Léia Viana 25/11/2021
"O que é otimismo?" "É a fúria de sustentar que tudo está bem quando se está mal "
Na crença do mundo como o melhor dos mundos possíveis, já que criado por Deus, a criatura perfeita, em um mundo com o máximo de bem e o mínimo de mal, Voltaire ridiculariza o otimismo, assim como é um crítico voraz a alguns aspectos de sua época.
Este livro está mais para um conto filosófico, narra a história de um jovem - Cândido - vivendo num paraíso e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz (filósofo) através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a quebra deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao experimentar dificuldades no mundo. O que leva o leitor a percepção de que, o fato de ser otimista, acreditar na filosofia desse estilo de vida, mais atrapalha do que ajuda.
Falta um adjetivo que qualifique bem o que senti com essa obra de Voltaire. Livrinho fininho, com menos de 200 páginas, mas, com tanto conteúdo, tantas informações, entendimento e humor, sim, me diverti lendo "Cândido, ou o Otimismo", assim como cheguei a conclusão de tantas coisas, mas tantas!
O impacto que tive no término do livro com essa pequena conclusão:
"...mas é preciso cultivar o nosso jardim." E não há como não concordar com Gustave Flaubert:
"O fim do cândido representa para mim prova incontestável de um gênio de primeira ordem; a marca do mestre está nessa lacônica conclusão, tão estúpida quanto a vida em si."
Meu entendimento nessa história foi a de acharmos um equilíbrio, da necessidade de assumirmos o protagonismo das decisões, dos objetivos da nossa vida. E o que fica de ensinamento para mim é: "... O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade."