Tracinhas 20/08/2018
por Lídia Rayanne
Li “Silo” logo quando lançou, antes mesmo do Tracinhas existir, e como reli recentemente para poder dar continuidade aos livros da trilogia, trouxe a resenha dessa distopia contemporânea digna de um original Netflix.
A história começa com Holston, xerife do Silo (uma espécie de abrigo subterrâneo), anunciando seu desejo de ir para fora. Só há um problema: no seu mundo, aquela frase equivale a uma sentença de morte, pois o exterior é tóxico e só vão para lá os que são condenados para “a limpeza” - um último ato dos condenados à morte para limpar os sensores que permitem a visão do exterior, sensores que são açoitados há seculos pela poeira venenosa.
Só que há um motivo para Holston querer sair, o mesmo que levou sua esposa, anos antes, a externar o desejo de saber o que realmente há do lado de fora do Silo. Em suas pesquisas para resgatar dados antigos dos servidores, ela desenvolveu a paranoia de que estão mentindo para todos sobre o que realmente há no exterior. Será que ela estava certa? Será que sua morte tinha sido em vão?
Posteriormente, a história acompanha a prefeita Jahns, que precisa encontrar um substituto para o cargo de Holston, e a candidata perfeita é uma jovem mulher “das profundezas” do Silo, onde se localiza a Mecânica e todo o trabalho sujo de graxa que faz o complexo funcionar. Só que se afastar de suas máquinas para se envolver com política é a última coisa que Juliette deseja. Porém, após uma sequência de mortes suspeitas, ela se vê obrigada a sair de sua zona de conforto e descobrir o que realmente está acontecendo naquele lugar.
O que posso dizer? “Silo” possui uma narrativa bem descritiva, algo que particularmente gosto, e nesse livro em questão é fundamental, pois é através dela que o autor nos faz conhecer cada nível subterrâneo deste mundo que possui suas próprias regras, políticas e vocabulário. Sentimos a sensação claustrofóbica que permeia o lugar, além da tensão de fazer esse abrigo funcionar não só por décadas, mas para sempre. Ouso dizer que é uma das melhores distopias contemporâneas que já tive o prazer de conhecer e através de sua leitura somos transportados para um mundo novo que vai se expandindo a pontos inimagináveis. A sensação que tive é de ler um mito da caverna em que os que descobrem a verdade não só são punidos com a morte, como com a seguinte certeza: o que há lá fora pode ser pior do que se imagina.
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