Numa Terra Estranha

Numa Terra Estranha James Baldwin




Resenhas - Numa terra estranha


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Line 06/12/2020

Reflexivo
O Baldwin apresenta uma escrita intensa, você se imagina em várias cenas do quão intensa é.

A leitura é reflexiva, levanta vários questionamentos, você consegue identificar fácil alguns acontecimentos que acontecem até hoje.

Recomendo a leitura
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Livia Lucas 30/07/2020

Este romance lancinante e, igualmente, revigorante denuncia com ferocidade o racismo estadunidense. A narrativa, inicialmente, parece permear a vida de Ruffus, um músico negro que está em decadência, e o irremediável sofrimento que ele está fadado a viver por causa da cor de sua pele. Mas, ao desenrolar da trama, percebemos que Ruffus não é de fato o personagem principal, é através dele que temos acesso à vida e às complexidades dos demais personagens, que são os seus amigos mais próximos.
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É nessa Nova York, da década de 60, com seus altos edifícios, com seus passos e olhares apressados, com a solidão das suas multidões que James Baldwin mostra a inadequação dos personagens ao lugar e ao tempo em que estão inseridos, com suas frustrações, lutando incansavelmente para alcançar seus sonhos. O autor mostra as subjetividades de cada sujeito, as questões próprias que os atravessam, centralizando sempre a temática racial, porém indo além e tratando de assuntos como bissexualidade, relacionamento inter-racial, saúde mental da população negra, machismo e relações abusivas.
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O que chamou minha atenção em "Terra Estranha" foi a escrita dilacerante do autor e a construção dos personagens, todos são tão reais que conseguimos sentir cada emoção descrita. E o livro também pontua bastante a questão da interseccionalidade e as diferentes formas de opressão que atinge os personagens a partir da posição que cada um ocupa numa sociedade extremamente hostil.
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LeandroCastro88 12/07/2020

Belo livro
Segundo livro que leio do autor. O primeiro foi "se a rua beale falasse". O livro da em temas complexos, como o racismo, traição, sexualidade etc. Um forte teor psicológico, que gera uma aflição por vezes. Mas no geral, é um bom livro. Não gostei muito do final! Rsrs
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bobbie 02/06/2020

Tema mais do que nunca imprescindível.
Estamos vivendo num mundo onde é cada vez mais intolerável - como deve ser mesmo - ter atitudes e mentalidade racistas, além de muitas outras formas de preconceito. E, dentre tantos escritores canônicos de língua inglesa que exploraram este tema (outro deles seria Alice Walker, por exemplo), um deles é James Baldwin. Ele próprio negro, homossexual e nascido de uma família pobre no bairro do Harlem, em Nova York, Baldwin dedicou sua carreira a transpor para a arte, de maneira sensível e espetacular, as armadilhas, agruras e injustiças de um preconceito tão arraigado, não somente no imaginário norte-americano, mas em muitos países no mundo. Terra estranha começa contando a história do músico de jazz Ruffus, um nova-iorquino de relativo sucesso e respeito pela sua arte, cuja vida não escapa de cair em desgraça em decorrência de uma vida marcada pelo estigma da cor de sua pele. Baldwin expõe as feridas abertas institucionalizadas do racismo, escancarando-o através de relacionamentos que perpassam classes sociais, raças e pontos geográficos distintos. Em Terra estranha, o preconceito é como uma bola de pinball, que reverbera por todas as direções em uma cidade cosmopolita desde a época em que o livro se passa (anos 1950s), além de se emaranhar com outras tantas questões tão intrincadas quanto o racismo, como homo e bissexualidade, questões de nacionalidade e mesmo as diferentes esferas sociais dentro da própria Nova York. O romance rasga os efeitos danosos do racismo internalizado, põe em cheque a razão daqueles mesmos que se dizem livres do preconceito, além de tocar assuntos como machismo e fidelidade, tanto masculina como feminina. Em suma, trata-se de um romance visceral, um caldeirão de subjetividades em constante atrito, que lutam para se entender e entender o mundo, ao mesmo tempo em que voluntaria, ou involuntariamente, podem estar contribuindo para que ele se desfaça.
Klaus 02/06/2020minha estante
Tive contato recentemente com a literatura de Baldwin, e sinto o quanto o escritor negro é ocultado da literatura em geral... Muito importante passar pra frente esses excelentes "achados". Boa resenha :)


bobbie 02/06/2020minha estante
Obrigado, Claukaos.




Orochi Fábio 21/11/2019

Estrangeiros da Nação Humana...
Livro de abordagem direta sobre o efeito de inadequação nas relações humanas de todos os tipos: a trama acompanha diversos e complexos personagens como construção psicológica, nos presenteando com profundas reflexões a respeito do sentir-se inadequado, confuso, à parte da comunhão em vários níveis...abordando racismo, sexualidade e significado da vida, trata-se de obra densa, luminosa e necessária:?????.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 08/10/2019

Terra Estranha
Terra estranha (1962) é um romance de James Baldwin ambientado em uma Nova York dos anos 1950, que transita pelos bairros do Harlem e Village, mas também, em determinados momentos, transita pela França.

O livro é estruturado em 3 partes, sendo que Rufus Scott é o personagem que tem maior protagonismo na primeira delas. No momento em que Rufus aparece na narrativa, ele está em decadência, mas antes havia sido um famoso músico de jazz. Rufus é negro, nascido no Harlem. Em determinado momento de sua vida ele conhece Leona, uma mulher branca vinda do sul e os dois vivem um relacionamento que resulta em destrutivo para ambos devido as suas diferenças raciais, fazendo com que Rufus torne-se extremamente ciumento e opressor.

Os demais personagens que têm importante atuação no romance são Ida Scott, irmã mais nova de Rufus, também negra, garçonete que aspira ser cantora e os amigos brancos dele: Vivaldo, aspirante a escritor; o casal Richard e Cass Silenski, ele escritor recém-publicado e ela dona de casa e Eric, ator que buscou na França um novo modo de recomeçar sua vida após uma experiência marcante em Nova York. Todos eles, em algum momento tiveram suas vidas marcadas pela amizade com Rufus.
A questão racial sempre é uma questão, tanto que o livro todo é perpassado pelo embate racial, seja nas relações de amizade ou de amor. É curioso que os dois personagens negros de maior expressão no romance, não tenham se relacionado com pessoas negras, mas sim com brancos, mas o tempo todo foram obrigados a não verem seus relacionamentos com naturalidade, mas sempre pensando nas diferenças raciais e julgados por isso.

Cada personagem apresenta sua própria complexidade, seu modo de pensar que expõe a mentalidade da época, seja pelos discursos conservadores ou liberais, muitas vezes racistas e homofóbicos, mas que ao final, percebemos que cada um deles, ao seu modo, só está em busca de amor, seja o próprio ou do outro. Assim, as relações afetivas se dão entre pessoas, não necessariamente entre um homem e uma mulher. O que o romance mostra é como os homens também podem sentir atração por outros homens e que isso é válido, o que faz com que nesta busca, devido às ações que podem ser consideradas poucos corretas, não tenham redenção.

Ida é uma das personagens que mais me chamou atenção por ser bastante realista, consciente de sua posição naquela sociedade enquanto mulher negra e por conta disso, ser capaz de fazer qualquer coisa para alcançar seus objetivos. É, principalmente, nas falas de Ida e no modo como o narrador descreve os sentimentos de Rufus, que somos levados a pensar em racismo e no quanto ele afeta a saúde mental da população negra.
A narrativa se dá de modo linear, pela voz de um narrador onisciente neutro, que conhece todos os personagens, suas ações e pensamentos, mas apesar da narrativa ser linear, ela é permeada por recuperações de acontecimentos passados, fazendo com que o flashback seja um recurso narrativo bastante utilizado na composição do romance. Além disso, é impressionante o quanto a narrativa é descritiva, detalhista, com descrições minuciosas e feitas de uma forma tão natural que em momento algum resulta enfadonha.

Esta edição publicado em 2018 pela da Companhia das Letras conta com tradução de Rogério W. Galindo e posfácio de Silviano Santiano e Alex Ratts, muito complementares à leitura e ainda texto de Márcio Macedo, trazendo dados biográficos de James Baldwin.

site: https://www.impressoesdemaria.com.br/2019/07/terra-estranha-james-baldwin.html
Orochi Fábio 21/11/2019minha estante
Acabo de ler: análise precisa!




none 02/03/2019

Intenso e poético
A edição antiga do Círculo do livro tem o charme e o encanto mesmo quando a revisão derrapa e a tradução nos obriga a encarar pesquisas de palavras usadas em Portugal (pifão nos acompanha no livro todo). A poesia original mantém-se na edição em português e transmite toda a tensão e intenção na medida do possível do original. James Baldwin conta a estória do preconceito, da sociedade norte-americana, da bebida, do vício, do show-business, da violência, do amor. Tudo isso obviamente está imbricado, junto e misturado na vida das personagens. Seus fracassos, seus êxitos e seus amores. O livro é dividido em 3 partes. A primeira sobre a tragédia, a segunda sobre o amor e a terceira sobre a vida. Tudo junto e misturado.
Os diálogos, descrições, apontamentos, cada parte e participante da obra está colocado apropriadamente e com sentido, sentimento, poesia.
No início você odeia uma personagem e seus ataques e achaques, depois, o autor faz essa personagem enriquecer a estória ou enriquecer-se como pessoa.
O amor, e mesmo a vida, serão impossíveis enquanto o homem viver governado por distinções deprimentes.
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Mark 07/02/2019

"Como é a sensação de ser respeitável?" Rufus riu.
Em “Terra Estranha”, James Baldwin, desenvolve às histórias de seus personagens no Harlem e no Greenwich Village, bairros da cidade de Nova York dos anos 50, dos bares de jazz, bares gays e de marinheiros, efetuando também um passeio rápido pela França, aonde um de seus personagem, Eric, após resolver deixar Nova York, busca novos ares e acaba encontrando um amor na pessoa de Yves.
Uma narrativa envolvente, onde os personagens se misturam e vivenciam vários temas, como a homossexualidade, bissexualidade, relacionamentos inter-raciais, traições, rejeição por si próprio, medos, angústias, inseguranças, tudo isso regado com muita bebida, jazz e música da época.
A história gira e se desenvolve a partir do personagem Rufus Scott, um jovem negro, baterista de jazz, com vários problemas de auto aceitação, e é desta forma que vamos conhecendo as outras histórias, de encontros e desencontros, aparecendo os personagens. Conheceremos, sua irmã Ida, cantora negra, com vários questionamento inter-raciais, um escritor branco Vivaldo, amigo e que possui várias questões não resolvidas, outro escrito, Richard com sua esposa Cass, um casal branco com conflitos de relacionamentos, e por último um casal gay e branco, Eric, um artista de teatro e Yves, um rapaz francês com conflitos familiares.
Os personagens estão em busca de encontrar amor e amparo para o caos que é a cidade de Nova York, nesta época, cada qual do seu jeito, nessa busca, as relações se misturam de forma tão natural, quase todos artistas, todos são problemáticos, a procura de suas identidades, com muito questionamento interno, amor e sexo.
Um livro gostoso para ler, prende a atenção do leitor, talvez por que o livro não possui somente um personagem principal, coisa que descobrimos logo na primeira parte do livro.
Daniel 28/02/2019minha estante
Pensar que este livro foi publicado pela primeira vez em 1962... Como James Baldwin foi ousado!




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