Dai Solyom 10/12/2022
Evolução ou extinção?
A mente de Arthur C. Clarke deveria ser um turbilhão, quanta criatividade e quanta sensibilidade em uma pessoa só.
Iniciei essa obra sem saber absolutamente nada dela, pois eu prefiro assim, gosto de descobrir aos poucos.
Particularmente eu sinto falta de empatizar com os personagens, em nenhuma de suas obras ele destaca os indivíduos.
O protagonismo dele é focado em outras coisas, em 2001 o protagonista foi a IA, em ENCONTRO COM RAMA foi o astro, e em O FIM DA INFÂNCIA o protagonismo ficou com as consequências.
Não é uma leitura fácil, e o ritmo as vezes se torna lento, porém C. Clarke é gênio, uma história científica cheia de metáforas e referências, sejam científicas, filosóficas, morais ou religiosas.
Quando foi revelada a aparência dos Senhores Supremos eu fui surpreendida, incrível a forma que ele utilizou mitos para explicar de um forma científica.
E também muito importante a menção ao passado, menção sobre a primeira "visita", e como os humanos interpretaram, utilizando a religião infundada como explicação.
No geral eu gostei bastante.
O final me deixou desestimulada, afinal, a evolução está diretamente ligada a extinção?
Para evoluirmos é necessário deixar tudo para trás?
Realmente vale a pena se tornar melhor e buscar a sabedoria Suprema?
Honestamente, prefiro minha vida ordinária e ignorante.
Último adendo, a escolha do título é fantástica, só depois de terminar a última página eu entendi o motivo da obra ser intitulada como O FIM DA INFÂNCIA, cabeça explodindo em 3, 2, 1...