flaflozano 02/11/2021
O quanto de sexo tem nesse livro : 5/5
Quão explícito é :4/5
Drama: 4/5
Coerência : 4/5
Romance : 4/5
Contra -1 tem tanto sexo que enjoa
Naquele momento, outro casal se aproximava da mesa e eu os olhei, encontrando os profundos olhos verdes do homem sobre mim. Era alto, elegante, ombros largos,
visivelmente atlético e muito bonito. Seus cabelos loiros eram arrepiados, a pele bronzeada, os traços angulosos e masculinos.
Olhou-me de um jeito tão intenso e direto, que por um momento pensei que me conhecia.
Mas então me dei conta que seus olhos expressavam um interesse genuíno e desviei o olhar
um pouco sem graça, notando que estava acompanhado de uma bela morena escultural.
- Até que enfim chegou, Matheus! – Exclamou Antônio. – Pensei que tivesse desistido. Ele pareceu demorar um pouco a responder, ainda me fitando. Mas por fim apresentou a acompanhante como Vivian e, enquanto a moça cumprimentava os outros, voltou-se novamente para mim, parado ao meu lado. Sua voz era grave e um pouco rouca:
- E você, quem é?
Eu o olhei, mas antes que respondesse, Arthur surgiu ao lado dele, fitando-o duramente e dizendo baixo:
- Minha namorada.
- Namorada? – O loiro fitou-o e seu rosto se tornou ainda mais bonito com o sorriso amplo.
– Tá falando sério, Arthur?
- Muito sério. Assim como a sua acompanhante deve ser sua namorada.
- Não, apenas amiga. – Deu de ombros e me olhou de novo, dizendo sem arrependimento: - Desculpe. Por um momento pensei que fosse uma visão do paraíso e me perdi nesses olhos prateados.
Achei graça do seu tom meio brincalhão, meio sério. Mas Arthur não pareceu gostar nem um pouco. Sentou ao meu lado, passou o braço em volta do meu ombro e quase rosnou:
- Não ligue para essas cantadas ridículas dele. Parou no jardim da infância, inclusive a sua inteligência.
O outro riu, mas ainda me olhava.
- Não vai me apresentar, Arthur?
- Para quê?
- Deixa de ser mal educado. – E ele mesmo se apresentou: - Matheus Sá de Mello. E você?
- Maiana. – Estava achando engraçado o ciúme de Arthur. Sem necessidade. O amigo dele era muito bonito e atraente, mas para mim não importava. Eu só conseguia ver Arthur pela frente.
- Maiana ... – Repetiu, baixo.
- Cara, some daqui.
- Calma! – Riu da agressividade do amigo. Logo a morena que o acompanhava se debruçava no ombro dele e nos fitava com um sorriso. Matheus apresentou-a: - Minha amiga Vivian, meus amigos Arthur e Maiana.
Nos cumprimentamos e eles se sentaram. A conversa ficou mais animada ainda, pois Matheus tinha um jeito jovial e divertido. Sentado quase à minha frente, de vez em quando sentia seu olhar sobre mim, mas eu o ignorava. Já Arthur não, olhando-o bem sério, com raiva.
Sorri intimamente, pensando o quanto era possessivo.
Em determinado momento, quando a música tecnológica era um pouco mais lenta, ele se levantou e me tirou para dançar. Fomos para a pista de dança em um dos cantos e, quando colou seu corpo másculo no meu, esqueci o resto do mundo. Nos movemos ao som da
música, enquanto me segurava com firmeza e não tirava os olhos dos meus.
- O que foi? – Perguntei baixinho.
- Só admirando você. Não posso culpar Matheus por estar quase babando. É linda demais.
- Ele só está provocando você. – Murmurei, com um sorriso.
- E conseguiu. Estava faltando pouco para pegar a faca de passar patê e cortar os bagos dele fora.
- Arthur! – Acabei rindo. Puxou-me mais para si e se encostou em uma pequena muretinha ao lado da pista, encaixando-me entre suas pernas abertas, suas duas mãos em minhas costas, sob o meu cabelo, seus olhos descendo até meus lábios.
O desejo me engolfou, forte e denso. Aproximou-se mais e fechou os olhos, os cílios negros e espessos fazendo sombra, roçando suavemente sua barba cerrada e macia contra minha face, beijando-a suavemente ao lado da boca.
Estremeci, esquecendo o mundo, um dos meus braços em volta do seu pescoço, a outra mão subindo para acariciar sua barba sobre o maxilar duro, rijo, bem marcado. O tesão fluía
denso entre nós, acendendo uma luxúria que eu nem sabia que possuía até conhecer Arthur.
Agora, eu me sentia outra; viva, pulsante, um mulher em sua essência, despertada pelos instintos mais básicos e sentimentos mais profundos.
Virei um pouquinho o rosto e rocei meus lábios nos dele, sem poder resistir, cheia de vontade de sentir seu gosto, sua língua em minha boca. Mordi o lábio inferior carnudo e senti
suas mãos me apertando mais, colando meus seios em seu peito, encaixando-me entre as coxas musculosas, sentindo com perfeição sua ereção contra meu púbis.
Não podia acreditar que aquele volume fosse realmente de verdade, mas era. Não tinha
prática em comparar os homens, mas Arthur parecia ter um membro tão grande e grosso
que chegava a assustar. E também me excitava muito. Além do imaginado. Mais uma vez
pensei como poderia resistir àquele homem. Seria uma tarefa ingrata.
Colei meus lábios nos dele e na mesma hora Arthur os abriu, insinuando a língua em minha
boca, tornando-se exigente ao explorar o interior, me mordiscar, deixar-me totalmente
desequilibrada em seus braços.
O beijo foi profundo, quente, intenso. Senti seus lábios carnudos devorarem os meus e retribuí com a mesma fome ardida, sugando sua língua, movendo a minha de encontro a dele.
Minhas pernas pareciam gelatina, meu coração disparava, todo meu corpo participava entregue e acalorado, despertado.
Sua mão segurou minha cabeça e se enterrou em meu cabelo. Puxou um punhado para
baixo, forçando-me a erguer o queixo, enquanto deslizava a boca sobre ele e minha garganta.
Arrepios de puro tesão me percorreram, senti os seios doloridos e a calcinha toda molhada.
Nunca pensei que um prazer pudesse ser tão embriagante e enlouquecedor e era ainda mais,
muito mais.
Mordiscou abaixo da minha orelha, o lóbulo perto do brinco, até que sussurrou rouco:
- Vamos para minha casa. Passe a noite comigo, Maiana.
Era sedutor e, do jeito que eu estava, quase aceitei. Quase. Pensei nos meus sonhos de
amar e ser amada, de só me envolver sexualmente quando tivesse certeza que isso acontecia.
Não queria ser descartável nem usada. Queria amor, respeito, amizade, companheirismo. E
por mais que eu estivesse doida por Arthur e soubesse que me desejava, ainda não sabia
se teria aquelas coisas dele.
- Não ...
- Mas estamos loucos um pelo outro. – A ponta de sua língua passou pelos labirintos da
orelha, lambeu suavemente a entrada do ouvido, fazendo-me arfar e agarrar sua camisa, minha vagina latejando. Murmurou: - Não paro de me imaginar na cama com você, nua embaixo de mim, enquanto saboreio sua pele toda, cada recanto, cada buraquinho ...
Meu ventre se contorceu, a imagem se tornando nítida e pornográfica em minha mente,
enquanto eu quase entrava em combustão espontânea. Deus, era o primeiro dia de namoro
e eu já estava assim, quase me entregando! Como teria forças de resistir muito tempo, com
aquele homem me pegando daquele jeito, dizendo aquelas coisas, seu corpo tentando o meu,
seu cheiro me inebriando?
Consegui afastar a cabeça e segurei seus braços em volta de mim, olhando-o até fitar seus olhos negros pesados e duros. Quase capitulei ali, impressionada como o tesão o deixava
ainda mais viril e lindo, sua expressão de macho pronto, preparado para tomar sua fêmea e
ponto final. Algo me alertou que seria impossível impedir Arthur, havia tudo de decidido nele,
de intenso e poderoso, como se gritasse: “Você é minha e acabou!”.
Engoli em seco e por um momento perdi as palavras, hipnotizada. Mas lutei e consegui murmurar:
- Você ... Você prometeu que seria só namoro. Que não forçaria.
- Eu sei. – Sua expressão fechou mais, aqueles olhos tão negros e ardentes me consumindo. – Mas estou doido por você. E sei que também quer.
- Sim. Desejo você, Arthur. Mas quero quando me sentir preparada, quando confiar em você.
Pensei que rebateria aquilo e tentaria me convencer. Mas em meio à música e àquela multidão de pessoas, que mal notávamos, encostou sua testa na minha, respirou fundo e fechou os olhos por um momento, dizendo baixinho:
- Já vi que vou ter que tomar muito banho frio.
Acabei sorrindo e gostei ainda mais dele por respeitar minha opinião. E o abracei forte, algo rebulindo dentro de mim, crescendo tanto que me assustei. Não era só tesão. Era muito
mais. E crescia vertiginosamente, em uma velocidade extraordinária.
Soube o que era, mas não nomeei. Ainda era cedo demais para aquele sentimento. No entanto, a razão não o impediu de chegar. E percebi que nada impediria.