a narrativa é regrada de personagens nativos e supérfluos movidos à submissão do cristão europeu que veio apenas pra gerar o sofrimento - justamente o Moacir - então não houve um enaltecimento de cultura indígena porque absolutamente todos os plots do livro são movidos para o Martim. ou seja, o autor não cumpriu o que deveria de acordo com o seu tempo. com isso, fico pensando se essa narrativa é uma denúncia, por conta de todas as metáforas implícitas! Fariam mais sentido, visto que o Poti é submisso ao cristão, sendo a representação do mar, o que dá ainda mais veracidade pra isso. além do fato de que a Iracema deixa sua cultura pra seguir o guerreiro branco. acho que tenham sido cenas pra ratificar sutilmente uma denúncia implícita! Acho interessante também conseguir enxergar que a morte da Iracema é uma alegoria ao fim da cultura indígena e a personagem vai perdendo a sua legitimidade por ser oprimida pelo guerreiro e, aos poucos, degrandando- se. o que chega à cena do sacrifício: nasce o Ceará mas morre o ciclo que lhe fez. no mais, é um livro com metáforas interessantes que eu acredito terem sido feitas por nossas cabeças e não como um objetivo claro do autor. ele em si, fez uma obra que não crumpiu o prometido!
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lusia356 27/04/2021

Bom
É um livro bom, um clássico. Porém a leitura não é tão fluída assim como eu pensei que seria, por conta das palavras ou até mesmo pela escrita, é complicado de ler ele. Mas a história em si é boa, é muito legal de acompanhar o Romance entre Iracema e Martin, e amizade entre Martin e Poti.
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mayzabonjour 13/03/2022

Imediatamente tenho crise de ansiedade
José de Alencar mirou em metáforas inteligentes e acertou em encheção de linguiça desnecessária e tédio puro. Tudo que eu consegui entender tive vontade de não ter entendido. O livro é importante mas é péssimo e faria a releitura apenas por obrigação.
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