Andréia 11/07/2018Resenha The 100 - Os Escolhidos - www.starbooks.com.brOs Escolhidos tem como protagonistas 4 jovens cujas realidades e personalidades são completamente diferentes, eles tem uma coisa em comum: estão entre os 100 jovens que irão à Terra para saber se a mesma ainda é inóspita e digamos que talvez ir ou não ao planeta Terra não seja uma opção que lhes é dada.
A Terra, até onde se sabe, tem altos níveis de radiação depois do acontecido e a nave central e suas adjacentes não poderão abrigar suas centenas de passageiros eternamente, uma hora o retorno a Terra será inevitável. Mas como saber se a Terra é habitável? Simples, é só enviar os 100 jovens, entre 12 e 18 anos, que estão presos por terem cometido alguma infração e que teriam seus futuros ceifados por isso.
‘‘– Vocês receberam uma oportunidade sem precedentes de deixar o passado para trás – dizia o Chanceler. – A missão em que vocês estão prestes a embarcar é perigosa, mas sua bravura será recompensada. Se vocês tiverem sucesso, suas infrações serão perdoadas e vocês serão capazes de começar novas vidas na Terra.’’
Pois bem, tendo isso em mente, falarei um pouco sobre cada um dos 4 personagens centrais e sobre o seus papéis na narrativa.
Wells, filho do Chanceler, carrega segredos e culpa junto a si, cometeu a sua infração propositalmente para ser mandado para a Terra junto da mulher que ama, não importando as conseqüências. É um personagem com altos e baixos e que quando se importa com alguém, não mede esforços para fazer o melhor por essa pessoa, é um líder nato. Entre os quatro narradores foi quem eu menos gostei.
Bellamy, não era para ele estar na nave, mas um membro da sua família estava na lista de passageiros e ele se sente responsável por essa pessoa, então não pensou duas vezes antes de se arriscar. Bellamy é forte e extremamente protetor, um personagem por vezes petulante e que não tem medo de se arriscar.
Clarke, é o mais próximo de uma médica que os 100 têm, é uma personagem também forte, que foi traída no passado por uma pessoa que amava; por vezes está na defensiva e constrói barreiras ao seu redor para evitar aproximações e se preocupa muito com o bem estar de todos; me irritei um pouco com ela em algumas partes, ela é indecisa, romanticamente falando (e aqui temos um triângulo amoroso!! Que, na minha opinião, se formou rápido demais).
Glass, foi a minha personagem favorita, simpatizei com ela logo de cara, ela é carismática, sincera, ama profundamente e a história dela com o rapaz que ama é muito bonita e triste ao mesmo tempo.
Pois bem, Kass Morgan me encantou com sua estória criada, ela nos coloca na cabeça dos personagens de uma forma crível, cada personagem é único e com personalidades bem distintas e todos são extremamente humanos, têm medos, receios, amam, ficam felizes e tristes, ela aborda muitos sentimentos e explora o que pequenas coisas causam aos personagens, como quando veem o pôr do sol pela primeira vez, por exemplo, algo que para o leitor talvez seja banal, para esses jovens têm muitos significados.
‘‘(...) A expressão pôr do sol não poderia de forma alguma conter aquela beleza, e, pela milionésima vez desde que tinham pousado, Wells percebeu que as palavras que lhes foram ensinadas para descrever a Terra empalideciam em comparação à realidade.’’
Os jovens viveram na nave por toda a sua vida, assim como os seus ancestrais a centenas de anos, e o que sabem sobre a Terra foi aprendido em sala de aula e passado de geração em geração, e eles não sabem o que encontrarão pela frente, a Terra pode e deve ter sofrido muitas mudanças, é o que pensam, então cada descoberta feita por eles nos deixa com expectativas e curiosidade de saber o que virá pela frente. Eles enfrentam muitos perigos e descobertas nessa jornada e é impossível não ficar na expectativa do que virá.
‘‘Bellamy estava farto de tudo aquilo – das punições, das estações, do sistema. Estava cansado de seguir as regras de outras pessoas. Estava de saco cheio de ter que lutar para sobreviver. Viver na floresta não seria fácil, mas pelo menos ele e Octavia estariam livres.’’
Para nós, leitores, seria ainda mais interessante se também soubéssemos, simultaneamente aos acontecimentos na Terra, o que está acontecendo na nave, certo? Certo! E por isso Kass nos presenteia deixando um personagem para nos manter a par dos acontecimentos na nave e nos contar um pouquinho como é a vida lá e como os cidadãos lidam com determinados acontecimentos, só senti falta de uma descrição sobre como a nave de fato funciona.
A construção dos personagens foi muito bem realizada e pela narração ser feita em terceira pessoa tendo enfoque em um personagem diferente a cada capítulo, isso impede de a leitura ficar maçante. E durante a narrativa há momentos de introspecção dos personagens em que eles se recordam de momentos importantes vividos na nave, o que propicia que entendamos melhor certos comportamentos, crenças e a dimensão da bagagem que carregam.
‘‘ – Pessoas boas podem cometer erros – respondeu ela lentamente. Então levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com os de Wells. – Isso não quer dizer que você deixa de se importar com elas.’’.
A escrita da autora é simples e eu devorei o livro em um dia, The 100 para mim foi uma leitura que eu só consegui largar quando cheguei ao fim, nesse primeiro volume a autora se aprofundou mais nos sentimentos dos personagens e nas suas percepções, então creio que ela deverá focar mais na Terra futurística e pós apocalíptica no próximo volume. A edição desse livro está simples e bonita, adorei a capa que nos remete ao conteúdo do livro (romance + sci-fi) e espero poder ler a sequência em breve. Para aqueles que curtem ficção científica e distopias, acho que irão gostar de The 100.
Lembrando que a série foi adaptada para TV; já assisti dois episódios apenas, e vi muitas diferenças, muitas mesmo! Assim que terminei esse livro fui correndo assistir a série de tv, mas infelizmente não tive tempo de assistir os demais episódios, mas espero terminar de assistir em breve.
site:
http://www.starbooks.com.br