Bia 10/04/2017Esse livro está há mais de um ano parado na minha estante. Na época de seu lançamento, foi uma verdadeira euforia. Um dos motivos para tanto "bafafá", se deve ao fato da autora, Ruth Clampett, ser filha do ilustre Bob Clampett, diretor, desenhista, criador e animador dos estúdios Warner Brothers.
Eu fiquei animadíssima para ler o livro, imaginei uma edição maravilhosa de linda. Bem, minha primeira decepção se deu justamente com a edição. Folhas brancas...
Fiquei deixando a leitura de lado, e agora que estou cumprindo a promessa de ler ou trocar os livros parados na estante, finalmente o li.
É narrado em primeira pessoa pelo desenhista de histórias em quadrinhos Nathan. Bem, ao contrário dos livros que estamos habituadas em ler, Nathan tem todo um diferencial aqui: é completamente inseguro e imaturo. Nutre uma verdadeira paixão por sua colega de trabalho, Brooke.
Brooke é muito poderosa, uma mulher bem sucedida que ocupa um cargo importantíssimo na empresa em que trabalham. Além disso, é exuberante. Para completar, namora o presidente da empresa, o lindo e musculoso Arnauld.
Nathan é tão apaixonado, que se inspirou em Brooke para a criação de sua personagem Garota-B, uma super heroína. Mas, em sua mente, seria completamente impossível qualquer tipo de aproximação.
“Eu posso não conseguir falar com as garotas, mas sei desenhá-las muito bem.” – página 08.
Mas o destino acaba dando uma forcinha. Ao fazer um bico numa loja geek, Nathan atende justamente Brooke. Desta forma, os dois acabam por se aproximarem.
Brooke é uma personagem segura de si. Eu adorei toda a construção da mesma, a autora com certeza criou uma personagem feminina empoderada e inspiradora.
Nathan por sua vez é totalmente diferente das construções masculinas de personagens que vemos por ai. Pra mim, esse diferencial foi completamente positivo.
“Pensamentos são coisas reais, amigos. Nunca subestimem o poder da mente. O primeiro passo para alcançar suas metas na vida é visualizar primeiro em sua mente.” – pagina 28.
Quando a aproximação acontece, tudo fica muito fofo. Nathan é um cavalheiro, começa a conquistar Brooke aos poucos, sem pressão. Ele passa a levar café para sua amada diariamente, e personaliza os copos com desenhos incríveis. Como não amar?
“Em minha saga para conquistar Brooke, começo a acreditar que existe um poder no café, e sigo em frente, um café a cada dia.” – página 70.
Falando em amar, outro ponto alto do livro são as citações de desenhos animados. Pessoalmente, essa abordagem ao mundo geek, foi a melhor parte.
Não se enganem pela capa fofa. Animate Me está longe de ser um livro voltado para o público jovem devido às altas doses de erotismo. Isso mesmo, eu fiquei surpreendida (rs). Mas, é tudo dentro do contexto, não temos “pornografia literária barata”, fiquem tranquilos.
A parte ruim é que não é um enredo capaz de prender o leitor por ser tudo muito previsível. A leitura é leve, descontraída, mas não fui enlaçada pela história, não fiquei com expectativas. Mesmo com os ápices se desenvolveram, não fui invadida pela surpresa do desenrolar, repito: foi tudo muito previsível.
Isso tornou a leitura “morna”, por vezes até fria.
Recomendo a leitura para quem gosta de romances leves com pitadas de erotismo. Mas, não crie expectativas, quem sabe assim você curtirá mais que eu.
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http://lua-literaria.blogspot.com.br/2017/04/animate-me-amor-criativo-ruth-clampett.html