Paraíso perdido

Paraíso perdido John Milton
John Milton




Resenhas - Paraíso Perdido


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Karinny 30/01/2021

É um livro que só melhora. Tive alguma dificuldade no início da leitura, mas ela foi se tornando mais clara e interessante a medida que eu ia me acostumando com a escrita. Achei muito bonito, plástico, sensível e profundo. É uma obra que pretendo revisitar frequentemente durante a vida.
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Luciano Luíz 27/12/2020

Uma das histórias mais conhecidas da humanidade é sobre Adão e Eva e suas peripécias no Jardim do Éden. Mais precisamente entre cristãos, sejam estes católicos e protestantes, também com muçulmanos e outras crenças e entre ateístas e agnósticos. O Gênesis, um dos livros do Pentateuco lá no Velho Testamento gera inúmeras curiosidades ao longo dos séculos. No entanto, o escritor JOHN MILTON produziu o mais importante poema do século 17. PARAÍSO PERDIDO é uma releitura do Gênesis num nível de detalhes infinitamente superior. Enquanto na escritura bíblica há poucas, raras e remotas informações e estas se resumem a mínimas palavras, em Paraíso Perdido há um universo impecavelmente detalhado. Desde a concepção do mundo, a moldagem do jardim, a criação do homem e da mulher, a guerra entre Céu e Inferno, a sede de poder de Lúcifer e os diálogos em grande proporção de sagacidade entre os adversários. O cotidiano no jardim, a visita de anjos, a sedução da serpente, o julgamento pela desobediência e o destino revelado ante os olhos de Adão e Eva.
São 12 cantos (uns maiores e outros pouco menores) com uma quantidade enorme de notas de rodapé. Pode-se ler direto e ignorar as notas para consultar depois ou então ir com mais cuidado e conferir tudo o que há. Antes do poema, há informações acerca da tradução, de termos mantidos, sobre a personalidade de Satã e Deus (já que estes tem um comportamento mais detalhado em diversos segmentos) e muitos outros fatores.
Como o poema possui uma imensa gama de informações (principalmente referente a mitologia grega e outras) a leitura pode não soar tão bem para alguns leitores e leitoras. Mas para quem tem um bom conhecimento nesse quesito, a coisa flui com mais facilidade. Só que tem a decisão de usar termos derivados da tradução portuguesa, o que pode causar algumas perguntas pelo fato de ser uma edição brasileira. A princípio fica confuso, mas depois anda que é uma beleza.
O livro não é somente uma versão amplamente melhorada do Gênesis e sim um poema difícil. Talvez insistir não seja o melhor dos caminhos para quem não nutre interesse tanto por poesia quanto por conteúdo religioso. Porém, para quem procura um desafio literário realmente repleto de encruzilhadas, Paraíso Perdido vale o investimento.
Para os apaixonados por poesia ele divide opiniões. Para quem leu o Gênesis bíblico e quer se aprofundar de verdade, este é o melhor dos caminhos.
Se puder, para um aproveitamento mais saudável, leia sem interrupção de outras leituras. É um poema que requer atenção para uma compreensão mais clara. Ah, vale lembrar que a edição da editora Martin Claret também contém um texto em prosa antes de cada canto para apresentar o que se passa. E não, estes textos não trazem complicações ou mesmo funcionam como uma forma de estragar surpresas, mas sim, dão um auxílio para poder desfrutar com mais qualidade da obra de Milton.
Aliás, originalmente, Paraíso Perdido era composto por 10 cantos, mas dois anos depois o autor publicou uma versão atualizada com 12... é, essas coisas são antigas...

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/lucianoluizsantostextos/
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Adriel.Macedo 22/12/2020

O outro lado da história
Certamente uma das obras mais difíceis que já li. A obra é um grande poema, riquíssimo em em citações históricas e mitológicas, em muitos momentos me senti perdido kkk
No entanto, vale muitíssimo a pena.
Acredito ser a primeira obra que apresente o lado do "diabo" na sua batalha conta Deus, é curioso ver que muito do que entendemos hoje sobre esse momento da teologia vem desse livro
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Wilker.Dantas 15/12/2020

A histo?ria de Milton segue dois arcos narrativos, o primeiro sobre Lu?cifer e o segundo sobre Ada?o e Eva. Parai?so Perdido comec?a com Lu?cifer ? o mais belo entre todos os arcanjos ? e outros anjos rebeldes sendo derrotados e expulsos para o Inferno, ou Ta?rtaro, como tambe?m e? chamado no poema, depois de tentar tomar o controle do Parai?so. Em Pandemo?nio, Lu?cifer se utiliza do dom da reto?rica para organizar seus seguidores, auxiliado por Mamon e Belzebu,
bem como por Belial e Moloch. Ele enta?o se oferece para envenenar a rece?m-criada Terra e sobretudo a nova e preferida criac?a?o de Deus, a Humanidade. Enfrenta os perigos do Abismo sozinho e, depois de uma a?rdua travessia do Caos fora do Inferno, adentra ao Jardim do E?den. Esta Guerra Ange?lica, com batalhas entre anjos fie?is e as forc?as de Lu?cifer, dura tre?s dias e e? narrada por diferentes perspectivas ao longo do poema. Por fim, na batalha decisiva, o Filho de Deus derrota sozinho toda a legia?o de anjos rebeldes e os expulsa do Parai?so. Em seguida, Deus cria o Mundo, ale?m de Ada?o e Eva, a quem da? total liberdade e poder sob toda a criac?a?o, com apenas uma ordem expli?cita: na?o se alimentar da A?rvore do conhecimento sobre o bem e o mal sob pena de morte. A histo?ria da tentac?a?o de Ada?o e Eva, sob o ponto de vista de Milton, e? um novo tipo de e?pico, fundamentalmente diferente da tradic?a?o bi?blica. Aproxima-se muito mais de uma histo?ria familiar, com o casal descrito pela primeira vez na literatura crista? tendo uma relac?a?o completa e efetiva enquanto ainda vivem sem pecado, com paixo?es e personalidades distintas, em uma relac?a?o de mu?tua depende?ncia e na?o uma relac?a?o de dominac?a?o e hierarquia. Disfarc?ado em forma de serpente, Lu?cifer seduz e convence Eva a experimentar da A?rvore do conhecimento, aproveitando-se de sua vaidade e enganando-a com sua reto?rica. Ao descobrir que Eva havia pecado, Ada?o conscientemente faz o mesmo. Declara a? sua amada que, uma vez que ela e? feita de sua carne, eles esta?o ligados um ao outro e, se ela morrer, ele tambe?m deve seguir o mesmo caminho. Assim, Milton retrata Ada?o como uma figura heroica, mas igualmente pecadora como Eva, com conscie?ncia de que na?o esta? fazendo a coisa certa, segundo os princi?pios divinos. Depois de experimentar da fruta do pecado, Ada?o e Eva fazem sexo de forma altamente lasciva e devassa. Em um primeiro momento, Ada?o se convence dos benefi?cios que podera?o vir ao comer o fruto da A?rvore do conhecimento, como tambe?m acreditava Eva. No entanto, ao adormecer ambos te?m pesadelos terri?veis e, ao acordar, experimentam pela primeira vez a culpa e a vergonha. Dando-se conta do terri?vel ato que cometeram contra Deus, comec?am a recriminar-se um ao outro. Eva implora a Ada?o para que se reconciliem. Sua coragem faz com que eles se aproximem de Deus, para se ?curvar e pedir a grac?a ajoelhados, em su?plicas? e receber esta grac?a de Deus. O anjo Miguel apresenta-lhe uma visa?o onde Ada?o testemunha tudo o que acontecera? a? humanidade ate? o Grande Dilu?vio. Ada?o fica perturbado com o que ve? e Miguel tambe?m lhe conta sobre a possibilidade de redenc?a?o da Humanidade do pecado original atra?ves do Messias. Expulsos do E?den, e mais distantes de Deus, onipresente e invisi?vel (e diferente do Pai tangi?vel ate? enta?o), Ada?o e Eva devem encontrar ?um parai?so dentro de si, mais feliz agora?, segundo o que lhes diz o anjo Miguel. Embora muitos dos estudiosos e cri?ticos de Milton e de sua obra-prima acreditem que Lu?cifer se enquadra na genui?na moralidade crista?, outros argumentam que a complexa caracterizac?a?o de Lu?cifer por Milton resulta em uma maior ambiguidade, compara?vel em muitas maneiras aos hero?is tra?gicos da cla?ssica literatura grega, embora sua hubris, seu orgulho excessivo e desafiador a Deus, os ultrapasse.
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Fernanda 22/10/2020

Lucifer e os humanos
Fiquei pensando que esse livro poderia bem se chamar paraísos perdidos. Pra mim perderam-se vários. Outra coisa legal de conhecer é como o autor escreveu o livro... deixa a leitura bem mais interessante.
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Samuel 17/08/2020

Mesmo conhecendo de berço o fim de Adão e a queda do Homem, não há dissidência no profundo pesar de vivenciar através dos versos de Milton a eterna repetição da queda primeira e de lançar através da lente da poesia um olhar minucioso em volta e indagar quão maior será o orco em que ainda caímos.
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Jeni 13/05/2021

Em 1674, o poeta inglês John Milton, publica a versão final do seu mais famoso trabalho: O paraíso perdido, um poema épico dividido em doze cantos, de versos livres. Milton um antimonarquista, protestante e puritano constrói em seus versos o que as escrituras cristãs renegaram a imaginação, a guerra do paraíso. Como Milton constrói seu poema tendo referência os grandes poemas épicos de Homero, Virgílio segue a mesma estrutura, ele canta as musas, pedindo para que elas lhe ajudem a contar a estória que ele se propõe. Como sabemos todo poema épico, Odisseia, Ilíada, A divina comedia ou a Eneida etc? tem seu herói, e sua tragédia. Por exemplo Homero ao escrever a Ilíada narra a o episódio de fúria de Aquiles durante o cerco a Troia, Dante, canta a tragédia da perda do amor. Milton escolhe inusitadamente como herói trágico, ou anti-herói o próprio Lúcifer. Essa opção proporciona um dos mais épicos spins-off dos textos sagrados, influenciando a cultura ocidental até hoje.
Então, poderíamos pensar que Milton repete a formula maniqueísta cristã: o bem supremo vs o mal absoluto, para construir seu personagem e dar a ele um fundo moralizador? ? Não! Pelo contrário, a cada canto que lemos camadas são ingressadas ao personagem principal do poema. E, ao invés de encarnar o Mal absoluto, Lúcifer é humanizado ao ponto de podermos dizer: ele é tão humano que, nós carregamos também suas angústias. E, diferente de um filho pródigo ele não deseja voltar a casa paterna, mas fundar seu império e reinar pela astúcia e pela revolta.
Não há final feliz para nenhum personagem da epopeia de Milton. Deus tem sua criação desvirtuada, o casal é expulso do paraíso, Lúcifer é castigado pela queda do homem, a moralidade cristã do puritano inglês não poupa o fim dos personagens, como Mozart, em seu Don Giovanni, não poupa o devasso de sua condenação. Entretanto cabe a continuidade da história, pois o castigo impetrado pelo onipotente não finalizou os atos, e os poemas se o texto de Milton fosse elevado a sacralidade seus cantos não cessariam no decimo segundo, por outro lado seus personagens estariam vivos até hoje. A crise existencial de Lúcifer, é a crise existencial de séculos.
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Carol 27/07/2020

"Better to reign in hell, than serve in heaven"
Paraíso Perdido, a grande epopéia da língua inglesa, narra a queda de Lúcifer e posteriormente a queda do homem do paraíso. Para isso Milton usa como base principalmente o livro de Gênesis, mas também faz uso de outros livros bíblicos e de grandes obras presentes no cânone clássico. O autor se baseia no que a Bíblia Sagrada nos traz mas com muitas liberdades poéticas, já que no poema temos Satã como protagonista. O livro é maravilhoso, repleto de cenas belíssimas e extremamente poéticas, além de diálogos e solilóquios muito bem elaborados que são capazes de despertar muitas emoções no leitor. Além disso, por vivermos em um país majoritariamente cristão já temos conhecimento da história, o que acaba nos aproximando da mesma e nos deixando mais a vontade durante a leitura.

A edição da Editora 34 está muito bem estruturada, com um bom texto de apoio como prefácio, que nós dá informações sobre a biografia do autor e detalhes da obra. Além disso, é uma edição bilíngue, o que facilita a leitura daqueles que buscam ler cotejando os dois textos. Particularmente achei a tradução extremamente rebuscada, em alguns momentos foi muito desafiador, e o texto original ajudou muito no entendimento. Mas ao longo da leitura nos acostumamos com a tradução e a mesma fica mais fluída. A edição também conta com ilustrações belíssimas de Gustave Doré de diversos momentos do poema. Recomendo muito a leitura!
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Rogério Simas 26/07/2020

Leitura complexa
Extenso poema de Milton, considerado um clássico, cujo tema principal é o Pecado Original e a queda dos patriarcas da humanidade.
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Yeda 13/07/2020

?Esse peso se digna aligeirar-te
E provar teu sabor delícias todo!
Justo é que assim a ciência se despreze?
Qual dos dois, ou inveja ou despotismo,
nos proíbe gozar tua doçura??
.
Paraíso Perdido é um poema épico, dividido em 12 cantos(depois da revisão feita pelo próprio autor em 1674) e escrito em versos brancos. A história começa com a queda de Lúcifer e o nascimento do Inferno; a descoberta do Éden, Adão e Eva e a proibição de comer os frutos da Árvore do Conhecimento vindo logo após. O crime divino e suas consequências fecham o poema.
Escrito em 1667, é mais do que uma versão dos acontecimentos da bíblia. Além da descrição em detalhes do Paraíso, do Inferno e de toda a criação, vemos Lúcifer e Deus em suas próprias perspectivas, quase humanos, e não através da ótica de um protagonista que projeta suas experiências nas deidades. Todos os desejos, questionamentos, medos e ódios de Lúcifer são mostrados de forma magnífica, os cantos ?dele? são interessantes do começo ao fim; outro momento incrível é o monólogo de Adão após comer o fruto.
Como crítico da igreja, John Milton insere diversas questões envolvendo a fé e a ciência, inovador em um poema épico e também por ter sido escrito em uma época onde a igreja mandava em tudo. O livro aponta diversas inconsistências nas atitudes de deus, que pode ser interpretado como falho e até egoísta. Apesar de ser um poema épico e naturalmente ter uma linguagem diferente da atual, a história não é maçante nem difícil.
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Bu 20/06/2020

Grandioso...
Uma obra excelente que por si só já se garante e mantém sua robustez e beleza através dos tempos, um clássico dos poemas épicos que não tem o que se comentar.

A editora fez um excelente trabalho não tem o que acrescentar, ótimos textos de apoio, notas de tradução apuradas e de contexto com época do lançamento do texto original. Requer esforço tanto físico quanto mental mas lhe traz uma satisfação imensa.

Altamente indicado para apreciadores de uma boa leitura e vale sim e muito uma releitura, é um dos que vou sempre revisitar.
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Patrick 15/04/2020

Ótimo livro, Milton consegue dar vida características pessoais muito forte em seus personagens, exemplo disso é Satan que pra muitos é o personagem principal e pra outros o vilão.
Os acontecimentos bíblicos são relatados com uma imaginação incrível...
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Júnior 04/04/2020

Contemporâneo e surpreendente
Uma das leituras mais prazerosas que tive nos últimos anos. Milton constrói diálogos inteligentes, atuais e sobre uma prosa magnífica.
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Amós 27/03/2020

Um elogio a rebelião
A obra Paraíso Perdido, magnum opus de John Milton (1608-1674), considerado por muitos o maior escritor da língua inglesa, conta a história da gênese bíblica por uma outra perspectiva. O livro é um verdadeiro exercício de imaginação onde se vê o autor tratar da queda de Lúcifer do Paraíso; da organização do recém formado Inferno; do ódio contra as criações de Deus; da formação do mundo e de nós humanos; e finalmente da tentação e expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden.
Para entendermos a construção desse texto faz-se valer recordar da história do autor e do contexto que a Inglaterra enfrentava na época. O autor era um republicano convicto e militante em plena Revolução Inglesa e por isso assumiu um alto cargo governamental durante os mandatos de Oliver Cromwell, único governante não-monarca que se tem notícia na história da Inglaterra. Porém, a obra é escrita após a Restauração da monarquia, momento em que os republicanos caíram em desgraça e o autor por conta de uma doença estava cego.
Isso se reflete em Paraíso Perdido quando vemos que o “herói” do livro não é nem os anjos celestiais ou Adão e Eva em sua fragilidade humana. Entendo na figura de Lúcifer o líder de uma rebelião derrotada mas que mesmo assim segue firme em sua luta contra o que chama de tirania divina encabeçada por Deus e seus asseclas. Os diálogos que Lúcifer trava com os seus rivais celestiais e com seus aliados diabólicos me criou uma grande simpatia com a figura, momentos em que muito da moralidade cristã é posta em suspensão e assim conseguimos compreender de uma forma única a famosa frase de que “é melhor ser o rei no inferno do que um servo no céu”.
Enfim, finalizo a leitura depois de meses a enfrentando com unhas e dentes. O texto passa longe de ser uma leitura fácil ou dinâmica. Em certos momentos a realidade machista e patriarcal do contexto é atirada na cara do leitor de formas agressivas com Eva representando perfeitamente a visão que se tinha de uma mulher na época: mesquinhas, inconsequentes e essencialmente estúpidas.
É um texto denso escrito em forma de poesia com uma métrica “exótica” (ao menos para mim que sou um leigo no assunto) e que é carregada de citações e referências a outras obras: desde a Bíblia, a história antiga e medieval, até mitos gregos ou persas dos mais obscuros. Paraíso Perdido é sem dúvida um clássico da literatura mundial que merece ser lido, mas que sempre irá exigir do leitor perseverança e consciência do contexto em que a obra foi produzida, pois só assim se consegue ter um aproveitamento ideal da experiência.


site: @gastter
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