Taynara @adamadolivro 24/01/2015{Resenha} Transcendence - Shay SavageEncontrei esse livro por acaso no Skoob, aliás, acredito que o Skoob é a melhor rede social e ferramenta virtual que já inventaram, não tem um dia que não passo por lá. Tomei como primeira impressão do livro ele ser um conto absurdo, não me levem a mal, mas nunca tinha pensado na hipótese de que um homem das cavernas pudesse amar. Então a primeira vista, fiquei meio receosa. Logo em seguida fui procurar por sua classificação geral, o que me surpreendeu tremendamente, a nota por agora está na média de 4.3, nota geral de 237 avaliações, o que pegou de surpresa novamente.
Com uma classificação tão boa, tive que ler algumas resenhas sobre ele, que por acaso me deixaram com água na boca, (fome de livros). Nesse momento já não tinha homem na terra que me impedisse de ler esse livro, quase que em em seguida comecei a lê-lo, mal conseguia largar. Eu arrumava a cama e lia um pouco, varria a casa e lia um pouco, almoçava e lia mais um pouco. Impossível não se surpreender.
O romance gira em torno de Ehd um homem das cavernas e Elizabeth, ou Beh, uma mulher contemporânea do século XXI. Teletransportada para milênios antes de sua época, Beh é pega de surpresa ao se deparar presa em um buraco fundo num lugar completamente desconhecido e com um homem um tanto diferente.
Ehd, há muito tempo vem seguindo sozinho, solitário e já sem vontade de se levantar para ver mais um nascer do sol, luta incansavelmente com ora sua vontade de viver, ora sua vontade de morrer. Após encontrar uma jovem presa em uma de suas armadilhas, acredita realmente que ela deve se tornar sua companheira para que juntos possam formar uma nova tribo. Encantado com a moça, tenta de todas as formas oferecer a ela tudo que um bom companheiro poderia oferecer.
Ehd reclama muito que sua companheira faz sons incompreensíveis e estranhos, que lhe causam uma tremenda dor de cabeça, mas nunca se esquece de destacar logo em seguida que mesmo assim continua gostando de sua companheira. Beh fala o dia inteiro sem parar, dando pausa apenas para suas crises de choro, crises que entristecem ao extremo a pobre alma de Ehd. Sua intenção é fazer sua estranha companheira feliz, e não fazê-la chorar.
Nosso mocinho é totalmente o oposto dos típicos personagens que vemos por aí. Ao contrário dos homens contemporâneos, Ehd não se abala ou faz tempestade em como d'água por coisa fúteis. Tudo que ele sabe agora é que tem sua companheira para cuidar, de modo que deve alimenta-la, dar a ela brigo, peles quentes e muito carinho. O amor que Ehd sente por Beh é cru. Totalmente desprovido de futilidades. É sincero, o que nos faz questionar o quanto somos lamuriosos, o quanto brigamos e esquecemos de dar valor as coisas mais simples da vida como o floreio de uma rosa, o nascer do sol e o sorriso de sua companheira ou companheiro.
Tem momentos que Ehd sente que jamais vai ter realmente Beh como sua companheira, mas isso só serve como incentivo para que ele tente mais uma e outra vez conquistar a bela jovem. Acredito que a mocinha tem bastante fibra, porque apesar de suas divergências com Edh, ela até que se acostuma bem a ideia de ficar com ele, aliás Ehd é tão compreensivo e carinhoso que qualquer mulher no mundo se apaixonaria por ele. Caracterizado como bonito e inteligente, Edh se torna meu alvo preferido de suspiros. Cada atitude dele é o reflexo do homem dos sonhos de qualquer mulher, não porque ele é um magnata cheio de dinheiro ou porque é o bad boy da escola, mas porque é responsável, honesto, cuidadoso e carinhoso.
Ehd é o personagem mais delicado e carinhoso que já passou por minhas leituras, pode ser estranho falar isso se tratando de um homem nas cavernas, mas ele sabe valorizar o que é ter uma companheira. Não há mais ninguém, só ele e Beh. E para ele, isso é mais que suficiente. Eu me apaixonei pela cumplicidade do casal. No primeiro capítulo chorei, no segundo chorei, no terceiro chorei novamente e assim em diante. O livro me emocionou tanto que mal consigo parar de pensar nele, já até sonhei com Ehd e Beh.
A história é narrada na primeira pessoa, sendo essa pessoa o Edh, então a visão das coisas se tornam muito mais interessante, aliás Ehd não consegue intender o que Beh fala. Uma das coisas que adorei no livro foi que citou várias plantas, objetos, pedras e animais que eu não conhecia como poe exemplo o Hyaenodons, que é um animal pré-histórico. Ou a Raíz de Sabão que é usado para eles tomarem banho e lavar suas vestes.
Outra coisa interessante, é que como Beh é século XXI ela pode se virar com algumas coisas que encontra na mata e no lago, coisas que nunca passaram pela cabeça de Ehd, como a argila que ela usa para fazer utensílios de cozinha, ou varas e peles, para fazer bolsas. Ehd se pergunta bastante se a antiga tribo de Beh lhe ensinou a fazer essas coisas, porque sua mãe mesmo nunca tinha feito esse tipo de objeto.
Determinado a fazer Beh feliz, ele até lhe presenteia com um objeto. Objeto que faz sua relação com Beh mudar de nível. A trama é incrível e a narração simplória e impactante. Sem roteiros e falas, a história me abalou como um terremoto. Como livro único, suas 312 páginas fora pouco para minha amabilidade por esse livro. Espero realmente que a autora publique mais algumas edições, porque sinceramente amei.
Nunca me interessei por livros sem falas, porque sempre achei essa a parte mais interessante do livro, mas me enganei, esse livro é especial, você deve ler. Não perca a oportunidade de conhecer essa obra. Intrigante e instigante, nunca vou me arrepender dessa leitura.
E quando chegou a última página eu soluçava aos montes no meu quarto, mal podia respirar, e eu juro que ainda não sei se era de angústia por ter acabado o livro ou de felicidade por uma história de vida tão bonita.
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