Alana N. 07/05/2022
"[...] Bosten me explicou que não são as coisas que deixam as pessoas do jeito que elas são. Ele disse que não era como pegar um resfriado ou coisa assim. Você simplesmente é de determinado jeito."
"Minha metade silenciosa" foi uma releitura tranquila e incrivelmente satisfatória (mesmo que muito triste).
Acho que a primeira coisa que devo elogiar aqui é como o autor conseguiu nos entregar um protagonista ADOLESCENTE. Sei que muita gente vai pensar que existem trocentos personagens adolescentes em livros, mas o Palito é diferente. Por muitas vezes nos deparamos com personagens muito próprios para as situações pelas quais eles vão passar e esse não é o caso aqui. Stark é um adolescente comum, como qualquer um que você vai encontrar por aí. E, justamente por sempre criarem personagens "diferentões", essa normalidade faz com que ele se destaque.
Outra coisa elogiavel, é que o drama presente aqui não é do tipo que QUER te fazer chorar. Simplesmente acontecem coisas e pode ser que as mesmas te façam chorar, mas fica claro que esse não é o objetivo do autor, é apenas uma consequência.
Mas como nem tudo são flores, uma coisa que me incomodou um pouco é que, tirando o Stark e o Bosten, os outros personagens são incrivelmente unidimencionais. Fica claro que eles são importantes, mas não são desenvolvidos, então o todo deixa uma sensação de estar faltando algo.
Além disso, o final é muito abrupto. Toda a resolutiva do problema apresentado dura uma página e o livro acaba sem grandes explicações. Basicamente, nos é entregue uma questão, demora um terço do livro para chegar até ela, mas o autor leva apenas seis páginas para resolvê-la e encerrar a trama.
Enfim, continuo amando esse livro, e foi uma experiência ótima relê-lo, mas, pelos problemas citados, acabei diminuindo uma estrela. No geral, indico a leitura para todo mundo. Sério. Vale super a pena.