Mila F. @delivroemlivro_ 02/11/2014
Que livro doido!
Quando li Alice no País das Maravilhas, senti como se estivesse lendo a descrição de um sonho (ou pesadelo) em que num momento está acontecendo uma coisa e no seguinte outra, em que podemos nos deparar com as coisas mais bizarras possíveis. Não foi outro o sentimento que me invadiu ao ler O Lado Mais Sombrio, devo reconhecer que a escritora sou explorar muito bem as possibilidades de tornar a história ainda mais bizarra que a de Carrol.
Alyssa Gardner é uma Liddell, ou seja, sua tataravó é Alice do País das Maravilhas e tudo o que sabemos sobre esse país é uma história que a própria Alice contou a Lewis e ele escreveu, mas o pior não é isso, sobre a família dos Liddell recai uma maldição. Todas as mulheres Liddell sofrem de loucura e alucinações, mas, não é de fato, alucinações, já que todas realmente escutam e podem conversar com animais e plantas. Cedo ou tarde as Liddells são internadas diagnosticadas como loucas. Isso é o que aconteceu com a mãe de Alyssa: Alisson.
Quando Alyssa descobre que o que paira sobre todas as mulheres de todas as gerações de sua família é uma maldição ela fica determinada a quebrá-la, no entanto, para quebrá-la, ela terá que embarcar na toca do coelho e ir parar no País das Maravilhas.
É exatamente isso o que acontece, só que no momento de entrar no espelho Jeb, o garoto por quem Alyssa é apaixonada acaba indo junto com ela e ambos vão viver a mais bizarra aventura no País mais Maluco e intraterrano. Nesse momento muita muiiiiiiita coisa bizarra acontece e Alyssa tem que colocar em ordem o País das Maravilhas, oi seja, consertar todos os erros de Alice, nesse ínterim, Alyssa acaba descobrindo muito sobre seu passado, coisas que sua própria mãe havia lhe escondido, a fim de lhe proteger. Realmente muita coisa estranha e surreal acontece, mas tudo é possível neste mundo novo e Alyssa percebe que está muito mais conectada ao mundo intraterrano do que jamais supôs.
Em O Lado Mais Sombrio temos também delineado muitas cenas picantes entre Jeb e Alyssa, e um tradicional triângulo amoroso acontece entre Jeb, Alyssa e Morfeu (que é uma peça fundamental em todo o desenrolar da narrativa). Não sei se gostei desse triângulo amoroso, porque os personagens todos me pareceram muito imaturos e com atitudes tão infantis que me surpreendi bastante, afinal eu ficava me questionando se a escritora não estava decidida sobre o publico que ela queria alcançar com o livro: havia momentos que eu acreditava piamente que ela estava escrevendo para crianças e em outros para adolescentes e em outros para adultos, mas ficou tudo tão misturado que a confusão não me agradou.
Para ser bem sincera, não gostei muito de O Lado Mais Sombrio, não estou desconsiderando o livro, mas achei que a história não foi bem contada e a narrativa se arrastou. Vejam bem: a história não foi bem contada, mas isso não quer dizer que não seja boa, ela tinha potencial, mas se perdeu. Só me resta torcer para que a continuação seja melhor.
Após a leitura conferi várias resenhas nos blogs e percebi que muita gente gostou do livro, fiquei até chocada e até pensei que talvez eu tenha lido esse livro numa época errada, mas não creio, pois eu estava ansiosa pela leitura e só posso afirmar que fiquei frustrada, mas essa é minha opinião. Opiniões mudam, se o segundo volume e o conto forem bons, pode ser que eu mude de ideia, afinal esse foi o primeiro livro da escritora e para um primeiro livro ela teve uma brilhante ideia.
Acredito que o fato de eu não ser mais fã de releituras tenha me influenciado a olhar para o livro com outros olhos, de qualquer forma, ainda prefiro [por mais bizarra que seja] a versão tradicional de Lewis Carrol.
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