Kakau 27/01/2022
O título já me prendera logo de primeira,sem hesitação.Nele,senti um certo grau peculiar de intensidade e sensibilidade.Abrindo o livro e explorando o seu interior,tive certeza disso.
Confesso que não conheço muito a biografia de Hilda Hist?e preciso corrigir isso?,mas os seus poemas denunciam o quão complexa,sensível e apaixonada a escritora é.Foi uma das impressões que mais saboreei durante a leitura.
Na primeira parte?que entra com o subtítulo Dez Chamamentos ao Amigo?para a minha infelicidade,não estava me conectando,da maneira que eu esperava,com o significado e a intenção dos escritos,muito menos conseguindo formular interpretações baseadas nas minhas próprias vivências.Havia um vazio entre mim e aquelas versos,que àquela altura me eram desconexos e despojados de sentido.Todavia,embora não muito entusiástica,não encarei a minha primeira impressão como um motivo para romper o andamento da leitura.Pelo contrário,estava curiosa para ver até onde isso iria dar.
Acabou que,sendo conquistada paulatinamemte,fui encontrando volúpia nos versos de Hilda Hist,além de muito aconchego,reflexão,identidade e reminiscências evocadas.De fato,o título da obra cumpre o seu papel:trouxe-me júbilo,memória e a constatação de que todos nós seremos eternamente noviciados da paixão.
"Enquanto faço o verso,tu decerto vives.
Trabalhas a tua riqueza,e eu trabalho o [sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz:compra o teu tempo."