@umapaixaochamadalivrosblog 26/09/2016
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Olá, lindos! Tudo ótimo por aqui.
Confesso que este foi um livro que comprei pela capa. Julguei incrível e comprei. Na edição para colecionadores, diferente do original estava na promoção e só o formato, a capa dura preta em relevo e as folhas pinks já seriam suficientes para tê-lo na estante. Parece um diário, uma agenda, uma bíblia pouco ortodoxa e peguei muita gente olhando confusa enquanto eu o lia. Ele é bem trabalhado, no começo e no final, muito bem diagramado e enfeitado. Acabamento impecável. Foi traduzido fielmente, ?The Drowning Girl: a memoir? e sua venda foi proibida em alguns países, o que me despertou interesse de pesquisa, porém não consegui encontrar o motivo (se alguém souber, por favor me informe hehe). Letras pequenas, formato pequeno do volume, a leitura foi bem densa e devagar. Gostaria muito de dizer que adorei ou gostei do livro, mas a verdade é que levei sete dias para ler e o achei muito confuso e sem sentido. Não me prendeu em momento algum e chegou a me dar sono algumas vezes. Não consegui entender o recado ou mensagem do livro, tampouco a importância dele. Não leria de novo e não recomendo também.
Apesar de ter ouvido várias críticas positivas, não consegui achar beleza na confusão narrada. Perdi-me muitas vezes e em outras não entendi o que estava lendo. A verdade é que a combinação de uma jovem com problemas mentais hereditários que escreve sobre escrever um livro de fantasmas e sereias foi demais para mim, misturando passado e presente, realidade e ficção e não deixando claro o determinado momento de cada um me deixou sem entender boa parte do livro. Ainda que escrito em primeira pessoa, alguns momentos houve um narrador oculto. E houve também repetições porque a personagem Imp voltava a descrever fatos que já havia escrito antes e refazia algumas lembranças, pois ela própria não sabia o que era mentira e o que era verdade de tudo aquilo que se lembrava. Confuso, não? Senti-me meio burra lendo essa obra e talvez o problema seja eu. A única parte eloqüente da história é o relacionamento dela com Abalyn, uma transexual que ela acolhe em sua casa quando descobre que a desconhecida não tem onde morar e iniciam uma amizade e um romance. Essa é a parte coerente do livro, onde eu entendia os fatos. A leitura terminou e eu continuei com uma sensação vazia e de tempo perdido. Lindo, porém chato. Talvez eu deva começar a não julgar o livro pela capa, finalmente.
Sinopse oficial: Obsessões e assombrações à flor da pele. Uma ?obra-prima do terror e da fantasia dark? da nova geração, A Menina Submersa: Memórias é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério, beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do ?real? sobre o ?verdadeiro? e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos últimos anos. Considerado uma ?obra-prima do terror? da nova geração, o romance é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicado a mais de cinco prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards 2013. O trabalho cuidadoso de Caitlín R. Kiernan é nos guiar pela mente de sua personagem India Morgan Phelps, ou Imp, uma menina que tem nos livros os grandes companheiros na luta contra seu histórico genético esquizofrênico e paranóico. Filha e neta de mulheres que buscaram o suicídio como única alternativa, Imp começa a escrever um livro de memórias para tentar reconstruir seus pensamentos e lutar contra o que seria ?a maldição da família Phelps?, além de buscar suas lembranças sobre a inusitada Eva Canning, sua relação com a namorada e consigo mesma. Não se assuste: é um livro dentro de um livro, e a incoerência uma isca para uma viagem mais profunda, onde a autora se aproxima de grandes nomes como Edgar Allan Poe e HP Lovecraft, que enxergaram o terror em um universo simples e trivial ? na rua ao lado ou nas plácidas águas escuras do rio que passa perto de casa ?, e sabem que o medo real nos habita. Caitlín dialoga ainda com o universo insólito de artistas como P.G. Wodehouse, David Lynch e Tim Burton, e o enigmático personagem Sandman, de Neil Gaiman, com quem aliás, trabalhou, escrevendo The Dreaming, spin-off derivado da obra-prima de Gaiman. A Menina Submersa evoca também as obras de Lewis Carrol, Emily Dickinson e a Ofélia, de Hamlet, clássica peça de Shakespeare, além de referências diretas a artistas mulheres que deram um fim trágico à sua existência, como a escritora Virginia Woolf. Com uma narração intrigante, não linear e uma prosa magnífica, Caitlín vai moldando a sua obsessiva personagem. Imp é uma narradora não confiável e que testa o leitor durante toda a viagem, interrompe a si mesma, insere contos que escreveu, pedaços de poesia, descrições de quadros e referências a artistas reais e imaginários durante a narrativa. Ao fazer isso, a autora consegue criar algo inteiramente novo dentro do mundo do horror, da fantasia e do thriller psicológico. A epígrafe do livro, retirada de uma música da banda Radiohead ? ?There There? ?, diz muito sobre o que nos espera: ?Sempre há um canto de sereia que te seduz para o naufrágio?. A Menina Submersa é como esse canto, que nos hipnotiza até que tenhamos virado a última página, e fica conosco para sempre ao lado de nossas melhores lembranças.