Sueli 18/02/2014
Eu Não Vou Nem Lembrar!
Quando Grace perde uma de suas queridas amigas, vítima de um frio assassino, ela precisa sair de Nova York e vai em busca de abrigo na casa dos Farrell, às margens do lago Sagamore, nas Adirondacks.
Seus amigos, na tentativa de ajudá-la, não têm dúvida nenhuma em recomendar John Smith como um dos melhores guarda-costas do mundo, sem saber que eles haviam se conhecido poucas horas antes.
Grace, a princípio relutante, concorda em receber ajuda daquele homem tão frio quanto atraente. Embora ela esteja se divorciando do conde Ranulf, que não deu as caras no livro, não é esse o maior problema de nossa protagonista, ela precisa, antes de alguma coisa, mostrar que merece estar na presidência da Hall Foundation, a qual passou ocupar após a morte de seu querido pai. Precisa ainda organizar, de forma irrepreensível, o baile anual da fundação, cuja principal função é arrecadar fundos para manutenção da mesma e, tudo isso, sem se perturbar por sua mãe arrogante, elitista e controladora, além de Lamont, seu invejoso competidor pelo controle da fundação.
Nossos protagonistas são irremediavelmente atraídos um para o outro no momento em que se conhecem, mas sabe como é, né?, se fosse fácil não haveria história nenhuma, e depois de muito blá, blá, blá, lá vai Grace morar com John Smith, durante à caçada a esse frio assassino, na cobertura dela, em Manhattan...
Está achando pouca coisa? Então espere para ler sobre os frios e tentadores olhos azuis de Smith percorrendo o corpo esguio e maravilhoso de Grace, e imaginando o que ele poderia fazer com tudo aquilo... E, a nossa elegante e “fria” condessa, não fica atrás, não! Ela não está morta, nem nada... E, aí somos levados por uma história que poderia ser incrível, mas que apesar de muito charme e tensão sexual, deixa muito a desejar para todos os fãs dessa escritora e de sua famosíssima saga de vampiros.
Um romance com uma trama onde os protagonistas se cruzam devido a uma série de assassinatos, deveria ter uma estrutura mais inteligente, pelo menos uma investigação efetiva por parte dos personagens envolvidos no enredo.
E, a tão desejada cena romântica entre Grace e John é interrompida várias vezes durante o livro, e pelos mais absurdos motivos, que lembrei até de Lua de Mel, da Sophie Kinsella! E, quando a tão esperada cena acontece, ela foi bem meia-boca, viu? Mas, tem seus encantos, e já podemos perceber a semente de criatividade de Ward, que encanta a todos nós.
Contudo, a edição de Um Romance Inesquecível foi de um descaso imperdoável. No livro iremos encontrar desde os mais grosseiros erros de concordância, até palavras grafadas com três letras “erre”.
Só um exemplo da falta de revisão, em um romance que tinha tudo para ser delicioso, mas que recebeu um tratamento de “quinta categoria” por parte da Editora Universo dos Livros:
“Com o cabelo loiro amarrado num penteado encaracolado, a mulher possuía uma beleza clássica, com traços faciais delicados e olhos verdes deslumbrantes. E aquele vestido! Perfeitamente ajustado em seu corpo, o vestido movia-se como água à medida que ela adentrava o salão”.
- Essa é a primeira informação que leremos sobre a aparência de Grace, e logo no capítulo seguinte encontramos a seguinte descrição:
“– Por que não deixa as suas malas aqui e vamos para a cozinha? – Carter afastou o cabelo grosso e negro da amiga para trás do ombro. – Você já comeu?”
Leitor para a sua informação, Carter é amiga íntima de Grace W. Hall, então se Carter afastou o cabelo negro, este só poderia ser de Grace já que não havia ninguém além das duas na residência de Carter.
Sabe, Universo dos Livros?, essas coisas enfraquecem muito a imagem que o leitor faz de uma editora. Eu não posso imaginar nada pior do que uma leitura confusa...
Mesmo com tantos tropeços, eu não me imagino deixando de comprar o segundo volume dessa série, que eu espero seja tão grande quando a série Adagas Negras. Ward/Bird nos apresenta uma série de personagens interessantes que precisam encontrar seus amores urgentemente.