Bruna 02/05/2015 Júlia é uma mulher com um passado traumático e violento, que ainda hoje é perseguida implacavelmente por seus antigos algozes. Preocupado com ela, Alfredo, o tio que a cria como pai, contrata Lucas, um especialista em segurança privada, para cuidar do caso. Há muitos anos, a família de Lucas se mudou para os Estados Unidos, e só agora ele retorna, para abrir uma filial de sua empresa, quando é abordado por Alfredo para assumir os cuidados pela vida de Júlia.
Lucas e Júlia têm uma história antiga. Eles se conhecem desde crianças, e foram o primeiro amor um do outro. Lucas acompanhou todo o sofrimento de Júlia, quando criança, e foi esse fato que o motivou a se especializar em segurança e abrir uma empresa do ramo. Então, quando se reencontram, todo esse sentimento vem à tona, acompanhado por uma intensa e forte atração, e logo os dois iniciam um relacionamento.
À princípio, fiquei louca esperando muita ação e drama, envolvendo os perseguidores de Júlia, mas logo percebi que a autora não iria para esse lado. Isso foi frustrante, porque essa parte foi muito bem construída, e o padrasto de Júlia e sua gangue seriam vilões realmente incríveis, e rendido cenas de muita de ação e tensão, caso tivessem mais espaço e aprofundamento.
O livro é uma sucessão de acontecimentos, e a cada momento, os protagonistas tinham de enfrentar algum problema ou crise, e tudo era resolvido tão rápido, que não consegui me envolver com as cenas, ou sentir a tensão dos personagens. Sem falar que essa pressa toda gerou algumas situações pouco verossímeis e confusas.
O romance entre Júlia e Lucas é muito instantâneo, e as declarações de amor eterno, pouco tempo após terem se reencontrado, não me convenceram. Eles ficaram anos sem se ver, o que tinham era um amor de infância, então acho que o relacionamento podia ter ido um pouco mais devagar, até para dar tempo de eles realmente se conhecerem. Aproveitando que estamos falando do relacionamento do casal, cabe ressaltar que esse é um livro hot, e há muitas cenas de sexo, descritivas e detalhadas. Por isso não recomendo para menores de idade.
O livro guarda muitas semelhanças com 50 Tons de Cinza. Lucas é um dominador, e vai introduzindo o estilo BDSM no seu relacionamento com Júlia. Já li muitos livros sobre o tema, mas essa foi a primeira vez que me incomodou, porque, devido a seu passado traumático e violento, sentia Julia insegura e receosa em muitos momentos, e tive a impressão que, apesar de curiosa, ela aceitou a situação mais para agradar Lucas, e por medo de não ser a mulher perfeita para ele. Se a iniciativa de se envolver nesse mundo partisse dela, se ela se mostrasse curiosa desde o início, e visse a relação Dominador/Submissa como algo que poderia ajudá-la a superar seus traumas, eu aceitaria numa boa, mas não foi assim.
Com tudo isso, acabei não me identificando com os protagonistas, como casal, e com Lucas, em especial. Gostei um pouco da Júlia, por ser uma mulher que sofreu muito, e com tudo que ela passou e enfrentou a vida inteira, seria extremamente aceitável que fosse uma mulher perdida e psicologicamente instável. Mas, apesar da insegurança e choro constante (essa chora muiiiiiiito, rs), ela se mantém em pé e inteira. Entretanto, algumas atitudes dela foram muito infantis, como uma cena que ela armou com a recepcionista da empresa de Lucas, que achei exagerada e imatura.
Os personagens que realmente me conquistaram foram alguns dos secundários. Amei a Juju, a linda filhinha de Lucas. A pequena tem 3 anos é a fofurisse em pessoa, adoro crianças nessa faixa etária, pois são super inocentes e sinceras. Também gostei muito do casal Amarilis e Jony, a irmã e melhor amigo de Lucas.
A narração inicialmente é em terceira pessoa, porém, logo começamos a ter narração em primeira pessoa, com ponto de vista de Júlia e Lucas, e em alguns momentos, de Jony também. Achei essa construção muito confusa, pois a autora mudava o tipo de narração de um paragrafo para outro, sem marcação de narrador.
Sobre o trabalho gráfico, acho a capa linda, e foi a primeira coisa que me chamou a atenção e me motivou a ler. As folhas são amareladas, e há desenhos e detalhes no início de cada capítulo. Achei a letra um pouco pequena, e vi alguns erros de revisão, mas nada que comprometa a leitura.
A falta de aprofundamento e desenvolvimento de muitas cenas, e o fato de eu não ter me identificado com os protagonistas, tornaram a leitura arrastada em muitos momentos. Demorei muito dias para terminar o livro. Talvez minha decepção se deva, em parte, às altas expectativas que tinha, e que não foram atendidas. Considerando que Minha pequena, grande mulher é muito bem avaliado no skoob, recomendo que o leiam e tirem suas próprias conclusões, pois, uma leitura que não funcionou para mim, pode ser ótima para você.
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