Nay C 21/01/2021
Investigação minuciosa
O desaparecimento do escritor Owen Quine não foi algo que me chamou tanto a atenção no livro e não me envolveu como eu esperava. Os personagens ao redor do caso foram bem construídos e consistentes, mas não consegui me interessar por eles, em descobrir quem era culpado ou não, apesar de o final ter sentido, por mais mirabolante que fosse. Há um estranho e polêmico livro na história escrito por Quine, que faz um paralelo com a vida das pessoas envolvidas no caso, e eu queria ter visto trechos desse livro com meus próprios olhos, não só através dos olhos dos personagens, acho que ficaria mais legal o próprio leitor pensar um pouco e ter a chance de fazer as conexões necessárias.
Na reta final foi utilizado um recurso que eu não gostei. O autor deixou claro que Strike tinha uma teoria certeira sobre o caso, mas escolheu deixar os leitores às cegas, contar o raciocínio depois, e isso mais me desanimou do que me prendeu na história. Não achei convincente a maneira como essa teoria foi escondida dos leitores. Isso também foi usado no primeiro livro do detetive, mas não ficou tão na cara quanto nesse segundo.
A história vale a pena por dois motivos: a dinâmica entre Strike e Robin e o modus operandi de investigação. Cormoran Strike conduz suas investigações minuciosamente. Ele prepara o interrogatório, deixando os entrevistados à vontade, manipulando-os sem que percebam, para assim entregarem as informações das quais ele precisa. Tudo é muito detalhado, inclusive a ambientação. Acho que o livro é do tipo que temos que prestar atenção para não perdermos o fio da meada.
Robin e Strike funcionam muito bem como dupla de detetives. Eu gostei bastante de saber mais sobre a vida dos dois individualmente, os pensamentos, sentimentos, desejos, o perfil comportamental da dupla foi bem abordado. Ficamos sabendo também um pouco mais sobre a vida de Robin, mas ainda não o suficiente. Por Robin e Strike, pretendo continuar a série.